Closer to the Edge: the grand finale escrita por mrsdaddario


Capítulo 3
Bitch, I might


Notas iniciais do capítulo

Só pelo nome ja sabemos que teremos a vadia suprema da fic e antes que perguntem não, não sou eu é a dona Charlotte Green mesmo. Amo essa mulher. Chuparia toda hora. Gostosa. Ai senhor onde eu estava,? Ah sim gente minhas notas vão ser muchudas porque eu não tenho muito a falar. Posso falar do que aconteceu esses dias que a garota que eu achava que era minha amiga falou que eu sou fácil de esquecer fiquei mo mal fui pro hospital porque tive um ataque suicida e agora não olho mas para a cara dela. Cachorra. Vadia. Tá achando que eu sou objeto que usa e joga fora? Não sou não amor. Sou MrsDaddario vulgo Victória Fernandes se enxerga quem te deu essa carteira de motorista para me dirigir a palavra? Afe não mereço viu. Enfim mana até lá embaixo



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2015 – Londres, Inglaterra

Charlotte e Nico se encontravam parados diante da St. Margaret’s Church, a capela ao lado da Abadia. Na Parlament Square, ambos observavam dois garotos fazendo uma experiência química que com certeza não daria certo. Um dos garotos engoliu uma bala de Mentos enquanto outro abria uma lata de Coca-Cola.

– Eles sabem que aquilo vai explodir o estomago deles, não sabem? – questionou Nico à Charlotte ao seu lado, com outro cigarro na boca. – Quero dizer, a pessoa não pode ser tão idiota assim.

O garoto que engoliu a Mentos tomou o refrigerante enquanto o outro tomava notas e observava, não muito tempo depois, o outro vomitava sangue.

– Pior que pode. – disse Charlotte, apagando o cigarro no chão. – Claro que pode. Sempre pode.

Do outro lado da rua, a torre do Parlamento, o Big Ben, bateu 18h. A grande parte da Abadia não ficava aberta aos domingos e o restante fechava às 17h, somente os Claustros ficava aberto das 8h às 18h diariamente. No entanto, Nicholas tinha lá seus privilégios e alegou problema de segurança nacional à Paroquia que cuidava da Abadia. Eles teimaram, mas Nico era advogado e convencer as pessoas era seu trabalho. Di Angelo conseguira até mesmo um guia para, dã, guia-los pelos labirintos da construção.

De frente para a porta monumental, rodeada pela fachada vitoriana, o guia de aparência hispânica e blusa laranja fluorescente os esperavam com os olhos na prancheta. Assim que ouviu os passos de um salto alto ecoando nas escadas, ele levantou os olhos e abriu um sorriso.

– Boa Tarde! – cumprimentou, recebendo um aceno frio em resposta do homem e um olhar avaliativo da mulher que o acompanhava. Limpando a garganta, ele continuou: - Pelo que me falaram, vocês só precisam ver a Capela Annabeth I, correto?

– Correto. – respondeu Nico.

– Desculpe, senhor... – ele conferiu a prancheta – Di Angelo, mas posso perguntar o motivo da visita urgente?

– Não.

O guia ficou desconfortável, engolindo em seco, disse:

– Certo. Sigam-me.

Dentro da Abadia, as sombras do começo da noite davam o lugar um tom sombrio; o único som era dos saltos de Charlotte, ecoando pelas paredes enquanto os três passavam por corredores e salas com passadas largas, demonstrando certa pressa para terminar aquilo ali rápido.

Finalmente, o guia parou e, juntos, eles entraram no descanso eterno da Jovem Rainha. Quero dizer, descanso entre aspas. Não havia nenhum corpo, ossada, resquício de alguma coisa enterrada ali. Era um marco simbólico.

Pigarreando, o guia começou:

– A Capela Annabeth I foi construída no século XVIII, no ano de 1762 e é bem simples comparada aos outros mausoléus de monarcas, pois, em primeiro lugar, a própria rainha gostaria de nada muito pomposo e, em segundo lugar, ninguém esperava sua morte. Annabeth I morreu de um naufrágio, não de uma doença degenerativa ou de velhice como era comum. A Jovem Rainha permaneceu jovem para sempre.

Os olhos castanhos do guia observavam os visitantes, que andavam pelo lugar analisando cada detalhe com precisão.

– Pode fumar aqui? – a mulher perguntou.

– Bem, não. – respondeu o guia, mas a morena já tinha acendido o cigarro.

– Há algum registro da passada dos filhos dela aqui? – perguntou a mulher.

– Hã... – o guia obviamente não esperava essa pergunta e os olhos verde inquisitivos da mulher não ajudava em nada. – Bem, obviamente no enterro. – ele quebrou a cabeça para lembrar-se de mais algo. – Houve também outra visita inesperada uns quinze anos após a morte dela. Mas ninguém sabe o motivo já que os gêmeos pediram para ficarem a sós.

A mulher abriu a boca, mas não teve oportunidade de se pronunciar quando seu acompanhante a chamou. Seu nome era Charlotte, e ela se virou e andou rapidamente até o sr. Di Angelo, parado ao lado da tumba da rainha.

– Acho que encontrei algo. – revelou Nico à Charlotte aos sussurros.

Nico apontou para a representação em pedra do colar de Annabeth. Charlotte se debruçou sobre a tumba, deixando o cabelo negro obstruir a visão do guia. As mãos finas de Nico conseguiram retirar a pedra subjacente, dando de cara com um vão. Nico suspirou, frustrado. Como abriria aquilo?

Felizmente, Charlotte já tinha um plano em mente.

– Se eu quebrar a minha unha você vai ver só. – ela ameaçou, enfiando a unha entre a pedra e o vão, empurrando a placa o suficiente para aderir um dedo, daí, foi só empurrar e continuar pressionando. – Tá esperando o que? Pega isso logo!

Nico revirou os olhos tateou a abertura com a ponta dos dedos. Sentindo algo áspero, ele tentou quatro vezes até grudar o objeto entre os dedos e içá-lo para cima. Charlotte soltou a mão e a placa voltara a proteger a abertura com um estrondo. O guia, ainda na porta, deu um pulo com o barulho e se aproximou do casal de visitantes.

Nico achara um rolo de papéis enrolados em uma fita rosa. Ele só precisou passar os olhos pelo primeiro parágrafo documentado em tinta escura e letra curvilínea para constatar de que era aquilo que estavam procurando. Enfiando os papéis com cuidado no bolso, Nico sorriu para Charlotte, confirmando que encontrara uma parte do diário.

Com isso, Charlotte virou-se para o guia. Ultimamente, parecia que tudo a fazia lembrar-se da vida mortal e com aquele rapaz não era diferente. Com os cachinhos castanhos e olhos da mesma cor, as feições hispânicas e o nervosismo, quando ele abriu um sorriso ela perdeu o fôlego com a semelhança daquele garoto com Leo Valdez. Tirando, é claro, que ele possuía uma bunda maravilhosa.

– Você poderia nos mostrar a saída?

– Hã, claro.

O guia ficou o caminho inteiro de volta com um tique nervoso nos dedos, estalando e batendo o dedão na prancheta, se perguntando quem eram aqueles dois e porque tanto mistério por uma visita à Capela de alguém que morrera há trezentos anos. Aliás, de alguém que nunca estivera naquela Capela. Ele se sentiu bastante aliviado quando chegaram à porta, abrindo-a e deixando que os dois passassem enquanto segurava a maçaneta.

– Mais alguma pergunta? – perguntou ele, mais por educação e rotina do que qualquer outra coisa.

– Ah, eu tenho só mais uma. – disse a mulher, Charlotte. – Você é solteiro?

Nico a encarou antes de rolar os olhos e fechá-los, murmurando um “santo Dio”. O pobre guia ficou estático, piscando e com a garganta seca.

– E-eu... – gaguejou – Perdão senhorita, mas que motivo teria de me perguntar isso?

Ela pareceu achar graça.

– Não estamos em uma entrevista de emprego, então, pense, porque eu perguntaria seu estado civil? – aquilo soou quase uma pergunta retórica, e mesmo se não fosse o guia ainda parecia surpreso de mais para responder. – Mas esqueça. Você é fofo porém tímido, e timidez me cansa. – ela deu uma piscadela. – Nos vemos por ai.

Então ela desceu as escadas, os Loubutin passeando com graciosidade. O sr. Di Angelo se despediu com um aceno de cabeça e a seguiu, deixando um guia ainda estático olhando para o nada na porta da Abadia de Westminster.

***

– Aquilo foi ridículo. – Nico disse enquanto já estavam bem longe da Igreja.

Eles atravessaram a Margaret Street e estavam andando (leia-se praticamente correndo) lado a lado na calçada do Parlamento. O movimento era pouco, mas aquilo ainda era Londres. Mesmo no domingo e quase às sete horas da noite, ainda tinha gente engravatada misturada a turistas indo em direção à London Eye, a maior roda-gigante do mundo construída do outro lado do rio Tâmisa. Charlotte e Nico viraram a direita na esquina com a Great George Street, com a sobra do Big Ben agigantando-se em cima deles, e enfim desceram as escadas da Estação Westminster.

– Meu caro Nicholas, eu sou um fantasma encoberto por um esqueleto e carne feita de poeira cósmica, presa a uma rocha rodando incessantemente no meio do espaço. – Charlotte constatou. – O que eu tenho a perder?

Nico ficou sem resposta.

Antes de seguir viagem e comprar o bilhete, eles primeiro precisavam saber para onde iriam. Adentrando em uma cabine telefônica, Nico dera a Charlotte o papel da próxima pista e ela fingiu que o papel continha um numero de telefone, fingindo teclar no aparelho e falar para Nico, com o telefone no ouvido, atuando como se tivesse falando com alguém na linha imaginária:

– Você tem um mapa?

Em resposta, Nico abriu o Maps do seu celular, aguardando o que ela precisava procurar.

– 48, 52, 2, 19, 58.

Nico digitou e então inclinou a tela para que Charlotte pudesse ver. Ela arqueou uma sobrancelha, fingindo murmurar algo no telefone e o colocando de volta ao gancho. Charlotte dobrou o papel e o colocou no bolso, seguindo Nico até os portões de bilheteria, conversando entre sussurros.

– Tem alguma ideia do que eles foram procurar? – Nico perguntou.

– Mais fácil perguntar quem. – respondeu Charlotte em um suspiro. – E creio que já sabe quem pode ser.

Nico assentiu, levemente distraído.

– Precisa me contar alguma coisa, Charlotte? – questionou em tom inquisitivo, a mesma voz de advogado para pegar um culpado.

– Quando ficarmos a sós. – declarou. – Agora, qual seu plano?

– Pegamos o metrô até a estação de St Pancras, daí pegamos o Eurotúnel até Paris. – e acrescentou: - Aliás, espero ficar sabendo o restante da história antes de chegarmos à França.

Charlotte se calou e assim permaneceu até a próxima estação.

1773 – Paris, França

Ser da realeza tinha lá suas vantagens. Principalmente quando se precisava sair do país sem ninguém saber.

Charles era bom de papo, mas não precisou de muita conversa com um capitão de um navio mercante para uma vaga, apenas para ir para Paris. Aliás, o capitão não o reconheceu, mas nada que umas moedas de ouro e prata não resolvessem. Sophia permaneceu calada e com o cabelo e rosto escondidos de baixo do capuz da capa, a “cor notável” seria um provável problema.

A viagem pelo Canal da Mancha não durou muito, mas foi o suficiente para os dois terem um tempo para pensar.

– Conversei com uns homens. – relatou Charles à Sophia. – Eles sabem quem é. – ele mostrou um papel sobrado entre os dedos. – E onde encontra-la. Agora só precisamos chegar a Paris.

– Certo. – disse Sophia. – Perguntou como ela é? Quero dizer, ela pode ser nossa tia, mas não sabemos como se apresenta.

– Bem – Charles parecia até constrangido – perguntei isso também, e eles sorriram e fizeram algo como – ele gesticulou com as duas mãos no ar em forma de concha, de frente para o peito. Sophia entendeu a ideia de busto valorizado. – Teoricamente, é uma característica.

Sophia teve que concordar.

Em terra firme, eles estavam a poucas horas da Capital, na cidade de Le Havre. Charles novamente teve facilidade em dialogar para conseguir dois cavalos; ele falou em francês e fez o máximo para esconder o sotaque de estrangeiro. Franceses eram egocêntricos e totalmente xenofóbicos. E, é claro, não iam com a cara de britânicos.

Sophia agradeceu as aulas de hipismo, que pareciam extremamente desnecessárias, pois de Le Havre à Paris eram umas duas horas e no meio do percurso já sentia as coxas dormentes. A neve aumentou o tempo de percurso, mas aparentemente os cavalos aguentaram bem o frio de dezembro.

Eles deixaram os animais ainda nos muros da cidade, em algum lugar que poderiam comer e não fugir. Com breves conversas em um francês rápido, entre ruas, números e da confusão que era Paris, os irmãos enfim conseguiram achar o endereço do papel e agora estavam de frente para o prédio em estilo barroco não muito longe do Senna. Na Rue de Rivoli com a Av. Victoria, perto da Fortaleza dú Louvre.

Não devia ser menos que sete da noite, mas como era inverno, já estava bem escurecido e o movimento do lugar aumentava. E pelo tipo de movimento, restritamente de homens, já dava uma ideia do que aquele lugar era. Se escondendo ainda mais na capa, Sophia seguiu o irmão, atravessando a rua e adentrando as portas de madeira.

O lugar era magnifico. O grande salão com um piso de madeira lustrada; o palco ao qual uma mulher cantava alegremente era encoberto de detalhes belíssimos de rococó; sobre o palco, tinha uma sacada com o corrimão dourado e duas escadas de cada lado do palco dando seguimento ao corrimão. As cortinas eram de um vermelho luxuoso e o gigantesco lustre obviamente era de diamante. Ouviam risos, gargalhas e conversas altas das mesas lotadas espalhadas envolta do salão; garotas sentadas no colo de homens com o dobro da idade delas, subindo as escadas de mãos dadas com eles e o restante em um show no meio do salão, mostrando aos convidados o que podiam ter de melhor.

Sophia estava horrorizada, enquanto Charles olhava para cada um no salão, perguntando-se quem era Charlise Santi.

– Tem alguma pista de quem pode ser? – perguntou ele à Sophia.

No fim, eles tiveram uma ajudinha. De repente, dois homens estavam se socando, uma das moças tentando desesperadamente acalmá-los enquanto gritos espalharam-se pelo salão. Aquilo obviamente chamou a chefia, a dona do local. Na sacada acima do palco, a mulher só precisou aparecer para fazer todos se calarem e os homens pararem no meio de um soco.

– Mas o que está acontecendo na minha casa? – questionou ela olhando cada rosto até parar na briga. Fixando o olhar neles, ela desceu as escadas, a cada passo parecia que todos se retraíssem. – Não nego que este lugar não é exatamente honrado, mas eu não admito que isso aconteça debaixo do meu teto.

Agora ela se encontrava no meio do salão e então os gêmeos puderam vê-la melhor. Ela era linda, sem duvidas; o cabelo cacheado negro serpenteava pelas costas, preso para trás com uma rosa vermelha de enfeite; o vestido era todo vermelho com detalhes em preto, o corpete vermelho com renda preta valorizando o busto; e enrolado no pulso, um pingente dourado estava preso a um anel de ouro com a gravura de uma caveira.

– Creio que isso responde sua pergunta. – sussurrou Sophia no ouvido do irmão.

Charles pegou o pulso de Sophia e a puxou, passando sorrateiramente rente à parede, as pessoas nas mesas alheias ao movimento. Eles só pararam quando chegaram à escadaria, meio se escondendo atrás dos degraus e observando o desenrolar da cena.

– Ou resolvem suas desavenças lá fora. – dera a sugestão, apontando para a porta com um revolver em mãos. – Ou, - ela apontou a arma para os homens – eu mesma resolvo isso em um piscar de olhos.

A decisão que eles tomaram foi meio óbvia. Quando a porta se bateu e os dois já tinham ido, Charlise Santi girou os calcanhares e seguiu em direção à escada, no meio dos degraus, ela estou os dedos, então a música retornara e a conversa começou como se nunca tivesse parado.

Sem perder tempo, Sophia e Charles subiram as escadas correndo, a tempo de alcançar a mulher bem quando ela chegara ao segundo andar.

– Charlise? – chamou Charles, mas ela não pareceu ligar. – Charlise Dorotheia Santi, poderia...

– Não. – respondeu ela, seguindo o corredor com inúmeras portas sem nem se virar.

– Mas...

– Querido, não seja idiota em me fazer repetir algo. – ela proferiu, ainda sem virar e continuando seu caminho.

Charles suspirou. Ai vai um defeito dele: ele era bom, e normalmente não esperava o pior das pessoas. Ai vai uma qualidade de Sophia: ela era exatamente o contrário.

Dando um passo a frente, Sophia praticamente rosnou:

– Charlotte Rebecca Carlota Green, não nos dê as costas se gosta de viver!

A morena estancou no meio do longilíneo corredor e se virou. Provavelmente iria perguntar como sabiam seu verdadeiro nome – aliás, seu nome inteiro -, mas não lhe foi necessário quando, simplesmente, colocou os olhos neles. Eram Percy e Annabeth, com certeza, só que mais novos e com a cor dos olhos invertida.

– Não vai gostar de me ameaçar novamente, garota. – falou. – Chamaram minha atenção, agora o que querem?

Charles e Sophia se entreolharam, então ele pinçou o papiro que achara em Westminster e a entregara. A morena correu os olhos verdes pelo papel, o lendo umas três vezes antes de soltar o ar e se virar, fazendo um gesto para que a seguissem.

Um pouco mais para a metade do corredor, Charlotte virou e subiu outra escada com os gêmeos atrás dela, até chegarem uma sala ampla. As paredes estavam cobertas por afrescos, menos uma, que tinha janelas do chão ao teto. No centro, uma mesa coberta por cadernos de baixas e dinheiro, com uma cadeira de costas alto ao qual Green se sentara. Ela fez outro gesto para que algum deles fechasse a porta e, depois de Charles o fazer, eles se aproximaram da mesa.

– A mãe de vocês é maluca. – disse simplesmente. – Uma maluca genial, mas mesmo assim. – ela os analisou. – No entanto, estão aqui para saber quem matou aquele francês esquisito e, o que acho muito provável, porque esse alguém deixou pistas relacionadas à Annabeth, estou certa? – Charlotte juntou as mãos e avaliou a reação dos gêmeos. Ela não precisou de uma resposta falada quando aquelas carinhas fofas era um livro aberto. – Resposta para as duas perguntas: porque quem fez isso tudo foi a própria Annabeth.

Os gêmeos a encararam incrédulos, com certas diferenças: o menino parecia não querer acreditar enquanto a Cachinhos Dourados estava se segurando para não pular em cima de Charlotte por tamanha calunia. Lotte não a culpava, eles sequer sabiam do que a mãe era capaz.

– Mas... – o garoto procurou palavras. – Mas porque ela fez isso?

Charlotte deu de ombros.

– Às vezes as pessoas parecem esquecer a racionalidade quando alguém que amam vai morrer.

– O que quer dizer com isso? – perguntou com uma sobrancelha arqueada a Cachinhos Dourados.

Charlotte respirou fundo, dizendo mentalmente para não chorar ou demonstrar fraqueza. Ela sabia que isso iria vir de acontecer um dia, uma das especialidades de se tornar imortal é que aqueles que se ama são mortais e vai, obviamente, morrer. Charlotte só não esperava que a última pessoa que ela realmente morreria para salvar iria tão cedo. Ela pousou o queixo na mão, esperando que assim disfarçasse se a voz saísse embargada.

– O pai de vocês... – ela hesitou – O meu irmão... Ele... Bem, ele não está exatamente tão bem quanto esteve um dia. Provável que não sobreviva. – ela deu de ombros, procurando mostrar-se casual. – É isso que mortais fazem, não é mesmo? Eles morrem.

Charles percebeu que ela travava uma guerra contra si mesma, procurando fazer com que não doa tanto. Mas doía. Ele mesmo sentia um aperto e imaginava como Sophia estaria. Ela só viu o pai uma vez, mas foi o suficiente para Sophia o amar incondicionalmente. E quanto à mãe? Charles não fazia ideia de como ela devia estar destruída.

– Mas isso foi mesmo necessário? – ele pensou alto, fazendo com que as duas virassem a cabeça para ele. – Quero dizer, porque matar o francês?

– Em primeiro lugar: sua mãe acabou com uma guerra entre Inglaterra e França e você acha mesmo que ela aceitou que sua filha mais velha estava noiva do príncipe francês? – novamente, outra pergunta retórica saíra da boca de Charlotte. – Segundo: até parece que não conhece Annabeth. Dramática e teatral. Não muito diferente da avó de vocês se querem saber.

– Então – Sophia tentou encontrar palavras depois do choque de descobrir que a mãe matou seu noivo porque queria um espetáculo. – Qual o próximo passo?

– Existe um cérebro ai dentro dessa cabeça? – falou Charlotte à uma surpresa Sophia, em choque por ser tratada desse jeito. – O próximo passo é encontrar os seus pais, é claro!


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Notas finais do capítulo

Tenho mais algo pra falar? Acho que não. Apenas digamos que se algum dia alguém me querer e eu acabar casando e tendo filhos com essa pessoa eu realmente vou colocar minha filha de Charlotte. Quero nem saber. Vai ser até Charlotte Elizabeth Diana. Não mentira jjdbdjsb beijos gente até os comentários