Luz e Fogo (Em Revisão) escrita por July Beckett Castle


Capítulo 32
Luz e Escuridão


Notas iniciais do capítulo

Hello girls!!
Desculpem por eu ter sumido!!! Fiquei na dúvida entre postar esse capítulo ou não. Sabe, eu não queria ser essa pessoa malvada que faz malvadeza e tal, mas continuaremos com a parte dramática da história (aquela que me deixa um pouco mal)...
Hoje não falarei muita coisa. Por que? Porque agora tá tarde, e eu tenho que dormir (senão eu fico até de manhã acordada haha).
Queria agradecer os comentários de vocês!! A minha mãe também que faz maravilhosos pudim!! E as minhas cachorras, que são um amor (mesmo quando estão brigando por atenção). Obrigada todo mundo ♥,♥ (parece que não tenho juízo mesmo hein).
Tenham uma boa e deliciosa (pudim) leitura!!!!

PS: Amo vocês, saibam disso hihihi :D



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Há uma trilha. Um tanto diferente, seu caminho é vermelho como as folhas de inverno caindo sobre a neve. Há faíscas no final, e há fogo, é a escuridão da noite sendo ilumina pelas chamas quentes. No final, o frio não é tão ruim quando se tem fogo, quando se tem luz. Você faz o melhor de você para chegar nessa parte. Mas nunca pensou se, caso você chegue até essa luz, você não pode se queimar? Porque onde há escuridão, há luz, mas nem sempre a luz é sua aliada. Você tem duas escolhas: Ficar na escuridão, no frio. Ou ficar na luz, no calor do fogo, mas com o risco de se queimar nele.

Enfim, a luz é traiçoeira. Nem sempre devemos confiar naqueles que esbanja “luz”, as vezes a escuridão é nossa única aliada.

Uma lágrima caiu dos olhos de Clarisse, rolando pela sua face branca. Suas bochechas manchadas com um blush rosa, era o frio da noite, ela sempre ficara com suas bochechas rosadas. Havia brilho em seus olhos, ávidos, mas no fundo estavam escuros, sombrios. A noite nunca foi sua companheira, ela sempre preferiu o dia, mas houve aquele momento em sua vida que ela mudou sua concepção, sua vida passou como um filme diante de seus olhos. Alguns segundos, foram apenas alguns segundos para a Clarisse não ser mais “a Clarisse”, a escuridão a puxou tão profundamente que ela começou a ter medo da luz. Apesar, é claro, de não acreditar nisso. Ela estava quebrada, ainda se sentia culpada, e odiava esse sentimento, era como se fosse fraca o tempo todo.

Ela parou.

A neve caía do céu com uma certa intensidade, o vento tinha aumentado seu ritmo, estava mais furioso agora, dava-se para ouvir o zumbido que ela fazia ao passar pelos seus ouvidos. Segurando um papel na mão, ela olhou para a casa aos pedaços ao seu lado, deu mais uns passos para frente e parou na próxima casa onde havia algumas janelas iluminadas. Ela ficou em frente à casa, olhando para o papel em suas mãos. Começou a respirar em uma frequência mais rápida, como se estivesse voltando a ter mais um ataque de pânico, mas o frio começou a ser insuportável. Deu alguns passos lentos até a porta da casa e com o punho fechado bateu na madeira antiga e desgastada duas vezes, então esperou.

A porta abriu-se revelando apenas a cabeça de uma mulher idosa, dava-se para notar suas olheiras mesmo com a pouca iluminação, seus cabelos brancos estavam bagunçados e sua aparência era de cansada, do seu corpo só dava para ver sua mão.

Clarisse sorriu gentilmente em direção a mulher enquanto tirava a toca de sua cabeça.

— Olá senhora Turner!- Cumprimentou a menina ainda com um sorriso no rosto, mas as lágrimas ainda caíam de seus olhos.

A senhora, com uma expressão surpresa em sua face, abriu totalmente sua porta a revelando-a por inteiro, ela abraçou seu corpo como se quisesse se proteger do frio. Um vento frio bateu no rosto de Clarisse fazendo-a ficar com uma de suas bochechas ainda mais rosadas, quase em um tom alaranjado.

— Menina.- Falou a senhora se aproximando de Clarisse e tocando em suas bochechas com ambas suas mãos, olhando para ver se era ela mesma, estava tão surpresa, isso era visível. Fazia tanto tempo. – É você...- Sua voz quase não saiu. O calor da saudade aqueceu-a, foi como se não estivesse em um frio congelante. – Você se parece tanto com ela.- Disse a mulher emocionada puxando Clarisse para um caloroso abraço apertado que a mesma correspondeu agarrando-se na mulher que sempre ficou ao seu lado em sua infância.

Chovia muito lá fora, e junto vinha um vento forte. Trovões altos eram ouvidos vindo da imensidão do céu, e raios vinha lá de cima mais feroz, foi como se estivesse castigando as pessoas. Pelo menos foi assim que a Clarisse de 5 anos pensava. A menina de cabelos curtos e castanhos estava com os seus olhinhos azuis brilhando diante da chuva lá fora. Usava um vestidinho rosa que ia até o seu joelho, e um sapatinho branco fechado, suas meias eram rosas igual ao vestido, ela adorava usar meias, segurava uma bola que estava presa entre o seu braço e seu corpo. Seus olhos ardentes com o desejo que a chuva fosse embora e ela pudesse ir brincar lá fora, na casa de sua tia o jardim sempre foi o lugar onde ela pôde fazer o que quiser, desde que, é claro, não estragasse as flores de sua tia.

Fazendo um beicinho, ela olhou para trás em direção a mulher mais velha de cabelos vermelhos, era sua tia, ela parecia concentrada nos papéis na mesa enquanto, pelo o que parecia, riscava algumas coisas (assim foi nos olhos de Clarisse) com sua caneta predileta. A menina arqueou a boca movimentado seus lábios finos, andou com as mãos para trás depois de deixar a bola cair no chão sem fazer qualquer barulho, foi até sua tia e subiu na cadeira em frente a mulher com um pouco de dificuldade, ficou de joelhos na cadeira e pôs seus braços sobre a mesa apoiando seu corpo com seus cotovelos. A mulher não deu atenção a filha de sua sobrinha, continuou com seus papéis assim como fazia antes.

“Brinca comigo, titia?” Pediu a menininha de 5 anos, um pouco melancólica. Fez uma carinha que era de derreter qualquer um.

“Não posso, estou ocupada.” Respondeu a mulher friamente, sem fazer contato visual com a menina.

A menina fez um beicinho triste.

“Agora saía daqui, Clarisse, eu preciso me concentrar.” Ordenou ainda olhando para os seus papéis.

Uma mulher um pouco mais velha que a tia de Clarisse apareceu na sala com um sorriso gentil, trajava roupas de empregada como habitual, levou seus braços para frente chamando Clarisse para ir com ela. A menina sorriu para a mulher e desceu da cadeira com a mesma dificuldade que teve para subir. A mulher mais velha que trabalhava na casa da tia de Clarisse a pegou nos braços fazendo as curtas pernas da menina entrelaçar em sua cintura.

“Vamos jogar um jogo divertido Lilly?” Questionou a menina olhando para a mulher que cuidava dela.

A mulher riu sugestiva enquanto levava Clarisse para fora da sala onde sua patroa trabalhava.

“Claro menina.” Concordou ela virando para esquerda no corredor.

*****

“Oi! Você ligou para Clarisse Taylor, ela não pôde falar agora. Se você tiver sorte, ela retornará mais tarde!” 

A voz de Clarisse soou pelo viva-voz no celular de Stella pelo o que parecia ser a 10ª vez. A grega começara a ficar preocupada com a menina, nevava muito e estava escuro, Clarisse saíra sozinha à noite e não dissera nada para onde iria. O que deixava ainda mais aflita era pelo fato dela está sozinha em casa, Millie estava no hospital com Mac e o sinal não estava muito bom, ela não queria ligar para Mac e dizer que ela perdera sua filha além de tudo. Respirou fundo e resolveu deixar uma mensagem para a menina já que ela não atendia o celular.

— Clarisse Taylor, é melhor que você pegue esse celular e atenda minhas ligações, eu estou a ponto de explodir bonitinha.- Ameaçou ela por telefone. Abaixou a cabeça ainda com o seu celular na orelha, suspirou e deixou uma lágrima cair de um de seus olhos. – Por favor Clarisse, atenda essa chamada, eu estou preocupada.- Pediu por fim um pouco tristonha.

Ela realmente estava muito preocupada com Clarisse, com tudo que veio acontecendo nos últimos meses parecia que ela estava com mais medo do que preocupação. Era de se esperar, é claro, por tudo o que passaram, e ainda tinha a parte “perigosa”, ela não sabia o que eles estavam enfrentando, tudo isso era demais para ela.

Ainda com o celular na mão, ela virou-se para a janela observando os flocos de neve caindo pela cidade agressivamente, e tudo o que ela conseguia pensar era em onde Clarisse poderia estar. Já tentara procura-la na casa de Rachel, mas como esperado ela não estava lá, e em nenhuma das casas de suas amigas que Stella acabou conhecendo, até ligara para Lindsay perguntando se Clarisse estava lá, mas não estava. A última pessoa que tentou para localizar a menina foi Flack, mas ele não atendera sua ligação. Uma batida na porta a fez despertar de seus devaneios, ela correu até a porta esperando que fosse Clarisse, mas quando abriu se deparou com Lindsay e sua cara de decepção ficou muito visível.

— Linds, entra.- Pediu ela dando espaço para que a amiga entrasse.

A mulher fez o que a amiga pedira, mas tinha uma carranca no rosto, Stella parecia diferente, parecia que esteve chorando e estava aparentemente ansiosa. Fechando a porta atrás dela, Stella andou até a sala junto com Lindsay em silêncio, as duas sentaram no sofá e ficaram se entreolhando até Lindsay entregar uma pasta para Stella, a grega arqueou as sobrancelhas e pegou a pasta começando a ler o que tinha nos papéis que estavam dentro.

— O líquido que encontraram no hospital tem uma substância que causa paralisia, eu acho que só foi ejetado em Mac uma ou duas vezes, porque se fosse em uma quantidade maior, era capaz dele nunca mais ter seus movimentos.- Explicou Lindsay olhando para Stella que lia os papéis que ela entregara. – Ele vai ter alguns tremores e pode ter alguma perca de memória.- Concluiu ela ainda olhando para a amiga.

Stella a olhou quando ela concluiu o que dizia, mas não disse absolutamente nada, apenas a olhou e segundos depois voltara para o que lia anteriormente, ela parecia distante e Lindsay estava preocupada com isso, foi como se o que ela dissera não teve tanto impacto... Pelo menos não foi o “impacto” que Lindsay estava esperando que fosse, a vida deles iria mudar drasticamente daqui para frente, Mac não seria o mesmo, não depois de começar a sofrer os “danos”, ele estava perdendo uma parte de quem ele era.

— Stella, está tudo bem?- Perguntou Lindsay com o seu olhar preocupada para a amiga.

Olhando para ela, Stella abriu a boca para falar mais nada saíra. Ela parecia um pouco “impactada”, mas estava parecendo ansiosa, nervosa e distante, por isso Lindsay estava tão preocupada, ela não sabia o que estava na cabeça de sua amiga, Stella estava assim desde que ela chegara para vê-la.

— Stella?- Chamou Lindsay ao mesmo tempo que Stella iria falar, mas ela desistiu novamente.

A grega respirou fundo colocando a pasta com os documentos do laboratório que Lindsay trouxera para ela, e encarou mais uma vez sua amiga sentada ao seu lado.

— Eu estou grávida de gêmeos.- Disse ela. – Clarisse sumiu.- Informou o que estava lhe incomodando, e isso fez Lindsay abrir a boca para um perfeito ‘o’, ela estava surpresa com as duas coisas que ouvira sair da boca de Stella. – Em um momento você está no banheiro, mais um enjoo – fez uma careta ao lembrar – e quando eu saio, tem um maldito bilhete dizendo que ela estará em casa em alguns minutos.- Fitou Lindsay aflita. – Faz uma hora!- Se exaltou ela, estava tão aflita e preocupada que não se deu conta de como sua voz soou tão alta. – Uma hora Lindsay, ela não está em nenhum lugar.- Atordoada, levou suas mãos para o rosto cobrindo-o com elas. – Eu sou uma péssima mãe.- Sussurrou com o rosto enterrado em ambas suas mãos.

— Não, você não é.- Garantiu Lindsay pondo sua mão no ombro da amiga.

— Eu sou, Lindsay.- Se convencia ela já chorando desesperadamente. – Está nevando tanto lá fora...- Ela olhou para sua amiga desesperada. – Se acontecer alguma coisa com ela, eu...- Não conseguiu completar, não tinha nada para falar na verdade, estava com tanto medo, estava tão aflita.

— Nada vai acontecer com ela.- Disse Lindsay para tranquilizar a mulher, mas não foi o suficiente, Stella estava nervosa demais para aceitar qualquer coisa. – Ligue para Adam, peça para ele localizar o celular de Clarisse.- Pediu ela olhando para sua amiga. Stella a olhou em dúvida. – Mac colocou um localizador no celular dela um tempo atrás.- Explicou pegando o celular dela já que Stella a olhava questionando sobre isso, então apenas ignoro-a e chamou Adam pelo celular, não demorou muito e o homem atendera a chamada de sua amiga. – Adam, localiza o celular de Clarisse, peça para Don ou a Danny trazê-la para casa quando você achá-la.- Não houve nenhum questionamento da parte de Adam, pelo menos Stella não viu Lindsay explicando nada para ele. A mulher encerrou a chamada e guardou o celular de volta na bolsa.

Stella olhava para Lindsay com uma de suas sobrancelhas levantada.

— Querida, foi há muito tempo.- Disse ela como se quisesse que Stella desistisse de procurar saber disso.

— O que...- Começou Stella, parando porque sua voz falhou. – O que aconteceu, Lindsay?- Questionou ela querendo saber o que sua amiga estava lhe escondendo.

Respirando fundo, Lindsay se pôs disposta a contar a sua amiga o que acontecera para Mac ser “tão preocupado” com a sua filha anos atrás.

— Foi logo quando você foi embora, a tia da Clarisse morreu, e Mac conseguira a guarda dela. Teve esse caso, muito difícil, ele começou a perseguir Mac, e ameaçou Clarisse. Depois disso simplesmente sumiu, ano passado ele voltou e mandou umas fotos da Clarisse saindo da escola, e voltou a matar, então parou novamente. Nunca o pegamos.- Explicou Lindsay vendo a expressão horrorizada de Stella. – Descartamos o envolvimento dele nesse caso, Stella, ele não mata seu alvo assim.- Disse ela tossindo um pouco. Stella a observava atentamente esperando para que ela concluísse o que estava falando, mas pareceu que era uma coisa difícil para Lindsay. – Ele tem um modo diferente de matar.- Apenas disse isso e ficou em silêncio.

— Por que ninguém me ligou? Por que Mac não me ligou?- Questionou ela levantando bruscamente do sofá ficando de pé. Sua pergunta foi mais como se estivesse exigindo uma explicação, e ela realmente queria saber o porquê ficou de fora disso, mesmo longe ela se achou no direito de saber o que estava acontecendo com sua família, por isso não gostou nadinha de saber que ficou de fora.

— Stella, foi há muito tempo, e você estava em New Orleans, tinha uma vida lá.- Argumentou Lindsay querendo que sua amiga entendesse seu ponto de vista. Claro que a equipe não a contatou por causa da distância e porque não queriam incomoda-la com assuntos deles.

— Não importa!- Gritou Stella assustando um pouco Lindsay com o tom que usou. – Eu faço parte dessa família, eu devia estar incluída em tudo.- Argumentou ela um pouco alterada. – Vocês nunca pensaram que eu poderia ajudar mesmo estando longe? Lindsay, eu faria de tudo para estar aqui com vocês, não importa o que fosse.- Disse ela como se acusasse Lindsay de alguma coisa. – Vocês me deixaram de fora. De tudo, eu perdi tudo, porque vocês escolheram me deixar de fora.- Acusou ela, não apenas Lindsay, mas toda a equipe, sua família. – Então só porque eu saí da equipe, quer dizer que não faço mais parte dessa família?- Questionou um pouco ironicamente.

Para tudo tem limite, e Stella estava perdendo o dela, Lindsay já estava começando a perder a paciência, ela não queria mesmo gritar com Stella, mas a mulher não estava lhe dando escolhas. Como ela podia acusa-los de tê-la deixado de lado? Desde quando Stella estava se sentindo “excluída”? Lindsay não sabia mesmo o porquê da “explosão” repentina de Stella, sabia que ela estava chateada, mas não sabia o porquê ela cobrar isso agora.

— Oh pelo o amor de Deus!- Gritou Lindsay ficando de pé encarando Stella. – Você deixou essa equipe, o que mais poderíamos fazer? Ligar para você para perguntar sobre algum caso? Stella, você nunca ligou, apenas mandava cartões em aniversários ou no Natal, mas nunca fez uma ligação. Você disse que viria nos visitar, mas nunca veio. Você foi a quem se excluiu, ninguém te excluiu, Stella, você sempre foi, e sempre vai ser parte dessa família.- Disse ela no mesmo tom que Stella usou com ela minutos atrás.

A grega ficou parada olhando para Lindsay sem dizer nada, ela sabia que tinha errado, mas ainda esperava que eles pelo menos tivessem a decência de ligar para ela quando estivessem em um caso ruim, ou quando precisassem conversar, mas tudo isso era tarde demais. E ela foi culpada em parte também, tentando se afastar de Mac, ela se afastou de sua família também.

— Podia ter acontecido algo pior.- Argumentou ela, agora em um tom mais “neutro”, sem cobranças, sem nenhum tom acusador. – Vocês teriam me ligado se eu não tivesse aqui para saber de Mac?- Perguntou ela.

Lindsay ficou em silêncio, desviou o seu olhar de Stella para qualquer coisa ali na sala, pensava em uma resposta. Realmente, no momento que foi aquele, todo o estresse, eles não lembrariam de ligar para Stella, ficaram muito surpresos ao vê-la no hospital naquele dia, mas nunca pensaram em ligar para ela, aliás eles pensavam que ela e Mac tinham cortado laços. Já fazia tanto tempo desde que Stella tinha se comunicado com a equipe, eles não iriam ligar para ela, essa era a verdade, porque Stella tinha sumido, ela não era mais a mesma, ela era “outra” Stella, fizera novos amigos e construíra uma vida longe deles.

— É claro que não!- Seu tom foi ‘acusador’ novamente. Esperava que Lindsay dissesse que eles ligariam para ela, mas no fundo sabia que não iriam, que ela nunca iria saber de Mac, era como se não importasse para ela, mas importava bastante. E no fundo, ela sabia que ela tinha culpa nisso, ela quem fora embora, ela que os deixou para trás, fugindo de sua casa. – Eu iria saber se você levasse um tiro? Ou acontecesse alguma coisa com Danny? Iria saber se Don saísse da equipe e fosse para outra cidade tentar algo melhor, ou se Sheldon resolvesse se casar? Eu sei que eu não liguei, eu sei que tenho culpa nisso, mas eu não fui a única.- Disse isso deixando lágrimas descerem de seus olhos. – Eu merecia saber.- Concluiu ela.

— Não se faça de vítima!- Gritou Lindsay com raiva. – Deus, Stella, eu estou grávida, você não é a única que tem problema! Eu perdi um bebê, você acha que eu quero perder esse também? Porque é o que vai acontecer!- Gritou ainda mais com muita raiva e mágoa.

Stella parou com essa notícia, ela estava tão preocupada com os seus próprios problemas que não pensara em Lindsay. Mas as coisas vieram se movendo muito rápido para ela, não foi nada bom, não foi nada o que ela esperava, apenas dor e escuridão. Ela estava tão preocupada com sua dor, que não teve tempo de se preocupar com os seus amigos.

— Você sempre fez parte dessa equipe.- Disse Lindsay. – Mas você saiu, estava construindo uma vida, ninguém queria te atrapalhar.- Ela podia entender um pouco o ponto de vista de Stella, mesmo estando chateada com ela, não era motivo de agredi-la desse jeito, não queria que sua amiga tivesse mais problemas do que já tem, porque ela sabia como Stella era, tomava a dor dos outros como se fosse seu próprio sempre tentava consertar as coisas.

— Eu estou cansada.- Admitiu ela. – Essa gravidez, Mac no hospital, Clarisse sumindo. Tudo!- Colocou uma de suas mãos sobre o rosto cobrindo-a com ela. – Eu sinto muito o que tenha acontecido com você Linds, e me desculpa por ter gritado com você daquela forma, eu não estou sendo eu mais.- Lamentou-se ela retirando sua mão que cobria seu rosto e limpando uma lágrima que caíra de seus olhos. – Eu não consigo levar tudo, eu pensei que chegando aqui as coisas iriam melhorar, mas não estão melhorando. Já não tenho mais a idade de antes, estou com tanto medo de perder os meus bebês...- Chorou ela. – É só, difícil, sabe?- Falou isso em meio aos soluços. – Eu não sei o que fazer. Ou como fazer. Não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo, não posso controlar tudo em minha volta. Às vezes eu só queria sumir um pouco.

— Eu sei...- Respondeu Lindsay solidária. Era não duro para ver sua amiga desabar desse jeito. Teve um tempo que ela não sabia como Stella estava conseguindo conciliar tudo, mas agora ela sabia que sua amiga não conseguira, que tentando fazer isso a deixou “fora de si”. – Eu sinto muito.- Lamentou ela.

Stella respirou fundo e limpou suas lágrimas com a mão.

— Eu não acredito...- Comentou sorrindo. – Estamos grávidas.- Olhou para Lindsay que sorriu quando ela disse isso. – Grávidas.- Repetiu isso como se ainda não acreditasse. E realmente não acreditava que tinha dois ser-humanos se formando dentro de sua barriga.

Lindsay riu olhando para ela.

— É.- Concordou ela.- E você está esperando gêmeos...- Lembrara do que sua amiga dissera antes e isso não saiu de sua cabeça, estava feliz por Stella.

 Depois disso, as duas resolveram conversar sobre a gravidez delas, sobre o que seria daqui para frente, e o que mudaria na vida de ambas. Foi bom para Stella ter alguém com quem podia conversar sobre isso, antes de descobrir sobre Lindsay estar grávida era um pouco estranho, por isso sempre conversava com Caroline (a sua nova amiga que conheceu no elevador [a/i:cap22]), porque ela a entendia mais do que ninguém – Claro, ela sabia que Lindsay e Millie sabia muito, mas preferia conversar com alguém que estivesse passando pela mesma coisa. –, e agora estava sendo confortante conversar com Lindsay. Então veio o momento chato, as duas acabaram enjoando ao mesmo tempo, ambas correram para os banheiros da casa, quando saíram parecia que um caminhão tinha passado por cima dela.

— Eu odeio isso!- Resmungou Lindsay andando para fora do banheiro da casa.

Stella choramingou concordando com ela enquanto a acompanhava pelo o corredor até chegarem na sala. Assim que sentaram no sofá a campainha tocou, Stella saiu correndo (mesmo sabendo que sentiria tonturas como sempre) até a porta e nem se deu ao trabalho de olhar quem era, foi logo abrindo a porta esperando que fosse Clarisse. Quando a porta foi aberta, ela se deparou com Flack e Clarisse parados lá fora, e seu olhar para Clarisse já dizia tudo, ela nem precisava falar que estava brava com a menina, ela entendera apenas ao olhar nos olhos da mãe.

— Onde você estava?- Foi logo perguntando enquanto puxava a menina pela mão para entrar na casa e então envolveu seus braços nela para um abraço apertado. – Eu fiquei tão preocupada...- Sussurrou beijando a cabeça dela enquanto “espremia” a menina em seu abraço muito apertado.

— Me desculpa.- Lamentou Clarisse sentindo-se culpada. – Eu sinto muito, mãe. Você está brava comigo?- Ela sabia que Stella estava brava, mas perguntara mesmo assim, queria ouvir isso da boca dela. Não era do seu costume sair à noite, mas achou uma necessidade, ela precisa ver alguém, e se surpreendeu com as pessoas que encontra. Ela sabia que o certo era sair mais cedo, mas estava com suas amigas naquela tarde, então não pôde fazer o que fizera à noite nesse tempo.

Stella ficou em silêncio por um tempo ainda abraçando Clarisse, olhou para Don que olhava para ela com um pequeno sorriso, mas ela estava séria o que fez a expressão do homem suavizar.

— Não estou brava com você.- Sussurrou suavemente. – Linds está aqui, porque você não vai lá dar um oi.- Propôs Stella desvencilhando do abraço e encarando a menina.

Clarisse sorriu para Stella, e fez o que ela pediu, deixando-a a sós com Don. Pela expressão séria no rosto de Stella, Don sabia que o que ela tinha para falar era muito sério, e tinha um leve pressentimento de que era sobre o caso de Mac.

— Don, eu quero encontrar o filho da mãe que colocou Mac naquele hospital.- Falou ela com firmeza.

O olhar determinado nos olhos dela assustou um pouco Don.

— Nós vamos encontra-lo Stell.- Prometeu Don, passando uma confiança que nem ele mesmo sabia de onde tinha vindo.

— Bom!- Respondeu ela. – Eu tenho que falar com você.- Disse ela estendendo o braço para que ele pegasse na sua mão.

Com um sorriso fraco, Don levou sua mão até a dela e entrelaço-as juntas deixando-a puxa-lo para dentro do apartamento de seu amigo depois de fechar a porta.

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Clarisse Taylor – “Todos temos Luz e Trevas dentro de nós. O que importa é o lado o qual decidimos agir. Isso é o que realmente somos.” J.K. Rowling.


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Notas finais do capítulo

Capítulo legal né? Teve briga de adolescente. Adolescente resolvendo desaparecer. Mulheres bipolares. Conversas sérias! Meu Deus, estou ficando crazy!!
Hahaha S2
*cariinha de pensamento* hoje comecei chamar todo mundo por "nomezinhos": 'amorzinho', lindo, linda, flor, florzinha, bonitinha (o que tá acontecendo com esse coração de gelo?).
Estou dando minha palavra HOJE, AGORA, que o próximo capítulo eu vou aliviar!
Quem é o casalzinho mais fofinho que vai aparecer tanto que até vai deixar nós enjoado? Isso mesmo, nenhum, porque eu vim aqui para estragar a felicidade de vocês (bixa má) e dizer que eles nunca vão ficar juntos, porque essa fanfic está escrita para ser uma novela mexicana! ;) hahaha hihihi >,< Brincadeira gente, agora falando sério, o próximo vai ser mais levinho, na verdade vai ser grandinho, tanto que eu tive que dividir em dois (já tá pronto :O -quase lá-)...
Alguma fanfic para me indicar? Alguma leitora que é escritora e que tem uma história tão diva para me crushar? Digam ai por favor!! Vou começar a ler as fic's pela telinha minúscula do meu celular :( Porque meu pc é mau S2 ele fica mostrando aquelas séries pra mim assistir, aí eu esqueço de escrever fanfic, ler fanfic...
bláh bláh bláh
chega Ju! Ok parei!!
Tchau, beijos! adoro vocês S2 no meu coreh (coraçã♥) Beijão =^,^=
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PS: Como lidar com o crush que não está dando a mínima para você? *papinho>* Minha amiga quer saber ;) !!! =^,^=