Estava eu, Clarisse e Millie na sala de espera do hospital debatendo quem iria ficar com Mac essa noite. E claro, eu acho que a melhor pessoa para passar a noite com ele hoje sou eu, Millie já estava cansada, ficou todas as noites em que ele foi para o quarto com ele, mal dormiu essa noite que eu bem sei. Mas claro que ela não concordou comigo sobre ficar com Mac, para não dizer que eu estava grávida na frente de Clarisse, ela iventou um monte de argumentos que, eu ignorei, mas quem tava ignorando mesmo era Clarisse que não falava nada, só estava de braços cruzados sentada no sofá e ainda com uma cara emburrada. Tadinha da minha pequena, se Millie deixasse logo de ser cabeça-dura já estaríamos de acordo e me deixasse ficar de uma vez. Mas não, ela precisa inventar um monte só para eu ir para casa.

— Mas, Millie...-Eu tentei argumentar com ela, juro que tentei, mas essa mulher não vai descansar até conseguir o que quer. Parece até alguém que conheço. Notei pelo canto do olho Clarisse revirando os olhos, o que me fez sorrir um pouco.

— “Mas” nada, Stella, você precisa de descanso, e outra, Clarisse sempre acorda de madrugada e você é a melhor pessoa para ajuda-la.-Argumentou Millie. Ela tinha razão, sempre que Clarisse tinha um pesadelo eu estava lá para ajuda-la, mas eu acho muito bem que, Millie com o seu jeitinho pode acalmar muito bem a minha Ursinha. E outra, eu quero mesmo passar essa noite com Mac, mesmo que para dormir em um sofá seja desconfortável eu estava disposta a fazer isso para ficar com ele. A mamãe quer um tempo com papai! Sem perceber, fiz um biquinho e Millie arqueou a sobrancelha. – Nem vem.-Disse Millie de um jeito engraçado. Ela realmente pareceu com Clarisse agora. – É melhor você me obedecer ou...-Isso foi uma ameaça? Pois pareceu ser uma. Millie está quase me convencendo a ir para casa.

Acho melhor entregar os pontos, e deixar essa briga para Millie vencer, eu não tenho nenhum bom argumento além de tudo. Olhei para Clarisse que agora tinha seus olhos em seu celular, e voltei meu olhar para Millie que tinha um olhar desafiador e pronta para vencer uma luta.    

A olhei com uma cara de derrotada e pude ver o seu sorriso de quem vencera, quando iria falar mais alguma coisa, ouço algumas vozes no corredor e sorriu. Esses meus amigos são uns loucos por falar tão alto no hospital. Desviei meu olhar de Millie e observei Clarisse correr até eles abraçando cada um, vi uma mulher morena que eu não conhecia ainda, mas já havia visto um dia com Jo no hospital. Millie, assim como Clarisse foi falar com o pessoal, apenas eu que fiquei parada os observando, vejo que a primeira pessoa que Millie falou foi Don, ela puxou a orelha dele e disse alguma coisa que o fez ri. Pela primeira vez vejo a mãe de Mac sorrir de verdade, e eu estava feliz com isso. Danny se aproximou de mim e me abraçou, eu claro, correspondi ao abraço, nos distanciamos depois de alguns segundos e ele me deu um beijo na bochecha se afastando de mim, logo em seguida, Adam veio para me abraçar e demoramos alguns segundos abraçados. Lindsay e Jo me olharam com um olhar de quem iria...

Meu Deus! Eu não consegui falar, nem respirar quando as duas vieram me abraçar ao mesmo tempo. Eu fiquei sem ar. Sério! As duas tinham um sorrisão no rosto que me fez suspeitar de que Linds abriu a boca e falou para Jo sobre eu estar grávida. Deus! Eu juro que,  se ela falou para Jo eu faço essa baixinha comer terra...

— Eu soube que ele acordou.-Disse Jo me soltando, assim como Lindsay. Fiquei aliviada quando ela não tocou sobre aquele assunto. Eu até gostava de Jo, ela foi uma boa amiga, quem sabe poderemos ser mais amigas daqui pra frente. Mas por enquanto, só éramos “colegas”, ela trabalhava com Mac e estava no meu lugar, era só.

Sorri sentindo meus olhos começarem a encher d’água. – É!-Eu respondi. – As enfermeiras estão no quarto agora.-Disse com minha voz embargada. Limpei as lágrimas que insistiam em cair e Jo veio me dar outro abraço, mas agora moderado. Nos separamos e olhei para Lindsay que tinha um sorriso compreensivo no rosto.

— Ele vai ficar bem?-Pediu Lindsay me olhando, agora preocupada.

Eu acenei com a cabeça. – Sim. Claro que ele vai!-Assegurei-as. Esperava que sim, é claro. Mas quem sabe o que vai acontecer daqui pra frente, Mac é forte, mas ele ainda estava ferido.

Quando olhei por cima das meninas, vi Don atrás de Jo, ele tinha um sorriso no rosto. Eu o chamei para um abraço e ele veio até mim me abraçar. Ficamos abraçados por...não sei quanto tempo e quando nos distanciamos, vi Clarisse abraçada de lado com a avó e Sid perto delas, sorri para ele e fui abraça-lo. Fiquei abraçada com Sid buscando o conforto que eu sempre tinha em seus braços, acabei chorando ainda mais. Depois de Sid eu fui abraçar Sheldon que estava ao seu lado, e então cumprimentei a mulher desconhecida para mim.

— Vocês, venham cada um comigo, ele quer falar com vocês.-Chamou Millie. Na verdade ela só chamou os meninos, e eles seguiram a ela.

Ficou apenas eu e as meninas na sala de espera. Olhei para a desconhecida depois para as meninas, Lindsay me puxou para sentar no sofá e elas foram junto. Sentamos no grande sofá que coube nós 5, Clarisse sentou do meu lado esquerdo e Linds do outro, Jo sentou-se atrás de Linds e a, até então desconhecida para mim sentou-se ao lado de Clarisse.

— O nome dela é Jaime.-Disse Clarisse para mim. Eu sorri para a mulher. Lembrei que Mac contara sobre uma detetive nova, acho que foi dela que ele falou.

— Oi!-Falou ela me cumprimentando. Não tive como responder porque as meninas começaram a falar, mas para não parecer antipática eu sorri para ela.

— Eu quero saber de tudo o que aconteceu!-Pediu Jo e Lindsay ao mesmo tempo. No inicio eu hesitei um pouco, mas, junto com Clarisse contei o que aconteceu quando Mac acordou, claro, pulei a parte de que nos beijamos e todo resto chato, apesar de que Jo e Lindsay já soubessem (Jo desconfiava) do meu relacionamento com Mac.

Quando terminei de conta-las tudo o que ocorreu, eu e Clarisse fomos até o quarto de Mac para nos despedimos, já que estava na hora. Entrei no quarto e os garotos riam de alguma coisa, quando notaram a minha presença e a da Clarisse eles pararam o assunto que estava tão animado, até mesmo Millie que estava lá acompanhavam ele. Clarisse deu um beijo no pai, e relutante, depois de um longo abraço ela se despediu dele e do pessoal, e eu apenas abracei ele e beijei sua bochecha, disse que iria para casa dele com Clarisse e voltaria amanhã. Depois de nos despedimos, eu e Clarisse dissemos tchau para o pessoal e saímos do quarto, nos despedimos das meninas e finalmente fomos para o elevador.    

Chegamos em casa depois de muito tempo. Argh! O trânsito estava horrível. Assim que entramos em casa, Clarisse olhou para mim e abriu um sorriso que me fez derreter. Eu amo demais essa garota! Eu sorri para ela e a abracei de lado.

— Você quer jantar o quê?-Perguntei depois de dar-lhe um beijo na cabeça e solta-lha para eu poder ir até a cozinha, quando cheguei na cozinha deixei minha bolsa em cima do balcão e a olhei esperando uma resposta. Ela estava com uma cara pensativa e eu sorri.

— Macarrão com queijo.-E depois de mais alguns segundos foi que ela me respondeu. Eu sorri. Ainda bem que ela escolheu algo que eu consigo fazer rápido, e, não me faz enjoar. Eu amo macarrão com queijo! Ou... É o meu bebê que ama?

Espero que ele goste, porque é o preferido da irmã. – Hey, Ursinha, vai tomar banho enquanto eu preparo seu macarrão com queijo!-Pedi docemente com um sorriso. Ela sorrir para mim e foi fazer o que eu pedi.

Eu comecei a cozinhar...

Quando terminei de fazer o macarrão com queijo, fiz também um suco que, provavelmente Clarisse não iria gostar, mas era forte e ela precisava, depois que fiz o suco fui tomar um banho e mudar de roupa, porque essa calça... Ninguém merece! Está tão apertada. Eu realmente não sei o que fazer com minhas roupas, eu estava engordando e as roupas ficando apertadas. Urgh! Espero ter roupas até voltar para Nova Orleans... Eu já tinha esquecido dessa parte. De um jeito ou de outro eu tenho que voltar para NO, eu não sei o que vou fazer daqui pra frente, Mac rejeitou Christine, mas, e se ele não quiser esse bebê também? No quarto, me botei em frente ao espelho já sem blusa e com o zíper da calça aberta, reposei minha mão em minha barriga e acariciei meu bebê.

— Não importa o que acontecer, a mamãe sempre vai estar com você. Prometo não te deixar.-Falei olhando para minha pequena barriga que nem era notada ainda. Deixei escapar algumas lágrimas e as limpei. – Eu já te amo muito. Desculpa se não te aceitei no começo, mas agora, eu só quero te ver crescer dentro de mim.-Quando me dei por mim já estava soluçando.

Antes que Clarisse aparecesse no quarto de seu pai, eu entrei no banheiro para tomar um banho, não demorei muito para não deixar minha ursinha esperando. Sai do banheiro enrolada na toalha e fui até minha mala, tirei uma t-shirt branca... Acho melhor uma blusa de Mac, é mais confortável. Deixei a t-shirt de lado e só peguei uma calça de yoga preta, fui até o armário de Mac e peguei uma camisa grande dele. Após me vestir, voltei para cozinha onde vi Clarisse colocando o seu prato.

Sorri para ela.

— Está mesmo com fome.-Falei sem querer assusta-la, mas acabei assustando-a.

Ela riu colocando a mão no peito, mas voltando a colocar o macarrão no prato. – Claro!-Ela me respondeu obviamente. Eu sorri e me juntei a ela. Quando coloquei o suco na mesa, assim como eu esperava, Clarisse fez uma careta e disse que não iria tomar o suco. Eu ri dela. Poxa, nem é tão mal assim, é apenas laranja e beterraba.

— Você vai gostar.-Afirmei saboreando o suco. Estava mesmo uma delícia, mal dava para sentir o gosto da beterraba. Eu aprendi fazer esse suco com uma amiga em NO, claro, ela colocava mais coisas, mas eu só coloquei dois dos ingredientes que ela me ensinou.

Clarisse colocou o suco na boca com uma careta, mas depois vi que ela gostou. Saboreamos do jantar enquanto conversamos. Eu estava feliz que minha ursinha estava mais calma, ela tinha um brilho diferente no rosto agora, parecia mais feliz. Deus, quanto eu esperei por isso! Ouvia ela dizer que estava falando com Rachel sobre voltar para escola, mas alguém tinha que ir lá e falar com a diretora, eu, claro me ofereci para ir. Mas ela disse que só iria voltar para escola na outra semana, queria ficar mais com o pai, e eu apoiava isso. Clarisse mudou quando o pai acordou, eu estava gostando dessa mudança, parecia que ela tinha tirado um peso das costas, mas o sentimento de culpa ainda era presente, eu podia ver isso em seus olhos quando ela iria contar ao pai mas não conseguiu. Infelizmente.

Quando acabamos o jantar, limpamos a cozinha, depois fomos para a sala assistir um pouco. Percebi que Clarisse estava muito cansada então a levei para o quarto, fiquei lá até ela dormir e voltei para o quarto de Mac. Demorei um pouco para adormecer, estava com a mão na barriga acariciando-a e pensando no futuro do meu bebê. Clarisse poderia odiar a ideia de ter um irmãozinho agora, e isso me perturbava um pouco. Tudo o que mais queria era a aprovação dela e de Mac, porque a de Millie eu já sabia que tinha, ela deixou notar isso e eu era grata a ela por tudo. Fechei meus olhos e o cansaço venceu. Dormi com minha mão sobre o meu bebê.

Amanheceu, e eu só acordei com o sol batendo nos meus olhos. Depois de muito resmungar eu levantei e fui para o banheiro, lá eu fiz minha higiene matinal e tomei um banho quente, sai do banheiro e vesti uma roupa quente, uma t-shirt branca e por cima um suéter rosa bebê, uma calça mais folgada jeans preta que eu encontrei no meio das minhas roupas, e calcei uma sapatilha. Fiz uma maquiagem básica que sempre usava no dia-a-dia, sai do quarto para acordar Clarisse que dormia lindamente em sua cama. Coloquei a mão em seu rosto e a chamei suavemente.   

— Ursinha.-Chamei pela primeira vez e ela resmungou. Sorri para ela que virou-se para o lado oposto da cama ficando de costas para mim. Subi na cama e deitei ao lado dela colocando um braço em volta dela e outro usei para acariciar seus cabelos. – Nós temos que ir.-Eu disse beijando o topo de sua cabeça. Ela resmungou novamente. – Vamos, Clarisse, não seja tão preguiçosa.-A chamei pelo nome, e ela acordou. Me olhou como se eu tivesse tirado a coisa mais importante da vida dela, e fez beicinho. Eu sorri e levantei da cama dela. – O café estará pronto em 10 minutos.-Avisei da porta.

— Tá...-Me respondeu ela, com uma vozinha sonolenta e, parece que ela voltou a dormir. Sai do quarto dela e fui para cozinha preparar nossa primeira refeição do dia.

Comecei a preparar os bacons e os ovos mexidos que Clarisse gostava, fiz panqueca também e café, suco de frutas vermelhas que minha ursinha ama e coloquei tudo na mesa. De repente, senti aquele enjoou voltar. Droga! Me afastei da cozinha e fui para sala, sentei no sofá com a mão na cabeça e os olhos fechados. Respirei fundo esperando o enjoo passar. Esperei 1, 2, 5, 10 minutos e passou. Nesse momento Clarisse entra na sala e percebo o olhar curioso que ela tem sobre mim.

— Bom dia?-Disse ela se aproximando. Eu sorri incapaz de abrir os olhos totalmente pois, junto com o enjoo, veio uma tontura.

 – Eu fiz tudo o que você gosta.-Disse a ela que ainda tinha um olhar preocupado. – Eu estou bem.-Garanti a ela.

Ela colocou gentilmente a mão no meu ombro e foi até cozinha, mas voltou e consigo trouxe uma maçã, sorri para o gesto dela quando me entregou a maçã. Peguei a fruta e puxei o braço de Clarisse para abraça-la. Ela me deu um abraço bem forte que lhe foi correspondido.

— Eu te amo, viu?!-Eu disse para ela e que balançou a cabeça positivamente.

— Eu também te amo, e muito!-Disse ela e eu derramei algumas lágrimas. Feliz. Era como me sentia agora, e esse choro era de felicidade, por estar junto com as duas pessoas que eu mais amo agora. Minha ursinha e meu bebê. – E nós vamos ser uma família.-Disse de repente. Mais e mais lágrimas escorriam em meu rosto e eu era incapaz de falar qualquer coisa. – Mãe.-Essa menina quer me destruir mesmo.

Lembrei do que eu prometi a Claire quando ela deu a luz a minha ursinha. Eu iria cuidar dela, não importa o que acontecesse, eu iria cuidar dela. Nem precisava pedir para eu fazer isso, porque se precisasse... Se precisar eu irei impor minha vida por ela, e por esse bebê e para ver o homem que amo feliz. Mas além de tudo, eu irei amar essa menina como minha própria filha, não importa o que o futuro nos reserva, eu irei sempre e sempre ama-la.

— Eu estou feliz que me veja assim.-Falei verdadeiramente, com ela em meus braços. – Prometo não te deixar. Eu já te amo muito.-Falei as mesmas coisas que disse quando estava sozinha para o meu bebê. Clarisse era minha bebê, sendo que, ela é minha bebê adolescente. – Eu te amo tanto.-Repeti sem conter minhas lágrimas. Só disse o que sentia, e era tudo verdade.

— Eu posso te chamar de mãe?-Perguntou insegura olhando em meus olhos. Como se eu fosse negar alguma coisa para minha ursinha. – Eu serei a mãe mais feliz do mundo se você fizer isso!-Disse a ela que sorrir, a puxei para um outro abraço e dando vários beijos em seu rosto o que a fez gargalhar.

Depois do nosso momento essa manhã, eu estava mais aliviada que Clarisse me via como mãe, acho que agora ficarei mais tranquila para contar-lhe sobre seu irmãozinho ou irmãzinha. Eu quero fazer uma surpresa para ela e para Mac, eu não quero que ela saiba depois por mim e por ele, quero contar-lhe em conjunto, e então saberei se os dois ficarão feliz e, eu não quero mesmo deixar Clarisse para depois.

Nós duas saímos de casa e seguimos para o hospital, Millie merecia uma folga depois de passar a noite toda no hospital. Já estou prevendo ela protestar, mas dessa vez quem vai ganhar essa  luta sou eu, não vou mesmo deixar que ela fique desconfortável. Ela voltaria para casa, tomava um banho relaxante, dormia e, quando estivesse descansada voltaria para ver o filho.

Antes de entrar no quarto de Mac, eu bati na porta e a abri, sorri ao vê-lo tomando café junto com Millie. Quando ele me viu na porta sorriu, seu sorriso aumentou quando viu sua filha ao meu lado, nós entramos no quarto e a primeira coisa que Clarisse fez foi subir na cama de Mac e abraça-lo.

— Pai, eu senti sua falta!-Ouvi ela dizer. Sorri olhando para Millie que também sorria para mim. A mulher mais velha foi até mim e me abraçou, timidamente colocou a mão na minha barriga distante dos olhares de Clarisse e Mac. – Como estão?-Ela perguntou em sussurro.

Eu sorri antes de respondi. – Bean está bem guardado.-Eu disse sorrindo e ela levantou uma de suas sobrancelhas. Só então notei que Clarisse e Mac olhavam para nós, por sorte, Millie não tinha mais a mão em minha barriga.

— Bean?-Mac perguntou divertido. Eu sorri e fui até ele, juntei nossos lábios para um selinho, mas ele começou um beijo de língua e eu correspondi. Foi calmo e apaixonado. Quando nos distanciamos, eu senti meu rosto ficar vermelho com o olhar de Clarisse sobre mim. – Agora, me digam -olhou para mim e a mãe-, o que é bean?-Perguntou com um tom divertido.

Nosso filho, oras! Tá certo que eu não ria dizer isso! *Revirada de olhos imaginária* Ele não sabia que estávamos falando do filho dele, e eu me vi em um beco sem saída, olhei para Millie pedindo apoio.

— Estávamos falando sobre um relógio.-Disse Millie. Não sei de onde ela tirou isso, mas Mac caiu.

— Não sei não.-Clarisse deu de ombros. Essa menina... Olhei para ela e sorri. – Pai, vó, tenho novidades!-Disse ela olhando para mim e depois para o pai e a avó. – Stella concordou em eu chama-la de mãe.-Falou emocionada e com os olhos marejando. Eu também senti meus olhos encherem d’água. Mac me olhou surpreso, mas esperando uma confirmação, eu que nem conseguia falar, apenas acenei com a cabeça e de canto vi Millie abrir um maior sorrisão.

— Meu filho acorda, e minha neta arruma uma mãe.-Vi que Millie estava emocionada também e limpava as lágrimas que insistiam em cair. – E eu ganhei uma nova filha.-Ela disse já sem conter as lágrimas. – Tudo está perfeito agora.-Concluiu ela.

Tá, hoje todo mundo quer me fazer chorar. Caminhei até Millie e a abracei, não sei por quanto tempo ficamos abraçadas, mas quando nos distanciamos vi Clarisse abraçado com o pai de lado e os dois estavam sorrindo. Mac do seu jeito durão, não chorou. Orgulho masculino! Mas observava-nos com carinho.

— Amor, eu vou levar sua mãe para casa.-Eu disse para Mac sem dar chance para que Millie protestasse. – Clarisse, você quer passar um tempo com o seu pai?-Eu queria deixa-los sozinho por um tempo também, eles mereciam isso.

Vi minha ursinha abrir um maior sorrisão, então já sabia a resposta. Peguei minha bolsa e a bolsa de Millie, beijei a testa de Clarisse antes de ir, e beijei Mac, dessa vez só foi um selinho, ele não podia se cansar tanto. Millie se despediu dos dois e eu a puxei para fora do quarto, ainda pude ouvir Clarisse dizer “Ela é incrível...”, e o resto não pude escutar, mas sorri. Millie passou seu braço pelo meu ombro e sorriu.

— Agora querida, você vai me contar essa história de estar com um feijãozinho dentro de você.-Pediu Millie em um tom de brincadeira. E eu resolvi conta-la tudo.

Terminei a história e ela pediu para ver a foto da minha ultrassom de novo, antes de mostra-la eu a perguntei como ela descobriu e... Como assim ver a ultra do neto de novo? Ela me contou enquanto caminhávamos até o carro que ficou curiosa e olhou na minha bolsa. E quer saber? Eu estou bem com isso. Millie já é como uma mãe para mim, não me importo dela invadir minha privacidade. Deus, eu não sei o que eu faria se não fosse por ela! Depois dela ter me contado, entramos no carro e eu tirei da bolsa a ultrassom que eu fiz com o doutor, não deu muita coisa era só para saber se estava tudo bem com o meu bebê, e graças a Deus estava. Senti algumas lágrimas queimarem quando lembrei do som do coraçãozinho dele, eu não tinha chorado na sala do doutor, mas só de lembrar o som que foi, meu coração derretia. Dentro de mim tinha uma coisinha pequenininha que dependia de mim. Aqui dentro, não era só o meu coração batendo, mas do meu bebê também, e eu precisava cuidar para que continuasse batendo. Por nós dois. Millie se emocionou ao ver a foto borrada (risos) do meu feijãozinho.   

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Clarisse Taylor –“O amor, para ser perfeito, devia ser como o rotífero: morrer num raio de sol, renascer numa gota de orvalho”, Paolo Mantegazza.