Luz e Fogo (Em Revisão) escrita por July Beckett Castle


Capítulo 16
Seu silêncio me é perturbador


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, o capítulo 15 está aqui! Eu até postaria antes, por causa da minha demora para o capítulo 14, mas eu estava sem cabeça ontem para revisar o capítulo ou fazer qualquer coisa. Hoje ainda estou um pouco “sei lá” para nada, acho que com o tempo isso passa. Ontem eu enterrei uma tia muito especial e isso tá doendo muito, por isso não sei se vou conseguir postar de imediato, então prometerei postar na próxima quinta-feira (31-03-16).
Eu espero que gostem desse capítulo, ele tá grandinho, eu ainda estou tentando fazer algo menor, mas sabem como é né? Inspiração quando chega, chega chegando! Queria agradecer ao pessoal que está acompanhando a fic, obrigado por estarem comigo! ♥
Pensando em colocar a fic no Spirit também, mas é só um pensamento.
Beijos para minhas queridas leitoras, amo vocês! Nos vemos lá embaixo? SIM!
Tenham uma boa leitura!!



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A parte clinica do hospital estava lotada, era inverno é quando o caos se alastra pela cidade, pessoas se ferindo ou pegando um resfriado, por sorte, Stella conseguiu marcar uma consulta com o doutor que Lindsay a recomendou, ele estava só esperando por ela, que já estava no caos do hospital. Caminhando pelos corredores, ela escutou umas enfermeiras falarem que  a ala de emergência do hospital estava lotada, viu alguns enfermeiros levando pacientes fracos para as salas, gente esperando para serem chamados e atendidos pelos clínicos de lá. Aquilo lá estava um caos total, com a enfermaria lotada, o maior hospital de Manhattan estava tendo dificuldade para atender todos os pacientes que chegavam, Stella se sentiu sortuda por estar ser a primeira a ser atendida, e um pouco mal também por estar tirando o lugar das pessoas que mais precisavam, ela não podia fazer nada já que estava agendada para essa hora. Graças a Lindsay! Sem ela, Stella nunca iria conseguir ser atendida com tanta urgência e, não conseguiria chegar até lá.

Suspirou fundo chegando enfrente a porta do consultório do médico que iria lhe atender, sentou-se em um banco colado á parede para esperar a secretária do doutor, á propósito ela não podia entrar na sala só porque estava marcada para esse horário, para isso era um processo, que ela estava “paciente” para fazer. 

Parecia que tinha alguma coisa presa em sua garganta que ela queria soltar, mas sabia que se fizesse isso iria acabar chorando, e ela não queria chorar ali. Engoliu em seco. Não suportava a ideia de estar naquele lugar, ela não queria agora, em seu subcociente Mac não iria querer esse bebê que ela estava carregando em seu ventre, o relacionamento deles estava recente demais, eles mal trocavam um “eu te amo” quando se falavam por telefone. Verdade seja dita, á última vez que ela se lembra de ter ouvido um “eu te amo” de Mac para ela foi a dois meses atrás, quando eles estavam se despedindo no aeroporto de Nova Orleans. Estava doendo em seu peito saber que, ele podia ter dito isso para a outra, a mulher que ele pedira em casamento. Uma ideia insuportável. Seu homem estava noivo de outra pessoa. Bem que ele não podia fazer isso, cometer esse erro. Mas ele fez! Seu subcociente gritava, não era tão além de tudo, ela precisa acordar dessa realidade que construiu em sua mente, Mac a amava apesar de tudo, era nisso que ela acreditava para afastar toda baboseira que passava por sua cabeça.

As pessoas passavam de um lado para o outro, atrasados para os seus voos, corriam com pressa, a voz no autofalante anunciava os voos, pessoas sentadas á horas por causa de atrasos de alguns aviões que os levariam aos seus destinos, família se reencontrando e se abraçando, amigos se despedindo ou se abraçando para matar a saudade que sentiram um do outro enquanto um deles esteve fora. Isso era um aeroporto, onde as emoções de saudades não são escondidas, muitas pessoas vão embora, muitas estão apenas voltando, outras procurando um recomeço. E no meio da multidão, estavam eles lá. Apenas um casal qualquer se despedindo, aqueles dias juntos não foram suficientes, ainda mais agora que tinham declarado seu amor um para o outro. Aquele casal parado no meio do aeroporto surpreendentemente lotado era mais que um casal de namorados se despedindo, eles eram melhores amigos, na vida e no amor. Esses dois que foram á tanto tempo cabeças-duras sobre seus sentimentos estavam, pela primeira vez, se despedindo em novamente em um aeroporto como um casal de verdade, aquela despedida poderia ser diferente, cidade diferente, aeroporto diferente, mas eles estavam naquela posição de novo, dessa vez foi Stella que não queria deixar Mac ir.

“Eu te amo tanto!”   Ela deixou suas lágrimas escaparem de seus olhos sem se importar. Essas palavras foram tão verdadeiras, tão cheia de sentimentos. Sentimentos de amor misturado com saudades.Um aperto no peito, foi o que ela sentiu, ela estava o deixando, ele estava a deixando, e tudo o que ela poderia fazer era chorar. O que não ajudava muito.

Levando sua mão até o rosto da amada, Mac enxugou suas lágrimas, puxou a cabeça dela até ele e depositou um beijo em sua testa. “Eu também te amo!” Respondeu verdadeiramente. “Você não precisa chorar meu amor, eu vou te ligar sempre.” Prometeu ele. “E a propósito, você tem uma camisa minha.”  Esse comentário trouxe para baixo um sorriso de Stella. “Você promete?” Pediu ela. Mac sorriu, aproximou seu rosto ao dela e juntou os seus lábios com o dela, correspondendo ao toque, Stella inclinou a cabeça para frente o beijando. O beijo foi demorado e ao mesmo tempo calmo, eles sentiram o sabor da boca um do outro enquanto calmamente passava suas línguas dentro de suas bocas explorando cada lugar para nunca esquecerem desse beijo. O beijo de despedida.

É como dizem: “tudo que é bom dura pouco”. Contra vontade, ambos separaram seus lábios mantendo apenas suas testas coladas, eles podiam sentir a respiração pesada um do outro, seus olhos fechados impedindo de encararem a realidade de que teriam que se separar, apenas curtindo o momento de sentir suas respirações em sincronia novamente. O som irritante para seus ouvidos chamou novamente, anunciando que, essa era a hora mais difícil da vida deles, a hora que eles teriam que dizer adeus. “Eu te amo...” Finalmente com os olhos abertos, Stella conseguiu balbuciar suas palavras para fora, sua garganta ardendo, sua voz falha, não a impediria disso. Por sua vez, Mac não a deu uma resposta, separou sua testa da dela, soltou suas mãos e pegou sua mala no chão, olhou para sua amada que agora estava com os olhos fechados, e sorriu tristemente. “Eu te amo!” Sua voz gritou, seu corpo todo gritou, sua mente necessitava soltar essa palavras uma ultima vez que estivessem juntos.

Com os olhos fechados, Stella sentiu ele ir embora. Deus, como ela queria impe-lo agora. Se ela pudesse...Abrindo os olhos para encarar a realidade e não ver mais o homem que ama a sua frente, Stella deixou mais lágrimas caírem. Quando ela pensou que seria tão difícil? Porque ela não pensou sobre isso. Uma voz a puxou de seus pensamentos, vinha de longe e foi uma coisa que ela tanto gostou de escutar em seu final de semana. Foi um grito alto, que em outra circunstância ela coraria, mas não foi o caso. Ela não virou para traz, mas aquelas palavras ficou em sua mente. “Eu te amo!”

Tirada de seus pensamentos, suas lembranças, Stella tomou um pequeno susto quando ouviu seu nome ser chamado por uma mulher, olhando para o lado por cima do ombro ela viu a mulher que chamara, ela era alta, loira de olhos azuis, trajava uma blusa branca com um blazer cinza por cima e a caia da mesma cor (típico de secretárias), ela tinha também uma prancheta em mãos. Stella sorriu escondendo o susto que tinha levado. – Bonasera?

— Sim. Desculpe por, não ter respondido antes.-Lamentou-se a grega.

Dando-lhe um sorriso simpático, a mulher que, Stella deduziu ser secretária do doutor que ira lhe atender acalmou-lha. – Não se preocupe, não chamei-lha por muito tempo.-Tinha sido verdade, só a primeira vez que ela chamou Stella que não obteve respostas. – Será que posso fazer algumas perguntas?-Stella não tinha para onde sair, sua resposta obviamente foi positiva. Um aceno com a cabeça, a mulher continuou. – Bom, meu nome é Olivia, eu sou a secretária pessoal do doutor Carter.-Se apresentou antes de começar. – Você tem alergia á alguma coisa?-Perguntou ela. Stella negou com a cabeça. – Quando foi sua última visita a um médico?-Tudo que ela perguntava, anotava no papel que estava na prancheta.

— Um mês atrás.-Disse Stella.

— Ok. Tem filhos?-Stella negou com a cabeça. – As próximas questões serão um tanto pessoal, então, se quiser podemos fazer isso em um lugar privado?-Questionou ela.

— Está tudo bem.

Com essa resposta, a mulher continuou com as questões. Passaram mais alguns minutos lá, até a mulher loira ir embora. Deixando Stella sozinha de novo. Ela não podia se controlar em sua mente, as lembranças que estava tendo, seus pensamentos, eram todos voltado a Mac, e a vontade de chorar estava voltando de novo. Ela pegou seu celular da bolsa e verificou se tinha alguma mensagem. Não tinha nada, então ela bloqueou o celular e jogou-o de volta em sua bolsa. Respirando fundo, ela reconstou a cabeça na parede e permitiu-se fechar os olhos. Foi uma péssima ideia, seus pensamentos estavam lhe levando para seus lembranças com Mac. Uma lágrima solitária caiu de um de seus olhos, mas ela não se importou e deixou rolar em sua face.

Se posicionado em frente a mulher ruiva com os olhos fervendo de raiva, Stella começou a falar, mas foi cortada como das outras vezes pela furiosa mulher á sua frente que já havia lhe xingado das piores maneiras possíveis, e para não causar uma discussão feia, ela preferiu não falar nada. “Eu não quero que você se aproxime da Clarisse!” Foi logo ao ponto. Se Stella fosse dizer tudo que queria na cara dessa mulher... Deus, ela queria quebrar a cara dessa mulher no asfalto e joga-la como um lixo no chão para todo mundo pisar nela. Mas Stella se controlou. “Eu não entendo, porquê isso?” Questionou incrédula. Ela podia sentir as lágrimas rolando em seu rosto.

A mulher riu. “Oh, por favor, e eu não entendo porque minha sobrinha casou-se com um ninguém como o Mac e virou sua amiga.” Ela ria com ironia. “Se você gosta mesmo da menina, como eu sei, então que fique longe dela. Você não vai gostar se ela não ver mais o pai nem no final de semana, certo?” Ela ameaçou.

Tudo bem, agora Stella queria atirar na cabeça dessa mulher, como ela pode fazer uma coisa dessa, já não bastou lutar contra Mac para ficar com a guarda da filha dele, e agora isso. Essa mulher era completamente insana. Stella juntou um ódio dela que, nem mesmo ela sabia que podia sentir isso por alguém.

“Com você ousa?” Disse Stella indignada. “Porquê me odeia tanto?”Questionou ela. Queria muito saber o porquê dessa megera fazer isso com ela, e com Mac. Será que ela não percebia que essa guerra toda era ruim o suficiente para a pequena Clarisse. Por mais que a ruiva tivesse ganhado no julgamento com seus argumentos e fatos mentirosos, ela ainda queria chantagear Stella com isso. Com a coisa que era mais duro para Stella fazer; ficar longe de Clarisse. Como Mac reagiria se ela se distanciasse da filha dele?

“Mac não terá o direito de buscar sua filha para essa cidadezinha, então, apenas o diga que tem planos para o fim de semana, que não pode largar tudo e ir com ele visitar sua filha.” Disse como se fosse fácil. Essa mulher podia ser uma boa advogada, com belos argumentos e sempre ter uma carta na manga, mas na verdade ela era um completo demônio em pessoa.

“Eu não posso...”Sua voz saiu embargada por causa do choro. Porquê essa mulher queria tirar o direito de Stella de ver sua sobrinha? Ela ainda não havia respondido.

~.~.~.~.~.~.~

Stella sorriu para Claire que segurava seu bebê nos braços toda empacotadinha, Mac estava ao lado da mulher, sorria feito um bobo para a mulher e a filha. Claire levou seu olhar para sua amiga que estava a sua frente. “Você quer pega-lá?” Perguntou Claire para surpresa de Stella.

A grega tinha um olhar apavorado no rosto, o que fez o casal rir. “Vamos lá, Stell, ela não morde.” Mac brincou.

Stella riu. Tomando coragem, ela andou até Claire e com cuidado a mulher entregou sua filha para Stella. Com a pequena Taylor em seus braços, Stella ficou totalmente encantada e não conseguiu dizer nada naquela hora. Ao lado da esposa, Mac abraço-a de lado enquanto os dois observavam Stella com  a menina no colo. “Então, nós estávamos pensando...” Olhou para o marido esperando uma confirmação. Mac acenou com a cabeça para que ela continuasse. “Stella, você é a pessoa que eu sei que, Mac mais confia.” Stella a olhava atentamente esperando ela chegar ao ponto. “Eu confio em você também, por isso que, eu te dou o dever de cuidar da nossa pequena.” Brincou ela. “Nós te amamos, e eu sei, se algo me acontecer ou com o Mac, você estará lá para ela, eu quero que ela cresça com duas figuras maternas perto dela, eu quero que ela tenha a mesma coragem que você. Bom, é só você não me tirar o direito de mãe.” Eles riram. “Enfim, não irei prolongar mais. Você quer ser a madrinha dela?” Perguntou surpreendendo Stella.

A grega olhou para a bebê e voltou o olhar para o casal que esperava uma resposta dela. “Gente, eu me sinto honrada por isso. Obrigado mesmo, mas, eu não posso aceitar.” Disse para decepção do casal. “Eu sei, foi a mesma coisa com o casamento, mas, por mais que ame vocês e já ame essa pequena, eu não posso ser a madrinha dela.”

“Isso de novo Stell.” Reclamou Mac. “Por mais que nós entendemos sua decisão.” Olhou para mulher.

“Mac...” Pediu Stella. Mac entendeu. “Gente, eu não posso fazer isso, ok.” Sussurrou para não acordar a bebê que estava se mexendo nos braços dela. “Olha, aquela lá já não gosta de mim, esse seria mais um motivo para ela me apedrejar na rua.” Brincou ela.

Claire riu. “Não seja antiga.” Brincou com ela.

“Eu não quero mais um motivo para ela odiar o Mac e se distanciar de vocês.” Fez um beicinho e foi até o casal, colocou a bebê nos braços da mãe e voltou para onde estava. “Então, qual vai ser o nome dessa princesa?” Perguntou curiosa e para mudar de assunto já que esse estava incomodando-a. Stella foi verdadeira, ela só não queria mais problemas para o casal com a tia de Claire. Mesmo assim, ela cuidaria da pequena do mesmo jeito, sem ser, oficialmente, sua madrinha.   

O casal sorriu um para o outro e acenaram com a cabeça. “Clarisse!” Disseram ao mesmo tempo.Os três riram. Stella olhou ainda mais encantada para a bebê antes de responder para o casal.  

“Olha, eu não sei onde vocês escolheram esse nome, mas é perfeito!”

~.~.~.~.~.~.~

Stella foi puxada de seus pensamentos pela mulher perguntado-lha se já decidira o que iria fazer. E claro, Stella não iria prejudicar Mac, ele já lutou tanto com essa mulher, tirar o direito dele de ver sua filha era uma das coisas que Stella menos queria.

“Eu sei o que fazer.” Afirmou ela. “Um dia você se arrependerá.” Foi o que disse antes de sair da sala e deixar a mulher com um sorriso vitorioso no rosto que ela não queria ver. Ela foi obrigada a fazer isso, não teve escolhas. E todos os dias, ela se convencia que aquilo era o certo a fazer, que ela fez certo e não poderia se arrepender. Por Mac.

Stella ainda não podia acreditar que um dia ela se levou pela chantagem da tia de Claire, ela já tinha aberto mão das coisas que achou mais importante só para o bem de Mac e Claire, tudo por causa da tia de sua amiga. Antes, Stella nunca sentira essa paixão por Mac que sentira agora, antes era a mais pura amizade, uma coisa de trabalho que foi para fora também, quando Claire morreu, Stella sempre esteve ao lado de Mac, e foi ai que essa amizade se tornou algo á mais. E foi assim que Stella foi levada pela tia de Clarisse, como uma advogada muito boa ela conseguiu o que queria, o que doía mais em Stella. Como uma boa amiga para Mac, ela que não seria quem iria ferrar com a vida de Mac, a mulher ruiva já fazia isso com ele terrivelmente.

Suspirando forte, Stella acabou inalando o horrível cheiro do hospital, os produtos que era usado a deixou enjoada, ela colocou a mão na boca, e até sentiu-se um pouco tonta, mas rapidamente passou, e ela agradeceu por isso. Fechou os olhos mais uma vez e permitiu-se a chorar. Foi estranho, chorar na frente de pessoas estranhas, mas ela fez e não estava arrependida, aliais, ela era humana também, estava ali, naquele “círculo” de pessoas sozinha, e não se incomodaria mesmo em chorar, todo mundo chora. As lágrimas que molhavam o seu rosto foram transbordando de sua face e rolando pelo seu pescoço até sua blusa de malha azul, e ela não se importou. Seus soluços eram controlados, não saia som de sua boca, os olhos fechados não impediu as lágrimas de rolarem em sua face, ela queria se controlar, queria voltar, mas estava sendo difícil. Sua respiração começou a ficar pesada, ela sabia que tinha que parar, não por ela, essa pressão podia lhe prejudicar e não era o que ela queria agora, então se recompôs, enxugou as lágrimas que consistiam em cair, respirou fundo mais uma vez e se endireitou-se no banco.

A porta a sua frente foi aberta, uma mulher de cabelos cor de rosa que tinha um estilo bem engraçado saiu da sala sorrindo, deu as suas ultimas palavra para o homem de jaleco que ficara na sala e seguiu o seu caminho até a parte principal do andar. O mesmo homem de jaleco que estava dentro da sala, colocou a cabeça para fora depois de verificar sua lista de pacientes, sorriu olhando em direção a Stella e a chamou.

De repente, foi como se uma névoa fria passasse em seu peito, ela estava nervosa que assim que levantou teve de ficar alguns segundos parada para a tontura que sentira passar. Com sua bolsa pendurada nos ombros e o sobretudo nas mãos, Stella entrou no consultório do médico que iria lhe atender. Gentilmente, o doutor Carter pedira para ela sentar-se, e ela fez. Como esperado, antes de olhar para sua paciente (ou uma “não paciente” Stella), o homem com aparência jovem abaixou a cabeça para que pudesse ler os relatórios de Stella.

— Senhora Bonasera, espero que não fique nervosa.-Como se fosse fácil. Stella pensou. Não era ele na pele dela. – Nós vamos fazer alguns exames que você possa passar, vai ser simples, apenas como rotina.-Avisou o médico. Stella apenas acenava com a cabeça. – Á quanto tempo você teve sua última menstruação?-O médico lhe perguntou como rotina.

Stella pensou.

— 2 meses atrás.-Respondeu-lhe confiante. Ela podia não lembrar-se muito bem dessas coisas nessa hora, então responderia tudo com sua completa honestidade, apesar de tão ter sido tão confiante agora, ela podia dizer um simples “eu não sei”, mas ela simplesmente respondeu o que veio a sua cabeça.

O “quase não experiente” médico notou o nervosismo de Stella desde quando ela entrou em sua sala, e Stella notou que ele tinha notado. Foi um pouco constrangedor para ela.

— Ok.-Disse o médico. – Quando descobriu que está grávida?-Ele perguntou.

— À algumas horas.-Sem hesitação, dessa vez ela tinha toda certeza do mundo sobre sua resposta.

— Primeira gravidez?-Foi com um sorriso no rosto que o médico perguntara, não era sempre que ele atendia grávidas em seu consultório desde que não era um obstetra. Mudara de cardiologista para ajudar no setor de enfermagem do hospital, e atendeu Stella a pedido de uma amiga.

Stella não pôde deixar de sorrir, ela tinha que pensar menos nela agora. Tinha Clarisse, e agora, o seu carocinho de feijão. – Sim!-Houve um certo entusiasmo agora. Foi porque ela seria mãe, talvez. Mas, ela estava começando a aceitar mais o fato de estar grávida, já que o impacto quando soube foi mais forte do que pensava e ela não teve tempo para processar tudo isso. Ela estava tendo o seu tempo para aceitar, seria um processo lento, antes de aceitar de vez ela tinha que contar para uma pessoa em primeiro lugar.

O médico sorriu. – Vamos lá, temos alguns exames para saber se esse bebê está em boa forma, eu tenho certeza que o senhor Bonasera vai querer ver a primeira foto da formação do filho.-Essas palavras chocou Stella. Mas ele não tinha culpa, não era sua obrigação saber que o “senhor Bonasera”, o pai do seu filho estava em coma.

Ela não disse nada para ajudar naquele momento, apenas deu um meio sorriso e levantou da cadeira, deixou sua bolsa no lugar onde estava sentada e seguiu o médico. Antes de começarem com os exames, o doutor Carter pedira para Stella entrar no banheiro e vestir uma roupa do hospital. Stella odiou. Mas fez mesmo assim. No consultório não tinha os equipamentos que era necessário para fazer uma ultrassom, mas com o histórico de Stella, sobre ela estar doente na noite passada, o médico faria alguns exames rápidos. Faria de novo as mesmas perguntas que a sua secretária fizera para Stella minutos antes dela entrar para a consulta.                  

 A consulta terminou e Stella esperou alguns minutos pelos resultados. O médico saiu da sala com os exames de Stella na mão, ele a chamou de volta ao seu consultório e ela foi. Não precisou sentar, mesmo com o pedido do médico. A alguns segundos atrás, Stella recebera uma ligação de Clarisse que a preocupou, ela estava com muita pressa na verdade. Ansiosa, talvez um pouco. Mas precisava terminar logo para encontrar com a filha e a mãe de seu namorado. Ela não sabia da situação, mas a voz de Clarisse a deixou preocupada, ela não sabia se era algo ruim ou bom, a única coisa que detectou na voz da menina foi um entusiasmo.

— Você está com uma leve infecção.-Anunciou o doutor. – Eu recomendo ir ao um obstetra, mas, como experiente, eu recomendo você cuidar da sua alimentação. O bebê está saudável, de acordo com a ultrassom, está se formando como devia em sua idade.-Tranquilizou ele. Era tudo que importava agora para Stella: Seu bebê estava bem. Ótimo! Agora ela poderia pegar suas coisas e ir embora. O resto, ela sabia o que fazer.

— Bom!-Stella respondeu, com um sorriso não tão feliz no rosto. Parecia mais aliviada.

Já o doutor Carter, tinha uma expressão séria no rosto, ele tinha mais alguma coisa para falar com Stella antes de entrega-la seus exames. Ele notara a ansiedade de Stella, e não achou uma coisa muito boa. – Seu bebê está bem, mas a senhora tem que tomar cuidados.-Foi um aviso, quase soou mais como uma ordem. – Ele está em formação, não é bom tomar fortes emoções, ou, qualquer coisa do tipo que aconteceu ontem acontecer de novo.-Ele tinha um olhar desafiador. – Senhora Bonasera, recomendo procurar já, um médico que irá acompanha-la em sua gravidez, não queremos que seja de risco, certo?-Pediu a ela. Stella assentiu. Ela sentiu um pouco de medo quando ele disse isso, a preocupou. – Você tem que tomar algumas vitaminas, coisas de rotina para o pré-natal.-Começou ele. – Isso eu não posso passar para você.-Informou. – Nada de fazer trabalho pesado. Aqui diz que é detetive.-Ele olhou o relatório. – Nada de trabalho de campo. Vamos deixar bem claro para você entender: Sem esforços algum!-Pediu ele.

— Sim, eu já entendi. Eu vou fazer o que você ordenou.-Forçou um sorriso e estendeu o braço pedindo pelos exames. Um pouco cético, o médico hesitou, mas estendeu o braço para Stella e entregou a ela os exames. – Posso ir?-Pediu ansiosa.

— Sim. Ah! Não tome nenhuma medicação fora a que tem no seu relatório!-Ordenou ele. Stella olhou para os papéis em sua mão e fez uma careta. – Mas aqui não tem nenhum.-Ela visou. O médico deu-lhe um sorriso irônico. – Então não tome nenhum. E beba bastante líquido.-Ele lhe respondeu.

Com isso, Stella saiu as pressas do consultório do médico que lhe atendeu e correu para o elevador. Quando chegou lá, as portas estavam fechadas, por sorte o elevador estava subindo, ela só precisou apertar o botão para que o elevador abrisse para ela quando chegasse no andar de cima, entrou no elevador e apertou o botão do andar onde Clarisse estava a esperando, encostou-se na parede de ferro e apertou os olhos com a cabeça inclinada para cima. Não sabia qual seria a reação de Millie e Clarisse quando ela contasse que estava grávida, ela esperava que elas compreendessem e que não ficassem com raiva. O pensamento de que elas iriam rejeitar não saia de sua cabeça. Sua mão pousou inconscientemente em sua barriga, e as lagrimas indesejadas ameaçaram a cair, mas ela segurou. Não queria chorar agora, ela não podia. Não agora.

O bipe do elevador anunciando que ela havia chegado no andar que desejara a tirou de seu devaneio e, a mão que estava repousando em sua barriga foi parar na alça de sua bolsa a que ela apertou firmemente, seus passos fora do elevador foi firme e confiante, seus olhos não mostrava nenhuma emoção. Mas sua garganta doía, ela precisava chorar, mas não podia. Seus passos diminuíram quando viu Clarisse em frente do quarto de seu pai ao telefone e chorando. Sem mesmo saber o porquê a menina estava assim, veio o pensamento perturbador que ela sempre tivera de que Mac partiu. Mesmo com esse pensamento, Stella conteve as lágrimas e andou mais até a menina, precisava saber o que era.

Clarisse virou-se e viu Stella se aproximando, ela se despediu da pessoa com quem falava pelo celular e correu para abraçar Stella. O abraço foi correspondido. As duas precisavam.

— Onde você estava? Eu fiquei preocupa!-Questionou parecendo irritada. Seu rosto vermelho de tanto chorar, seus olhos estava em um tom um pouco roxo. – Não faz mais isso, eu pensei que alguma tinha acontecido com você. Por onde você andou?-Cobrou ela sem dar tempo de Stella respirar e responder. – Está tudo bem, certo?-Pediu com uma pontada de medo.   

Stella esperou para que ela falasse mais alguma coisa, o que não aconteceu, então ela resolveu finalmente responder a Clarisse.

— Eu fui fazer um exame, precisava saber se, podia ver o seu pai.-Disse seca. – Ursinha, o que aconteceu?-Pediu ela, um pouco mais carinhosa agora, olhando nos olhos da menina.

— Tem alguma coisa errada com você.-Declarou Clarisse. Ela sabia que algo de errado estava acontecendo com Stella, ela parecia diferente, não sorriu nem um pouquinho, foi ríspida. – O que há de errado, Stella?-Seu tom foi autoritário e lembrava muito o seu pai.

Stella não pôde se conter e as lágrimas caíram de seus olhos rolando pela sua face. – Nada...-Sua voz falhou. – Não há nada de errado.-Conseguiu falar. – Só me diga, seu pai está bem?-Pediu ela.

Clarisse ficou em silêncio, o que deixou Stella ainda mais preocupada e nervosa.

— Clarisse...-Foi quase um sussurro, mas foi o que Stella conseguiu dizer antes que as lágrimas caíssem mais de seus olhos.

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Stella Bonasera –“Saber o que é correto e não o fazer é falta de coragem” Confúcio.


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Notas finais do capítulo

Esqueci de dizer que o nome do capítulo veio de uma frase que eu nem lembro de onde tirei, mas se vocês encontrarem então foi dela mesmo!
Hey, vocês gostaram? Espero que sim. E aí, o que acham que vai acontecer no próximo capítulo? O que será que a Clarisse vai dizer. Bom gente, desculpem por não ter colocado nesse capítulo Mac acordando, mas o próximo vocês "verão" ele, prometo. Sabemos que Clarisse começou a desenvolver ataque de pânico (tadinha dela), será que ela vai ter de novo?
Quem quer ver a Christine no próximo capítulo? *grilos e mais grilos por aqui* RS; Obrigado pelos comentários do capítulo anterior, cupcakes ♥ Amo vocês! ♥.♥
Então até quinta ;) (vão ter que esperar, mas se eu for boazinha quem sabe sai antes) Bjuuu =^,^=



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