Pestinhas a Bordo escrita por Fujisaki D Nina


Capítulo 19
Reunião de Família em Sabaody


Notas iniciais do capítulo

CHEGUEI, TÔ AQUI, NINGUÉM SAI!!
Olá povinho lindo do meu core!! ♥ Como vão vocês, minna?? Cheguei com um capítulo novinho saído agora do forno (agorinha mesmo, acabei de dar o ponto final no Word)!

Para alguns, eu tinha falado que esse cap. talvez sairia mais cedo, mas infelizmente não deu. Porque eu pensei que esse cap . seria mais fácil de escrever, mas não foi. E porque eu pensei que não iria viajar nas férias, mas fui. Enfim, o importante é que tá aqui o cap. novo.

Mas agora, um assunto mais importante: DEZ COMENTÁRIOS NO ÚLTIMO CAPÍTULO!!! *O* ♥ Eu amo vocês, gente, muito obrigada a todos ^-^ Aos que favoritaram também, 25 favoritações, meu Enel! *-* E mesmo aos que não comentam ou favoritam, que só acompanham sem nunca darem as caras, obrigada :)

E eu tenho um anúncio importante para VOCÊ, CARO LEITOR!: agora que tenho uma página no face para as minhas fanfics!! Então se você gosta de Pestinhas a Bordo e/ou alguma das minhas outras histórias, é só entrar na pág para ficar por dentro das novidades, conversar comigo ou com outros leitores ou tirar dúvidas! Para quem estiver interessado, é só clicar no link abaixo:
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Esse capítulo acabou ficando recheado de informações, mas eu até que gostei e acho que tá dando pra entender tudo direitinho - qualquer dúvida, comentários.

Espero que gostem e boa leitura ^-^



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— 1, 2, 3, 4. Ganhei!

— Eh?! – O menininho olhou estupefato para o jogo à sua frente, sem acreditar no que a garota mais velha dizia. E mesmo vendo os resultados na cara, ele ainda negou. – Essa não valeu, Ohana. De novo!

— Ah não, Ichigo! – Quem reclamou agora foi Luna, olhando feio para o irmão.

As três crianças mais Sofia estavam num canto do convés, próximo ao balanço, onde Luna estava sentada enquanto Ichigo e Ohana jogavam sentados no chão e a corujinha os observava, bancando a juíza. Muitos membros da tripulação estavam ao redor, mas nenhum parecia acompanhar ou se preocupar pelos gritos das crianças (aquele barco já era uma gritaria constante mesmo).

— Você já jogou direto umas vinte vezes, agora é minha vez! – Concluiu a Monkey.

— Mas esse jogo é difissu, nee-chan! – O pequeno rebateu fazendo bico.

— E você acha que eu não sei? Ele é difícil até pra mim.

— E muito mais pra mim, que sou pequenininho! – Ichigo interrompeu a irmã. – É por isso que eu peciso jogar, pra melhorar.

— É por isso que você precisa observar quem sabe!

— Mas você acabou de dizer que também num sabe!

“Gente, isso é ligue-quatro.”— Ohana apenas negava com a cabeça pela atitude dos amigos, que consideravam difícil aquele joguinho que, em seu ponto de vista, era para bebês. Se bem que Ichigo tinha somente três anos ainda, então era perdoável.

— Tá bom, chega vocês dois! – Gritou ela, acabando com a briguinha dos irmãos. Quando os dois se calaram e miraram, Ohana voltou-se para Sofia. – O que você acha, juíza-san?

A corujinha ficou pensante por uns instantes antes de responder:

— Ichigo, vá descansar um pouco, se não seu cérebro vai torrar.

O moreninho abriu a boca pra retrucar, mas acabou por fechá-la em um bico. Entortando o rosto em frustração, ele se levantou e foi batendo os pés para longe das meninas.

— Ichigo. – Luna o chamou antes que ele se afastasse mais. Ainda de cara emburrada, o menino olhou para a irmã, que lhe sorria. – Eu vou ganhar da Ohana, assim nós dois vamos poder jogar juntos, tá bem?

— Hump! – Ichigo apenas virou o rosto, tentando continuar bravo, mas seu bico foi trocado por um sorriso. Ele não conseguia ter raiva de sua irmã por muito tempo.

Como não poderia jogar por enquanto, Ichigo olhou ao redor para ver o que mais poderia fazer. Viu sua mãe na parte alta do convés, perto de Usopp que fazia modificações em seus aparelhos de jardinagem. Decidiu ir até eles.

— Eh?! Mas está dois Bellys mais caros que da última vez! – Nami dava uma bronca na gaivota, entregando o dinheiro de má vontade enquanto pegava o jornal. – Desta vez eu pago, mas se aumentar de novo, eu cancelo minha assinatura, fui clara?!

A pobre gaivota assentiu, engolindo em seco. Fez um rápido cumprimento com o seu chapéu antes de levantar voo e ir embora, ainda assustado.

— Pobre passainho... – Ichigo murmurou, sentindo pena do animal.

— Você ainda não viu nada, morangolete. – Comentou Usopp, parando um momento seu trabalho para fitar o menino. – Mesmo rica desse jeito, ela fica brigando por causa de dois Bellys...

— Calado! – Nami gritou com o atirador.

Ela era rica sim, e era por dar valor a cada Belly que tinha que aquela riqueza não tinha acabado ainda, principalmente nas mãos daquela tripulação. Se não fosse por ela, todos os tesouros que Roger e seu bando levaram anos para conseguir já teriam sido gastos em carne, saquê e estátuas de bronze. Só por cima de seu cadáver!

— Mama. – Ichigo chamou a atenção de Nami.

A mulher sorriu, sabendo exatamente o que o filho queria. Separou uma das folhas do jornal e entregou-a para o menino, que se sentou no chão, olhando animado para as tirinhas. Ele ainda não sabia ler, mas mesmo assim gostava de ver as figuras e imaginar as falas ele mesmo.

O sorriso da navegadora se alargou ao ver o filho tão animado com algo que ele nem compreendia. Mas que, ela esperava, logo compreenderia.

Estava aí outro motivo para ela não querer gastar a fortuna do bando à toa. Nami queria dar as melhores condições de vida para seus filhos; eles teriam somente das melhores roupas, dos melhores brinquedos, da melhor alimentação, da melhor educação (possível, crescendo com piratas). Tudo o que aquelas crianças maravilhosas mereciam, ela daria. Por Oda, ela até conseguiu dar, literalmente, um berço de ouro para eles! Pode parecer meio extravagante, mas tendo as condições, ela que não pouparia despesas.

De uma coisa Nami tinha certeza, nem Luna, nem Ichigo (e Ohana estava envolvida nesse meio também) passariam por qualquer necessidade material que fosse.

Dando uma última olhada no filho, Nami foi até as espreguiçadeiras, que estavam naquela parte do navio, e sentou-se ao lado de Robin, como sempre lendo um de seus muitos livros. A navegadora se ajeitou e abriu o jornal, pronta para começar ela também a sua leitura.

Mas mal completou a primeira manchete, seus olhos se arregalaram e um grito escapou de sua garganta.

— EHH?!

Isso chamou a atenção de toda a tripulação, que correram para o convés, fosse o que fosse que estivessem fazendo.

Brook, por exemplo, acabou desafinando a última nota que tocava pela surpresa. Franky surgiu de sua oficina com as juntas sujas de óleo. Luffy ainda estava subindo as calças quando chegou ao convés. Sanji botou a cabeça para fora da cozinha na mesma hora. E se Zoro não acordou com o grito, acordou quando Chopper tropeçou nele, por estar correndo à procura de um possível ferido.

Enfim, agora todos os membros dos Chapéus de Palha (e isso incluía as crianças) tinham as atenções voltadas para a navegadora do bando, que continuava fitando com os olhos atônitos a matéria no jornal.

— Pra que essa gritaria, bruxa? – Reclamou Zoro.

— Oe, Nami, o que foi?! – Luffy questionou preocupado.

— Nami? – Robin também chamou, tentando ver o jornal nas mãos da companheira.

— Alguma de suas calcinhas sumiu? N-não foi culpa minha! Por que estão olhando pra mim?!

Mas Nami não deu atenção a nenhum deles. Ficou mais uns segundos em choque, relendo a matéria para ver se não estava imaginando coisas e quando finalmente reacionou, virou o jornal, mostrando-o para os companheiros.

— Vejam isso!!

Não tinha como não ver. Mesmo os que estavam mais longe, puderam ler o titulo da matéria e tiveram a mesma reação de Nami: de espanto. E isso porque, escrita em letras garrafais e tão grande quanto o nome do próprio jornal, estava a seguinte frase: “É o fim Do Novo Governo Mundial. Trama de Guerra Descoberta e Crianças Desaparecidas Encontradas”.

— Trama de guerra? – Robin foi a primeira a se pronunciar, deixando o espanto de lado para ficar pensativa.

— O caso das crianças foi resolvido?! – Chopper estava de boca aberta.

Ele também lia o jornal e acompanhava esse caso das crianças “desaparecidas” há alguns anos. Digo desaparecidas entre aspas porque os próprios pais não davam queixa, pareciam não sentir a falta dos filhos; se não fosse por alguns vizinhos ou outros parentes que acabaram dando queixa...

— Guerra? Que guerra é essa?! - Luffy questionou.

— Isso está muito estranho. – Franky comentou, analisando a notícia, e Brook concordou.

— Nami-san – Quem a chamou foi Sanji. – Pode ler a matéria, por favor?

Nami assentiu e abriu direito o jornal. Encontrou o início da matéria e começou a ler em voz alta, para todos:

— “Às quatro da tarde desta última quarta-feira (24 de Abril de XXXX), foi descoberta em Adros (uma pequena ilha localizada no território do antigo Calm Belt), uma base secreta da Neo Marinha controlada pelo Novo Governo Mundial, onde não só foram encontrados esqueletos e corpos, como também um laboratório com várias Akuma no Mi’s e relatórios de testes realizados com elas, além uma pequena base que continha planos de guerra e arsenais com mais de cem tipos de armamentos. A investigação foi realizada pelo Exército revolucionário, que secretamente tinha a permissão do Almirante de Frota Coby e outros oficiais da Neo Marinha, pois estes também estavam começando a desconfiar de alguns acontecimentos ocorridos naquela área. Após essas descobertas, todos os cientistas e outras pessoas que estavam trabalhando nos projetos secretos foram detidas e algumas já foram interrogadas. Ao que parece, o Novo Governo planejava começar uma guerra caso a chamada “Guerra Fria”, que ocorria entre eles e Governo Revolucionário, desde o Abalar do Mundo, começasse a ter vitória certa para os revolucionários. Com o apoio e pagamento de ex-Tenryuubitos, além da utilização de seres humanos que se ofereceram (e a seus filhos) para ajudar o Novo Governo, completavam-se três anos desde que eles começaram a tentar criar um exército de usuários com Frutas modificadas. Agora, todos os sobreviventes foram libertados e os corpos devolvidos a suas famílias. Após uma longa reunião com os Líderes e oficiais dos dois Governos, foi declarado o fim do Novo Governo Mundial e da Neo Marinha, com desculpas destes. No dia 30 de Abril, será realizado um anúncio em Sabaody pelo líder dos Revolucionários, Money D. Dragon, para expressar sua opinião sobre os recentes acontecimentos”.

E acabou. A tripulação ficou em silêncio por alguns segundos, digerindo a nova informação.

— Então – Robin começou. – é isso.

— Acabou mesmo. – Falou Usopp.

— É o fim do governo. – Comentou Franky.

O resto do bando assentiu, sem nada dizer.

— Sim... – Exceto por Nami, que murmurou a concordância, antes de finalmente desgrudar os olhos do jornal. E pousa-los diretamente em Luna, Ohana e Sofia, que continuavam perto do balanço.

Todos os outros acabaram fazendo o mesmo, olhando para as meninas sem realmente vê-las. Sorrisos foram brotando no rosto de cada um, fossem pequenos, grandes ou enormes (como era o caso de Luffy); eram dados pelo mesmo motivo, um mesmo pensamento: O perigo passou.

Desde que eles enfrentaram, desmascararam e assim derrotaram o Antigo Governo Mundial, a visão do mundo sobre os piratas havia mudado um pouco, principalmente sobre a tripulação dos Chapéus de Palha, que eram vistos como heróis por quase todo o mundo. Isso até podia irritar Luffy (que continuava e continuaria a dizer pelo resto de seus dias que não era herói de nada!) e não fazer muita diferença pro resto do bando, mas até o próprio capitão precisava admitir que essa nova imagem do bando ajudava e muito a proteger as crianças da tripulação.

Eles pararam de ser perseguidos e a existência das pestinhas não era mais considerada um herege (por boa parte do mundo). O risco de tentarem tirar as crianças deles diminuiu consideravelmente e quem tentasse, iria se arrepender! O ponto aqui é: Luna e Ohana estavam seguras, e isso era tudo o que importava.

Mas toda essa paz ficou ameaçada quando o Novo Governo Mundial surgiu com a Neo Marinha, dispostos a seguir a ideologia já conhecida por todos e ainda aceita e preferida por muitos, porém com algumas “melhorias”. O perigo real começou quando a Neo Marinha voltou a ganhar forças e assim a prender mais e mais piratas, que aos poucos voltavam a ser vistos da mesma forma de antes, como se a opinião das pessoas nunca tivesse mudado.

Se continuasse assim, logo eles próprios poderiam voltar a ter suas cabeças a prêmio e a perseguição seria muito forte, principalmente porque o mundo sabia da existência dos filhos do Rei dos Piratas e da filha do Melhor Espadachim do Mundo, que além de tudo foram gerados pela Gata Ladra e pelo Demônio de Ohara.

Todos naquela tripulação eram fortes e estavam preparados para lutarem por si mesmos e uns pelos outros, em especial pelas crianças tão queridas por eles, e as próprias meninas já estavam aprendendo a se defenderem, mas ainda sim... Era um alívio a notícia da queda do Novo Governo, pois assim era certeza que seus pestinhas estariam a salvo. De um perigo maior, pelo menos.

— Ei, por que estão olhando pra gente assim? – A vozinha de Luna quebrou o silêncio que reinava já havia um minuto. – Tem alguma coisa na minha cara? – Ela acrescentou, passando então o braço com fora pelo rosto, tentando tirar uma sujeira inexistente.

— Parem com isso, sério, tá começando a assustar. – Ohana pediu, fazendo sua típica pose com a sobrancelha arqueada e as mãos na cintura. – Vejam a coitada da Sofia. – E apontou para a corujinha, que estava com o corpo totalmente tenso e parecia suar frio; ela nunca teve todos os olhos da tripulação voltados para ela antes.

A atitude das meninas acabou liberando os adultos do “transe”. As duas estavam agindo tão normalmente, como se não tivessem acabado de receber uma notícia que, talvez, as tenha poupado de grandes dores num futuro próximo. Para elas, era só mais um dia normal.

E era o que deveria ser para eles também.

Luffy, Usopp e Brook estouraram em uma gargalhada, Franky limpava os olhos que lacrimejavam e os outros riam baixo ou apenas continuaram sorrindo. Era assim que eram os dias no Thousand Sunny, cheios de vida e com muitas risadas, com cada um agindo como é. E eles não deveriam fazer diferente hoje, sendo que a notícia que chegara era justamente o que assegurava a continuação desses dias normais.

— Oe, o que é tão engraçado?! – Luna questionou, correndo até os adultos. Ela queria rir também! – Me conta! Tio Franky! Tio Sanji! Ne, alguém! – Ela corria entre os mais velhos, sem se cansar por percorrer a distância que um estava do outro a uma velocidade impressionante e ainda tendo energia para choramingar seu pedido para cada um.

— Alguém! – Ichigo se juntou aos resmungos da irmã, mas ele só ficou correndo entre as cadeiras de Nami e Robin.

— Me conta! Me conta! Me con-! – Antes que a ruivinha percorresse pela enésima vez o caminho de Usopp até Zoro, ela sentiu um braço enrolar em seu tronco e quando viu, já estava nos braços de Luffy, com o pai lhe dando o sorriso que alguns diziam ser de família.

— Agora está tudo bem. – Foi a única fala de Luffy.

Um ponto de interrogação surgiu na cabeça de Luna, mas o sorriso e o tom aliviado do pai a impediram de falar alguma coisa. Ela não estava entendendo, mas... quando ela entendia o que os mais velhos diziam? Em sua opinião, os adultos eram muito estranhos.

— Tia Nami. – Ohana chamou a atenção da navegadora e de todos ao falar. Ela se aproximou de onde os adultos estavam até sentar-se na espreguiçadeira junto de sua mãe, e onde olhando para a tia, perguntou: - Dia trinta não é hoje?

Nami estranhou por um momento a fala da sobrinha, mas logo sua mente deu um estalo e ela leu mais uma vez o fim da matéria do jornal, entendendo o que a menina queria dizer.

— O discurso de Dragon-san em Sabaody será hoje. – Falou Robin pensativa, para logo abrir um sorriso. – Estamos muito longe de lá, Nami?

A navegadora também sorriu, entendendo onde a companheira queria chegar. Analisou sua bússola de pulso antes de declarar:

— Nem um pouco, seriam mais algumas horas a leste. – Virou-se para Luffy, que ainda estava com Luna nos braços. – O que me diz, capitão?

— Por que eu iria querer ver um discurso chato? – O moreno questionou, amarrando a cara ao pensar em assistir alguém falando por horas e horas.

Nami apenas bateu na própria testa. Ela já devia saber que precisava ser mais específica com ele.

— Seu borrachudo idiota, seja mais educado!! – Sanji brigou, e com certeza teria chutado o capitão se ele não estivesse com Luna. – Nami-san está falando para irmos visitar o seu pai, não pelo discurso!

— Vovô? – A fala do cozinheiro chamou a atenção de Luna.

—Seria legal ver a Shakky e o Raylegh. – Usopp comentou. – Faz... o que? Um ano desde que fomos lá?

— Shakky-nee-chan? – Dessa vem foi Ichigo quem ficou interessado.

— E eu quero ver a Shiraroshi-swan!♥!♥ – Um filete de sangue já escorria pelo nariz de Sanji somente por lembrar da princesa sereia.

— Eu queria muito poder me encontrar com o Jay de novo. – Ohana divagou, com um sorriso no rosto. Enquanto Zoro fechou a cara ao pensar no tritão com quem sua filha fizera amizade.

— E é muito capaz do Sabo estar lá também.

Com esse comentário de Robin, Luna arregalou os olhos:

— TIO SABO! – Ela ficou tão afobada que Luffy quase a derrubou. – Vamos pra Sabaody, otou-chan!! – Aquilo não era um pedido. – Vamos logo, já!

— Sim, tio Luffy, por favor! – Ohana pediu animada.

— Vamos, papa! – Ichigo também gritou.

— Oe, oe, quem é o capitão aqui? – Luffy questionou, olhando para as crianças com um bico. Luna imitou esse gesto, mostrando que não estava satisfeita com a resposta.

— Vamos pra lá!! – Ela agarrou a cara do pai, esticando-a e embolando-a em todas as direções.

— Tá bem, tá bem, nós vamos. – O capitão respondeu com alguma dificuldade. Virou como podia a cabeça até fitar sua navegadora: - Nami.

— Hai, senchou. – A ruiva se levantou da espreguiçadeira e tomou rumo para o outro lado do barco. – Franky, você vem comigo, vai ficar no leme.

— AU! É pra já! – O cyborg rapidamente a seguiu.

— Sanji-kun, Zoro, Usopp, preparem-se para mudar o navio de curso!

— Hai, Nami-swan!! – O cozinheiro assentiu prontamente, enquanto os outros dois apenas seguiram a ordem; o espadachim resmungando alguma coisa.

— Eba! – Luna comemorou, saltando do colo do pai para seguir a mãe. – Vamos encontrar com o tio Sabo e o vovô na terra das bolhas!

— Não sei por que está tão animada. – Nami comentou distraída, mais concentrada em definir o curso. – Você não vai a lugar nenhum. Ainda está de castigo, esqueceu?

— Eh?! – A menina ficou desesperada. – Por favor, okaa-chan! Só dessa vez!

Nami olhou para a filha por uns segundos. Já faziam quase dois meses desde que ela e Ohana derrotaram Mordu – que por acaso rendeu um bom churrasco feito por Sanji -, mas o castigo de Luna, que era não poder sair do navio quando eles atracassem em alguma ilha, ainda não tinha acabado. E isso era mais culpa da menina do que de Nami, afinal Luna tentava fugir todas as vezes, e pra cada vez era mais duas semanas de castigo.

Resumindo, o castigo que teria somente um mês de duração, agora chegava a dezembro. E a navegadora não daria o braço a torcer.

— Pensasse nisso antes de sair de noite sem avisar a ninguém.

— Okaa-chan! – Luna reclamou fazendo um bico, seus olhos começaram a encher de lágrimas.

— Essa carinha não vai adiantar.

— Droga. – As lágrimas e o bico sumiram no mesmo instante, dando lugar a uma expressão emburrada. – Mas por favor. Por favor, por favor! Eu faço qualquer coisa!

Vendo que a filha estava falando sério, Nami ficou pensativa. Ela sabia que Luna gostava demais do tio e do avô e seria até maldade dela não deixa-la vê-los, mas ela não queria amolecer no castigo. Foi então que decidiu:

— Qualquer coisa?

O sorriso de Luna abriu na mesma hora.

— Sim!

— Está bem, você pode ir e talvez seu castigo acabe aqui. – Com a festa que Luna fez ao ouvir aquilo, ela não pôde deixar de sorrir. Um sorriso travesso. – Mas vamos ver o que você está disposta a fazer por isso.

.

.

.

Como Nami tinha dito, levaram algumas horas para que o Thousand Sunny chegasse a Sabaody. O Arquipélago estava muito diferente do que os Chapéus de Palha conheceram há dez anos, quando se reuniram após a Guerra dos Melhores. Uma delas é que, agora, o lugar se encontra em um All Blue!

Quando as Armas Ancestrais foram ativadas, a Montanha Reversa e Mariejoa foram destruídas - o que acarretou na destruição da Grand Line e Novo Mundo - e esses dois pontos acabaram sugando água dos quatro oceanos, juntando todas as espécies deles num só local, o que originou dois All Blue’s em locais diferentes do mundo.

Pela agitação que as águas ficaram e por estar tão próximo a um ponto que praticamente virou um redemoinho gigante antes do All Blue se firmar, Sabaody foi quase estraçalhada e teria sido completamente se não estivesse conectado à Árvore de Eva.

Agora, muitas “ilhas” eram feitas da madeira que antes compunha a Noah. O povo da Ilha dos Tritões (que havia sido destruída junto com Mariejoa) não se importou já que a arca já tinha servido ao seu propósito, e aquele gesto serviu como oferta de paz e símbolo de um novo começo.

Se antes tritões e sereias morriam de medo e eram obrigados a se esconder quando vinham para terra firme, principalmente em Sabaody, hoje eles viviam em paz com os humanos da ilha. Alguns conflitos ainda existiam e o preconceito não havia sumindo, afinal não há como eliminar séculos de ideologia em pouco mais de dez anos, mas nenhum outro tritão ou sereia foi vendido como escravo novamente.

— Ei, olhe ali. – um sereio chamou a atenção de um tritão ao seu lado. Ambos estavam no porto e o sereio apontava para um navio que estava quase chegando à ilha.

— Aquele não é...? – O tritão começou.

— O navio do Chapéu de Palha!! – Outro tritão, um mais jovem, gritou, chamando a atenção de todos os sereios, sereias e tritões que estavam ou passavam pelo porto naquele momento. E isso incluiu um pequeno tritão de pele azulada, que não deveria ter mais que oito anos de idade.

A euforia foi geral e muitos correram até o píer onde o Thousand Sunny estava para atracar, todos saudando o tão amado herói, Mugiwara no Luffy, e sua tripulação.

— Luffy-sama! – Era por quem todos chamavam.

— Zoro-san! Usopp-san! – Já outros variavam.

O pequeno tritão teve algumas dificuldades para passar por entre as pernas e nadadeiras dos mais velhos, mas quando conseguiu finalmente ter uma visão clara do navio, ele ficou procurando entre os tripulantes uma em especial. E quando viu a garota de cabelos verdes escuros apoiada na amurada do navio, ele sorriu e gritou:

— Ohana!!

Mesmo com aquela gritaria, a Roronoa conseguiu ouvir alguém a chamando. Seguindo o som, seus olhos pousaram no tritão que acenava totalmente animado. E ela também sorriu ao vê-lo:

— Jay!

— Chegamos!! – As vozes de Luffy e Luna ecoaram ao mesmo tempo, igualmente animadas. Pai e filha estavam na carranca do Sunny, sem ligarem para aquela atenção toda, apenas esperando o navio atracar de vez em uma das ilhas.

Ou melhor, nem esperaram.

— Luffy!! – Nami gritou a plenos pulmões, rangendo os dentes ao ver que o capitão não só tinha se esticado pra descer do navio como também tinha levado Luna junto.

— Luffy-sama! Bem-vindo!

O povo dos mares se aglomerava em volta dele, oferecendo comidas e bebidas, coisas que o capitão aceitava com prazer até ouvir o “Tudo por você, herói!”, que era quando ele amarrava a cara até alguém lhe oferecer outra delícia. Já Luna era elogiada de “fofa” e “linda” por todas as sereias e tritões fêmeas e algumas crianças lhe faziam perguntas de como era viver em um navio pirata.

A baderna só acalmou quando o som de passos dados por sandálias japonesas ecoou pela madeira do convés. Os cidadãos do mar ficaram em silêncio vendo quem se aproximava e abriram uma passagem para o grande tritão de feições sérias se aproximar de Luffy. Mas ao velo, Luna não esperou.

— Jimbe! – A ruivinha exclamou alegre, correndo até o tritão, que a recebeu dando um pequeno sorriso.

— Como está, Luna?

— Bem! E você?

— Vou bem.

Jimbe então olhou para Luffy e também para o Thousand Sunny. Seus dias no navio, como um membro da tripulação, não tinham sido muitos, mas ele nunca os esqueceria – e até sentia certa falta das aventuras.

Após o Abalar do Mundo, ele preferiu ficar em Sabaody para garantir a segurança dos tritões e sereias na nova casa e também para proteger a ilha – incluindo os humanos. Afinal, aquela ilha também estava sob a proteção da bandeira dos Mugiwaras.

— Oe, Jimbe! – Luffy cumprimentou o companheiro com um enorme sorriso.

— Luffy-kun. – Ele assentiu. Vendo que ainda havia vários tritões e sereios em volta, ele disse: – Muito bem, pessoal, o show acabou.

Meio a contragosto, a multidão foi se dispersando, até sobrar somente os três ali.

— Eu imaginei que vocês viriam. – Falou Jimbe. – O pronunciamento de Dragon-san acabou há umas horas.

— Cadê o vovô? E o tio Sabo? Eu quero ver eles!

— Luna, tenha um pouco de paciência. – Nami repreendeu a filha, indo até eles junto de Ichigo, que segurava sua mão. O resto da tripulação também vinha logo atrás.

Após se cumprimentarem direito, Jimbe finalmente respondeu à pergunta da pequena Monkey.

— Eu não sei onde estão os revolucionários. Os marinheiros foram embora assim que o pronunciamento acabou, mas pelo visto – Ele mirou um píer à distância, onde se podia ver dois navios do Governo revolucionário. – Dragon-san e Sabo-kun ainda estão aqui.

— Bom, o caminho até o bar da Shakky é longo. – Chopper declarou. – Podemos encontra-los.

— Shakky-nee-chan! – Ichigo ficou animado só de ouvir falar na morena. – Vamos pro bar, mama! – Pediu, puxando a mão da mãe.

— Está bem, já vamos. – Nami respondeu. Foi quando notou a falta de alguém. – Onde está o Sanji-kun?

— Então você quer mesmo ouvir sobre a cirurgia da minha irmãzinha? – Perguntou uma sereia que passeava e conversava com uma amiga, até aquele loiro estranho com olhos de coração chegar e dizer que estava interessado na história.

— Sim, sim. – Sanji respondeu sem prestar tanta atenção assim. Ele não ligaria de ouvir sobre uma tragédia se fosse para ficar na companhia de duas belezas como aquelas.

— Ora, é muita gentileza sua se preocupar. – A sereia abriu um sorriso que fez o filete de sangue que saía do nariz de Sanji se transformar em um rio.

— Wah!! Sanji! – Chopper foi correndo ao socorro do companheiro. Não adiantava, sempre que eles iam para Sabaody, ele acabava tendo que ficar com o cozinheiro.

— Fufufu. – Riu Robin. – Parece que eles já encontraram algo para fazer.

— Ás vezes parece que ele esquece que é casado. - Nami rodou os olhos. Mas ela sabia que Sanji, apesar de admirar e elogiar outras mulheres, seria incapaz de trair Viola.

— Eu também não vou com vocês, tá? – Ohana avisou, já meio distante. – Manda um oi meu pro Shin, pro Sem e pra Rin, Luna! – Foi o que pediu antes de seguir caminho com Jay, completamente oposto ao que a tripulação faria.

— Ok! – Luna assentiu, se animando mais ao se lembrar desses três. Será que eles estão aqui?

— Eu também tenho coisa melhor pra fazer. – Zoro decretou, com um olhar mortífero, antes de se separar do grupo. Por três segundos, ele conseguiu seguir o caminho que Ohana e Jay. Até virar para o lado errado.

— Franky. – Robin chamou pelo cyborg, sorrindo como sempre. – Você poderia, por favor, acompanhar meu marido para garantir que ele não assassine um pequeno tritão caso o encontre?

— Foi mal, mas preciso recarregar meu estoque de cola.

— Eu irei, Robin-san! – Brook se prontificou. – E talvez, depois, você esteja tão grata que possa me mostrar sua-

— Não. – A arqueóloga respondeu direto e reto.

— Bom, eu irei mesmo assim. Até mais tarde, minna-san! Yohohoho! – E o esqueleto partiu atrás de Zoro.

— Tchau, tio Brook! – Luna se despediu acenando. – Agora vamos que eu quero ver o vovô e o tio Sabo! – E sem esperar ninguém, saiu correndo para onde – se lembrava – ficava o bar de Shakky.

Quanto mais a tripulação adentrava o arquipélago, mais se tornava comum ver humanos ao invés de tritões ou sereias. Tinham alguns, mas comparado ao porto, onde praticamente só havia os seres do mar, era difícil encontra-los.

Isso aconteceu porque, como o arquipélago antes era só de humanos, os que moravam nas ilhas que sobraram do Abalar do Mundo não deixaram suas casas, e as novas ilhas construídas com a Noa ficavam em volta às que sobreviveram, então o povo dos mares acabou ficando às margens do arquipélago. Mas eles até preferiam assim, ficar próximo da água era mais confortável para eles.

— Já tá chegando? – Luna perguntou com evidente tédio.

— Pela milésima vez: é só olhar o número do mangue. – Nami, ao lado da filha, não aguentava mais repetir a mesma coisa.

Luna olhou para o número da árvore da ilha em que estavam. Número vinte e quatro... O bar de Shakky ficava no número dezessete! Ela grunhiu de tédio.

— Aproveita o passeio, Luna. – Falou Luffy, que estava curtindo e muito pedalar de novo um Bon Chairy. – Olha, o Ichigo tá curtindo. – Olhou para o filho, que flutuava de barriga pra baixo sobre uma bolha, amarrada ao Bon Chairy maior, com vários lugares, que Franky dirigia. O garotinho tinha um sorriso satisfeito e aproveitava o passeio.

Luna fez um bico. Claro que seu irmãozinho estava se divertindo flutuando numa bolha, mas ela estava simplesmente sentada ao lado de sua mãe e Robin no Bon Chairy maior (Usopp estava do outro lado do Chairy e Jimbe não estava mais com eles). Ela já tinha ido a Sabaody antes então nem a vista conseguia distraí-la um pouco, mas mesmo assim tentou olhar ao redor.

Ela estava assistindo as bolhas nascerem do chão quando seus olhos reconheceram uma figura ao longe. O que chamou sua atenção primeiro foi a cartola velha, depois os cabelos loiros e quando a pessoa se virou, ela não teve mais dúvidas de quem era. Um sorriso enorme nasceu na face da ruivinha, ao mesmo tempo que ela gritou:

— RIN! – E sem se preocupar com mais nada pulou do Bom Chairy. Seus pais e tios gritaram para que esperasse, mas ela nem prestou atenção, só correu até a garota loira, chamando-a. – Rin!! Rin!!

— Luna? - A garota reconheceu aquela voz.

Ela girou a cabeça algumas vezes, balançando seu liso cabelo loiro, até que seus olhos azuis encontraram a figura usando um chapéu de palha que vinha em sua direção. Ela também abriu um sorriso e deu passos rápidos até a ruiva.

— Luna!

— Rin!

Quando finalmente se encontraram, as duas se abraçaram como se fossem amigas de anos que não se viam. Separaram-se e sorriram uma para a outra.

— Que saudade! – Luna foi a primeira a falar. - Fazia séculos que a gente não se via!

— Eu também estava com saudades. Como você está, prima?

Isso aí, prima. Porque com uma sendo filha de Luffy e a outra filha de Sabo, Rin e Luna não podiam ser outra coisa além de primas. As duas tinham a mesma idade e se davam muito bem, pode-se até dizer que se adoravam e quando se encontravam, não largavam uma da outra de jeito nenhum.

— Eu tô bem. – A Monkey respondeu sorrindo, para então olhar em volta. – Cadê o Shin e o Sen?

Antes que a loira pudesse responder, porém, uma vozinha a interrompeu:

— Rin! – Dessa vez era Ichigo quem a chamava. O pequeno tinha até decido da bolha para chegar mais rápido até elas.

Ao ver seu priminho se aproximando, junto de seus tios, o sorriso de Rin cresceu:

— Tio Luffy, tia Nami! – Ela exclamou, antes de abrir os braços para receber um abraço do moreninho. – E como você está, Ichigo?

— Oe, Rin, cadê o Sabo? – Luffy foi logo perguntando.

— Eu quero saber é onde está sua educação! – Nami repreendeu o capitão, que a olhou sem entender o porquê daquilo.

— É bom te ver, tio Luffy. – Rin cumprimentou verdadeiramente feliz, olhando então para o resto do bando. – Robin-san, Franky-san, Usopp-san. – Cumprimentou-os. – Minha mãe vai adorar ver você. – Comentou olhando para Robin.

— Eu também quero vê-la. – Sorriu a arqueóloga, pensando que, na verdade, já estava vendo sua amiga revolucionária. Se não fossem pelos cabelos loiros, Rin seria igualzinha à Koala na aparência.

— Ah! Você tá aí! – Uma voz falou de repente. Era um garoto de aparentes nove anos, com cabelos castanhos bem curtos, olhos da mesma cor e nariz de batata. Ele olhava para Rin de modo aliviado. – Shin, encontrei ela!

Outro garoto logo apareceu, esse com uns dez anos. Os cabelos eram negros e iam quase até os ombros, os olhos de um distinto violeta, suas expressões eram um pouco sérias demais para a sua idade e ele usava um cachecol mesmo não que o clima não pedisse isso.

— Você sabe que não pode ir pra longe, Rin. Somos responsáveis por você na ausência do otou-san e da okaa-san. – Ele repreendeu sua irmã mais nova, que abaixou a cabeça murmurando um desculpe.

— Mas olhem só quem eu achei. – Ela apontou para os Chapéus de Palha, que até agora não tinham sido notados pelos garotos.

Woa! – O mais novo dos meninos, Sen, exclamou ao ver todos ali. Shin apenas sorriu minimamente. – Tia Nami, Tio Luffy!

— Ei, eu também tô aqui! – Luna reclamou.

— Oi, meninos. – Nami cumprimentou sorrindo ternamente. Amava muito seus sobrinhos.

Já Luffy abriu seu característico sorriso ao ver os três sobrinhos. Se ele prestasse um pouco de atenção, podia ver traços da personalidade de Sabo em cada um deles.

E falando em seu irmão:

— Cadê o pai de vocês? – Olhou em volta dessa vez. Se os três estavam ali, Sabo e Koala talvez não estivessem muito longe.

— Ele e a kaa-chan estavam terminando de ver uns assuntos com o Dragon-san no navio. – A resposta de Sen chocou toda a tripulação. Durante todo o caminho eles tentavam acha-los, mas só estavam se distanciando mais ainda? – Mas não se preocupem, eles logo vão vir atrás de nós.

— E desse chapéu. – Shin completou, batendo a mão no topo da cartola azul que Rin usava.

A pequena riu meio envergonhada. Ela vivia pegando a cartola velha de Sabo, com ou sem a permissão dele. Ninguém sabia direito o porquê, mas de acordo com ela, fazia se sentir segura.

— Mama, eu quero vitamina de fruta! – Ichigo resmungou como a criancinha que era. Agora que a alegria de ver os primos tinha passado, ele se lembrou de Shakky e da deliciosa vitamina que sempre tomava quando ia lá.

— Nós já vamos, calma. – Nami respondeu, vendo o menino se afobar ainda mais por não ter seu pedido atendido.

— Vocês estão indo comer? – Sen perguntou, já com a boca salivando.

— Sen! – Seu irmão repreendeu.

— Eu também estou com fome. – Comentou Rin.

— Vêm com a gente! – Luna sugeriu. Agora que se encontrou com sua prima, não queria ficar longe dela.

Rin e Sen olharam para Shin com os olhinhos suplicantes. Tá que eles não eram santos que obedeciam sempre ao irmão mais velho, mas naquele caso não custava pedir e eles não queria deixar o mais velho para trás.

Shin olhos para seus irmãos, para seus tios e depois de pensar um pouco, deu um longo suspiro, derrotado.

— Está bem.

Com isso, foram ouvidos os gritos festivos de quatro crianças e um adulto. Luffy foi o primeiro a correr de volta para os Bon Chairy, com Luna, Rin, Sen e Ichigo vindo logo atrás.

Diferente de agora a pouco, o resto do caminho foi muito mais rápido e divertido. Luna e Rin iam conversando animadamente, Sen disputava lançamento de pedrinhas com Usopp e até Shin ia conversando com Franky sobre mecânica.

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.

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Eles logo chegaram ao bar de Shakky e não se passou nem meia hora, Sabo e Koala ligaram num den den mushi que estava com Shin, para saber onde os filhos estavam. Ao saber que as crianças tinhas se encontrado com Luffy, Robin e os outros, os dois revolucionários correram para o mangue 17.

Agora, estavam todos juntos, aproveitando o tempo para botarem a conversa em dia e aproveitarem a companhia um do outro.

— ... O urso veio pra cima de mim, mas eu peguei meu bastão na hora e dei na cara dele! Pá, pum, pow! – Luna contava para Rin sobre a luta contra Mordu, falando alto e gesticulando exageradamente.

— Mas antes disso ela quase foi devorara duas vezes. – Comentou Sofia, não exatamente para ser ouvida.

— Puxa, que história. – Rin ouvia a tudo com um sorriso gentil. – Eu também melhorei muuuuito meu karatê tritão, vou te mostrar uns golpes depois!

— Sim! – Os olhos da ruivinha brilharam.

— As duas estão mesmo se esforçando. – Sabo comentou para Luffy ao seu lado, olhando para a filha e a sobrinha.

— Aham. – Luffy concordou de boca cheia, devorando um prato de carne que Shakky o entregara. Ao seu lado, Ichigo bebia uma vitamina de frutas como se fosse o manjar dos deuses. – Falando em treinamento, cadê o Rayleigh, Shakky?

— Ele está trabalhando. – Shakky respondeu com seu costumeiro tom calmo e misterioso, apagando um cigarro. – Muitos ainda querem conhecer o fundo do mar e o Rayleigh é o melhor para revestir os navios.

— Shakky-nee-chan, mais! – Ichigo pediu, mostrando o copão de já vazio.

— Ichigo! – Nami alertou-o, e o menino completo.

— Por favor.

— Claro. – Shakky sorriu enquanto pegava mais frutas para fazer a bebida.

Ela adorava aquele menino, o jeitinho de Ichigo a encantou desde a primeira vez que o viu e aos olhos dela, ele era uma coisinha fofa e mordível. Ela ficou muito feliz por sua vitamina de frutas – uma receita antiga de família – tê-lo agradado tanto e já estava acostumada a fazer baldes dela quando a tripulação vinha para Sabaody. Ninguém no mundo conseguia imitar aquela bebida, nem mesmo Sanji, e Shakky tinha muito orgulho disso.

Vendo que filho tinha mantido a educação, Nami voltou-se para Robin e Koala, com quem conversava.

— O Ichigo está tão lindo. – Elogiou Koala, mirando o sobrinho com um sorriso.

— Seus meninos também estão ótimos. – Nami olhou para Shin e Sen, que continuavam com suas atividades com Usopp e Franky.

— Falando nisso, onde está a Ohana, Robin-onee-san?

— Brincando com o Jay. – A arqueóloga respondeu sabendo que a revolucionária saberia de quem se tratava. O pai de Jay fazia parte do Governo Revolucionário e Koala conhecia o menino.

— Oh, então é por isso que Zoro-san não está por aqui. – O comentário de Koala fez as outras duas rirem.

— Shakky-nee-chan, mais, por favor. – Ichigo pediu outra vez, mostrando o copo vazio.

— Pode deixar. – Shakky pegou de volta o copo. Mas quando foi olhar no balcão, atrás do leite, viu que havia acabado.

— O que foi? – Perguntou o garotinho.

— O leite acabou. – Ela declarou, e quando viu que a face do pequeno Monkey entristeceu, completou: - Sorte que tenho mais no armazém.

— Uh! Eu pego, eu pego! – Luna se ofereceu prontamente, já pulando do acento e indo para fora, onde ficava o armazém.

— Tem certeza? É uma caixa grande. – Shakky alertou.

— Eu dou conta!

Luna chegou no armazém e procurou pelo caixote de madeira que estivesse escrito “Leite”. Por sorte, este estava no chão, logo à sua frente. Por azar, Shakky estava certa e o caixote era grande e pesado demais para ela. Luna não teve outra opção se não tentar empurrá-lo para fora.

Já tinha conseguido tirar o caixote do armazém quando uma voz soou às suas costas:

— Precisa de ajuda?

— Não! – Ela respondeu forte, embora sua testa já suasse pelo esforço.

— Tem certeza? – A voz perguntou novamente.

— Tenho!

A voz então se silenciou e Luna pensou que tivesse ido embora, mas não se virou para olhar, estava muito concentrada no que fazia. E mesmo com tanta concentração, ainda assim escorregou numa pocinha de lama. Ela acabou caído de cara e se sujando toda, mas isso não a impediu. Voltou a ficar de pé e continuou a empurrar o caixote.

— Você com certeza é uma D. – A voz soou mais uma vez, com um quê de orgulho nela.

E dessa vez, Luna se virou, surpresa por alguém saber seu sobrenome.

Deparou-se com a alta figura de um homem forte, com cabelos negros (embora alguns já estivessem brancos), expressões duras e uma tatuagem no rosto. O sorriso que dava apenas o deixava mais assustador ainda, podendo botar medo até em vários homens.

Mas tudo o que a pequena Luna fez ao reconhecê-lo, foi abrir um sorriso enorme e correr até ele, gritando com toda a alegria do mundo:

— Vovô!! – E se atirou em seus braços, sem ligar para o fato de que iria suja-lo.

Dragon também não pareceu se importar, pois pegou a neta no colo, deixando que ela o abraçasse e correspondendo de leve. Quando ela o soltou, ele apenas ficou olhando o lindo sorriso que ela lhe oferecia. Ah, aquele sorriso... era mesmo uma coisa de família.

— Estava com saudades. Shihihihi!

A risada; a voz gentil e animada... Dragon se segurou para não abraça-la mais uma vez.

“- Dalyla, nossa neta se parece tanto com você.”— Não pôde evitar o pensamento.

— Você cresceu, Luna. – Finalmente falou.

A menina riu mais uma vez.

— Eu tenho muita coisa pra te contar! – Declarou animada.

— Ora, é mesmo?

Luna assentiu, mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, ouviu sua mãe chamar:

— Luna, está tudo bem aí fora?

Oh, é mesmo, ela tinha que levar o caixote de leite e já estava demorando.

— Vamos lá. - Dragon a pôs no chão, de frente para o caixote. Quando a menina o olhou sem entender, ele apenas sorriu e disse: - Você consegue.

Os olhos de Luna chegaram a brilhar nesse momento, feliz por ter a confiança do avô e disposta a não decepcioná-lo. Voltou a empurrar o caixote, com ainda mais determinação do que antes.

Ela sabia que logo os outros membros do bando estariam ali, inclusive Ohana, e então sua família estaria completa.


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Notas finais do capítulo

Família é realmente algo importante e a Luna ama a dela demais ♥
E aí, gente, o que acharam da primeira aparição do Sabo, da Koala e do Dragon na história? E o que acharam dos bebês Saboala?? *---*
Espero realmente que tenha ficado bom e que tenha dado para entender toda essa enxurrada de informações ^^"
Perguntas, críticas, comentários e elogios, é só deixarem um review. Não se esqueçam de entrarem na página do face. E fiquem atentos porque antes das minhas férias acabarem eu posto mais um capítulo!

Beijos do nosso moranguinho e até a próxima! :)