The Mission

Missy Lin

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Quando atingiram o primeiro ponto de descanso, Sakura agradecia mentalmente por poder finalmente sentar-se. Tentou disfarçar a exaustão, mas sabia que Sasuke não seria enganado tão facilmente, ela estava com sua respiração descompassada a um bom tempo. Porém, agora finalmente poderia recuperar seu fôlego.

O primeiro ponto de descanso era um campo aberto, com algumas árvores, não muito distante de Konoha, região pedregosa e íngreme, um cume. Ela conhecia aquela área, já havia passado algumas vezes por ali, o ponto era estratégico, de lá podia-se ver muito, mas não podia-se ser visto.

Sasuke sondou a área antes de regressar em direção a garota. Estava perto das onze, Sakura se hidratava, o oferecendo. Ele recusou.

— Parece que está tudo em ordem. — Disse apoiando-se em outra árvore.

— Veio até aqui muitas vezes? — perguntou quando já tinha mais fôlego.

Ele afirmou com a cabeça.

— É uma área estratégica, seria uma ótima localização para fundar uma torre.

Ela fitou a área em questão, afirmando mentalmente com a ideia de Sasuke.

— Sasuke... — ele desviou a atenção do ambiente, a fitando — Aquela noite, quando chegou...

— Fiz uma promessa não foi? — ele a interrompeu.

— Sim, mas... O que você disse... É realmente verdade? — Ela estava atônita.

— E por que não seria? — Ele desencostou-se da árvore, e caminhou até ela. — Vamos prosseguir Sakura, precisamos chegar antes de escurecer no próximo ponto.

Ela prontamente pôs-se de pé, e continuou seguindo-o, onde estava com a cabeça de tocar novamente naquele assunto? As palavras de Sasuke naquela noite, ainda não haviam sido digeridas, e ela sentia-se quente só de imaginar no significado explicito delas.

Sasuke atreveu-se a olhar pelo canto dos olhos a garota seguindo-o a poucos passos atrás de si. Ela tinha os olhos fixos a sua frente, mas parecia estar inquieta, suas mãos estavam firmemente fechadas, e seu rosto tenso, seus lábios estavam vermelhos, imaginava que era por morde-los tanto. E então ele olhou novamente para frente com o cenho franzido. Por que reparou nos lábios de Sakura?

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Naruto adentrou sua casa, o cheiro da comida recém pronta estava o enlouquecendo, ele abraçou sua mulher forte quando essa atravessou a cozinha em sua direção, agradecendo repetidas vezes pela refeição que ela preparou. Onde em sua vida se imaginaria casado com uma mulher dedicada, bondosa, carinhosa, romântica, companheira, e acima de tudo, uma mestre cuca.

Ele comia com sagacidade a refeição tão bem preparada. Reparando que a esposa o fitava com um sorriso tímido. Ele tomou um gole d’água.

— O que você está aprontando Hina-chan? — ele a olhou alegre.

— Nada. — sorriu. — Só que, hoje fui até o hospital e não encontrei Sakura-chan lá...

— Kakashi mandou Sasuke e Sakura a uma missão juntos. — disse matreiro. — e adivinha de quem foi a ideia?

— Na-naruto, você acha que isso fará os dois se aproximarem?

— Não acho... Tenho certeza. — ele colocou mais comida em sua boca, engolindo-a em seguida — Sasuke é cabeça dura, mas em um momento um homem e uma mulher devem unir-se, e ele a ama, lá no fundinho, mas a ama.

— Quando notou pela primeira vez?

— Eu já havia notado a muito tempo, só não aceitava. — comeu mais — Ela sempre deixou muito explicito que o amava. Mas ele, há aquele bastardo, ele deixava pequenos detalhes. Na época eu não soube absorvê-los, mas hoje em dia tenho certeza absoluta.

— Quando por exemplo? — ela estava curiosa.

— Na floresta da morte, durante o exame chunin, quando houve um grande risco, houve uma demonstração mútua de afeto. Seja logo no começo, quando ele a elogiou, como durante a prova, em que houve o ataque guiado por Orochimaru. — tomou água — mas, o que era certo, era a forma com que ele a olhava quando mais ninguém via. Em uma missão certa vez, levantei para mijar, quando voltei vi ele deitado olhando ela dormir. — ele esticou-se na cadeira acariciando a barriga redonda de tanta comida. — Bastardo de uma figa. — riu.

— Estou torcendo pela Sakura-chan. Ela merece ser feliz. — Hinata disse de forma doce recolhendo o prato de Naruto e levando até a pia.

— Hinata, o que foi fazer no hospital? — ele a olhou de costas lavando os pratos. — Está doente?

— Na- não... — o prato escorregou de sua mão, mas ela conseguiu segura-lo antes que ele se esborrachasse no chão. — Só queria falar com a Sakura.

— Ah sim... — ele conteve um arroto. — Viu a Sakura alguma outra vez essa semana?

— Sim... — Ela não virou-se, continuou a lavar. — Sakura veio na nossa casa a alguns dias.

— Por que não me contou? — Naruto se sentia inquieto.

— Ela pediu para não contar Naruto-kun.

— Sobre o que conversaram?

— É conversa de meninas Naruto... — Hinata parou de lavar e virou-se até ele.

Naruto emburrou-se, queria saber se o assunto envolvia seu amigo cabeça dura. Ele queria muito mesmo saber o que Sasuke disse a ela quando regressou.

— Ela falou do Sasuke?

— Falou. — Hinata o olhou desconfiada. — Está investigando a vida dos dois... — soltou o ar. — Meu esposo, deixe as coisas correrem naturalmente. Sei que quer ajuda-los, mas é importante que os dois se entendam sozinhos.

Naruto lembrou-se de como Sakura foi fundamental para que ele percebesse que Hinata era o grande amor de sua vida, e, queria retribuir a ajuda de alguma forma.

— Eu sei Hina, mas, por favor — ele levantou e abraçou sua cintura depositando um beijo em sua face — Conta para seu esposo o que ela falou com o Sasuke.

Hinata o olhou rubra, tentando controlar sua respiração.

— Estou grávida.

— Como é? — Naruto a soltou em um solavanco — GRÁ-VI-DA? MEU KAMI, COMO ASSIM? GRÁVIDA DE QUEM?

Hinata zangou-se.

— Como assim grávida de quem?

— NÃO ACREDITO, BASTARDO DE UMA FIGA. E COMO ELE A DEIXOU IR EM UMA MISSÃO ESTANDO GRÁVIDA, E... DELE? COMO ASSIM? KAKASHI PRECISA SABER DISSO. — Saiu correndo.

— Não, espera Naruto, você entendeu tudo errado. — tentou ir atrás do loiro, mas ele já havia desaparecido porta a fora. — Meu kami, o que fiz? — ela tocou o peito.

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Sasuke parou... Ela quase esbarrou nele, pela parada abrupta.

— Estamos sendo seguidos.

— Vamos nos dividir e ir cada um por um lado — Sakura lhe disse — assim surpreenderemos.

— Não. — Sasuke a fitou. — Minha missão é te proteger.

— Sasuke, eu sei me cuidar sozinha. — Ela sentiu-se subestimada.

— Vamos continuar e deixar que eles nos alcancem, não podemos perder tempo em uma batalha.

— Um pequeno atraso não terá diferença.

— Há um barco nos esperando no porto. Passaremos a noite nele na travessia, se o perdermos, iremos nos atrasar um dia. — e voltou a seguir pelo caminho.

Sakura mesmo querendo acabar com seus seguidores, teve que concordar, não poderia dar-se ao luxo de um atraso tão grande. Seguiu Sasuke, que havia aumentado a velocidade. Mesmo assim, sentia-se ultrajada por Sasuke, como ele podia duvidar de suas capacidades em luta, ela poderia muito bem se virar sozinha.

Ainda correndo, Sakura lembrou-se da despedida de Sasuke nas portas da vila, de seu gesto. Aquilo era o equivalente a um beijo? Não. Era mais. Aquilo era o equivalente ao amor. Tivera muito tempo para ponderar. Para saber que Sasuke nutria algo por si. Para lhe dar mais força ao seu sentimento. Mesmo que ele parecesse bruto ao duvidar dela, ainda sim era num intuito de proteção.

Seu coração ferveu. E ela se sentia uma menininha novamente.

Ela queria beija-lo, abraça-lo bem forte, e nunca mais o deixar partir.

Mas então sua mente entrou na jogada, e sua razão a pôs de volta com os pés no chão. E ela entendeu que ele nunca ficaria por muito tempo em lugar algum. Ele era um viajante. Sua alma era livre. Desprendida. E ela não era mais uma menina, tinha quase vinte e dois anos, seu relógio biológico despertava de tempos em tempos para a necessidade de construir uma família.

Naruto casou-se bem, e, agora Hinata esperava um bebê. Haviam se encontrado algumas vezes durante aqueles últimos dias, o resultado, ela fez questão de entregar as mãos de Hinata em sua casa. E conversarem sobre como ela contaria a Naruto. A garota dos olhos perolados estava realmente nervosa com a situação.

Ela estava feliz por Hinata, sabia o quanto Naruto ficaria feliz com a noticia, e como ele seria um bom pai. Mesmo sendo desastroso como era, Naruto era um ótimo amigo, e tinha uma índole invejável, saberia aconselhar e educar seu filho como ninguém. Ele seria o pai que não teve a honra de crescer junto. Sabia.

Sasuke a tirou de seus devaneios. Quando quase pisou em falso. Cometendo um leve desequilíbrio. Mal sabia ela, que isso se devia pela atenção excessiva que ele vinha dando as expressões faciais de sua colega.

Sasuke se recompôs, tentando decifrar o que era aquele sorriso disfarçado que dançava nos lábios de Sakura. Tentando entender aquele olhar furtivo que ela apresentava em certos momentos, e a firmeza em suas mãos. Em um leve descuido. Ele foi pego. Seu olhar colidiu com o dela. Ele desviou rápido mas não foi o suficiente.

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Naruto não podia acreditar naquilo. Então foi isso que Sasuke foi fazer antes de falar com Kakashi, e por isso Sakura não contou para ele, mas sim para a sua esposa, além do sorrisinho matreiro na face de Sasuke quando ele perguntou. Maldito. Ele queria matar Sasuke com suas próprias mãos. Como pôde?

E como Sakura havia sido capaz de fazer isso também. Como poderia encarar sua amiga novamente agora... Sabendo que Sasuke a... penetrou? Ele bateu a mão contra a cabeça ao imaginar tal cena. Ele sabia que isso um dia aconteceria, mas... tão rápido assim?

Abriu a porta do gabinete do Hokage, acordando seu sensei no berro.

— KAKASHI TEMOS QUE CANCELAR A MISSÃO.

— Mas que merda Naruto. O que foi isso agora? — Kakashi se recompunha.

— É O SASUKE AQUELE BASTARDO.

Kakashi se pôs de pé, sabia lá no fundo que não era uma boa ideia deixar sua amada pupila nas mãos de Sasuke.

— A SAKURA-CHAN TÁ GRÁVIDA.

Kakashi engasgou com a própria saliva. Perdendo o ar na tosse.

— Como é?

— O SASUKE E A SAKURA-CHAN, ELES. ELES. ELES FIZERAM SEXO. E A SAKURA-CHAN CONTOU PARA A HINATA QUE ESTAVA GRÁVIDA.

— Como isso é possível? — Kakashi botou a mão na cabeça. — Isso não é nada bom...

— CLARO QUE NÃO É NADA BOM!

— Tem alguma ideia da quantidade de chakra que uma criança Uchiha consome da mãe? Se a Sakura for imprudente na missão ela pode estar botando sua vida em risco.

— O que faremos Kakashi?

— É tarde demais para mandar alguém alcança-los. Mandarei uma mensagem para Hugakui.

Ele abriu o bilhete, e escreveu a mensagem, colocando no calcanhar da águia e a enviando.

Kakashi fitou Naruto revoltado. Onde ele poderia acreditar que algo como aquilo poderia acontecer?