Segredos de vida escrita por Lana Talita


Capítulo 8
Capítulo Oito


Notas iniciais do capítulo

Oooi, demorei mas cheguei! Desculpem a demora, ando super atolada e esse capítulo foi difícil de escrever. Mas acho que ficou bom, é um dos meus capítulos preferidos. Espero que gostem muito. Ah e no final do capítulo tem uma imagem aleatório que irei explicar o que é nas notas finais. Boa leitura!



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Ao completar três dias que estava na casa da minha tia, finalmente criei coragem de ligar para o motorista e voltar para casa. Quando cheguei Vidal disse que mamãe estava trancada no quarto, nesses dias ela tinha saído apenas para trabalhar, minha vontade foi de vê-la e assegurar que estava bem. Porém tinha que ser forte e me manter longe dela, pois ela só me faria mal.

Desde que pisei em casa, às treze horas da tarde, observei Vidal. Ele não parava de sorrir e cantarolar, sendo que sempre foi um homem mais reservado, mais quieto. Eu estava sentada na cozinha enquanto ele lavava a louça dançando e assoviando, depois de alguns minutos notei que seu celular estava caindo do bolso, portanto o peguei e disse que ia deixar junto com as coisas dele, que ficava em um armário no quintal. Ao chegar ao quintal sentei na grama verde e comecei a mexer no celular. Descobri a senha de primeira, era um H, estranhei a senha ser tão fácil, mas em seguida imaginei que era uma forma de deixar sua esposa Helena feliz. Cliquei nos contatos e havia apenas três, o de Helena, Rafael e o do menino que o ajuda com o jardim da minha casa, Fernando. A galeria estava lotada de fotos dele com a família na praia, em uma casa simpática branca e pequena em algum lugar do interior. E a caixa de mensagens de texto estava completamente vazia.

Bloqueei o celular dele e senti-me idiota, claro que Vidal não deixaria coisas importantes registradas em um celular com uma senha simples. Ele era mais esperto que isso. Talvez tivesse outro celular ou uma agenda, alguma coisa em que anotasse as coisas importantes que não pode esquecer sobre o andamento dos negócios. O grande problema era descobrir e ter acesso a tal objeto, pois Vidal apenas carregava uma sacola preta grande com roupas e o celular que eu segurava. Levantei da grama e fui até o armário branco de *PVC que ficava na lavanderia, dentro dele estava à bolsa do empregado, portanto joguei o celular dentro dela e voltei para o quintal.

Meu pai planejou o jardim em formato quadrado, de forma que ocupasse quase todo o quintal. As quatro pontas teriam árvores de pequeno porte e nos outros locais teriam arbustos e flores espalhadas, como violetas, margaridas e lisianto. Com a ajuda de Vidal eles chegaram a um lugar maravilhoso, que se tornou o meu local favorito da casa. Sentei novamente na grama verde clara que cobria todo o espaço e observei o ajudante de Vidal regando algumas plantas em uma ponta do quadrado. Ele era magro, alto, com cabelo preto, barba por fazer e segurava um cigarro com os dentes. Nós não trocávamos mais que um oi e um tchau, já que eu não puxava assunto e ele sempre estava ocupado com o trabalho. No entanto Vidal e ele pareciam amigos íntimos, sempre os via rindo e conversando animadamente, algumas vezes falavam baixinho como quem conta um segredo.

De repente um vento frio passou por mim, fazendo-me estremecer. Olhei para o céu e vi algumas nuvens cinzentas entrando na frente do sol, então corri para dentro de casa antes que gotas começassem a cair. Odiava chuva. Vidal estava na sala de estar passando aspirador de pó no sofá, sorrindo igual um bobo. O observei por alguns minutos até que ele desligou o aspirador e seus olhos se encontraram com os meus, um arrepio percorreu meu corpo e minha mente entrou em estado de alerta. Ele abriu um sorriso feio e assustador que fez o pânico crescer dentro de mim. Começou a ir a minha direção enquanto minha mente gritava para que eu saísse dali, no entanto meu corpo não ia nem para frente nem para trás. Estava paralisado. Vidal continuou se aproximando e aumentando seu sorriso, parou alguns centímetros de distância me permitindo sentir seu hálito de menta no meu rosto. Ele abriu o olho completamente, inclinou a cabeça, entortou a boca e disse:

– É muito feio encarar os outros. Pior ainda é mexer onde não deve.

Ao ouvir tais palavras saí do transe em que estava, olhei para ele uma última vez e saí para meu quarto tentando andar devagar, como se não tivesse sido afetada pelo que disse. Entrei no meu quarto e tranquei a porta aliviada por estar sozinha, as palavras de Vidal ecoavam na minha cabeça. Deitei na cama afundando a cabeça no travesseiro, a frase “mexer onde não deve” fez meu estômago embrulhar. Vidal me viu mexendo em seu celular, consequentemente desconfiava que eu soubesse de algo. Levantei da cama novamente e fui atrás de Vidal, precisava confrontá-lo, mostrar que ele não passava de um empregado. Portanto não podia falar como quisesse comigo. Desci as escadas devagar para que ele não me ouvisse, queria que ficasse surpreso e sem reação. Andei nas pontas dos pés até a lavanderia e fiquei o olhando novamente, ele cantarolava e mexia os ombros no ritmo da canção enquanto colocava algumas roupas na máquina de lavar roupa. Imediatamente fui tomada pela sensação dele tão perto de mim deixando meu corpo tenso, minhas pernas bambearam e a coragem que tinha sumiu. Voltei para meu quarto frustrada e com raiva, mas ao deitar na cama já tinha um plano em mente.

***

Às quatro e meia da tarde acabou o expediente de Vidal, enquanto ele pegava sua sacola no armário peguei meu celular, a chave de casa e me escondi atrás do braço do sofá que ficava perto da parede, era hora de colocar meu plano em prática. Quando vi Vidal atravessando a porta de vidro esperei alguns minutos e fui atrás dele. Ele seguiu reto pela rua, provavelmente ia para casa a pé, morava a menos de vinte minutos da minha residência. Ele andava devagar no passeio fazendo com que eu tivesse que controlar meus passos, já que a ansiedade e o medo os faziam serem apressados. Depois de cinco minutos Vidal parou em uma lanchonete, encostei-me ao portão de uma empresa na esquina da lanchonete, coloquei o capuz do meu casaco, joguei o cabelo na cara e abaixei a cabeça para ele não me reconhecer caso virasse para trás.

Quando finalmente saiu da lanchonete seguiu em frente, mas um pouco mais rápido que antes. Duas ruas depois da lanchonete ao entrar em um beco a sua direita, ele parou e olhou para trás. Continuei a andar de cabeça abaixada agradecendo por não ter tirado o capuz, quando estava me aproximando dele ele franziu a testa e voltou a andar. Esperei um minuto e entrei no beco, era uma ruazinha apertada que quando anoitecia causava a sensação de estar em um cenário de um filme de terror. Por sorte Vidal já estava no final do beco quando entrei então andei rápido para alcançá-lo, mas ainda mantendo uma distância segura e o máximo de silêncio possível. Depois de mais alguns minutos de caminhada Vidal entrou em uma casa com um jardim na frente, as paredes eram pintadas de branco com duas janelas de cada lado da porta principal, era menor que a minha casa, mas parecia muito mais aconchegante. Assim que ele entrou fui até a janela e sentei abaixo dela, passado alguns minutos levantei apenas o suficiente para ver pelo vidro. A minha frente tinha um sofá preto de três lugares, um tapete felpudo e algumas fotos da família de Vidal pendurado na parede vermelha. Virei à cabeça tentando olhar mais coisas, no entanto como a sala era muito grande e a janela pequena só consegui ver uma estante de livros e filmes e uma mesinha de canto.

Helena apareceu apoiada no marido, ele segurava sua cintura enquanto ela estava com uma mão ao redor de seu pescoço, ele a colocou sentada no sofá e colocou um banquinho de madeira debaixo de sua perna que estava engessada. Em seguida um homem de altura média, cabelo preto, barbudo e usando terno apareceu, apertou a mão de Vidal e beijou o rosto de Helena. Os dois sentaram no sofá e conversaram um pouco, então o homem fez um sinal com as mãos e uma mulher usando salto alto vermelho, uma saia minúscula branca e top de mesma cor parou na frente deles sorrindo. Mais duas mulheres parecidas com a primeira e com as mesmas vestes se juntaram a eles.

A primeira mulher ligou uma música estadunidense agitada, então as três começaram a dançar para eles. Vidal que até então acariciava a cabeça de Helena, pegou três notas no bolso e deu uma para cada uma enquanto o homem tirava o paletó. Conforme a música passava os movimentos das moças ficavam mais sensuais, o homem de terno já estava sem a gravata e com a nuca arranhada enquanto uma moça morena com um cabelo cacheado maravilhoso rebolava em seu colo. Vidal jogava dinheiro para a mulher a sua frente enquanto ela tirava a roupa no ritmo da música e Helena apertava as nádegas da moça que rebolava a centímetros de seu rosto.

Em meio à excitação que dominava o lugar o homem começou a falar com Vidal, entretanto não estava sendo ouvido então gritou “Falei que elas são das boas, já podemos levá-las para conhecer o lugar e as outras, faremos mais dinheiro que antes!”. Meu cérebro instantaneamente começou a trabalhar em vários significados possíveis para a frase, mas de todas as possibilidades a que pareceu mais plausível era a de que Helena e Vidal estavam envolvidos com prostituição.

Vidal então sorriu, levantou da mesa e pegou uma agenda na estante de livros e filmes, voltou para o sofá e começou a anotar algumas coisas enquanto o homem falava. Todas as meninas estavam sentadas nos colos dos três, beijavam os pescoços deles e as mãos estavam aonde eu não conseguia ver, mas a conversa dos dois senhores não parou um minuto sequer. Quando Vidal tirou a mulher de cima dele, levantou e começou a abaixar a calça percebi que já estava na hora de ir embora, então saí correndo sem hesitar e torcendo para que não tivesse sido vista. Ao chegar em casa encontrei minha tia e Rafael encostados na porta e se remexendo em sinal de impaciência.

– Oi, aconteceu algo? – Perguntei.

– Uma tia não pode mais visitar a sobrinha?

Olhei para ela com desconfiança, ela raramente me visitava e quando o fazia era porque algo havia acontecido. A abracei e em seguida estendi a mão para Rafael, mas ele me puxou para um abraço tão apertado que parecia estar sendo esmagada.

– Onde você estava? E a sua mãe? Estamos esperando aqui há meia hora, no mínimo. – Minha tia reclamou.

– Desculpe-me, fui dar uma volta. Precisava espairecer e a mamãe deve ter ido para o trabalho.

– Ah querida, está tudo bem? Se quiser mando o Rafael ir embora e nós podemos conversar e passar o resto do dia juntas.

– Que sacanagem! Também quero participar da conversa. – Rafael resmungou.

Minha tia apenas deu um tapa na cabeça dele e eu revirei os olhos, abri a porta de casa pedindo para entrarem. Os dois sentaram no sofá e eu perguntei se aceitavam algo para beber, minha tia aceitou um café e Rafael uma água gelada. Fui até a cozinha ainda com a cena que presenciei na casa de Vidal na cabeça, portanto quando notei já estava na frente da geladeira com Rafael colocando as mãos na minha cintura. A mão dele era quente e macia, a respiração batia na minha nuca deixando-me arrepiada e com o coração acelerado. Senti sua mão subir pelas minhas costas, então tirei as mãos dele de mim e fui pegar o café na mesa ignorando sua presença. Voltei para a sala e entreguei o café para minha tia, ela deu um gritinho de felicidade e em seguida olhou para Rafael depois para mim abrindo um sorriso malicioso.

– Então, eu vim aqui para falar mesmo só com você. Mas esse menino aqui resolveu me seguir, disse que queria aproveitar que hoje o serviço acabou saindo de casa. – Minha tia disse.

– Não sabia que você trabalha. – Falei para Rafael.

– Trabalho sim, só não faço faculdade ainda. Trabalho de segunda a sábado das oito a quatorze horas em uma loja de informática. Sabe, vendo e concerto computadores.

– Isso é muito legal, mas como eu dizia, queria conversar com a Ana sabe... – A tia Fernanda falou.

– Ok, essa é a minha deixa. Qualquer coisa estarei na cozinha, estou com fome. –Disse Rafael.

Ele saiu bufando e pisando forte para mostrar sua insatisfação, imediatamente minha tia começou a rir dele e balançar a cabeça negativamente.

– O que foi? – Perguntei.

– Você sabe de tudo o que aconteceu entre seu pai, Juliana e sua mãe. Então, seu pai pediu pra eu te avisar que está oficialmente solteiro. Ele não veio falar contigo porque não quer esbarrar com a Amanda e também está bem acabado, de verdade, a aparência dele está uma droga. Parece que não dorme há dias.

– Ah já esperava por isso. Mas ela já levou as coisas dela para outro lugar? Quando exatamente se separaram?

– Ontem à noite ou à tarde, não sei ao certo. Moacir disse que tinha voltado do trabalho e as coisas dela não estava mais lá. Apenas algumas roupas no armário e um bilhete na geladeira dizendo que voltaria para buscar o resto das roupas. Eu sei que você a amava muito e que é difícil não tê-la mais por perto, mas ela merece homem melhor que o babaca do meu irmão.

– Eu entendo tia, é só que... é uma droga. Mas está tudo bem.

Minha tia me abraçou e bagunçou meus cabelos, briguei com ela por isso, mas a deixei continuar. Queria gritar e chorar, dizer o quanto me sentia horrível por ter pais tão estúpidos e pela Juliana estar sofrendo, no entanto apenas a abracei mais forte e fiquei em silêncio. Depois de alguns minutos um barulho estrondoso preencheu o lugar, minha tia pulou assustada do sofá e meu corpo tremeu todo. Uma voz grave gritou “me desculpe, não foi nada” da cozinha.

– Espero que não tenha quebrado nada! E se tiver quebrado não se preocupe que ele pagará. Faço ele pagar. – Tia Fernanda falou com raiva.

– Relaxa, está tudo bem e também não tem que pagar nada. Vou lá ver o que aprontou.

Assim que entrei na cozinha Rafael parou em frente à lixeira e ficou sorrindo esquisito para mim. Sentei na cadeira desconfiada e o encarei a espera de uma explicação.

– Então...a conversa com a sua tia foi boa? – Perguntou.

– Sim, foi. Rafael que barulho foi aquele?

– Eu deixei um pote de plástico cair, mas já o guardei. E aí? O que tem feito?

Era óbvio que estava mentindo, mas decidi ignorar e continuar a conversa. Afinal, eu descobriria o que houve de qualquer forma.

– Lembra quando você me contou dos seus pais? E falou para eu ficar longe? – Perguntei.

– Lembro.

– Eu meio que ignorei o que disse, e agora preciso que me ajude a entrar na casa dos seus pais.

– O quê?! Você é maluca? Se eu falei que era pra esquecer esse assunto é porque é pra esquecer! E pra que quer entrar na casa deles?

– Não adianta brigar comigo ok, agora não dá mais para voltar atrás. E fala sério, vai dizer que não está nem um pouco curioso para saber o que seus pais estão aprontando? E se você me deixar sozinha nessa e algo acontecer comigo, vai se sentir culpado pelo resto da vida.

Rafael bufou, deixou as costas caírem no encosto da cadeira e ficou pensando por alguns minutos. Ele mordia os lábios e fazia caretas enquanto pensava, claramente não estava nada feliz. Por fim resolveu se pronunciar.

– Irei te ajudar, então não faça nada sem me falar antes. Qualquer loucura que fizer, como ir à casa dos meus pais, quero estar junto. Sua tia me torturará se eu deixar algo de ruim acontecer contigo. – Ele disse.

Minha felicidade foi tanta que corri até ele e o abracei fazendo a cadeira balançar, quando ia soltá-lo ele apertou mais seus braços nas minhas costas, seus olhos encontraram os meus e nossos rostos ficaram a poucos centímetros de distância. Minha respiração começou a ficar ofegante e quando percebi que ele olhava para minha boca desvencilhei-me de seus braços. Sorri tentando não mostrar o quanto aquela aproximação me abalara, então puxei sua mão e falei para voltarmos para a sala. Passamos o resto do dia conversando e rindo, sendo que de minuto em minuto Rafael me olhava deixando-me constrangida. Com a chegada do crepúsculo Rafael e a tia Fernanda decidiram que já era hora de ir embora, apertei a mão de Rafael e dei três beijos na minha tia, um em cada bochecha. Assim que passaram pela porta fui para cozinha e abri a lixeira, como imaginei havia vários pedaços de vidro.

Tranquei a casa, tomei banho e fui para meu quarto, porém o fato de mamãe não ter atendido a porta quando minha tia chegou veio na minha cabeça, então fui até o quarto dela para conferir se estava bem. Entrei no recinto em silêncio e sem ligar a luz, ela não estava lá, mas como sempre seu cheiro de maçã com canela estava. Voltei para meu quarto com o vazio corroendo minha alma, um buraco que só uma mãe que não se importa consegue deixar. Deitei na cama tentando ignorar o vazio, tentando pensar em qualquer coisa que me fizesse sentir diferente. A imagem do Rafael quase me beijando e aceitando me ajudar passeou pela minha mente, fazendo meu coração pular e um pouco de alívio aparecer. Alívio pelo beijo não ter ocorrido, pois não gostaria de beijá-lo na minha casa com a possibilidade da minha tia aparecer e alívio pela ajuda dele tornar a investigação um pouco mais fácil, já que ele conhece a rotina e a casa dos pais. Adormeci pensando em seus olhos castanhos, em seu interesse em me conhecer, em sua habilidade de me irritar e de me fazer rir. Adormeci pensando nele.


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Notas finais do capítulo

* PVC: policloreto de polivinila, plástico não 100% originário do petróleo.

Bom sobre a foto aí em cima, uma autora postou uma foto que ela fez para a fic dela e me passou o site ( quem quiser o link só pedir, e falar se quer que manda por MP ou na resposta do comentário que fez mesmo). É um jogo de você montar uma pessoa ( meio que em formato de desenho), e tem poucas opções ( não dá para mudar o formato do rosto, e é difícil fazer um homem que não pareça mulher, por isso só fiz o Rafael, o cabelo dele imaginava outro, mas tinha mais cabelo de mulher kkkkkkk), mas eu gostei bastante do resultado. Só achei chato que não tem como fazer pessoa mais velha, então todos pareceram ter a mesma idade. Espero que tenham gostado dos personagens também ( eu adorei)!