Closer to the Edge: the grand finale escrita por mrsdaddario


Capítulo 2
I mean, how many secrets can you keep?


Notas iniciais do capítulo

Oie de novo. Gente, preciso pedir para vocês que espalhem a história mesmo. Porque é realmente importante que geral que leu e acompanhou closer leiam essa história e eu quero muito isso. Então, por favor, coloca o link na testa no twitter no facebook no orkut espalhem pra mãe por pai pro amiguinho ajudem a titia daddario.



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2015 – Aeroporto Internacional Newark Liberty, Nova Jersey

A cada passo que o Loubutin preto de Rebbeca Bohan Carter dava em sua direção, o piloto Alfred Langdon ficava mais inquieto. Ele já trabalhava há três anos como piloto do jato particular da senhora, Edwiges, e parecia que Rebbeca nunca envelhecia, só ficava cada vez mais linda. Especialmente hoje, com o vento vindo do rio Hudson balançando os cabelos negros e o casaco longo vermelho, que não escondia o quanto a saia e blusa pretas eram grudadas ao corpo. Nem mesmo o lenço colorido no pescoço, ao qual ela segurava enquanto mexia distraída no celular, escondia o generoso decote.

Ela era a personificação de Miranda Priestly mais nova e morena.

A surpresa foi o homem esguio que saíra do carro logo depois que ela, deixando Alfred mais inquieto ainda. O olhar que ele lhe dera, o avaliando, foi de arrepiar até osso.

– Ele gosta de você. – Nico sussurrou para Charlotte enquanto ainda estavam numa distancia segura.

Charlotte sorriu em tom zombeteiro, bloqueando a tela do celular e colocando-o no bolso do casaco. Pela expressão dela, ficou claro que já sabia disso.

– Ciúmes? – perguntou ela.

Nico bufou.

– Faça-me o favor.

Alfred Langdon deu as boas vindas com um sorriso, dando um passo para frente e fazendo uma pequena reverencia a sua chefe. Como sempre, Rebbeca Bohan Carter pareceu dar a mínima.

– Bom dia, senhora. – cumprimentou ele. – Poderia oferecer o destino?

Charlotte hesitou. Alfred perguntava isso todas as vezes que lhe era necessário voar durante os três anos que ele trabalhava para ela, mas, diante de tudo que vem à sua memória, não conseguiu evitar lembrar-se de quantas vezes Beckendorf fizera a mesmíssima pergunta. Claro, ele não sorria nem lhe dava um bom dia, e ainda a chamava de Lotte, não de capitã.

Com um pequeno sorriso melancólico, Charlotte respondeu:

–Aeroporto Gatwick, em Londres. – e acrescentou – Não se esqueça, Langdon: eu não gosto de esperar.

Alfred engoliu em seco, maneando a cabeça em um gesto de que entendera. Ele deu um passo para o lado, abrindo passagem para que os dois entrassem no jato. Charlotte fechou todas as janelas antes de se jogar em uma das poltronas. Nico só conseguiu relaxar – ou algo perto disso – quando o piloto fechara a porta da cabine, confinando-se lá dentro. Ele se sentou na poltrona de frente para Charlotte.

– Já tem alguma ideia de qual será o próximo passo?

Charlotte afivelou o cinto e se acomodou no encosto da poltrona, fechando os olhos.

– Pensei que fosse obvio. – murmurou – A Igreja do Colegiado de São Pedro em Westminster. – seus olhos se abriram em uma fresta, suficiente para ver a íris verde. – Abadia de Westminster, para os íntimos.

1773 – Grande Londres, Inglaterra

Sophia encarava-se no espelho enquanto Alicia lhe espremia em sua roupa. A loira prendia a respiração, sentindo os dedos frágeis da já idosa Amã prenderem firmemente a veste em seu corpo. Era um tipo de espartilho externo, feito de couro gasto. Vestia uma calça do mesmo material e da mesma cor escura, as botas eram confortáveis e o cabelo loiro cacheado estava preso em uma trança desleixada de propósito, deixando alguns fios dourado soltos. Segundo Alicia, ela parecia muito mais com a mãe assim do que com um vestido pomposo.

Isso é mesmo necessário? – perguntou pela milionésima vez a Duquesa de Brighton, também conhecida como esposa do Rei Charles, a irritante e boazinha Catarina Adele Adkins Fitzhearbert. Sophia não se intrometia muito, sabia que o irmão passou a amá-la, mas isso não quer dizer que a princesa era obrigada a gostar dela também. – Chuck, porque não deixa isso com os guardas...

– Porque é um assunto meu, Catarina. – Charles suspirou, usando sua voz acolhedora. Charles poderia usar essa voz até em uma frase tipo “vocês vão morrer” no meio de uma guerra que todos ficariam calmos. Sophia invejava esse e outros dons do irmão; diferentemente dele, parecia que tudo que ela tocava se quebrava. – Assunto meu e da minha irmã. Voltaremos em menos de uma semana e a senhorita não precisa nem deve ficar preocupada.

Sophia não conseguia vê-los de trás do biombo, mas imaginava que algum dos dois estava tocando a barriga de Catarina, onde o primeiro herdeiro crescia. Sophia sempre se surpreendia por Catarina estar sempre sorridente e nem um pouco aterrorizada, quero dizer, tem um ser humano crescendo dentro dela!

Alicia deu um passo para trás, um sinal que já tinha acabado. Sophia olhou para seu reflexo no espelho, tentando ver qualquer resquício da mãe ali. Todos diziam de como era a imagem de Annabeth; do nariz naturalmente arrebitado e do formato do rosto, o cabelo cacheado loiro como raios de sol e até o jeito de se locomover e a forma que seu corpo adquiriu. As pessoas também faziam outros comentários, que de certa forma sempre pesavam mais, como “ah, mas é uma pena não ter pegado o sorriso dela ou os olhos azuis dele”.

Dele.

Tanto Sophia tanto Charles sabiam o que a maioria achava: que os dois fora um dano colateral de um estupro feito pelo noivo de sua mãe, Luke Castellan. Annabeth contara a verdade para eles quando os gêmeos foram pergunta-la. A antiga Rainha assegurou que ele não a chegou tocá-la, mas que sua decapitação foi necessária para pagar outros crimes. Com essas exatas palavras. Então os irmãos perguntaram quem afinal era seu pai. Ela hesitou, mas na noite daquele dia lhes contara.

Se fosse filha do Lorde Castellan, talvez tivesse olhos azuis, mas o que Sophia mais gostava nela era seus olhos. Verdes. Verdes como o mar no verão. Também gostava do sorriso torto, a única coisa que tinha em comum fisicamente com o irmão.

– E vocês realmente acham que isso tem algo a ver com... – Catarina hesitou, abaixando drasticamente o tom de voz – a Rainha?

– Mesmo se não tiver a ver com nossa mãe temos que seguir essa pista. – respondeu Sophia, como se dissesse o obvio. – Aliás, alguém me responda por que ela sabe.

Sophia voltou ao quarto, dando ênfase nas ultimas palavras e fitando Charles como um Inquisidor faria. Ele abriu a boca, mas quem respondeu foi Catarina:

– Um casamento feliz é um casamento sem segredos.

Sophia bufou.

– Se todos os casamentos fossem assim não seriam tão felizes e talvez não tivesse tantos maridos vivos por ai.

Catarina não pareceu se afetar, usando aquele sorriso sem mostrar os dentes, típico de quem aprendeu esconder emoções de baixo de uma mascara.

– Talvez a senhorita saberá disso, ah, quase esqueci! – ela pôs a mão no peito de um aspecto teatral – o único que quis se casar com você agora jaz morto. – Sophia trincou o maxilar, fincando as unhas nos braços para se controlar. Esperava que o olhar que mandou para Catarina a fizesse se arrepender de ter dito aquilo. – Você é inteligente. Mas não é nem metade do que pensa que é.

– Isso ainda me faz ser mais inteligente que você. – proferiu Sophia, abrindo o sarcástico sorriso torto que irritava a todos, até mesmo a rainha perfeita.

Catarina respirou fundo, mas obviamente não tinha uma resposta para continuar a discussão. Então, com os pés batendo firme no chão, saiu do quarto. Charles acompanhou o andar nervoso da esposa com o olhar, tomando um gole de vidro despreocupado quando Alicia fez uma reverencia e saiu atrás da rainha.

– Não falou nada. – Sophia observou, andando até o outro lado do grandioso quarto.

– E adianta falar algo quando se tem você no meio? – ele fez uma pergunta retórica, e Sophia deu de ombros. – Mas sabes muito bem que ela não deve se estressar...

– Por que? – perguntou Sophia com o tom desafiador novamente. – Porque talvez ela perca o bebê? Vocês fazem outro rápido, não existe muito dano.

O prolongado olhar que Charles lhe dera a fez se retrair. Os faiscantes olhos cinza faziam tão efeito com qualquer um.

– Perdão. – murmurou ela sem nenhum tom de arrependimento.

– Entendo que está com raiva e frustrada, mas não é necessário descarregar suas emoções nas pessoas erradas.

Sophia suspirou, olhando por além da janela enquanto arrumava sua bolsa simples de viagem. Ela conseguia ver a vastidão verde do ST James Park e, logo à frente, Abadia de Westminster, com suas torres obstruindo a visão do Parlamento e do Tâmisa River. Sua mão foi involuntariamente para o pescoço, onde ela colocou o cordão da mãe. Será que depois de tanto tempo Annabeth enviara uma mensagem ou sua mãe corre perigo?

– Pelo que me lembre, combinamos de que nunca usaria a voz calma comigo. – disse ela, ainda perdida em pensamentos.

– Antes eu nunca precisei. – declarou Charles. – Antes nada de machucava.

Sophia se virou, encarando-o. Era, sem dúvida, a única pessoa em toda Inglaterra que encarava seu rei desafiadoramente.

– Não estou machucada, mas também não quero conversar sobre isso. Mesmo que você seja o único familiar mais próximo que eu ainda possuo. – ela endireitou a bolsa no ombro, cobrindo-se inteira com a capa de cor escura. – Agora, diga-me que não estou tão ridícula e, se estiver, fale-me como consegue se esconder quando vai dar suas voltas fora do palácio.

Charles pareceu achar graça, abrindo o largo sorriso.

– Minhas voltas fora do palácio?

Sophia o fitou com os olhos semicerrados. Ela sabia muito bem que Charles, acima de tudo, tinha um bom coração. Ele às vezes saía com um guarda de confiança, ambos usando roupas baratas de camponeses, Charles com algum instrumento ou apenas com a própria voz. Sempre conseguiam algum dinheiro, ao qual Charles usava para comprar pão e dar ao máximo de crianças pobres que conseguira. Doava a orfanatos ou simplesmente alegrava um pouco com um simples “bom-dia”. Sophia se perguntava se o povo sabia quem era, mas isso pouco importava. Para Charles, desde que fizesse alguém feliz pelo menos por um dia, não interessava se esse alguém soubesse quem ele era ou não.

Seu irmão era a personificação dos perfeitos príncipes dos contos de fada.

E isso era extremamente irritante.

– Não sejas tolo em pensar que ninguém sabe o que você faz lá fora. – ela maneou a cabeça para a janela. A expressão de Charles estava intacta, mas Sophia soubera distinguir emoções nos olhos com o tempo. Convivendo tanto com a mãe tanto com irmão, não era necessária muita prática para desenvolver tal talento. Sophia remexeu a capa. – Então?

– Você está bem. – foi tudo que disse antes de olhar o relógio atrás dele. – Vamos enquanto ainda tem pouco movimento. – ele deu um ultimo gole de vinho. – Não importa as roupas, querida irmã, quando o cabelo é algo notável.

Com isso, ele saiu do quarto.

***

A Igreja do Colegiado de São Pedro em Westminster, ou simplesmente Abadia de Westminster, é uma construção gótica, uma mistura de museu e igreja, construída do século X e a atual edificação construída em 1245 por Henrique III. Sua maior parte foi erguida antes de 1400 e sua planta cada vez mais foi crescendo, até tomar a forma do enorme edifício com seus labirintos internos. Foi cenário de muitos casamentos e coroações e, exatamente por isso, foi poupada da destruição dos prédios monásticos conduzida por Henrique VIII durante a Reforma protestante no século XVI. Uma verdadeira mistura de estilos arquitetônicos, a Abadia contêm desde o austero gótico francês à complexidade da Capela Henrique VII, com um extraordinário acervo de túmulos e monumentos em homenagem a alguns das maiores personalidades britânicas, de monarcas a poetas.

A última vez que Sophia entrou ali foi para o casamento do irmão, e a primeira foi para o enterro da mãe. Ela se lembrava de que, mesmo sabendo que não havia corpo nenhum no caixão, doeu assistir aquilo. Quase vinte anos depois, ela pisava ali com a mesma sensação de coração pesado.

Se esquivando nas sombras, os gêmeos seguiram o caminho ao qual se lembravam, indo em direção a Capela detalhista ao qual se encontra o tumulo de Annabeth I. No entanto, Westminster era uma construção quase traiçoeira. Seus corredores e nichos, capelas e museus internos, faziam um labirinto que nem mesmo os padres luteranos conseguiam se livrar.

Sophia estava por um fio de grunhir em frustração quando um coroinha, provável novato, veio correndo em direção a eles. Não era muito mais novo que eles, mas parecia mais jovem por causa da veste branca. Seu rosto estava rubro e ele parecia assustado e surpreso ao mesmo tempo.

– Majestade... Digo, Majestades... – ele respirou fundo – N-nós não esperávamos... Talvez seria melhor se eu chamasse o Cardial... Meu Deus, é uma honra...

O jovem continuou a tagarelar e Sophia encarou o irmão. Charles abriu um sorriso e deu de ombros. Com a ponta dos dedos, o moreno pegara a ponta da trança de Sophia, desenhando as palavras “cor notável” com a boca antes de levantar o capuz da irmã e se virar para o coroinha que ainda falava.

– Sabe como chegar ao tumulo da última rainha? – Charles perguntou.

O jovem pareceu confuso, piscando antes de gaguejar a resposta:

– S-sim. – ele hesitou. – O senhor está fa-falando de Anna-annabeth... Senhora Annabeth I, nossa Majestade Real, milady...

Charles levantou a mão, e a boca do rapaz parou de emitir som.

– A própria. Sabe como?

O rapaz de cabelos castanhos assentiu. Ele encarou Charles até perceber que era para conduzi-los imediatamente. Com passos rápidos, passaram pelas sombras da grandiosa Nave, a maior da Inglaterra com 31 metros de altura, obra de Henry Yavele; entrando no Recanto dos Poetas e passando reto na Chapel of St. Edward the Confessor, onde o trono da coroação está junto com túmulos de monarcas medievas. Em um corredor com varias entradas para nichos, eles enfim entraram na Capela Annabeth I.

As paredes eram obras de artistas ingleses, sem exceção, apenas ingleses. Colunas no estilo coríntio, feitas de mármore e com capitel em estilo rococó, com folhas de acanto e lírios. O teto foi pintado em uma representação do céu estrelado do verão inglês, pois Annabeth nasceu no meio do verão, no dia 12 de julho. E logo na frente da entrada, um caixão de mármore, com a imagem da última Rainha imortalizada na tampa, como se seu corpo quisesse desesperadamente deixar o descanso. O túmulo era protegido por cinco anjos, quatros das paredes em volta, e um se agigantando acima do caixão, as asas como um escudo protegendo a falecida.

– Deixe-nos. – ordenou Charles, e o rapaz saiu às pressas com as pernas trêmulas.

Sophia respirou fundo, andando em direção ao túmulo, ignorando os anjos que pareciam encará-la e, principalmente, o arcanjo logo acima dela. Ela não sabia quem esculpiu a imagem da mãe, mas gostaria de parabeniza-lo por ter feito com tanta perfeição. As feições ainda eram jovens, parecia que ela morrera com 17; os cabelos de pedra bem desenhados, esparramados pelo travesseiro de mármore com a coroa de diamantes enfeitando. As vestes eram bem detalhadas, parecendo ter movimento. Falando em movimento, se olhasse para a caixa torácica da imagem, a ilusão é de que respirava. No colo com o detalhe dos ossos sob a pele, o cordão de pedra era idêntico ao original, agora no pescoço de Sophia.

– Parece que ela vai acordar. – comentou Charles do seu lado.

Ele tinha razão, o artista foi perfeccionista ao ponto de que sua obra parecesse viva. O único porem, talvez, fosse o fato de que era mármore esculpido, ou seja, não possuía nenhuma tinta e a ilusão de que poderia estar viva se esvaiu. A partir daí, a mente dos gêmeos estava focada no que poderiam estar procurando.

– Havia mais alguma pista no bilhete? – sussurrou Sophia.

Charles balançou a cabeça em negação.

– E aqueles números? – questionou ela mais uma vez.

– Eram coordenadas. 51° 29’ N 0° 7’ W. Verifiquei em um mapa de Londres, leva precisamente aqui. – ele indicou a Abadia em geral. – Nada além disso.

Sophia suspirou. Sua frustração teria voltado se não tivesse visto as sobrancelhas negras de Charles se juntar. Ela sabia muito bem o que aquilo significava e, naquele momento, também poderia denotar esperança.

– Ande, desembuche. O que está pensando?

Charles não a encarou enquanto falava:

– O cordão dela... Ali, - ele apontou com o queixo para a estátua – na pedra, ela parece ser uma peça subjacente.

Charles de aproximou ainda mais e, na sombra do grande arcanjo, ele se inclinou sobre o rosto da mãe, fitando o cordão. Com a unha, ele tentou tirar a peça e, eureca!, a peça saiu. Qualquer entusiasmo foi extraído quando a peça só escondia um vão, um buraco defeituoso. Charles pressionou os lábios, encarando o vão de outro ângulo, não se satisfazendo com aquilo. Pelo brilho no olhar, ele aparentemente encontrara uma solução.

– Sophia, o cordão.

Sem perguntar, ela entregara a joia. Charles a pegou com delicadeza, como se fosse quebra-lo. Então, segurando o pingente, pressionou a pedra azul na cavidade. Instantes de nervosismo depois, o pingente pareceu cair e Charles o segurou. Quando o entregou novamente para Sophia, a cavidade já não estava mais ali e agora estava um buraco escuro.

A primeira coisa que Sophia pensou era fim de jogo. O buraco provavelmente dava entrada no caixão. Contudo, quando se aproximou, viu que profundidade era muito menos e que tinha algo ali dentro. Charles também percebera isso, todavia, quando tentou pegar, não conseguira. Suspirando, ele encarou a irmã:

– Acho que isso é com você, Senhora Mãos de Aranha.

Sophia revirou os olhos para cima, resmungando algo como “ah se eu tivesse nascido quatro minutos antes”. Ela enfiou os dedos na escuridão, sentindo algo áspero. Tentou três vezes até conseguir segurar o objeto com firmeza e retirá-lo de seu cofre. Os dedos finos de Sophia Chase surgiram com um papiro enrolado e preso com um cordão fino. A princesa quase deixara o papiro cair quando viu o cordão. Era uma fita na verdade e, a menos que estivesse louca, aquela fita era a que via em imagens de seu batizado, a mesma fita que usava na cabeça.

Charles pegou o rolo de papiro e desfez o nó, abrindo o bilhete e o lendo em voz alta o suficiente para que somente ela ouvisse:

– “Sou aquele que vive e estava morto, e veja, estou vivo para sempre e detenho as chaves do Inferno e da morte.” – entoou, levando o bilhete contra a luz vindas das janelas no alto das paredes – Tem um mapa aí?

Sophia piscou, remexendo em sua bolsa retirou de um console próprio para mapas um da Europa oriental. Ela o abriu em cima do vestido de pedra da estátua de Annabeth, deixando que Charles o analisasse enquanto ela encarava a fita. O aperto no peito ficou mais forte.

– 48, 52, 2, 19, 58. – murmurou Charles, deslizando o indicador pelas linhas do mapa até encontrar um ponto ao sul da Inglaterra, no continente europeu. – Paris.

Sophia ficou estática.

– Paris? O que pode ter Paris a ver com isso?

Charles juntou as sobrancelhas novamente, encarando o bilhete como se fosse incinera-lo.

– Primeiramente, imaginei se fosse algum francês que contou tais palavras. Bem, não foi. – ele hesitou, como se não acreditasse que ia descrever aquilo. Sua mãe contara para ele uma vez e, surpreendentemente, até hoje acreditava. – Há histórias, nossa mãe me contara umas e, bem, o povo fala, de que existe uma pessoa em Paris que é imortal.

– E sabe se ela é, de algum modo, envolvida com isso tudo?

– Tenho uma ideia. – admitiu. – Ela agora é chamada como Charlise Dorotheia Santi, mas é com seu verdadeiro nome que ela se encaixa em tudo. – Charles diminuiu o tom de voz drasticamente, inclinando para frente. – Seu nome de nascimento é Charlotte Rebbeca Green e, segundo o que me consta, ela é irmã do nosso pai.


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Notas finais do capítulo

o que podemos ver com esse capítulo? Que a Família Real ama o nome Henrique? Isso também. Volto às 22h, beijos no fundo do core.