The Mission escrita por Missy Lin


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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The Mission

Missy Lin

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Sasuke saiu um tanto chateado do hospital, porém, isso não diminuiu sua atenção. Ele revezava seus pensamentos nos detalhes, em momentos ele se via perdido no olhar misterioso de Sakura, em outro, ele se via intrigado com as pessoas daquela vila.

Com toda certeza ele foi presunçoso, agora percebia isso. Acreditou fielmente que Sakura estaria sempre a sua disposição, não importando o tempo, razão ou circunstância. Estivera errado. Ela não era uma bonequinha de pano, cujo ele poderia manusear a seu bel prazer. Ela não dependia da escolha dele. Mas sim ele, dependia da escolha dela.

Sempre achou, que desde o começo dependeria do sim, unicamente dele. Mas agora ele via, que suas expectativas estavam longe disso. Ele dependia do sim dela. Da escolha dela. E, nossa. Como ele torcia por isso. Como ele a desejava. Ele a queria tanto que seria capaz de fazer qualquer loucura.

Kakashi teimara tanto para que ele escolhesse outra pessoa em sua missão, e, egoísta, queria ela. Somente ela. Queria ter a oportunidade de conquista-la. Queria ama-la como ela merecia. Queria abraça-la e... beija-la. Percebeu como aqueles lábios rosados estavam inquietos por beijos. Sakura merecia o melhor. E... se ela já havia encontrado, quem seria ele para rouba-la? Não era digno.

Uma lista mental de possíveis pretendentes de Sakura correu por sua mente, muitos eram improváveis, porém, ainda sim cogitados. Era uma grande lista, Sakura havia se tornado uma mulher linda, desejada. Ela era doce e gentil, conseguia ser inteligente e humilde, esperava o melhor das pessoas e confiava na bondade de cada um. Amava todos os animais, respeitava a todos, e mesmo assim tinha opinião forte e formada. Não se deixava abalar com picuinhas, mentiras e blasfêmias, sempre resolveu seus problemas.

Foi durante a viagem de redenção de Sasuke que ele pôde botar todos os pingos no “is”, que ele pôde clarear a mente. Perceber o quanto Sakura significava a ele, o quanto ela era especial. Acordava transpirando, quente, sonhara com ela. Sempre ela. Com o decorrer de sua viagem, percebeu que o que sentia por Sakura não era mero desejo e admiração, era muito mais que isso.

Após Sasuke atravessar a vila, que era pequena por sinal, não havia notado qualquer movimentação capaz de lhe chamar a atenção, era um povo pacato, aparentemente trabalhador, poucos andavam pelas ruas, os bares não estavam lotados, apenas uns gatos pingados. Ele imaginou que o motivo deveria ser a enfermidade que caiu sobre aquela terra.

Em algumas janelas de edifícios e de casas havia bandeiras brancas e em outras, vermelhas, aquilo lhe despertou interesse. O dia já dava sinais que logo seus últimos raios solares se esvairiam, Sasuke, aproveitou a semipenumbra para olhar as redondezas. A vila estava exatamente na divisa entre os dois países, havia região pedregosa por um dos lados e do outro havia planícies onde os moradores plantavam arroz.

A área de plantio estava incrivelmente devastada, apenas poucas regiões ainda tinham o pé de arroz intacto para a produção, o restante estava encoberto por uma lama escura e mal cheirosa, e, havia tanta, que ele notou a distância que a lama impossibilitava o tráfego pelas estradas que ligavam a vila com as demais localidades de seu pais e que passavam no meio da plantação de arroz. Ele pensou no prejuízo que todas aquelas pessoas teriam.

Doença grave, causando mortalidade nas crianças, destruição em massa do plantio de arroz... Eram problemas tão graves, que os seus em relação a Sakura não passavam de fichinha. E então, ele preferiu esquecer seus problemas pessoais e focar em ajudar as pessoas daquela vila.

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— Incrível... — Sakura pronunciou enquanto analisava as amostras de sangue das crianças. — Esse vírus está se comportando de forma totalmente diferente.

— O que quer dizer com isso senhorita Sakura? — Perguntou curiosa Akame.

— Fiquei muito preocupada quando peguei os arquivos que alegavam ser sarampo, já que não há cura descrita na literatura, somente tratamento dos sintomas. — Sakura girou sua cadeira. — Esse vírus em questão, tem as propriedades estruturais idênticas ao do sarampo, porém seu conteúdo parece estar diferente, me arriscaria dizer que é um vírus manipulado em laboratórios.

Akame puxou ar firme, temente.

— Quem faria tamanha maldade dessa com crianças?

— Vamos descobrir senhora. — Sakura sorriu triste. — Mesmo que os sintomas sejam parecidos, e, também o meio de contágio, o desenvolvimento da doença é diferente. Vou transcrever a maneira certa de tratarmos os sintomas e a higienização, que, será o marco fundamental da cura dessas crianças, além de que ministrarei tratamento via chakra, a fim de aumentar a atividade imunológica delas, porém, só poderei fazer uma vacina preventiva após estudar que material é esse dentro desses vírus.

Akame queria chorar, abraçou Sakura agradecendo milhares de vezes pelo empenho da garota de Konoha. Mas então se afastou com timbre alarmada.

— Mas senhorita Haruno, preocupo-me como o vosso estado, o risco gestacional — Sakura estava pronta para interrompê-la quando... — Alias, não é sempre que há uma criança Uchiha a caminho.

— Criança Uchiha... — Sakura quis rir. — Deixe-me perguntar governadora, por acaso quem lhe enviou a mensagem foi Uzumaki Naruto?

— O futuro Hokage de Konoha, nosso herói. — Disse animada.

Ora. Ora. Ora. E não é que Naruto tinha construído uma boa reputação entre as nações pós-guerra.

— Ah sim. — Sakura ponderou se deveria desmentir a situação, ou manter as aparências, aliás, a imagem de Konoha estava muito consolidada por aqueles lados para mancha-la com tamanha confusão. Ela preferiu calar-se e falar com Sasuke primeiro.

A governadora Akame, animada com os recentes avanços, ao sair pela porta pediu para que Sakura a acompanha-se, haveria um quarto no hotel principal a esperando e logo após, o jantar de boas-vindas.

Sakura adentrou o quarto colocando as chaves à mesa, olhou em volta, não era chique, mas sim confortável e era isso que importava. Uma singela salinha de estar ao lado do quarto com longas cortinas brancas em suas janelas, e belos abajures nas mesas, porém não havia divisórias entre o quarto e a sala, e claro, um banheiro. Ela logo depositou sua mochila sobre o sofá e foi até o banheiro.

Banhou-se, saindo enrolada na toalha, foi até o quarto, e levou a mochila consigo, vestiu uma roupa limpa. Lembrou-se das palavras de Akame ao deixa-la no hotel, para separar suas roupas sujas que amanhã alguém providenciaria a ela vestes limpas. Secava o cabelo com a toalha quando foi interrompida por um som forçando a porta. Foi até ela, abrindo-a.

— Sasuke? — tentou não gaguejar. — Está tudo bem?

— Posso entrar? — ele estava sério. Sakura deu espaço e fechou a porta atrás de si. Sasuke sentou-se no sofá olhando em torno de si.

— Como foi a sondagem? — Sakura perguntou indo até o banheiro e voltando com um escova de cabelo.

— Não tenho nenhum dado concreto. Ainda. — ele mexeu-se no sofá desconfortável. — Mas, gostaria de entender o porquê de nos colocarem no mesmo quarto, se este tem apenas uma cama de casal.

Sasuke aparentava ter uma nuvem negra em torno de si, estava com toda certeza raivoso. Sakura esperava o momento que explicaria o mal entendido.

— Imagino o porque. — riu sem graça. — Mas antes gostaria que você soubesse que o vírus que adoeceu as crianças não é algo natural, ainda não posso concluir com 100% de exatidão, mas é quase certeza que foi manipulado intencionalmente em laboratório.

Sasuke se pôs pensativo, e se houvesse uma relação direta entre a destruição das lavouras de arroz e essa doença.

— E mais uma coisa Sasuke-kun. — ela ficou rubra, como diria algo sobre manter as aparências de uma gravides fajuta.

— Você não precisa explicar nada Sakura, é a sua vida. — ele se pôs de pé, pretendendo sair. — Verei um outro quarto na recepção.

— Não Sasuke, espera. — Ela fechou a porta antes que ele saísse e, este, a olhou confuso. — É sobre isso que preciso lhe contar.

— Hum?

— Vou começar sendo direta. — ela puxou o ar fundo — primeiro, não estou grávida. — Ele levantou uma das sobrancelhas confusas. — segundo, não desmenti o equívoco para a governadora. — Ele tombou a cabeça para o lado. — terceiro, a cidade inteira pensa que estou grávida de você.

Ela falou a terceira parte rápido, acreditou ter engolido metade de suas palavras e, a própria vergonha. E nossa, como estava com vergonha. Sasuke empalideceu, mas manteve-se firme.

— E por que acham que o filho é meu?

E é isso que ele falou, “Por que acham que o filho é meu?”, Sakura caiu com a cara no chão, ele não duvidou dela estar grávida, ele duvidou da paternidade. Isso.

Respirou fundo, tentando não transparecer sua decepção e continuou.

— De alguma forma, um bilhete vindo que Konoha dizia isso. Naruto e Kakashi estão metidos no meio.

— Por que não desmentiu?

Agora ele queria saber o por que dela não ter desmentido, mas, nenhuma pergunta estava relacionada com o por que de pensarem que ela estava grávida.

— A vila inteira já esperava nossa chegada, somos a única esperança deles, antes de chegarmos o bilhete de Konoha já dizia a minha condição, ou melhor, a nossa. Não podemos simplesmente dizer que tudo não passa de uma mentira ou um equívoco, que mérito teríamos? Que mérito Konoha teria?

Sasuke a olhou firme, infelizmente teria de concordar com Sakura, não era bom que a vila criasse desconfiança, ainda mais quando precisavam fazer uma missão que necessitava exatamente da cooperação.

— Vou matar o Naruto quando voltarmos. Pode deixar Sasuke-kun. — riu desanimada, tentando convence-lo que aquilo daria certo.

— Então é por isso que nos colocaram no mesmo quarto. — pensou alto.

— O que me diz? — Ela não piscava, seus olhos verdes inundavam o ambiente.

A língua de Sasuke coçou, sua vontade era dizer: “Vamos providenciar esse filho Sakura”. O alívio do moreno era tanto, a jovem não estava grávida de outro, nem sequer havia outro. Acreditou fielmente.

— Tá.

Sasuke apenas se dirigiu até o banheiro para banhar-se, levou a roupa consigo, depois ele decidiria como dormiriam naquele quarto. Sakura ficou abobada quando ele passou por si, ela sentia-se leve por revelar a encrenca e mais ainda por ele ter aceito tão de boa.

A raiva de Kakashi e Naruto até passou.

Sasuke saiu do banheiro alguns minutos depois, limpo. Com os cabelos penteados, ainda úmidos.

— Estive refletindo, ao pensarem que somos um casal poderá facilitar em nossa interação com as pessoas da vila a fim de obter informações, e, também mais confiança a você com o cuidado no hospital. — Sakura o ouvia com extrema atenção, concordando. — Se vamos fazer esse teatro de maneira convincente — estendeu o braço para que ela se apoiasse nele.

— Vamos?

— Vamos!


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Notas finais do capítulo

O que estão achando?