Luz e Fogo (Em Revisão) escrita por July Beckett Castle


Capítulo 34
Algumas surpresas


Notas iniciais do capítulo

Happy capítulo 33!!
Olá a todas! Eu sumi daqui e isso foi mal, então me desculpem pela falta de atualização. Era para eu ter postado dois capítulos, esse e o 34 que já está prontinho, mas eu acabei esquecendo infelizmente. Essa semana eu andei sem inspiração, ainda bem que ela voltou e eu estou escrevendo mais.
Queria agradecer todos os comentários e acompanhamentos, é muito importante para mim S2 Espero que a história esteja indo bem porque já estou chegando perto de dar o fim, não quero adiantar as coisas, mas não quero que tudo ande devagar. Ainda terão muitas surpresas até o fim, algumas boas e algumas desagradáveis.
Espero que continuem acompanhando até lá! E sério, obrigada por tudo desde o começo dessa fanfic, se não fosse vocês eu não chegaria aqui hoje. Desculpe-me pelos meus atrasos e minha falta de compromisso, e se alguma vez estraguei um capítulo, ou por qualquer coisa. Eu não queria pisar na bola com vocês; Vou aproveitar essas férias quanto posso para atualizar mais, darei mais de mim para essa fanfic e para vocês.
Até lá em baixo! Boa leitura =^,^=



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As portas de metal do elevador se fechavam, ainda com uma pequena brecha podia-se ver Mac e Stella sorrindo um para o outro, seus olhos sem seguir para outro lugar, eram apenas os dois. Verde e azul. Então de repente bateu mais uma curiosidade em Stella, os olhinhos de seus bebês; Seriam verdes igual o dela, ou azul como o do pai? Ela queria que os seus bebês tivessem os olhos do pai, ela amava olhar aqueles olhos azuis, amava como aquele par de olhos a deixava em transe, amava ver a verdade naqueles olhos azuis. Ela amava tudo dele, queria fazer de tudo para não perdê-lo, ela não queria perder a única pessoa de sua vida que realmente amava, o pai de seus filhos, o homem que ela queria viver o resto de sua vida com. Se sentia arrependida de não ter aceitado a proposta dele, mas estava fazendo o que achava melhor para ambos, e para Clarisse e os bebês. Sentia que estavam movendo rápido demais, os bebês tinham sido rápidos demais, é claro ela não podia esperar para ter um depois de 2 anos, mas foi rápido demais, por isso achava que Mac não estava sendo tão racional quanto ao casamento, e ela também não estava preparada.

Quando as portas do elevador se fecharam, Mac a olhou curioso, queria saber para onde ela estava o levando, não fazia a mínima ideia do que ela estava aprontando. Conhecia ela muito bem para saber que ela aprontava alguma coisa, mas não foi o suficiente para descobrir qualquer coisa dela, quando ela queria esconder algo, ele sabia que não podia descobrir – Certas coisas foram assim.

Ela segurou firmemente uma de suas mãos, ele sorriu apertando a mão dele de volta, ela ainda não tinha falado nada, e ele estava começando a se sentir muito ansioso, só não queria apressa-la com nada, ela parecia esperançosa com alguma coisa, ele não queria tirar isso dela. O elevador parou no 3º andar, foi onde eles saíram. Ele ficou na dúvida, o que tinha no 3º andar que a interessava? Era só mais salas do hospital e mais salas, enfermeiros andando para lá e para cá, e alguns médicos. Estranhou mais ainda quando ela parou em frente a uma porta, levantou uma de suas sobrancelhas, mas ela não pegou isso, viu ela fechar o punho e bater duas vezes contra a porta branca, olhou para ele e sorriu, ele fez o mesmo, mas um pouco desconfiado. A porta se abriu revelando uma enfermeira que esperava por eles, a mulher de cabelos avermelhados sorriu dando espaço para eles entrarem, então eles o fizeram. Ao estarem dentro da sala, se depararam com o enfermeiro, Carver, sentado numa cadeira organizando uns papéis na mesa a sua frente, o homem sorriu ao vê-los e os mandou se aproximarem mais.

— Tinha algum exame que esqueceram de fazer?- Questionou Mac curioso.

Stella e Carver riram em sintonia. Se aproximando mais da mesa onde estava Carver, Stella começou a tirar o seu sobretudo ainda sorrindo.

— Não seu bobo, não é para você.- Avisou ela com um dos seus melhores sorrisos no rosto.

Mac arqueou o cenho ainda confuso. Revirando os olhos, Stella riu para ele quando percebeu que ainda não tinha entendido. Bela surpresa, ela pensou. Desde que descobrira que estava grávida – Não no início é claro, estava assustada demais com a ideia para ter quaisquer pensamentos coerentes. – ela queria ter esse momento só deles, onde ambos estariam juntos para ouvir os batimentos dos coraçõezinhos de seus bebês, e ela o queria para ter esse momento mais que tudo, queria que ele visse (apesar de ser apenas um pequeno borrão) pela primeira vez o fruto de seu amor (os frutos), assim se sentiria completa, e sabia que ele também. Não era só o desejo dela isso, e como estava se recuperando mais rápido que o previsto, ela recebeu a permissão dos médicos para tira-lo do quarto. Iria permitir esse momento para ele, foi sempre o que ele quis, apenas participar.

Carver levantou da cadeira e se aproximou deles sorrindo.

— Olha só para você, essa barriguinha já está a amostra.- Disse o enfermeiro encantado, ele e Stella tinham desenvolvido uma amizade desde que ele começou a estar mais próximo deles.

Mordendo o lábio inferior, Stella não pôde deixar de sorrir bobamente. Estava tão feliz, nunca pôde imaginar que seria assim, queria tanto que tudo desse certo para eles, as vezes tinha medo que não desse, mas tinha que lutar mais que tudo, não só pelos bebês, mas por Clarisse.

— É, eu achei bem rápido já que estou na 12ª semana.- Respondeu ela sorrindo.

Mac olhou para ela um pouco desconfiado, ainda não tinha raciocinado direito o que era tudo isso, então olhou para baixo para a barriga dela, podia ver uma pequena protuberância ali, o sobretudo que ela usava escondera, mas agora que vira ela com uma blusa um pouco mais apertada (não muito para não machucar sua barriga) ele pôde ver o quão grande já estava seus beans.

 – Estão prontos para verem quão bem desenvolvidos estão esses bebês?- Perguntou o enfermeiro rindo.

Stella sorriu ainda mais apertando a mão de Mac, ele podia ver como ela estava nervosa.

— Mac?- Ela o chamou sorrindo.

Seu sorriso disse tudo, ele não podia acreditar que estavam fazendo isso, se sentia o homem mais feliz na face da Terra. Apertando a mão dela, foi um sinal de que ele estava preparado, “anestesiado” demais para formular qualquer palavra em sua boca, aliás sua voz não sairia. Estava tão feliz, iria finalmente participar desse momento, era único, não podia estar mais feliz... Podia, assim que visse seus bebês.

Stella o puxou até a sala de ultrassom para que começassem, ela estava tão ansiosa. Num certo momento, ela teve que soltar a mão de Mac, ela não gostava dessa ‘separação’, queria segurar a mão dele e não soltar mais, a enfermeira a ajudou a deitar-se na cama enquanto Carver preparava os equipamentos, Stella puxou a blusa para cima deixando apenas sua barriga a amostra, a enfermeira colocou uns papéis-toalha abaixo de sua barriga e se retirou da sala. Respirando fundo, Stella olhou para Mac, ele sorriu para ela se aproximando e tomando uma de suas mãos para si apertando firmemente. Ela sorriu com esse gesto dele, estava nervosa, mas feliz por ele estar lá com ela, era tudo o que ela precisava.

— Ok Stella, você vai sentir um pouco gelado, é apenas o gel, depois você sentirá um calor.- Avisou Carver terminando de ligar as máquinas.

— Eu sei.- Cantarolou Stella sorrindo para o enfermeiro.

O homem sorriu jorrando o gel na barriga de Stella, depois pegara a varinha do scanner e começara o seu trabalho passando na barriga de Stella espalhando mais o gel. Seus olhos concentrados iam na tela, a imagem não era clara, e ele ainda procurava a posição certa para encontrar os bebês.

— Olhe, os corações deles estão batendo.- Mostrou Carver apontando para o pequeno coração de um dos bebês pulsando, foi a primeira coisa que ele encontrou.

Olhos de Stella estavam marejados, ela estava tão emocionada, se sentia completa, e podia ver isso em Mac também. Olhou para ele que apertava sua mão enquanto tinha os seus olhos para a tela do computador, não dava para ver muito, mas os bebês já estavam se formando bem, então ele olhou para Stella e sorriu, beijou o topo da cabeça dela e voltou a olhar novamente para a tela.

— A cabecinha.- Mostrou o enfermeiro novamente. – O outro está escondido.- Sorriu ele procurando o outro bebê. – Aqui está ele.- O segundo bebê apareceu na tela, suas pequenas mãozinhas no rosto.

— Oh meu Deus, ele mexeu a mão!- Exclamou Stella impressionada, Mac apertou a mão dela novamente sorrindo emocionado.

Os dois estavam tão emocionados que não tinha como explicar, os bebês já estavam mais evoluídos do que da última vez que ela fizera o último ultrassom.

— Podemos saber o que é?- Perguntou Mac, obviamente ele sabia que não era possível, mas queria tentar.

Stella riu com a pergunta dele, ela queria saber também, mas sabia que tinha que esperar mais um mês para saber o que era os seus bebês.

— Claro que não.- Respondeu Carver em um tom como se estivesse zombando. O casal riu e continuou com seus olhos sobre a tela para verem mais dos bebês.

O enfermeiro continuou o seu trabalho com a varinha procurando e anotando tudo o que era preciso. Stella olhou para Mac novamente, mas dessa vez ele não percebeu e continuou com os olhos na tela, ela sorriu para ele, estava realmente feliz em tê-lo lá com ela, era tudo o que precisava, apenas esse momento com ele, e estava tendo. Virou seu rosto novamente para tela e sorriu deixando algumas lágrimas caírem, não era mais um feijãozinho ali, ou um “borrão”, era seu bebê... Seus bebês, duas coisinhas que estavam crescendo dentro dela, e ela não via a hora de poder tê-los em seus braços e ama-los ainda mais, já podia até imaginar eles crescendo, seu futuro com Mac e Clarisse. Não acreditava que isso estava acontecendo com ela, seu nível de ansiedade estava a mil, ela queria muito ver os rostinhos de seus bebês, não via a hora para isso acontecer. Sentiu uma mão em seu rosto enxugando suas lágrimas e virou o rosto novamente para olhar para Mac.

— Hey, amor...- Ele beijou seus lábios. Ela chorou ainda mais.

— É nosso, meu amor.- Disse ela em meio as lágrimas, ele sorriu para ela. – Nós fizemos isso.- Suspirou com um ar contente. – Vamos ter dois bebês!- Completou empolgada.

— Sim, nós vamos.- Confirmou Mac sorrindo para a mulher. Ele estava feliz também, não podia acreditar que teria dois bebês da mulher de sua vida, sempre sonhou com esse momento, estava muito feliz por estar sendo concretizado.     

— Querem ouvir o coraçãozinho?- Perguntou o enfermeiro já sabendo a resposta deles.

O casal olhou para ele com um largo sorriso e responderam juntos. – Sim!- Exclamaram eles.

Então o som dos coraçãozinhos dos bebês soou pela sala.

— É forte.- Disse Mac sorrindo.

Stella o olhou sorrindo pronta para explicar para ele, mas ela sabia que ele estava ciente.

— São dois, Mac.- Explicou ela fazendo-o rir. Obviamente ele sabia, mas estava emocionado demais para compreender qualquer coisa.

Dois bebês.

Eram dois bebês dentro dela, ela estava carregando 2 bebês consigo, seus 2 bebês, ele já estava feliz só em saber que ela estava grávida dele, e dois bebês foi motivo para aumentar mais sua felicidade. Ele estava feliz por ambos, e ainda mais (se era possível) por Clarisse está aceitando tudo tão bem, sempre foi uma dificuldade para deixar a menina em um mesmo ambiente que Christine, e com Stella pareceu tão fácil, tanto que ela já a chamava de mãe. Se sentia mais confortável com o fato de que, mesmo que Stella não tenha aceitado seu pedido, ela ainda estava lá para ele, e estava fazendo isso o que significou muito para ele, como poderia imaginar esse momento, foi tão precioso que ele não queria perder nunca.

O enfermeiro terminou o seu trabalho e saiu da sala para dar mais privacidade para o casal, depois de ter limpado a barriga de Stella do gel é claro, ao sair, Stella abaixou a blusa e ficou sentada na cama com um sorriso enquanto olhava para Mac. Ela nunca tinha o visto assim desde que ele acordara, se sentia feliz em ser o motivo da felicidade dele, ela achou que aquele foi o melhor presente que poderia dar para ele, e achava que isso significava o mesmo para ele também, pelo menos esperava.

— Nós vamos nos dar bem.- Disse ele levando suas mãos para segurar o rosto dela e beijou sua testa. Ela sorriu solenemente. – Já imaginou? Dois pequenos Macs correndo pela nossa casa?- Brincou ele dando um selinho nela que não foi correspondido.

Stella fez uma careta engraçada depois soltou um bufo seguido de uma risada.

— Não serão dois garotos, será duas lindas menininhas.- Retrucou ela convencida disso com a cabeça deitada no ombro e um sorriso meigo no rosto.

Ele soltou uma risada colocando a mão na nunca dela e usou a outra para segurar uma das mãos dela.

— Nossa casa, hun?- Brincou ela, um tanto feliz por ele estar dizendo isso, isso significava que ele não estava tão chateado além de tudo.

Um sorriso apareceu em seu rosto novamente, ele aproximava-se mais dela fazendo com ambos sentissem a respiração um do outro. Apesar de terem passado meses, era a mesma sensação, o mesmo frio na barriga, parecia que se repetia tudo de novo, e era bom, eles gostavam dessa sensação, faziam lembrar o quão duro foi para chegarem onde estavam, com a negação, a vergonha, e quando seus lábios se juntavam, nada disso fazia mais sentido...

— Sim, nossa casa.- Ele concordou provocando-a um pouco. Rindo, ela puxou ele pela nuca e o beijou como se seu mundo precisasse disso, como se fosse a primeira vez. O beijo foi se intensificando mais e mais, as mãos pequenas dela agarravam a nuca dele enquanto as grandes mãos dele foram parar na cintura dela, e como tudo que é bom dura pouco, eles foram interrompidos por um pigarro na sala, era Carver [a/i:estraga prazeres].

— Wow! Arrumem um motel!- Brincou o enfermeiro com alguns papéis na mão.

O casal se afastou com um sorriso envergonhado olhando para ele. – Arrume outro lugar para interromper.- Retrucou Mac na brincadeira fazendo os outros rirem.

— A mamãe aqui só tem que assinar esses papéis e vocês podem ir.- Informou o enfermeiro entregando para Stella alguns papéis junto com uma caneta.

A grega leu os papéis antes de assinar (força de hábito) e então assinou tudo e ficou apenas com um e as fotos do ultrassom – Uma em especial que fez questão de ficar com ela (teve uma mini briga na verdade, Mac também queria a foto). – Depois disso, o casal deixou os enfermeiros e saíram da sala de exames para voltarem para o quarto, Mac a abraçava de lado enquanto andavam e os dois não tiravam o olho das fotos do ultrassom, Carver conseguiu uma enquanto um dos bebês fez um pequeno movimento com o braço (a preferida de Stella), depois eles pegariam o vídeo, por enquanto se contentariam apenas com as fotos.   

*****

Clarisse andava pelo o hall do hospital, a caminho da cantina, mas ela não estava interessada no que tinha lá, e sim em quem. Seu sorriso se alargou ao ver o menino sentado no canto, longe das pessoas, como ela imaginou. Ele parecia um pouco desajeitado, não foi só o seu jeito de vestir que dizia isso sobre ele, mas o seu comportamento, talvez fosse por isso ele preferisse estar afastado da sociedade. O mesmo garoto “peculiar” que Clarisse vira no seu primeiro dia de volta à escola estava sentando em um banco qualquer de hospital, olhar vidrado nas grandes janelas envidraçadas, os raios do sol invadindo por entre as camadas da janela de vidro transparente iluminando sua face pálida. O menino vestia-se diferente de quando a primeira vez que Clarisse o vira, o estilo dele (de antes) parecia mais algo desafiador, como se ele soubesse que seus pais não aprovariam, mas fizesse mesmo assim.  

A filha de Mac caminhou até o menino por quem ela sabia que, se sua família visse já diriam a mesma coisa, com certeza seu pai não aceitaria “esse tipo de amizade”, ela já podia ouvir os sermões vindo dele em seus ouvidos, a desaprovação em seu rosto e sua carranca que dava para ver em quilômetros.

Finalmente o menino olhou para o lado, um pouco impaciente, mas seu semblante suavizou ao deparar-se com a sorridente Clarisse fazendo o seu caminho pelo o hall e se aproximando cada vez mais dele, um sorriso apareceu no rosto do menino que parecia nunca sorrir. Levantou-se da cadeira onde sentava e esperou Clarisse vir até ele, quando ela o fez, os dois se abraçaram amigavelmente e trocaram algumas palavras curtas entre si, após isso, os dois adolescentes tomaram seus assentos e encaravam um ao o outro na espera que qualquer um falasse.

Clarisse, é claro, tomou a iniciativa de falar primeiro.

— Fiquei surpresa em te ver na casa da senhora Turner.- Comentou ela, na iniciativa de que ele contasse o que exatamente estava fazendo na casa de sua velha amiga.

O menino sorriu levando suas mãos até a mesa e entrelaçando-as juntas, parecia disposto a contar a ela, pelo menos foi o que o seu comportamento indicou.

— Ela é minha avó.- Respondeu ele, com uma pitada de carinho em sua voz. Ele parecia gostar da avó para falar com tanto carinho sobre ela, mesmo que não fosse algo grande, mas Clarisse pôde notar o quão ele gostava da mulher mais velha. – Eu fico na casa dela quando os meus pais têm viagens e mais viagens. Eu acho até divertido, ela cozinha para mim, e passamos mais tempos juntos que eu e meus pais.- Falou, compartilhando algo pessoal para Clarisse.

A menina sorriu em simpatia, não pensara que esse menino iria falar nem um “oi” para ela, imagina compartilhar um pequeno fato sobre sua vida. Então ela entendeu um pouco do porquê as roupas chamativas, os brincos (que a propósito ele não os usava agora), e o cabelo rebelde cobrindo seu perfeito par de olhos azuis. O cabelo dele não era mais preto, era um tipo de castanho que no sol fazia parecer que apenas na parte de cima (nas pontas) eram loiras, os anéis estranhos não estavam mais preenchendo seus dedos – Exceto por um em seu polegar –, nem uma evidência de piercing que antes parecia estar por toda extremidade do seu rosto (ou foi apenas impressão de Clarisse), seu estilo estava mais para um cantor de Jonas Brothers ou Justin Bieber, ela não sabia descrever.

Quando percebeu que estava observando-o, suas bochechas coraram instantaneamente, ela abaixou a cabeça para que ele não percebesse, mas ele fez. Mesmo assim, ele apenas sorriu e fingiu não ter visto-a corar.

— Seu pai está há muito tempo aqui?- Perguntou ele, interessado.

— Sim, muito na verdade.- Relatou ela com desdém.

Ela nunca tinha ficado tanto tempo em sua vida em um hospital quanto ficou esperando seu pai acordar, mas estava contente em saber que ele iria para casa em breve – Amanhã para falar a verdade, ela ouvira sua avó combinar a alta do seu pai com o médico e Sid, e ficou tão contente em poder ter o pai de volta para casa. –, e finalmente ela iria sair desse hospital que lhe causava calafrios cada vez que entrava (imaginava quantas pessoas morrera lá e isso era assustador) e caminhava pelos corredores.

— Algumas coisas vêm acontecendo, entre meu pai e minha madrasta, eu vou ter dois irmãozinhos e eles estão discutindo um caso antigo.- Ela riu como se aquilo fosse irônico.

O menino riu para ela também, não podia entender o motivo, mas não poderia deixar a menina rir sozinha.

— Eles são policiais.- Respondeu o menino como se aquilo fosse obvio (realmente era).

— Oliver!- Ela advertiu, com uma pitada de ironia é claro.

Ele riu.

— O que você vai fazer no final de semana?- Perguntou ele depois de alguns segundos em silêncio.

A menina pensou arqueando o nariz e entortando a boca, uma cena um tanto engraçada.

— Rae e eu vamos assistir a um filme de terror bizarro que ela viu na internet, e depois comer porcaria até não aguentarmos mais.- Respondeu ela, como se o seu final de semana tivesse sido planejado em sua mente.

— O que acha de mudar isso e ir a uma competição de Skate?- Palpitou ele, convidando-a é claro.

Um sorriso tímido apareceu nos lábios dela, de repente tendo uma súbita curiosidade sobre a família dele, para um menino de sua idade ir a competições de skate no final de semana... Bem, ela achou raro, a maioria de seus amigos passavam os finais de semana na casa de seus pais e suas madrastas, ou iam sair com a família, como no caso dela.

— Eu tenho que perguntar a Rae.- Avisou ela passando para atrás de sua orelha uma mecha rebelde de seu cabelo que insistia de incomoda-la.

— Quem é Rae?- Questionou ele curioso, rindo um pouco irônico.

Clarisse passou a língua pelos lábios humedecendo e após isso mordeu seu lábio inferior, soltando um gruindo desconformado.

— Minha melhor amiga, Rachel.- Levantou uma sobrancelha esperando que ele lembrasse da amiga.

Arqueando a sobrancelha, sua testa enrugou como se estivesse muito confuso, ele realmente não a conhecia, ou apenas não lembrava dela. Mas para Clarisse, Oliver Anderson era obrigado a lembrar de sua melhor amiga, as duas só viviam juntas uma da outra na escola, ela achava as vezes que elas eram uma só, como se fossem irmãs gêmeas.

— Rae que beijou Martin na 4ª série, e namorou com Evan até o verão.- Tentou fazer com que ele lembrasse de sua amiga, e funcionou.

Todos sabiam a história da 4ª série entre Rachel e Martin, o menino até saiu da escola por causa dela, depois que ela deu-lhe um toco, e vários foras. Pobre garoto. Pensou Clarisse, mal tinha idade para sofrer por amor, e já estava ali, fazendo papel de besta correndo atrás de uma menina que deu-lhe um selinho por causa de uma aposta, e depois não quis mais saber dele, na verdade ela nem sabia de sua existência.

— Coitado do garoto.- Riu Oliver ao lembrar-se da história, ele esteve naquela escola desde que saiu do jardim de infância, sabia mais dos podres das pessoas ali do que as mais informadas, por isso era do jornal da escola.

Clarisse riu junto com ele.

— Você tinha que ver a cara dela quando Jackson contou para mim.- Ela riu lembrando das feições de sua amiga quando a conheceu. – “Quem é Martin?”- Fez sua melhor imitação de sua melhor amiga, até a cara confusa ela fez. O menino riu ainda mais junto com ela. – Pobre garoto.- Repetiu ela, só que agora em voz alta.

— Eu lembro uma vez que essa garota, Rachel, brigou com a Claris na aula de artes, todo mundo saiu sujo e no final Claris quem levou a culpa e foi suspensa.- Lembrou ele, rindo um pouco especulativo.

— Quem manda ela ser uma completa bitch.— Retrucou Clarisse, como se quisesse defender sua amiga de alguma forma.

Os dois continuaram a conversar por mais um tempo, até que o sol foi embora e a tempestade de neve estava voltando. Estava muito bom para ser verdade. Pensou Clarisse. O tempo de “pausa da tempestade” só durou alguns minutos, os nova-iorquinos realmente esperavam o resto do dia ensolarada, mas aí o tempo começou a fechar novamente e a neve voltou a cobrir a cidade com os seus flocos brancos gelados. Eles teriam um natal de calor. Especulou os homens do tempo, Clarisse lembrara, mas depois de um tempo ela percebeu que, até que chegasse dezembro seus dias iriam parecer um conto de fadas abandonado. Ela esperava pelo menos que no dia seguinte esse “inverno” todo desse uma trégua, eles precisavam respirar o ar fresco, as crianças precisavam voltar a ocupar os parques, e o tráfego melhorar um pouco mais.

Depois de um tempo esperando a chuva que veio após a neve, Oliver se despediu de Clarisse e foi embora. A menina resolver tomar seu próprio rumo de volta ao andar de cima e encontrar-se com o seu pai novamente, para dizer “olá” e “tchau”, ela sabia que a hora de visita estava chegando ao fim e Stella iria leva-las embora.

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Millie Taylor — “Se quer que seus filhos tenham os pés no chão, coloque-lhes algumas responsabilidades nos ombros.” Abigail Van Buren.


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Notas finais do capítulo

Olá de novo!
Gostaram desse capítulo? Eu tentei ser fazê-lo mais romântico possível. Hey, um dia eu juro que farei um capítulo com menos de 3500 palavras, claro, se a inspiração me faltar.
Próximo capítulo sairá quando eu tiver uma ideia do que fazer com o 35, eu gosto de adiantar um capítulo antes de postar, assim eu não demoro muito (ou mais do que demoro).
Até o próximo capítulo então pessoal! Beijoos da tia Ju =^,^=

P.S: Minha net está muito lenta, então eu posso demorar para responder alguns comentários :( mas responderei a todos!



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