Pestinhas a Bordo escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 6
Um quarto para as Pestinhas


Notas iniciais do capítulo

Cheguei, gentarada! E no dia certinho :D Estou conseguindo ser pontual pela primeira vez na vida, palmas pra mim! *clap, clap, clap*
Enfim, esse capítulo é meio que encheção de linguiça, mas é só porque ele não tem um impacto muito grande na história. Mesmo assim, eu adorei escrevê-lo e espero que gostem de lê-lo.
Antes que eu me esqueça, vamos aos agradecimentos da vez: Obrigada ao MonkeyDJunior, à Isabella Caregnato Black e à Linachan (adorei seu avatar, fofa :3) pelas favoritações.


Agora, sim! Aproveitem e boa leitura ^-^



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— QUEREMOS UM QUARTO SÓ PRA NÓS!!

Foi com aquela exclamação que uma das festas costumeiras dos Mugiwara se interrompeu. Todos os adultos da tripulação pararam o que estavam fazendo, fosse apenas conversar ou enfiar palitinhos no nariz, e viraram-se para as duas pequenas do navio, surpresos em vê-las ali.

Já eram altas horas da noite, Luna e Ohana já haviam sido colocadas na cama tinha tempos e deveriam estar dormindo a essa hora. Mas ambas as meninas estavam ali, no convés do Sunny, com os bracinhos cruzados, as carinhas emburradas e parecendo bem dispostas.

Nenhum dos adultos entendeu nada, lógico.

— Um quarto? - Luffy foi o primeiro a questionar, coçando a cabeça.

— Luna, que história é essa? - Nami perguntou para a filha. - E o que você está fazendo fora da cama?

— Eu acordei e não consegui mais dormir, então fui pro quarto da Ohana. - A ruivinha respondeu, mas sem desfazer a cara emburrada.

— Nós sentamos na cama e ficamos conversando. - Ohana estava séria (tanto quanto era possível para uma menininha fofa), parecendo até uma advogada que iria defender um caso. - Eu já tenho cinco anos e a Luna, três. Não somos mais bebês que precisam dormir junto dos pais. Por isso queremos dividir um quarto só nosso.

— Tá, tá, essa parte já ficou bem clara. - Franky desconversou sorrindo debochado para Ohana, que inflou as bochechas, perdendo sua pose. - Mas vocês, espertinhas, fazem alguma ideia de onde pode ser esse quarto? - A pergunta era valida, afinal eles estavam em um navio, não dava pra construir um quarto a mais do nada.

— No quarto da mamãe e do papai. - Ohana sorriu por suas ideias. - O quarto é grande pra duas camas e como eu sou a única que dorme lá normalmente, não vai mudar nada.

Zoro abriu a boca para retrucar, mas não teve peito sequer para mandar a menina se calar. Ela estava certa no fim das contas. Robin não dormia, a não ser umas rápidas sonecas que poderia tirar em qualquer lugar. E ele sempre usava a noite para fazer seus exercícios, ficando de vigia ou não; depois repunha tudo durante o dia. Na verdade, acho que eles só tinham usado aquele quarto mesmo para fazer a própria Ohana.

— Ela tem razão. - Usopp, que estava calado até então, se intrometeu. - Luna e Ohana precisam de um quarto infantil, com coisas de criança e camas só delas. Uma criança sem seu próprio quarto para fazer bagunça e ficar responsável pela limpeza dessa, não teve infância!

— Até que seria bom elas terem um canto próprio para fazer bagunça. - Sanji comentou. Quem sabe assim as badernagens daquelas duas, que aconteciam por todo o Sunny, diminuiriam um pouco.

— Eu também não vejo problema. - Robin sorriu.

— AU! Então muito bem, baixinhas, amanhã veremos como transformar aquele quarto! - Franky já estava ficando animado, imaginando as modificações que faria.

Luna e Ohana sorriram uma para a outra, antes de também começarem a comemorar. Tinha sido mais fácil do que elas pensaram.

— Espera, espera aí! - Nami interrompeu aquela festa toda. - Gente... Vocês estão falando sério? - Questionou para os companheiros.

— E por que não, Nami? - Luffy quis saber.

— Bem, é que... É... - Ela não soube o que responder.

A verdade é que a navegadora nunca tinha pensado em Luna deixar o meio da cama com ela e Luffy. Quando era pequena, Bellemere não tinha dinheiro para comprar três camas, então elas mais Nojiko dividiam a mesma cama de casal. Sempre foi assim. Por oito anos, sempre fora assim.

A ideia de sua menininha, aquele pequeno bebezinho que até ontem nem andava sem ajuda, já indo dormir sozinha (coisa que ela só fez depois dos oito anos), havia lhe pego de surpresa.

— Mama. - Luna tirou-a de seus pensamentos. E substituindo a carinha emburrada por seu sorriso caracteristico, argumentou: - Vai ser melhor. Meu irmãozinho vai ter mais espaço.

Nami instintivamente baixou o olhar para seu ventre, pousando a mão na elevação que já começava a se formar ali. Realmente, dentro de cinco meses eles teriam mais um tripulante no Sunny e o bebê deveria ficar no mesmo quarto que os pais. Levando em conta que a habitação era de um tamanho normal e que somente com Luffy e Luna a navegadora já ficava estressada, com mais um bebê ela certamente enlouqueceria.

— Tá, vocês venceram. - Ela suspirou, sorrindo minimamente quando as duas meninas voltaram a comemorar.

— Aleluia!! - Chopper exclamou de repente, atraindo a atenção para si. Ele parecia realmente aliviado. - Vou poder usar a enfermaria normalmente! Chega de esperar porque o casal está se agarrando lá dentro!

A face de Nami virou um pimentão ao ouvir aquilo e até mesmo Luffy coçou a bochecha que estava levemente rubra, encabulado.

— Na enfermaria também? - Indagou Brook. - Achei que fosse só no banheiro.

— Isso não é nada. Se eu não tivesse entrado na cozinha aquela hora, eles teriam feito em cima da mesa. - A expressão de Sanji para com aquela lembrança era indecifrável.

— TÁ BEM, JÁ CHEGA!! - Nami estava realmente furiosa, pra não falar envergonhada. Ora, ela era uma mulher com necessidades! Que culpa tinha se eles estavam no meio do oceano e sem uma cama livre?

— O que a mama e o papa iam fazer? - Luna indagou em toda a inocência de seus três aninhos.

Franky e Brook até abriram as bocas para responder a menina, mas o olhar rígido de Nami deixou bem claro que não deveriam fazer aquilo. E como não eram masoquistas nem nada parecido, ambos deixaram quieto.

— Muito bem, já ficou decidido que vocês terão o quarto, mas não podemos fazer nada agora. - Robin se pronunciou.

— E como já está tarde, - Nami continuou, entendendo onde a amiga queria chegar. - vocês precisam voltar pra cama.

— Tá. - Luna e Ohana concordaram ao mesmo tempo.

— Papa, me põe na cama? - A pequena ruiva pediu, esticando os bracinhos. Luffy apenas riu do modo manhoso da menina e a pegou no colo, rumando para a parte inferior do navio.

Ohana ficou olhando a cena, desviando minimamente os olhos para seu pai.

— O que foi? - Zoro questionou ao perceber que ela o encarava. - Vai me dizer que também quer colo para ir pra cama?

A menina amarrou a cara, fazendo uma expressão completamente "Zoro". E orgulhosa como o pai, respondeu cruzando os braços um:

— Até parece. - Antes de rumar sozinha para o interior do Sunny.

A festa durou mais algumas horas, até que os próprios adultos se cansaram e foram dormir. Mas nem por isso eles acordaram tarde. Ah, não, Robin fez o favor de chamar a todos quando estavam próximos da próxima ilha em que iriam atracar.

E agora eles se encontravam na cozinha, para o café da manhã.

— Sanji-kun! Prepara mais um pra mim, por favor? - Nami pediu, estendendo seu prato que foi prontamente pego pelo cozinheiro.

— Nami, vai com calma aí. - Luffy advertiu. Aquele já seria o oitavo prato da ruiva.

Ela o encarou brava.

— E você é quem pra falar de mim?! Além de comer muito mais do que eu, foi você que me botou nessa situação!! - Apontou para a própria barriga. - Você não tem o direito de reclamar!

— Não estou reclamando. - O moreno defendeu-se - É só que, depois, você fica me perguntando se está gorda.

— Você tá me chamando de gorda?! - Agora os olhos de Nami faiscavam.

— Não! Quer dizer, você vai ficar, mas...

— O QUE?!

— Vai ser só por causa da gravidez!!! - Luffy se encolheu todo, pronto para aguentar mais um ataque de fúria da ruiva.

Querem uma sinceridade, caros leitores? Luffy amava sua esposa, amava seus filhos (tanto Luna quanto o que ainda estava sendo gerado) e não se arrependia em nenhum momento das escolhas que tinha feito para formar aquela família, mas jurava de pés juntos que, se Nami lhe aparecesse gravida de novo algum dia, ele teria um enfarto.

Enquanto Luffy tentava escapar da fúria da navegadora, com os outros tripulantes apenas apreciando o "show", Luna e Ohana estavam com Franky em sua oficina, planejando os detalhes para o quarto.

— Entendeu, tio Franky? O quarto precisa ser bem colorido, como um arco-íris! - A mais nova das meninas repetia.

— E eu quero uma prateleira para os meus livros. - Ohana fazia questão de frisar esse ponto. - Ou então um baú bem grandão.

— E eu quero um monte de cordas penduradas no teto pra eu me balançar!

Franky revirou os olhos com aquele último pedido, não era à toa que Luna era considerada uma macaquinha. Bom, mas talvez fosse melhor acatar o pedido. Era mais seguro ela se pendurar em cordas baixas e que seriam feitas para isso, do que se empoleirar nas cordas das velas e quase matar a todos do coração.

— Certo! - Franky levantou a folha que continha tanto os quereres das meninas quanto as modificações que faria para o quarto ficar mais confortável. - O resto é comigo. Eu vou sair para comprar as coisas e vocês estarão proibidas de vir para a parte inferior até eu acabar.

— Ehh?? - As duas pequenas exclamaram, não contando com aquilo. Mas mesmo as carinhas tristes e os bicos não fizeram efeito no ciborgue, que apenas saiu de lá rindo delas e sem mudar sua ordem.

—8-8-8-8-8-8-8-

O dia passara rápido. Tão rápido quanto um jato, um foguete ou o super-man! Tão rápido que ninguém o percebeu.

... Tá, só que não!

Imagine, caro leitor, que você é uma criança de três com hiperatividade e desobediência herdada, e que logo a baixo de seus pés está sendo feito algo lindo e personalizado especialmente para você e sua melhor amiga.

Me diga agora, caro leitor, você aguentaria ficar quieto e longe dessa coisa até ela estar pronta como lhe mandaram?

Pois é, Luna também não.

— Mas eu quero ver!! Me solta, tia Robin!

A pequena Monkey resmungava, sendo impedida de adentrar a parte interior do Sunny graças à duas mão que Robin fez surgir para segurá-la. A morena era a única no navio naquele momento, tirando as duas meninas e Franky.

— Por favor, kaa-san, só uma espiadinha. - Ohana também pediu, desistindo de tentar se distrair com um livro qualquer.

Robin somente deu seu sorriso misterioso, coisa que Ohana já bem sabia (era uma das poucas que sabia, aliás.), significava o oposto do que ela realmente queria. Encurtando: a resposta era não.

— Tenham calma, vocês duas. - A arqueóloga pediu (Estava mais para ordem disfarçada de conselho.) - Tenho certeza que já, já o Engenheiro-kun vai passar por aquele alçapão dizendo-

— TÁ SUUUUPER PRONTO!! - O grito ecoou pelo navio todo. - Luna e Ohana abriram os maiores sorrisos ao reconhecerem a voz de Franky. - Oe, baixinhas, podem vir!! - Ele gritou chamando as duas, que não se fizeram de acanhadas e foram logo descendo para o novo quarto.

Robin, que mesmo não demonstrando também estava anciosa com os resultados daquilo tudo, as acompanhou.

Mas ao chegarem no fim do lance de escadas, o que viram foi... nada. Não literalmente o nada, mas naquele breu era impossível distinguir alguma coisa. Por algum motivo, todas as portas que haviam ali estavam fechadas, impedindo que qualquer luz solar entrasse.

— Ano... Tio Franky? - Luna chamou baixinho, não gostando nada daquela escuridão e por isso ficou o mais próximo possível de Ohana e Robin. Era só uma menininha, oras! Nessa idade, medo de escuro é quase natural.

Repentinamente três feicheis de luz, surgidos de sabe-se lá Deus onde, iluminaram exatamente em cima de certo ciborgue, que do nada começou sua dança característica e pervertida.

— Arqueólogas e baixinhas. AU! - Pausa pra uma pose. - Eu tenho o orgulho de apresentar. - Mais uma pose. - Pela primeira vez na história do Sunny e do mundo. - E mais uma. - O quarto feito especialmente para as pestinhas mais queridas desses mares! SUUUPER!! - E finalmente a famosa estrela do super Franky.

Luna ria pela cena, nem parecia que estava com medo um minuto atrás. Ohana apenas encarava a pose do tio, negando com a cabeça; ela nunca entenderia as manias dele. Já Robin, como sempre, apenas sorria.

— Prontas para verem o quarto, bananas nanicas?

— Sim! - Luna exclamou, sem se importar com o apelido.

— Eu também, mas não sou nanica. - Foi a resposta de Ohana.

Franky não esperou mais um segundo (até porque parecia que, se o fizesse, Luna se jogaria contra a porta) e puxou uma alavanca que ninguém havia notado até agora. E a porta do quarto de repente se abriu. Mas não do jeito normal, e sim como se fosse a ponte levadiça de um castelo! Só essa primeira surpresa já deixou as meninas de queixo caído.

Elas não esperaram mais. Atravessaram a ponte (que realmente era uma ponte porque havia o desenho de um riozinho logo abaixo!) E entraram no mundo dos sonhos de toda a menina.

Como foi pedido, as paredes eram de todas as cores misturadas, como se várias latas de tinta tivessem sido jogadas ali. O chão continuava sendo de madeira, mas haviam vários tapetes coloridos, listrados e com bolinhas enfeitando-o. Armários enormes em cada lado do quarto, um azul e o outro verde. Tinha uma cama em cada extremidade do quarto e cada qual tinha um detalhe... peculiar: a de cobertores verdes com pássaros desenhados, era envolta por uma variedade de prateleiras; e a outra de cobertores vermelhos e amarelos, tinha várias cordas penduradas sobre ela e à sua volta.

Era o quarto perfeito!

— Wáh! - Ambas exclamaram ao mesmo tempo. Os olhos de Ohana cintilavam para os livros nas prateleiras, enquanto os de Luna corriam pelas cordas.

— E então, ficou como vocês queriam? - Franky perguntou só para ter absoluta certeza.

— Muito!

— Muito obrigada, tio Franky. - Ohana agradeceu.

— É, obrigada! - Luna também agradeceu, porém, em um ato inesperado, agarrou a perna do tio em um abraço, sorrindo para ele.

Frannão conseguiu segurar um sorriso abobado. De todos os pagamentos que já tinha ganho em sua vida (que não foram muitos, né?), os sorrisos de Luna e Ohana eram os melhores. Aquelas duas pestinhas conseguiam mesmo derreter o coração de qualquer um.

— Mas... - Opa! "Mas"?! - Hmm... - Luna olhou em volta, soltando a perna do tio. - Acho que tá faltando alguma coisa.

— O que?! - O ciborgue questionou. Robin mirou a menina, também queria saber. E até Ohana saiu do transe das prateleiras para saber que raio de coisa faltava.

Luna botou as mãos nos quadris e girou a cabeça várias vezes nos noventa graus que seus genes humanos lhe permitiam. Até pousar os olhos em uma lata de tinta esquecida ali.

— Ah, é, eu acabei que não usei marrom então deixei aí. - Franky explicou, ao ver que os olhos da menina se fixaram na lata.

Sem dizer nada, dando apenas um sorrisinho travesso, Luna abriu a lata de tinta e mergulhou as duas mãos lá dentro! Simples assim, sem mais nem menos.

— Luna, o que você está fazendo? - Ohana se atreveu a perguntar.

A ruivinha, porém, não respondeu. Com as mãos pingando de tinta (Que se danassem os tapetes!), ela chegou ao lado de sua cama e meteu as palmas na parede. Para finalizar, Luna escreveu seu nome, com uma letra tremida e praticamente ilegível, além do L estar ao contrário. Era assim a sua eterna marca deixada no Sunny.

A pequena virou-se para os tios e a amiga, dando uma gostosa gargalhada por sua ideia.

— Ficou bom. - Robin sorriu.

— Agora está pronto? - Questionou Franky.

— Ainda não. - Surpreendentemente, quem respondeu foi Ohana.

Fazendo o mesmo caminho que Luna, a Roronoa mergulhou uma mão na lata de tinta e foi até sua cama. Do lado dessa, deixou a marca de sua mão, assim como seu nome, escrito de modo um pouco mais caprichado que o da ruivinha.

Ambas as meninas se encararam depois disso, rindo uma para a outra. E Robin e Franky só podiam sorrir diante a felicidade das duas.

Luna e Ohana finalmente tinham seu espaço, seu lugar no Thousand Sunny. E aquelas marcas sempre estariam ali para comprovar, para qualquer um que quisesse ver, que mesmo sendo crianças, meninas e filhas do verdadeiro bando, ela também eram parte da tripulação dos chapéus de palha.


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Notas finais do capítulo

Nesse capítulo eu estou precisando saber: Chato? Deu pro gasto? Bom? Ótimo? Por favor, me digam. Tentei usar um novo modo para escrever e não tenho certeza se ficou bom.


Até semana que vem, gente ^-^