Pestinhas a Bordo escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 2
Por favor, Pare de Chorar!


Notas iniciais do capítulo

Ohayo, minna!!
Como prometido, um capítulo por semana! Esse é bem bobinho, mas eu amei escrevê-lo *-*
Eu fiquei tão feliz com os comentários do último capítulo, obrigada de verdade, pessoal!


E é isso! Obrigada pela atenção e boa leitura ^^



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Já estavam para se completar três semanas desde que a família dos Chapéus de Palha crescera mais um pouco. E na metade desse tempo, também se completavam os dias em que o Thousand Sunny passou apenas no mar, sem atracar em nenhuma ilha.

Era por isso que, mesmo sendo cedo, Zoro, Luffy, Franky, Sanji e Chopper já se preparavam para deixar o navio. Eles precisavam urgentemente de suprimentos, principalmente agora que tinham mais uma boca pra alimentar.

— Oe, Nami, tem certeza de que ficarão bem sozinhas? – Luffy perguntou, um pouco temeroso. Não que não confiasse ou não soubesse a força de sua amada navegadora, mas essa seria a primeira vez que sairia de perto delas desde que Luna nascera.

Sim, primeira, pois da última vez que atracaram ele se recusou a ir a qualquer lugar sem elas e seguiu a esposa e a filha onde quer que elas fossem.

— Pela vigésima vez só nesse último minuto: Sim! – Nami não aguentava mais repetir.

Ela amava seu capitão e admitia que no início, tinha achado aquela preocupação e cuidado dele bem fofa, mas experimente ter um Luffy grudado em você vinte e quatro horas por dia sete dias por semana. Ela não aguentava mais! Por isso tinha se emprenhado tanto em rumar para aquela ilha e, no caminho, tratar de convencer Luffy a acompanhar os outros na busca de suprimentos enquanto ela ficava com Luna no navio. Nem mesmo a vontade de ficar perto delas podia ser maior que o espírito agitado e aventureiro do capitão.

Vendo o biquinho magoado de Luffy por seu tom de voz, suspirou, se acalmando.

— Escute, não tem nada com o que se preocupar. Eu e Luna nem ficaremos sozinhas. Robin e Ohana também estão aqui, sem falar do Usopp e do Brook.

— Mas você tem certeza mesmo, absoluta? – o moreno questionou novamente, fazendo Nami esquecer-se de sua calma anterior e já preparando o punho para soca-lo.

Foi quando Zoro interrompeu.

— Não esquenta essa cabeça, elas não vão nem sair do navio. E mesmo que fossem, a bruxa aqui sabe se se virar muito bem. – Recebeu um olhar enraivecido da navegadora pelo comentário, mas apenas ignorou-o e continuou. – Com a pirralha você também não precisa se preocupar. Se alguém tenta mexer com o filhote, a mãe vira uma fera pior que as maiores bestas.

— Sério? – Luffy pareceu impressionado. Meneou mais uns segundos até que, por fim, concordou.

— Ótimo. Então vamos logo que os outros já saíram. – Declarou Zoro, puxando seu capitão pela gola do sobretudo antes que ele mudasse de ideia.

— Não vão se meter em encrencas! – Nami alertou (mesmo sabendo que eles arranjariam encrencas até se não quisessem) enquanto os perdia de vista entre as pessoas do porto.

— Dê um beijo na Luna por mim quando ela acordar! – Ouviu o último pedido de Luffy.

— Darei!

A navegadora soltou um suspiro e ficou a mirar o nada por uns instantes até que decidiu voltar para dentro do Sunny. Havia uma certa baixinha lá que deveria acordar em breve.

—*-*-*-*-

De fato, Luna não demorou muito para acordar. Devia fazer uma hora que os outros saíram quando, do convés, conversando com Robin, Nami ouviu o chorinho de sua filha lhe chamando.

— Eu já volto, e com companhia. – declarou dando uma piscadinha para Ohana, que abriu um enorme sorriso.

— Eba! Luna! – a pequena Roronoa comemorou, e ia seguir a tia, mas Robin a segurou antes que o fizesse.

Nami chegou ao quarto que dividia com Luffy e foi direto para o bercinho ao lado da cama de casal. Assim que a pequena bebê a viu, sessou o choro e sorriu, esticando os bracinhos na direção da mãe.

— Bom dia, meu anjo. – A navegadora sorriu de volta antes de pega-la no colo e fazer um leve carinho nos fios de cabelo alaranjados. Sentiu um cheirinho desagradável no ar e nem se atreveu a aproximar-se mais da filha para checar, só podia ser uma coisa. – Vamos trocar essa frauda?

O sorriso de Luna prevaleceu enquanto a mãe a deitava na trocadeira. Porém, o tempo foi passando e enquanto ajeitava uma frauda limpa na menina, Nami reparou que o sorriso dela diminuía aos poucos.

— Heim? O que foi Luna? – Perguntou, vendo que a pequena começava a entortar a cara, como se fosse chorar. E, de fato, chorou. – Oe, calma! – A navegadora se espantou com aquele ataque repentino.

Tudo bem que Luna estava longe de ser uma criança calma, mas isso era porque ela ria demais, sorria demais; só chorava mesmo quando queria algo. E era isso que estava inquietando a ruiva: o que sua miniatura (como dizia Luffy) poderia querer?

— Já sei! Está com fome, não é? – Nami revirou os olhos. Como podia ter se esquecido de alimentar a menina?

Mas, acreditem se quiser, isso não adiantou. Nami deu leite, bateu nas costas da pequena para fazê-la arrotar, checou mais uma vez a frauda e nada parecia estar faltando ou fora do lugar. Então porque Luna não parava de chorar?

— Hmm... Será que a tia Robin sabe o que você quer? – Falou mais uma vez com a menina. Sabia que ela não entenderia e muito menos responderia, mas... Nami conversava com suas laranjas, então conversar com um bebê nem era tão estranho assim.

Saiu do quarto e voltou para o convés, onde Robin e Ohana ainda as esperavam. Tanto mãe quanto filha ficaram surpresas ao verem Luna chorando tão compulsivamente, ainda por cima nos braços da mãe.

— O que aconteceu, Nami?

— Esperava que você pudesse me ajudar a descobrir. – Nami suspirou, engolindo um pedaço de seu orgulho ao dizer aquilo. Tudo bem que a amiga sempre lhe dera apoio e dizia que, se precisasse de ajuda, era só chama-la; mas a ruiva teimosa queria se tornar uma boa mãe por si própria e já admitira isso na cara de Robin várias vezes. – Eu não sei o que ela tem, mas ela não para de chorar.

— Já a trocou? – a morena perguntou, botando a mão no queixo de forma pensativa; recebeu um aceno de Nami em confirmação. – Deu comida? – Outro aceno. – A fez arrotar? – E mais um aceno. – Hm... então isso realmente é estranho.

— Ela pode estar intendada!

— É entediada, Ohana – Robin corrigiu a filha. – Mas é uma possibilidade.

— Deixa eu vê ela, tia – Ohana pediu e Nami abaixou-se, até deixar Luna na altura da menina. A bebezinha sessou o choro por um instante ao mirar a Roronoa. – Oi, Luna! Não pecisa chorar.

Com essa fala, Luna fungou e finalmente se aquietou. Tanto Robin quanto Nami suspiraram, aliviadas.

— Parece que não era nada no fim das contas – deduziu a ruiva.

— Eu não contaria com isso, Nami – Robin falou meio incerta. Nami nem ia ligar, pois pensou que era apenas um dos pessimismos da amiga, mas logo ouviu Luna resmungar de novo.

— Ei... Ei, Luna! Não chora. – Ohana tentou dizer mais uma vez, mas já era tarde. A pequena ruiva abriu o maior berreiro. – Oe, Lu... – A Roronoa não conseguiu completar. Seus olhos encheram de lágrimas também e, antes que qualquer uma das mães percebesse, Ohana tinha se juntado ao choro.

Ótimo, agora eram duas crianças chorando!

— Shhh, pronto, pronto. – Robin se apressou em pegar a filha no colo, passando uma mão com carinho em suas costas para acalma-la. Ohana agarrou-se em seu pescoço e debulhou-se em lágrimas ali.

— Me desculpe por isso – Pediu Nami, enquanto tentava novamente acalmar a filha.

— Oe, mas que choradeira é essa? Alguém se machucou? – Usopp apareceu no convés, procurando com os olhos a origem daquele irritante barulho. Assim que avistou o narigudo, uma ideia surgiu na mente de Nami.

— Ah, Usopp! – ela chamou, indo até ele. – Pode contar uma de suas lorotas para a Luna?

— Lorotas? – Usopp cruzou os braços, fingindo-se de ofendido. – Que ultraje! Calúnia! Pois fique você sabendo que minhas histórias são cem por cento verídicas, e...

— Tá, tá, tanto faz. – A ruiva fez pouco caso. – Só conta uma história pra vez se ela se acalma. – E passou a filha para os braços do companheiro.

Assim que se viu nos braços do tio de consideração (um dos seis que possuía), Luna novamente sessou o choro e ficou a mirá-lo.

— Muito bem, por qual eu começo? – o moreno perguntou-se, já ficando empolgado. Luna era uma das poucas pessoas na tripulação que parecia gostar de suas aventuras inventadas (mesmo havendo tantas verídicas para contar). – Ah! Já te contei da vez em que eu naveguei pelo temido mar de monstros? Pois é, eu tive que comandar o navio nesse dia, porque o seu pai...

E a história não durou mais nem um segundo, pois Luna recomeçou sua sessão de choro. Nami tomou a filha nos braços e mais uma vez tentou acalmá-la; não sem antes dar um belo cascudo em Usopp, que saiu dali praguejando contra a navegadora.

— Mas o que é que você tem, Luna? – questionou para a menina. Não sabia mais o que fazer.

— Yohohoho! O que é isso? O que é isso? Eu estou ouvindo um choro? – Brook apareceu no convés, pelo mesmo motivo que Usopp: Descobrir a origem do barulho. Ele se aproximou de Nami e ao ver que o choro vinha de Luna, perguntou: - Por que nossa futura portadora de belas calcinhas está tão triste?

Uma veia saltou na testa da ruiva. Ela sabia que aquilo, vindo do músico do navio, poderia ser considerado um elogio, então tratou de respirar fundo antes que o socasse.

— Eu também não sei, ela não para de chorar. Brook, será que você podia...

— Não há sequer necessidade de pedir, Nami-sam! – O esqueleto interrompeu, já sacando seu violino.

Uma melodia gostosa e alegre começou a sair do instrumento. Apesar do tom harmonioso, Nami não se surpreenderia se Luna continuasse a chorar, afinal havia um esqueleto tocando violino na frente dela. Mas não... ela até chegou a sorrir. Sorrir!

“E depois é comigo que ela se parece, heim, Luffy?”— Pensou a navegadora.

No começo, a pequena ruiva escutava a música atentamente, sorrindo para o músico, mas, quanto mais a melodia tocava, mais a expressão chorosa de Luna voltava. Até que por fim, a música acabou.

— E então? O que achou, Luna-chan?

— BUÁÁÁÁÁ!!

É, essa não era bem a resposta que Brook esperava. O choque foi tão forte que o esqueleto se retirou do convés parecendo um zumbi, pelo modo que se arrastava. Mas Nami não teve como se preocupar com o estado do companheiro no momento.

— Ora, Luna, mas o que é que você quer?! – ela questionou talvez alto o bastante para o navio inteiro ouvir. Amava sua filha, de verdade, mas aquilo já estava passando dos limites. Duas perguntas rondavam a mente da ruiva: “O que ela queria?” e “Será que isso vai durar o dia inteiro?”. Ahh, Deus, que isso não acontecesse. – POR FAVOR, PARE DE CHORAR!!

*-*-*-*-*-*-*-*-*

Já era de tarde e o sol se punha no horizonte quando todos os outros tripulantes do Sunny retornaram. Sanji correu para a cozinha guardar as carnes e outros mantimentos que comprara; Chopper foi á enfermaria guardar seus frascos; e Zoro e Luffy foram atrás de suas respectivas esposas e filhas. Até aí, nada fora do normal. Exceto que... onde estavam todos? Não havia ninguém na parte superior do navio, nem mesmo Usopp e Brook estavam lá.

— OE!! NAMI, ALGUÉM!

— Não precisa gritar, seu idiota – Zoro praguejou. – Elas devem estar lá embaixo.

— Ah, é mesmo. – E sem esperar pelo companheiro, Luffy correu escadas a baixo.

Porém, quando chegou à parte inferior do navio, estancou. Os olhos se arregalaram ao captar o som estridente que vinha dali.

Um som que ele reconheceria sempre.

Luffy serrou os punhos, deixando os dedos brancos de tanta força. Seus olhos se estreitaram e tão pouco só faltava rosnar. Seu sangue fervia, tanto pela raiva quanto pelo gear second. Sua expressão era terrivelmente feroz.

Quem era? Quem estava fazendo sua filha chorar?!

— QUEM É O DESGRAÇADO?!

E POON!, mais uma porta quebrada. A de seu quarto, ainda por cima. Mas Luffy não queria saber disso. Tudo o que tinha em mente era arrebentar quem quer que fosse o culpado pelo choro de Luna.

Mas ao adentrar o cômodo, tudo o que viu foi Nami, sentada na cama, com Luna no colo e Robin e Ohana ao lado.

— De novo a porta, Luffy? Jura?? – a ruiva questionou, sentindo-se cansada demais para dar uma bronca mais elaborada no marido. E como não foi “acalmado” por um soco de sua navegadora, o capitão continuou agitado.

— O que a Luna tem?! – Questionou ele, exasperado. – É pesadelo? Fome?? Febre?! COCÔ?!

— Eu não sei!! – Nami respondeu, tentando sobrepor-se à algazarram do moreno. – Já tentei de tudo, mas desde que acordou, ela não para de chorar. – E suspirou, evidentemente derrotada. – Será que você pode tentar alguma coisa?

— Claro! – Luffy se empolgou. Debruçou-se sobre o colo da ruiva, fazendo a filha parar de chorar assim que o viu. Mas Nami não ficou tão esperançosa, foi assim com todos. – Oe, Luna, olha só. Papai sabe fazer uma careta engraçada! - O homem de borracha fez sua clássica brincadeira, esticando os lados da boca com o poder de sua gomu gomu no mi.

— Idiota! – repreendeu. – Acha que isso vai funcionar? Vai fazê-la chorar ainda...

Um som interrompeu. O som que ela esperou ouvir o dia inteiro. Luna estava rindo. Nami ficou estática; mesmo olhando para a filha, não conseguia acreditar que ela tinha gostado de uma palhaçada tão simples.

— Isso, isso! É esse sorriso que eu gosto de ver! – Luffy riu junto com a filha, pegando-a do colo de Nami para abraça-la como se fosse uma boneca.

— Fufufu. – Robin riu baixinho, aproveitando que Zoro distraía Ohana para se concentrar na crise da amiga. – E o placar está: Papai I X Mamãe 0.

Com aquela brincadeira da amiga, Nami enfim se recuperou do choque. Encarou a arqueóloga, mas logo voltou-se para Luffy (que ainda ria com a filha nos braços) e entortou a cara.

— Não enche. – Foi tudo que a ruiva respondeu, antes de levantar-se e sair do quarto – pela porta arrebentada, teria de pedir a Frank para arrumar depois.

Robin apenas sorriu, observando Ohana sorrir no colo de Zoro e depois Luffy e Luna na mesma situação. Muitos poderiam achar que Luna só estava fazendo manha mesmo, outros que ela simplesmente queria alguém para brincar, mas Robin sabia que era mais simples do que isso.

Realmente, saudades do pai deve ser motivo o suficiente para fazer um bebê chorar.


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Notas finais do capítulo

Sei que foi só um Extra, mas eu amei escrever esse capitulo!!