Quando o carro que Stella foi liberado, a morena voltou até o beco, se despediu-se do pessoal e entrou no carro, estava um pouco cansada, sentiu-se fraca, mas decidiu não contar para ninguém, para não preocupa-los já que achou que não era nada. Depois de ter ligado o carro, ela deu a partida. Assim que chegou na casa do namorado, sorriu com a imagem de Millie e Clarisse cozinhando, mas ela não estava se sentido muito bem, sentia-se um pouco enjoada, Stella pensou que o enjoou era por quê não havia comido nada a um tempo, ou era uma gripe, já que se sentia um pouco fraca, então decidiu não entrar na cozinha, ela foi direto para a sala, de lá falou com as duas mulheres Taylor. Sorriu antes de levantar a voz para as duas, que estavam muito empolgadas cozinhando.

— Ei!-Chamou Stella. Clarisse e Millie se viraram para ver Stella. Como a morena estava com uma chave do apartamento, elas não ficaram surpresas em vê-la lá, mas se assustaram um pouco com a presença dela claro.

— Stell, eu estou cozinhando!-Gritou Clarisse empolgada, o que fez Stella rir.

Millie estava sorrindo para Stella. – Você está bem, Stella?-Perguntou a mulher quando viu que Stella ainda estava na sala, e ela parecia um pouco pálida.

A morena sorriu. – Eu vou...-Ela se atrapalhou um pouco no que iria falar. – Eu estou um pouco cansada, será que eu posso?-Apontou para o corredor. Millie riu com a pergunta de Stella.

— Querida, você não tem que perguntar.-Disse Millie. Clarisse riu. – Vai lá, descanse um pouco, depois volte para comer alguma coisa.-Mandou ela.

Stella sorriu para elas e se despediu indo para o quarto de Mac. Assim que entrou no quarto, começou a se desfazer de suas roupas, foi até o guarda-roupa de Mac e tirou uma camisa que dava duas dela, mas era essa que ela queria, era grande e confortável. Depois que vestiu a blusona que parecia um camisola para ela, ela deitou na cama quentinha, se aninhou no edredom, e adormeceu facilmente como nunca tinha feito depois de tudo que aconteceu quando ela chegou em Nova York.

*****

Clarisse e Millie estavam conversando na cozinha, as duas tiraram um tempo para conhecer mais uma a outra, não era sempre que a menina teria a avó com ela, Millie tinha suas coisas em Chicago, Clarisse, era apenas de Nova York, e ela não queria sair dessa cidade. As duas riam algumas vezes quando falavam de coisas que aconteceram com elas, mas não riam tanto, Millie ainda estava preocupada com Stella que ainda estava no quarto. Elas não sabiam o que aconteceu enquanto Stella estava fora, quando ela voltou pareceu tão estranha.

— Querida, você não acha que é melhor acordar a Stell, ela não comeu nada por muito tempo, eu estou preocupada.-Pediu Millie para a sua neta. Clarisse sorriu fraco e concordou acenando com a cabeça.

 – Certo vó, eu também acho que a Stell precisa sacudir o esqueleto fora daquela cama.-Brincou Clarisse. Millie sorriu. – Quando eu disse sacudir o esqueleto, não quis dizer que é para ela dançar.-Explicou a menina, Millie riu.  – Eu sei.-Respondeu a mulher. Clarisse sorriu e saiu da cozinha onde estava conversando com sua avó para acordar a adormecida Stella.

Abrindo a porta com cuidado para não acordar Stella, Clarisse entrou no quarto de seu na pontinha dos pés, caminhou até a cama e agachou ao lado, sorriu enquanto via Stella dormir. Ela não era como o seu pai, Mac acordava por qualquer coisa, já Stella não. Riu baixinho para não acordar Stella. Calmamente pôs a mão no braço de Stella esperando um qualquer sinal para que ela acordasse, o que não aconteceu, Stella continuou dormindo. Clarisse bufou. Tentaria de outra maneira.

— Stella...-Chamou suavemente. Nenhuma resposta. – Stell...Stella...Stella...-Chamou Clarisse novamente, mas não houve resposta. – Stella Bonasera!-Levantou a voz, não foi muito alto, mas foi o bastante para que Stella acordasse... O que não aconteceu. Clarisse começou a chacoalhar Stella e chamava pelo nome dela. Foi mal, ela não queria fazer isso, mas Stella não estava acordando e ela entrou em desespero. Felizmente, a grega abriu seus olhos, e resmungava alguma coisa que Clarisse não conseguia entender. – Desculpe.-Sussurrou rindo da morena.

Stella olhou para a menina com uma cara não muito boa, e não era por quê ela estava com raiva –ela não estava com raiva-, ela estava pálida, com o rosto de doente. – Não foi sua culpa!-Sua voz saiu rouca, Clarisse mal pôde ouvi-la. Os olhos de Stella mal ficavam abertos, ela estava tentando levantar, mas seus músculos não respondiam, Clarisse notou que Stella queria levantar-se, então resolveu ajuda-la. Quando estava sentada na cama, finalmente acordada, Stella conseguiu deixar seus olhos abertos, agradeceu a Clarisse por tê-la ajudado, e respirou fundo.

— Você não parece bem.-Notou Clarisse. Stella tentou sorrir para não preocupar Clarisse, mas foi uma tentativa falha.

Sua garganta estava seca, e ela estava sentindo um pouco de azia, sem contar que ainda estava um pouco tonta. – Eu estou bem.-Respondeu Stella.

Não, ela não estava bem. Clarisse notou, era tão visível. – Stella, você está parecendo um zumbi. Então não, você não está bem.-Retrucou Clarisse. Stella riu. Clarisse tinha razão, e ela porque estava preocupada, mas o jeito que ela disse suas palavras foi engraçado. Clarisse fez beicinho. – Eu vou cuidar de você.-Disse ela. – Eu não gosto de ti ver doente.-Disse. Stella sorriu. Os olhos de Clarisse brilhava, ela sabia se piscasse iria cair uma lágrima, ela percebeu que não gostava de ver Stella doente, e se sentia triste por não poder ajudar mais. – Fica deitada aí, eu vou buscar um remédio.-Pediu ela. Antes que Stella pudesse contestar, Clarisse já tinha corrido do quarto, a menina foi até o banheiro e pegou uma caixa, tirou de lá um caixinha redonda de remédio, foi na cozinha, pegou um copo com água e, cuidadosamente levou-o para Stella que a esperava no quarto de seu pai. – Papai comprou semanas atrás, ele disse que eu poderia ficar doente.-Ela riu. – Como se isso acontecesse.-Zombou convencida. Sempre foi difícil para Clarisse pegar uma gripe, mas como pai, muito cuidadoso -até de mais  as vezes-, Mac estava sempre preparado. Na verdade, era difícil para ele cuidar de sua filha sozinho, com o seu trabalho, ele mal ficava presente, mas ele tentou, fez o seu melhor para sua filha, e conseguiu, por isso, antes que algo aconteça e que ele não tivesse presente, ele se preveniu.

Stella sorriu pegando o copo e o comprimido que Clarisse estava em mãos. – Obrigado!-Agradeceu ela, depois tomou o remédio. Stella bebeu só um pouco da água que Clarisse lhe trouxe, sua garganta não estava muito boa, parecia que nem água ela estava conseguindo ingerir. Clarisse olhou para Stella esperando uma resposta.

— E aí, melhorou?-Perguntou a menina um pouco nervosa.

Stella riu. – Pelo visto você nunca ficou doente mesmo.-Brincou a morena. Clarisse riu. – Onde está Millie?-Perguntou Stella, ela estava surpresa por não ter visto a mulher ainda.

Clarisse arqueou a boca. – Eu a vi na sala.-Disse a menina. – Mas foi rápido, eu não...-Respondeu mas logo foi cortada.

— Eu estou aqui!-Anunciou Millie entrando no quarto, ela sentou ao lado de Stella na cama e pôs a mão em sua testa. – Querida, você parece péssima.-Comentou a mulher. Stella soltou uma risadinha. – Eu vou preparar...-Quando Stella ouviu o que Millie disse, ela tratou-se de interromper a mulher mais velha, ela não estava afim de comer nada.

— Não, Millie, por favor, eu não quero comer nada agora.-Disse Stella. – Eu vou apenas, tentar relaxar.-Ela riu. – Na verdade, eu adoraria um banho.-Disse ela. Clarisse revirou os olhos, mas não se conteve e riu. Millie olhou com uma cara de reprovação, mas não iria discutir com Stella agora. Juntando todas as suas forças, Stella saiu da cama e correu para o banheiro. Clarisse olhou para Millie, mas não quis perguntar, ela nem iria perguntar para Stella pois ela iria negar, mas ela sabia que Stella estava passando mal e que, tinha vomitado. Millie olhou para a neta chamando-a, assim, Stella teria mais privacidade e não ficaria envergonhada depois. Felizmente, Clarisse entendeu o chamado da avó e saiu junto com ela, as duas resolveram ficar na sala esperando Stella sair do banheiro. Mas Clarisse estava inquieta e impaciente com tudo isso, então não ficou muito tempo sentada, ela ficou andando pra lá e pra cá na sala, e ficava murmurando para si mesma algo que Millie não entendia muito bem, o que deixou ela pensar que ela estava “conversando” consigo mesma algo tipo “não entre em pânico”, e Millie esperava também que sua neta não entrasse em pânico, não mais do que já estava. As duas estavam preocupadas com Stella, mas não sabiam como lidar com uma Stella doente.

*****

Estava anoitecendo, Millie estava se despedindo de Clarisse e Stella para ir ficar com Mac no hospital, ela não queria deixar Stella -que ainda estava doente- em casa, mas alguém tinha que ficar com Mac á noite, então o cargo de cuidar de Stella ficaria para Clarisse, e a menina não se incomodou nada em ficar como “enfermeira” de Stella por uma noite, mesmo Stella dizendo que não precisa de cuidados, apenas cedeu para a menina, ela adorava ver como ela estava empenhada em ajudar Stella. Depois que Millie foi embora, Clarisse chamou sua amiga Rachel para animar a noite de Stella, por quê ela não tinha ideia do que as duas iriam fazer á noite toda, e Stella concordava com ela em chamar a amiga. Stella sedia tudo para Clarisse, só as vezes é claro, o que ela menos queria era mimar a menina, não era o seu dever... Mas ela não se continha. Poder dos Taylor’s.

Clarisse olhou para Stella que estava sentada na cama com a cabeça encostada na cabeceira, ela estava sorrindo para o nada, e quando percebeu que estava sendo observada fingiu que não percebeu. Clarisse arqueou a sobrancelha, Stella deu um encolher nos ombros e sorriu para a menina. Assim que Clarisse pôs a mão no controle da TV, a campainha tocou, a menina sorriu já sabendo quem era e foi abrir a porta. Stella observou a menina correndo para fora do quarto para atender a porta e sorriu, pelo menos ela não iria passar sua noite entediada e doente -ela iria continuar doente, mas com as meninas lá com ela seria como se não estivesse doente-. Quando ouviu os passos das meninas se aproximar, Stella fez um esforço para levantar, estava tão cansada que mal conseguia sair da cama, mas felizmente conseguiu colocar os pés fora da cama, e quando iria levantar, ouviu duas risadinhas atrás dela, olhando por cima de seu ombro viu Rachel e Clarisse. Ela sorriu.

— Estou parecendo uma velha.-Resmungou Stella. Clarisse riu e foi ajudar Stella. – Ou talvez você ficou tempo de mais na cama, seus ossos ficaram doentes.-Brincou Clarisse. – Mas agora, você vai levantar e nós três vamos nos divertir essa noite.-Disse ela, como se estivesse ordenando. Stella riu.

— Ok, tia Stella, eu trouxe o kit de emergência.-Avisou Rachel mostrando-a o que estava nas mãos, era vários DVD’s, lenço de papel, e outras coisas que não deu para ela ver. Mais uma vez Stella riu, agora ela estava de pé.

— Obrigado linda.-Agradeceu Stella. – Eu vou no banheiro.-Stella tinha se sentindo enjoada mais uma vez, foi a terceira vez naquele dia, e ela estava começando a odiar isso. As duas garotas trocaram um olhar, e sorriram fraco, Stella foi no banheiro enquanto elas colocavam um filme para assistirem. E claro, Clarisse pegou um monte de comidas não saudáveis, mas foi apenas para ela e Rachel, ela havia separado umas frutas e outras comidas saudáveis.  Quando Stella saiu do banheiro a primeira coisa que viu foi o cheetos que as meninas estavam nas mãos, ela não poderia comer aquilo, mas queria, e queria muito já que não tinha comido o bastante nesse dia.

— Vocês tem mais um desse para mim, certo?-Pediu Stella. Clarisse soube exatamente o que Stella queria dizer.

— Não!-Negou as meninas. Stella fez beicinho indo até a cama, ela pegou uma mação que Clarisse havia deixado em cima do criado-mudo para ela e subiu na cama sentado-se ao lado de Clarisse. Ela teve que se contentar com as frutas. – É bom que você como só o que for saudável.-Falou Clarisse. – Eu não quero mais te ver doente.-Admitiu a garota, Stella a abraçou de lado e elas assistiram ao filme.

Ainda bem que Rachel trouxe lencinhos de papel, porque os filmes que ela escolheu foi realmente triste.         

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Clarisse Taylor – Talvez a vida seja uma caixinha de surpresas que eu não deva abrir.