POV Amanda Waller

—Confesso que estou surpreso com o seu método de execução Waller. _ Amanda estava em sua sala em uma teleconferência de portas fechadas. –Matar um força área e uma civil sem deixar nenhum rastro é uma coisa muito difícil de se fazer, mas ao mesmo tempo você fracassou comigo. _Não dava para distinguir nenhuma expressão no rosto do homem que ocupava a tela do computador central da sala. – Não me interessa seus assuntos pessoais Waller, mas quando eles interferem diretamente em algo que eu quero, sou obrigado a agir. Você matou a mulher por puro despeito, sendo que ela é uma das duas únicas pessoas que sabiam manipular o DNA alienígena, além de ter deixado uma testemunha escapar, uma criança Amanda, uma simples criança conseguiu fugir de você e sua melhor equipe. _Agora dava para ver o quão irritado o homem estava. –Entende o porquê de eu estar tão insatisfeito? Waller se você quer mesmo o comando do projeto C.A.D.M.U.S terá que fazer muito melhor que isso. _Amanda apenas ouvia, já pensando em uma maneira de concertar a situação.

—Ainda temos uma chance, ainda podemos encontrá-la. E já coloquei uma equipe atrás do garoto. Não haverá pontas soltas dessa vez Luthor. _Mesmo sendo pressionada Amanda não perdia sua compostura.

—Waller eu espero que você não coloque tudo a perder, você matou Sandra Hawke por questões do passado sem conseguir arrancar as informações que precisava. Pelo o que eu sei Megan foi a responsável pela sua saída do C.A.D.M.U.S, então o que eu quero saber é se você vai saber quais são suas prioridades quando a encontrar, isso se a encontrar. _Lex se apoia no encosto da cadeira, cruzando as mãos e encarando Amanda a espera de uma resposta.

—Se dúvida das minhas motivações e da minha capacidade, por que ainda vêm até mim? _Amanda sabia de seu potencial e não admitia que duvidassem dele.

—Estou apenas corrigindo injustiças Amanda, te dando a chance que meu pai lhe negou alguns anos atrás, mas você deve fazer por merece-la. Megan Thompson é a única pessoa viva que sabe como manipular o DNA do alienígena, e sem ela eu não posso dar continuidade aos meus planos. _Lex abre um sorriso, o que é perturbador.

—Quais seriam esses planos Luthor? _Amanda arque-a uma sobrancelha em uma espécie de desafio.

—Muito simples Amanda. O mundo agora está infestado de superpoderosos: alienígenas de mundos distantes, meta-humanos, princesas de civilizações mitológicas, homens fantasiados em armaduras tecnológicas, cada um deles tem seus próprios ideais e propósitos. Agora imagine se houvesse um exército de superpoderosos seguindo os meus ideais, servindo aos meus propósitos. Uma defesa para humanidade caso os nossos “salvadores” se voltassem contra nós. _O olhar megalomaníaco de Lex assustou um pouco Amanda. –E para tornar isso possível eu dependo apenas de uma pessoa, Megan Thompson. Então se quer mesmo o comando do C.A.D.M.U.S consiga uma forma de encontrá-la. _Ele deu a impressão que ia terminar a teleconferência, mas para um pouco antes de alcançar o botão. –E Amanda, eu a quero viva, não ligo se ela é responsável por acabar com sua vida ou pela 2ª Guerra Mundial, ela não me serve a nada se estiver morta. Mais um pequeno lembrete não deixe pontas soltas, ou eu terei que lidar com isso. _Após sua ameaça velada Lex desligou deixando uma Amanda Waller estática no meio da sala, ainda digerindo tudo o que foi dito.

O torpor de Amanda não demorou muito a passar, logo ela convocou sua melhor equipe para se atualizar sobre as novidades e dar novas instruções.

—Alguma coisa nova sobre a garota? _Amanda revisa uma pasta que haviam lhe entregado.

—Nada de novo além daquilo que descobrirmos quando ela começou a participar da iniciativa Arrow. Seu currículo é praticamente perfeito, com exceção ao caso envolvendo Cooper Sheldon. _Amanda revira os olhos ao se lembrar dos problemas que ele causou.

—Ninguém tem um passado tão limpo vindo de Vegas. _O desprezo na voz de Waller era notável. –Sobre sua mãe, seu pai ou qualquer outra coisa que ligue ela a Megan? _Amanda começou a revisar os arquivos das pessoas que estavam ligadas a garota.

—Seu pai a abandonou quando ela tinha 7, consta como morto nos arquivos. Sua mãe agora é casada com Lucius Fox. _Amanda imediatamente tirou seus olhos do arquivo e encarou o agente a sua frente.

—Lucius Fox, CEO da Wayne Interprises? _O agente apenas assentiu com a cabeça. –Interessante, por que ela nunca mencionou essa ligação com Lucius? Ou por que ela estava trabalhando com uma técnica em I.T qualquer sendo que poderia ter qualquer cargo na WI? _Amanda deu as costas aos agentes indo até sua cadeira.

—Nós também descobrimos que Donna Smoak e Felicity sofreram um acidente quando a menina tinha 6 anos, mas só encontramos os registros médicos de Donna. _Um agente imponente, que provavelmente era o líder da equipe foi quem informou Amanda.

—Não vejo como isso é relevante, Felicity pode não ter se ferido gravemente, o que explicaria a falta de registro. _Amanda se acomoda em sua cadeira encarando o portador da informação.

—Na verdade não tem como isso ter acontecido, a mãe dela ficou entre a vida e a morte e apesar de ter sobrevivido tem sequelas até hoje. Além do fato do inquérito sobre o acidente ser bem suspeito. _O agente tinha um sorriso presunçoso, o que desagradou Waller.

—Se parar no meio de outra frase a próxima equipe que irá liderar será a equipe de limpeza. _O agente engoliu seco ao ouvir as palavras duras de Waller. _Agora vá direto ao assunto, sem mais voltas. _O agente ajeitou sua postura, pois sabia que não podia demonstrar fraqueza perante a mulher.

—No inquérito consta como um acidente de carro, onde o veículo rodou na pista sozinho, mas eu pesquisei e no dia do acidente era um dia de sol, e não havia com o carro ser destruído desta forma apenas rodando na pista. _Ele entrega a Amanda uma foto do carro após o acidente.

—Alguém estava tentando esconder o que realmente aconteceu. _Waller deduziu. –Eu quero que vocês descubram quem e porquê fizeram isso. E foquem a pesquisa nas pessoas ligadas a Felicity, tenho certeza que ela deixou alguma brecha. _Os agentes assentiram e saíram, sendo que dois deles ficaram, os homens de confiança de Amanda.

—E sobre a garota? _Waller perguntou alguns minutos depois que a porta de seu escritório foi fechada.

—Órion é bom, não demorou muito para descobrir que estávamos atrás deles e mudou sua localização. Eles estão em movimento. _Um agente loiro que estava em postura militar foi quem falou.

—E o garoto? Já descobriram onde ele está? _Amanda abria em seu computador uma pasta contendo informações sobre Órion, que não eram muitas.

—Não temos nada ainda. _O agente antes identificado como o chefe do esquadrão imitou a postura do parceiro, para mostrar respeito a Waller.

—Precisamos encontra-lo, eu tenho quase certeza que ele foi uma cobaia de Megan, afinal uma das poucas coisas que temos sobre ela é que ela esteve com o alienígena durante a gestação de Babel, ela não se arriscaria a se encontrar com ele, sabendo que ele estava sendo monitorado, se não fosse importante. _ Ela abre um novo arquivo, desta vez contendo uma foto de Megan junto ao Borrão, que estava desfocado na imagem.

—General com todo o respeito, por que não chamamos a agente Michaels para essa missão? Ela é uma das melhores. _O agente loiro apontou para fora quando mencionou Lyla, como se aquela fosse a direção onde ela estava.

—Lyla é minha melhor agente, mas assim que ela souber disso, seu marido John Diggle também saberá, assim como o resto do Team Arrow, e eu não posso perder o luxo de estar um passo a frente de Megan. _O tom de voz de Waller era de empolgação, como se aquilo fosse um jogo, e pela 1ª vez ela estava ganhando.

—Como pode ter tanta certeza que Felicity e Megan são a mesma pessoa? _O líder foi quem questionou Amanda, já que para ele não havia nada no passado de Felicity que pudesse liga-la a garota que estavam procurando.

—Tem algo nela que me faz lembrar de Megan, o tom de voz, a empolgação perto de computadores, e até aquela mania de balbuciar irritante. Megan era exatamente assim, mas ela era reservada, sombria e de poucas palavras. Por isso as vezes eu mesma questiono se elas são as mesmas pessoas, mas mesmo que não forem a senhorita Smoak foi a única pessoa que eu conheci que tem habilidades num nível próximo ao de Megan. Então se ela não for Megan, ela é a única que pode me ajudar a encontrá-la. _ Waller se levanta dando o assunto como encerrado. _Preparem a equipe, nós iremos a capturar na primeira oportunidade que tivermos, e quero que estejam todos a postos. _Os dois agentes saíram, deixando uma Amanda contemplando sobre todas as semelhanças e diferenças entre Smoak e Thompson que podia.

—Você está sempre arruinando meus planos desde do dia minha vida teve a infelicidade de cruzar com a sua, mas o jogo finalmente está para mudar Megan. _Amanda Waller encarava uma imagem de Megan e Sandra na tela de seu computador. –Eu descobri seu ponto franco, desta vez eu irei ganhar.

POV Chuck Bartowski

Eu havia acabado de chegar de uma missão e estava exausto. Sarah estava tomando banho enquanto eu fiquei encarregado de pedir o jantar, então recorri a pilha de panfletos do Morgan.

—O que acha de tailandesa meu amor? _Gritei para que Sarah pudesse me ouvir, já com o telefone na mão.

—Estava pensando que talvez pudéssemos pedir um sanduíche. _Sarah entrou na sala com uma toalha em mãos secando os cabelos.

—Big Belly Burger?_Arqueio as sobrancelhas.

—Big Belly Burger. _Ela confirma com um enorme sorriso.

Depois de 10 minutos após eu ter ligado a campainha começou a tocar.

—Eles foram rápidos dessa vez. _Eu me levanto do sofá onde estava vendo tv com Sarah.

—Pai?!_ Foi só o que eu consegui dizer antes de desmaiar.

—Chuck?Chuck? Você está me ouvindo? _Ouso a voz de Sarah e me esforço para abrir os olhos.

—Eu estou bem, eu só tive esse sonho estranho onde eu abri a porta e o meu pai... _Eu paro de falar quando me levando e vejo meu pai do outro lado do sofá. –Mas o que? _Eu já ia desmaiar novamente e Sarah veio ao meu auxilio,

—Por favor de novo não. Eu realmente não tenho muito tempo. _Meu pai falou enquanto andava pela sala e checava a janela ou a porta, como sempre paranoico.

—Mas como? Eu vi você morrer. Vi quando Shaw atirou em você, eu segurei o seu corpo sem vida. _Eu não estava acreditando nisso, minha vida estava parecendo uma versão de The Walking Dead, sempre tem alguém que estava morto voltando. –Nossa a Ellie vai ficar tão feliz, e tem a Clara. _Eu andava de um lado para o outro em êxtase pela notícia. _E ainda tem a mamãe, ela realmente não irá acreditar. _Tinha um sorriso enorme no meu rosto.

—Vocês conseguiram encontrar Frost? _Meu pai parecia realmente surpreso, o que era uma coisa difícil de acontecer, ele sempre sabia de tudo. –Esqueça, isso não é o importante agora. _Como ele poderia dizer algo como isso?

—O que está acontecendo Steven? E quem é a menina? _Sarah foi quem me trouxe de volta a realidade e me fez perceber que tinha uma garota de uns 8 anos sentada na mesa da cozinha.

—Ela é o motivo de eu ter voltado. Preciso que cuidem dela para mim. _O tom de voz dele é baixo, como se não quisesse que ninguém mais escutasse.

—Quem é ela? Ela é sua filha? Quer dizer, ela é minha irmã? _Eu olhava da garota para o meu pai tentando encontrar alguma semelhança entre os dois.

—Não, não. Não diga bobagens Charles. Ela é a filha da Ás. _Ao ouvir o codinome eu tenho um flash, mas todos os arquivos parecem todos como ultrassecretos, não continha nem uma foto, são tantas imagens que acabo ficando um pouco tonto, sendo aparado por Sarah.

—Ela está no intersect, mas não está. _A expressão de confusão no meu rosto se refletia no rosto de Sarah.

—Eu não podia deixar nenhuma informação que pudesse levar até ela, então eu as apaguei. Mas acho que Sarah já deve ter ouvido falar nela pelo codinome Thompson. _Agora Sarah parecia espantada.

—Eu achei que a agente Thompson fosse uma lenda. Um codinome dado as grandes agentes. _Ao ouvir o sobrenome Thompson eu tive outro flash, dessa vez sobre um monte de relatórios das missões feitas pela agente de quem eles falavam. –Trabalhei com uma agente Thompson algumas vezes, nunca poderia imaginar que era a lenda. _Sarah parou de falar como se tentasse lembrar mais informações sobre a tal agente.

—Ela é real, posso dizer isso com toda a certeza, eu mesmo a treinei. _Meu pai parecia orgulhoso do fato. –Mas ela é muito mais do que uma ótima agente. E no momento ela tem meio mundo atrás dela. Eu estive encarregado de cuidar da garota nos últimos anos, por isso não pude aparecer antes. Tem gente muito mal querendo pôr as mãos nessa menina. Estava levando ela até uma pessoa confiável, quando os agentes da C.A.D.M.U.S cruzaram nosso caminho, e tive que sair da minha rota. _Mais um flash, agora sobre o C.A.D.M.U.S, um projeto do governo encarregado de estudar os seres superpoderosos, mas que estava desativado.

—Agencia do governo do mal. _Eu digo assim que desperto do transe de ter um flash.

—Sim, eles fazem experiências em humanos e em superpoderosos. Não preciso nem dizer o que eles fariam se pusessem as mãos em você, ou na garota. _Ele olha para menina que ainda estava na mesa mexendo no celular. –O governo havia encerrado o projeto, mas Luthor resolveu reabri-lo. _Era notável o tom de desgosto na voz do meu pai.

—Ela é uma deles? _Sarah pergunta e meu pai só assente. –O que precisa que façamos? _Ela assumiu sua postura profissional.

—Eu irei atrair os agentes que estavam atrás de nós e leva-los o mais longe possível daqui. Preciso que cuidem dela até que possam vir buscá-la. _Eu não gostava nada do plano de meu pai se usar de isca, principalmente quando eu só acabei de descobrir que ele estava vivo, mas ele era o melhor em fugir e se esconder do governo, sem contar que era por uma ótima razão, aquela garota precisava ser mantida em segurança.

—Agora eu tenho que ir. _Meu pai diz olhando em seu relógio. –Quando virem pegá-la, faça as perguntas Charles, somente as pessoas certas sabem as respostas. _Steven Bartowski e seus enigmas.

Meu pai veio até mim e me deu um abraço apertado e se despediu também de Sarah antes de caminhar até a menina.

—Você ficará bem aqui querida. Logo virão te buscar. _Ele estava abaixado para ficar na altura dela e fazia carinho na sua cabeça.

—Está tudo bem, eu gostei do seu filho Órion. Só acho que ele pensa alto demais. _A garotinha fez uma careta.

Sua fala me deixou confuso, mas arrancou um sorriso do meu pai.

—É que ele tem muitas coisas na cabeça, literalmente, então acho melhor você evitar tentar saber o que há nela. _Meu pai sugeriu a garota que sorriu.

Meu pai se dirigiu até a porta, não antes de checar o perímetro em seu computador de pulso.

—Eu voltarei Charles, eu prometo. _Ele me deu um último abraço, antes de colocar o boné que tinha em mãos e sair dali rapidamente.

Quando eu voltei para dentro de casa, Sarah estava sentada a mesa com a menina.

—Eu gosto de Sam, é um nome legal. _A menina sorria e Sarah parecia assustada.

—Acho que o seu poder é de ler mentes, estou certa? _Sarah recuperou sua postura e perguntou a garota com um sorriso.

—Um deles. _A menina disse como se não fosse nada. –Você poderia pensar mais devagar? Está realmente me incomodando. _ A menina se virou para mim e eu fiquei impressionado como sendo tão pequena ela agia como se fosse uma adulta. –Deixa eu responder as perguntas importantes que estão na sua cabeça. Meu nome é Hayle, tenho 8 anos e seu sistema de segurança precisa de uma atualização. _Ela me mostrou a tela do seu celular que mostrava o circuito de câmeras do perímetro da casa.

—É um prazer Hayle. _Eu parecia um idiota ao ver o que ela havia feito apenas com um celular e pouco minutos. Essa garota realmente era especial e eu farei de tudo para mantê-la segura.

POV Felicity Smoak

Mesmo eu tento as minhas memórias de volta, eu ainda era a mesma Felicity que a 3 anos concordou em ajudar Oliver em sua cruzada, e no momento eu me sinto a pior pessoa do mundo por mentir para aqueles que confiam em mim e me acolheram como uma família, tudo bem que eu e Roy éramos irmãos de verdade, mas eu não me lembrava disso até algum tempo atrás, então não conta. Mas a questão é que eu não sei quanto tempo eu posso suportar essa situação, eu sei que se eu contar a eles tudo vai mudar e eu estaria os colocando em perigo, essa era a minha cruzada e na minha opinião já haviam pessoas demais envolvidas. Além disso eu não iria aguentar ver Oliver me olhando decepcionado depois de saber tudo o que eu fiz, eu não saberia lidar com o desprezo dele, nem dele nem de Digg e muito menos de Roy, por mim eles ficariam conhecendo apenas a doce Felicity, que não tem controle sobre o que fala, o que acaba na maioria das vezes me colocando em situações constrangedoras, é muito boa com computadores e não faria mal a uma mosca. Eles me rejeitariam se soubessem a verdade. Eram esses pensamentos que rondavam a minha cabeça enquanto eu socava um saco de areia na Cave, haviam se passado 2 dias desde a minha revelação sobre o meu parentesco com Roy, que estava agora em uma ronda com Oliver, enquanto Thea estava cuidando da Verdant e John havia ido para casa ver a pequena Sara, o que me fez lembrar do quanto eu sentia falta da minha pequena, faziam 4 anos que eu não via a Hayle, e eu mal podia esperar a hora de reencontra-la. De repente eu ouso um barulho vindo dos meus bebês, quer dizer dos meus computadores e vou o mais rapidamente possível até lá.

Alguém estava tentando invadir o meu sistema. Como ousam? Eu estava a ponto de começar a trabalhar para expulsar o invasor da minha rede, quando eu vejo o código de acesso do meu invasor, e deixo ele terminar a conexão.

—Por pouco eu não frito os seus computadores Órion. _Eu digo ao rosto que se forma na minha tela através de uma sequência de códigos. –Se queria falar comigo, existe uma coisa chamada celular que seria bem útil. _Meu tom de voz é um pouco debochado.

—Bruce me falou que você estava de volta, mas eu precisava ver com os meus próprios olhos Ás. _Sorri ao ouvir o apelido que Órion havia me dado assim que começou a ser meu tutor na C.I.A. –Celulares não são seguros, eles poderiam rastrear a ligação..._Ele começou a se enrolar, eu havia me esquecido como ele podia ser paranoico as vezes.

—É eu sei, mas você não teria todo esse trabalho apenas para me ver. _Assumi uma postura séria, se ele havia tido todo o trabalho de me rastrear até aqui e invadir o mesmo sistema, algo tinha acontecido. –A Hayle está bem? _Entro em pânico.

—Não se preocupe a pequenina está bem. É só que Diana não chegou a tempo. _Ele parece estar muito cansado.

—O que você quer dizer com a Diana não chegou a tempo? _Eu estava com medo da resposta.

—Waller conseguiu nos encontrar, tivemos que mudar de lugar antes. _Ao mesmo tempo que senti alivio por saber que eles estavam bem fiquei preocupada com o fato de Waller estar atrás deles. –Eu me separei dela, Waller está seguindo o meu rastro, enquanto ela está segura. _Steve era muito bom em se esconder, e Waller demoraria a descobrir que ele não está mais com Hayle.

—Aonde ela está Órion? _Com Amanda chegando tão perto eu teria que apressar os meus planos.

—Ela está com o Chuck em Burbank. _Eu sorri ao me lembrar do filho de Steve, um garoto nerd que estava sempre com os seus All Stars, eu sabia que minha filha estaria segura com ele.

—Eu tenho que ir, mas por favor tome cuidado. _Eu não podia mais prolongar a conversa a qualquer momento alguém poderia entrar ali.

—Sempre Ás. _Ele sorriu e desligou, logo os computadores voltaram ao normal.

—Droga, isso muda tudo. _Eu disse em voz alta enquanto arrumava as minhas coisas para sair.

Deixei um post-it no computador avisando aos garotos que tinha ido para casa, depois de eu ter sumido eles estavam ainda mais super protetores, praticamente não me deixavam ficar sozinha, eu não queria preocupa-los saindo antes deles chegarem, mas tinha que pensar no que faria agora. Passei pelo clube para avisar Thea e depois fui para o meu carro. Algum tempo depois de ter deixado a Verdant para ir casa, percebo que eu estou sento seguida por dois carros pretos. Quando estamos passando por uma área praticamente deserta, eles me fecham, fazendo o meu pé ir imediatamente ao freio, para evitar uma colisão. Com a parada brusca do carro, eu acabo batendo minha cabeça no volante. Estando meio desnorteada ainda pela batida ouso a porta do meu carro se abrir, e vejo uma imagem meio embaçada de uma mulher parada com os braços cruzados.

—Nós temos que conversar. _É o que a mulher diz e eu logo a identifico como Amanda Waller, uma das últimas pessoas que eu queria ver. – Preciso de algumas respostas sobre uma pessoa. _Ela continua a falar enquanto seus homens me tiram do carro. –Você já ouviu falar de alguma Megan Thompson? _Eu que estava de cabeça baixa encarando o chão tentando aplacar a tontura que eu estava sentindo, olho imediatamente para Amanda surpresa, seria possível ela ter descoberto o meu segredo? –Porque eu tenho a impressão que vocês são velhas conhecidas. _Ela deu um sorriso cínico. –Vamos leva-la. _Ela disse aos homens que estavam me segurando.

Eu poderia lutar contra eles, mas se Amanda tivesse qualquer dúvida em relação à eu ser Megan acabariam ali, e alguma coisa me dizia que Waller só estava tentando jogar comigo. Se ela conseguisse me levar seria questão de horas até Oliver descobrir e ir atrás de mim e ela sabe disso, por isso não brincará muito comigo, provavelmente ela irá me tirar do país, o que atrasaria o meu resgate. Eu não sei o que fazer, sei que não posso deixar Amanda me levar para qualquer lugar, mas também não posso reagir e me expor. De repente algo acerta o chão, um objeto em formato de morcego que me faz sorrir. Não será dessa vez Amanda.

— O que você disse? _Ela me questiona tentando cobrir sua boca da fumaça que começou a sair do morcego.

—Que não é certo sequestrar pessoas. _Ouso Barbara dizer quando acerta um chute e derruba Amanda.

Não demora muito para o esquadrão que estava ali estar todo desacordado.

—Gostei dos uniformes. _Disse olhando de Barbara para Bruce que me ajudava a levantar.

—Você está bem? _Ele me pergunta me analisando e parando na ferida na minha cabeça.

—Apenas bati a cabeça quando parei o carro. _Levei a mão a cabeça e senti algo molhar minha mão. –Vai ser difícil explicar isso. _Vi minha mão vermelha por causa do sangue.

—Boa sorte com isso. _Bruce disse me soltando e se afastando, e eu não entendo a sua reação, até ouvir uma voz grave modificada pelo modulador de voz.

—O que houve aqui? _Oliver aterrissa do meu lado.

—Nada demais Amanda apenas queria conversar. _Eu disse como se não fosse grande coisa.

—Você está um pouco longe de casa Batman. _Oliver diz nada amigável para Bruce enquanto se posicionava ao meu lado como meu apoio, vejo que Roy também está ali e parece não gostar da presença do morcego de Gotham, já que está com seu arco apontado para ele.

—Um obrigado já seria o suficiente Arqueiro. _Bruce devolve no mesmo tom de Oliver.

—Está é a minha cidade. _O tom de voz de Oliver é duro.

—Então devia cuidar melhor dela. _Bruce lança uma bomba de fumaça, que assim que se dissipa mostra que nem o Batman ou a Batgirl estavam ali mais.

—Felicity você está sangrando. _ Roy vem para mais perto de nós quando ouve a constatação de Oliver.

—Eu estou bem, mas se não se importam queria sair daqui antes que Amanda ou seus agentes acordem. _Apontei para os corpos caídos no chão.

—Amanda terá que me dá algumas explicações amanhã. _Oliver a olha com desprezo. –Mas agora vamos cuidar desse machucado. _Ele olha para mim e vejo ternura em seu olhar.

Ele segura o meu rosto entre suas mãos e me dá um beijo que no começo é bem calmo, mas aos poucos vai se aprofundando quando ele pede passagem com a língua e eu concedo. O mundo ao nosso redor parece desaparecer.

—Hey arrumem um quarto. _Nos separamos e encaramos Roy. –Quer dizer não façam isso. Urgh! Ela é minha irmã Oliver. _Ele faz cara de nojo e nós rimos.

Como eu poderia abrir mão disso? Como eu poderia abandona-los? Eles são minha família. Mas no momento eu tenho outra família que precisa de mim.