Who are you? escrita por Diego Wayne, Ponciano


Capítulo 32
The Children


Notas iniciais do capítulo

Ola, eu sei que demoramos muito para atualizar, mas esse foi um dos capítulos na minha opinião mais difíceis de escrever, então eu espero muito que vocês gostem. E como um pedido de desculpas pela demora, aqui está um dos capítulos mais longos da história, que fala do que muito de vocês queriam, Oliver finalmente conhecendo a verdade. Sem mais enrolação, nos vemos nas notas finais.



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POV Oliver Queen

O que Felicity falou parecia ser a história mais louca já inventada, mas então eu lembro que conheço aliens, policiais do espaço e guerreiras amazonas imortais. Levo alguns minutos para superar o choque e absolver tudo o que ela disse.

— Oliver. Por favor diga algo. Você está pálido, e por mais que eu consiga te segurar eu provavelmente começarei a divagar novamente e talvez acabe te colocando em um estado de choque permanente. _Ela estava aflita, diria a beira de um surto emocional.

— Wow. _É o que eu consigo dizer antes de ter que usar a mesa de apoio para conseguir me sentar.

— Com tudo o que já me aconteceu você diria que eu já deveria ter lidado com essa falta de filtro entre minha boca e meu cérebro, sinceramente eu ainda me pergunto como eu ainda estou viva, quer dizer eu sei, eu apaguei minhas memórias, então eu não posso dizer aquilo que eu não sei, mas vamos ser sinceros se não fosse por isso meio mundo já saberia todos os meus segredos, seria mais fácil pintar um alvo nas minhas costas, ou andar com uma grande seta vermelha apontada para mim, o que seria meio complicado porque a porta de alguns lugares é pequena então eu não conseguiria passar pela porta com minha seta gigante, mas se eu pedisse ao Cisco ou ao Ray sei que eles conseguiram fazer uma que se adequasse ao tamanho das portas para eu não ter problemas. Será que isso é mesmo possível? _ Ela sequer tomou folego antes de dizer tudo isso, e eu fico um pouco confuso, sem entender como o assunto se tornou uma seta gigante.

— Felicity, eu preciso que você me ouça por um momento. _ Eu levanto e a seguro pelos ombros a forçando a me encarar.

— Eu posso fazer isso, quer dizer é apenas por um tempo, eu consigo ficar em silêncio, não é tão difícil assim. Eu apenas tenho que manter minha boca fechada e te escutar antes que eu diga outra coisa inapropriada. _Ela volta a falar sem parar.

— Fe-li-ci-ty. _Eu digo depois de soltar um longo suspiro.

— Me calando em 3, 2 e 1. _ Ela finge que fecha a boca e tranca com uma chave que ela joga fora e depois olha com pesar e tenho certeza que ela está pensando que não deveria ter jogado a chave fora porque talvez ela queira voltar a falar em algum momento e se não fosse toda a situação eu riria da sua linha de raciocínio.

— Você entende que tudo o que disse é loucura, certo? _Ela abre a boca para falar, mas então ela olha para onde jogou a chave e abaixa a cabeça. – Se qualquer um ouvisse o que você falou você ganharia uma passagem só de ida para um sanatório. _Ela abre a boca de novo, mas eu nego com a cabeça. – Provavelmente te mandariam para Arkham. _Eu a sinto estremecer ao ouvir o nome e me pergunto porquê. - Então eu preciso que você me diga se qualquer uma dessas coisas que você disse é verdade ou é apenas sua mente divagando muito fora da caixa novamente? _ Eu a soltei e coloquei alguma distância entre nós, ainda olhando em seus olhos.

Ela abriu a boca e parecia estar falando e sua mãos se mexiam sem parar, mas nenhum som saia.

— Felicity isso não é uma brincadeira. _Eu fico irritado por ela estar se divertindo as minhas custas.

Então ela para de falar e se mexer e me encara, então ela volta a falar, mas ainda não é possível ouvir nada, eu cruzo os braços para demonstrar minha insatisfação. Ela para novamente, dá um longo suspiro e começa a mexer a boca e os braços novamente.

— Felicity isso parece engraçado para você? É sobre nós que estávamos falando, sobre vidas em risco. _ Eu grito com ela dando um soco que amassa a mesa ao meu lado.

Ela me olha parecendo não estar entendendo minha reação, alguns segundos depois sua expressão muda e ela parece ter feito uma descoberta importante. Então ela faz sinal com a mão para que eu espere e então se afasta e depois parece estar procurando algo no chão.

— Eu realmente achei que queria me contar a verdade, resolver as coisas entre a gente. _ Meu tom de voz deixa claro minha decepção. – Eu preciso saber a verdade Felicity. _Eu pego meu arco e minha aljava. – Quando voltar a levar as coisas a sério você sabe aonde me encontrar. _ Eu começo a ir para saída, quando eu a vejo levantando do chão com excitação com algo minúsculo ou invisível em sua mão, quando ela usa o quer que esteja em sua mão para destrancar sua boca eu solto um grunhido de raiva.

— Meus poderes estão ligados as minhas emoções, nem sempre eu consigo controla-los perfeitamente. _Ela se apressa em dizer. – Às vezes meu cérebro apenas assume que eu estou sendo literal. Eu tenho que tomar mais cuidado com o que digo, desculpe. Eu realmente não estava tentando ser engraçada, vamos lá, nós sabemos que eu não conseguiria fazer alguém rir de proposito nem se minha vida dependesse disso, minhas piadas são horríveis, como o que acabou de acontecer, que claramente não era uma piada. E eu vou parar de balbuciar agora. _Ela tomou uma longa respiração. – Eu me desesperei quando vi que você estava indo e eu não estava conseguindo falar e eu sei que você mais que todos merece uma explicação e eu queria ter dito o que eu disse de outra forma, provavelmente não com nenhuma daquelas palavras, mas é a verdade. _ Sua forma calma de falar aos poucos se aproximando de mim me desarmou, e toda a raiva parece ter se esvaído, só ela conseguia ter esse efeito sobre mim.

— Eu já tinha juntado alguns fatos, Hayle me lembra muito Thea quando ela era pequena, eu fiz algumas contas e eu me lembrei de você em Harvard, mas eu não queria criar esperanças, partiria meu coração no final, mesmo depois da minha conversa com Damian eu ainda não queria aceitar totalmente a ideia que ela era minha.

— Você está bravo?

— Não, claro que não, eu estou magoado de você ter mantido a existência deles de mim, eu tenho dois filhos que eu não vi nascerem ou darem seus primeiros passos, e apesar de eu conseguir entender o porquê, é difícil aceitar que eu poderia estar na vida deles a mais tempo, ser o pai deles. Quer dizer eles sabem sobre mim? O que você disse a eles? O que eles acham de mim?

— É difícil manter qualquer coisa de Hayle, ela também é uma telepata. _Felicity mexia nervosamente as mãos novamente. – Não que eu soubesse a muito tempo, eu apenas descobri quando minhas memórias voltaram e ela acabou descobrindo quando fazia um tour pela minha mente com Caitlin, e depois ela apenas deixou escapar para Connor, bem ele sabia que Alan não era o pai biológico dele, mas não estava muito interessado em saber sobre você quando ele era mais novo.

— Cada vez que você fala ao invés de uma resposta eu consigo mais umas 15 perguntas. _ Eu passo a mão no cabelo exasperado, colocando meu arco e minha aljava de volta no lugar.

— Que tal se esquecêssemos que meio mundo está atrás de nós e eu apenas de contar mais sobre as crianças? _Ela tem um meio sorriso nervoso, como se estivesse com medo da minha reação.

— Eu acho que essa é uma. _ Ela olha para mim com expectativa. – Ótima ideia. _ Eu lhe mostro um pequeno sorriso quando tiro o capuz e me sento em uma das cadeiras apontando para ela se sentar também.

— Bem onde devemos começar? _ Ela parece estar pensando em dezenas de coisas ao mesmo tempo pelas expressões que faz. – Vamos pelo Damian que é mais simples. Bruce desde da morte dos pais começou a investigar o assassinato, assim que acabou a escola começou sua viagem pelo mundo atrás de se aprimorar, ele estava numa prisão quando Ra’s o encontrou e decidiu treina-lo depois que Bruce os tirou de lá. Eu conheci Talia quando estive na Liga, ela era uma amiga muito próxima minha e de Babel, diferente Nyssa que só pensava em treinar. _ Ela faz uma careta ao dizer o nome de Nyssa e eu sorrio, algumas coisas nunca iram mudar. – Os dois se encontraram, se gostaram e você pode entender como terminou. Eu voltei para a Liga pouco tempo depois e Talia estava grávida desse guerreiro que todos idolatravam e que Ra’s queria como seu sucessor, mas que abandonou a Liga e quase a destruiu no processo. _Dava para sentir o orgulho em sua voz quando se referia a Bruce e seu feito. – Eu a ajudei e cuidei de Damian quando ele nasceu sem saber que ele era meu sobrinho, por isso Talia me nomeou sua madrinha. Ra’s só via em Damian o futuro da Liga, o guerreiro perfeito, criado para ser o melhor. Quando eu fui embora implorei para Talia vir comigo, mas ela se negou, a Liga sempre foi sua casa. Eu só descobri que Damian era meu sobrinho quando estive em Gotham quando estava grávida de Hayle, e desde então eu o visitava sempre que possível, mas entrar e sair de Nanda Parbat sem ser descoberto é um pouco difícil então um dia eu fui pega e tive que voltar.

— Ra’s Al Ghun deve gostar muito de você, ele te deu muitas chances, ser pego entrando em Nanda Parbat é pena de morte.

— O que possa dizer, eu tenho o meu charme.

— Claro que tem.

— Damian sabia de Hayle, conversávamos muito sobre ela, e eles tiveram a chance de se encontrar algumas vezes, foi uma conexão instantânea, pelo o que eu entendi quando estava longe Hayle manteve um link mental com Damian, não me pergunte como ela fez, a extensão de seus poderes ainda é um enigma para mim. Damian foi criado com os ideais da Liga, as vezes é difícil fazer ele ver além do que ele foi ensinado.

— Ra’s fez um bom trabalho com ele, sua fixação em ser o herdeiro dele é meio que assustador.

— Damian confia muito no seu avô, ele não vê que a partir do momento que sua existência ameaçar o poder de Ra’s, ele não hesitaria em mata-lo.

— Mas agora Damian está aqui, longe das garras de Ra’s.

— O problema é até quando. _ Ela dá um suspiro cansado. – Em uma batalha se Damian vir seu avô, eu sei em que lado ele estará. Nyssa o tirou de Nanda Parbat contra a sua vontade, não sei o que Tommy disse a ele quando eles se encontraram, mas foi o que impediu Damian de voltar na primeira oportunidade.

— Tommy mudou muito, mas ele sempre foi o mais racional de nós dois.

— O que lembrando do passado pode explicar porque você tem tantos filhos perdidos por ai e ele não tem nenhum. _ Assim que ela termina de falar olha pra mim assustada. - Desculpa, não era pra isso ter saído da minha cabeça. _ Ela parece realmente envergonhada.

— Acho que a verdade no fim das contas. _ Eu me espreguiço e me levanto. – O que acha de algo para comer, antes de continuarmos?

— Big Belly Burguer? Eu realmente estou com vontade de comer aquela bomba calórica regada a gordura, com aquelas batatas crocantes e um grande copo de Coca-Cola. _ Ela parecia uma criança.

— Claro, porque não. _ Eu sorri indo para a saída para ir buscar nossa comida.

— Oliver! _ Ela grita quando estou no elevador. – Sorvete de chocolate com menta para a sobremesa? _ Ela pergunta com esperança e eu apenas assinto com a cabeça quando as portas se fecham.

— Finalmente você chegou. _Felicity me atacou quase me derrubando e tomando as sacolas da minha mão.

— Não é qualquer lugar que tenha sorvete de Chocolate e menta Felicity.

— Eh, eu tinha me esquecido disso. _ Eu tenho que me segurar para não rir de seu rosto sujo pela mordida desesperada que ela deu no hamburguer. – Enquanto você estava fora eu pensei que você gostaria de ver algumas fotos dos garotos pequenos, como eu sempre mudo de lugar eu as deixo na nuvem de forma que eu sempre possa acessa-las, claro que tem algumas dezenas de criptografias para protege-las, mas foi algo bem interessante de fazer enquanto estava de esperando. _ Ela apontou para as telas dos computadores, quando eu terminei de guarda o sorvete na geladeira e volto a me acomodar na minha cadeira para comer meu lanche.

— Eu realmente gostaria de ver como eles eram quando estavam crescendo. _ Eu faço um gesto para Felicity para indicar que seu rosto está sujo e ela dá um pequeno pulo da cadeira correndo para se limpar.

— Desculpe por isso, eu estava com muita fome. _Ela apontou para o lanche que estava agora na mesa.

— Eu pude ver. _ Eu sorrio do seu rosto ficando vermelho de vergonha. – Mas não tem problema nenhum. _ Eu emendo logo em seguida.

— Acho que a gente conseguiu cobrir o essencial sobre o Damian. _ Eu me inclino na cadeira em excitação, não que não fosse bom saber o passado do garoto, mas eu estava ansioso para saber mais sobre meus filhos. – Connor era tão pequeno quando nasceu, seus olhos eram cinzas e ele não tinha cabelo algum, mas com o passar dos meses seus olhos se tornaram de um azul celestial e seus cabelos eram tão loiros que eram quase brancos. Era impossível não sorrir quando ele sorria para você. _ Ela me mostrou uma foto dela com os cabelos castanhos e óculos segurando um bebê que sorria para a câmera. – Ele gostava de tirar fotos, deve ter puxado isso do pai. _Eu sorrio de satisfação.

— Você disse algo de problemas durante a gravidez, o que houve? Eu fiquei meio perdido entre manipulação genética e experimentos e da coincidência de nos conhecermos em Harvard. _Eu estava preocupado que pudesse ter algo de errado com os garotos.

— Bem veja é um assunto bem complexo, não sei se alguém com um D+ em biologia e um C- em química poderia entender.

— Felicity.

— Mas o que vale notas da escola quando temos o aprendizado das ruas, neh? _Ela tenta concertar o que tinha falado nervosamente. – Quando estamos no CADMUS fazíamos diversas pesquisas sobre DNA, é incrível a semelhança entre o funcionamento de computadores e genética, fizemos descobertas que precisavam ser testadas, e como a Liga queria os melhores guerreiros, se alguém seria o próximo estágio da evolução seria um dos seus, então nós fomos convidadas a testar, claro que convidadas é mais uma forma de dizer obrigadas, mas okay, isso a longo prazo causou danos a nós, meu DNA já havia sido modificado antes, mesmo que pouco por sei lá o que Thomas fez comigo, e Babel tinha sido usada como cobaia desde criança. Quando ela descobriu que estava grávida a Liga a encontrou e ela teve que sumir do mapa, para isso ela me encontrou, logo no início ela teve alguns problemas, em um momento ela quase perdeu o bebê. _Vejo seus olhos se encherem de lágrimas. – Estávamos escondidas em Coast City e eu pedi a Lucius acesso a um dos laboratórios da Wayne Interprises, lá eu consegui realizar alguns testes e descobrir o que estava errado com Sandra. Viramos noites tentando encontrar uma solução, até nos lembrarmos de algo que tínhamos feito enquanto estávamos no CADMUS, o que nos fez sair dele. _Ela parecia imersa em suas próprias lembranças enquanto falava, parando as vezes para dar uma mordida em seu lanche ou tomar um pouco de Coca-Cola. – Tivemos que manipular um DNA desconhecido de forma que ele se unisse a um DNA humano, e bem éramos muito boas no que fazíamos, modéstia parte. _Ela sorri jogando o cabelo para trás. – Quando finalizamos e revisamos o que tínhamos criado, eu notei uma semelhança com algo que eu já tinha visto, e então eu sabia de quem era o DNA desconhecido e o que eles pretendiam com nossa descoberta, eu não poderia permitir isso, então destruímos todas as pesquisas e amostras, as únicas pessoas que podiam refazer o que foi feito naquele laboratório éramos nós. O DNA pertencia ao Superman, eles queriam clona-lo, ou criar um super-soldado com seus poderes, essa parte eu não sabia nem me interessava, eu só sabia que seria usado para o mal. _Ela falando parecia uma daquelas personagens de filme clichê descrevendo o vilão. – Eu chamei por uns conhecidos em Coast City para protegerem Sandra enquanto eu ia atrás das coisas que precisaríamos.

— Os irmãos Jordan. _ Eu apontei como uma criança que está ansiosa para mostrar que sabe algo.

— Isso, Hal e Alan. _E ela respondeu minha reação como se fosse uma professora conversando com uma criança de 5 anos o que me deixou envergonhado. – Hal e Sandra se deram bem, ele ficava horas conversando com a barriga dela sobre besteiras, como os melhores desenhos para assistir, quais filmes, maneiras de se livrar de broncas e do dever de casa. _Eu arqueio uma sobrancelha ao ver que ela está roubando minhas batatas, depois de ter devorado todo seu lanche. – Oh não se preocupe, Connor parece não ter ouvido nenhuma das bobagens de Hal, ele é na verdade uma ótima criança. Alan era o soldado exemplar, ele seguia minhas instruções ao pé da letra, fazia Sandra tomar as vitaminas, descansar e a impedia de passar o dia comendo chocolate. _Ela vai até a geladeira e pega o sorvete e uma colher. – Claro que Sandra o odiava por isso, mas então Hal teve que viajar e eu estava em Gotham, eu não sei exatamente o que aconteceu, nunca entrei em detalhes sobre o assunto, mas Sandra passou mal e Alan foi quem a ajudou e o que ele fez permitiu que eu tivesse tempo para preparar tudo, eu consegui estabilizar Sandra e assim que Connor nasceu eu fiz o procedimento que permitiu que ele sobrevivesse.

— Você usou DNA alienígena no meu filho? _Eu indaguei surpreso e Felicity tirou seus olhos do sorvete e me encarou terminando de tomar o sorvete que estava na colher.

— Bem eu criei uma formula usando o DNA de Clark para concertar as falhas no DNA de Connor causadas pelas experiências em que Sandra foi uma cobaia. _ Ela pareceu ofendida, como se o que eu tivesse dito tivesse desvalorizado tudo o que ela tinha feito. – Assim que nós decidimos o que íamos fazer eu entrei em contato com Clark e assim que eu expliquei a situação ele aceitou me ajudar. Assim que Connor nasceu ele e Alan se tornaram inseparáveis, acho que isso ajudou ele a se aproximar de Sandra, quando tínhamos certeza que Connor ficaria bem, eu precisava ir embora, era perigoso demais ficarmos juntos caso fossemos encontrados, Sandra nomeou a mim e a Hal como seus padrinhos o que deixou Alan magoado, achando que não tinha um papel na vida de Connor, eu lembro como se fosse hoje a expressão no seu rosto quando Sandra disse a ele que sua função seria como pai dele, seu sorriso mal poderia ser contido no rosto. _Eu a encarei admirando o lindo sorriso que estava em seu rosto entre as colheradas de sorvete. – Nossa, eu nem te ofereci sorvete, você quer um pouco? _ Ela estendeu o pote quase vazio para mim e eu dei um meio sorriso recusando. – Então eu fui para Harvard ser Cassandra Sandsmark, e o via apenas as vezes, mas Sandra sempre me enviava fotos e me dizia como estavam indo as coisas. _ Ela me mostra uma sequência de fotos de Connor, na última foto ele parecia ter uns dois anos e era uma das coisas mais fofas que eu já tinha visto, ele estava sentado com um livro encarando uma imagem com tamanha seriedade que tinha um pequeno vinco em sua testa, quase impossível de ver com seus cabelos loiros caindo por ela. – Quando eu fiquei grávida de Hayle eu quase surtei, eu tinha acabo de sair da CIA e estava para me formar. E  como tudo o que me aconteceu meus genes estavam ainda mais danificados que os de Sandra e eu não sabia o que esperar do pai de Hayle, mas estou bem feliz que ela tenha seus genes, qualquer um ficaria bem não tendo que lidar com minha falta de equilíbrio e minha falta de filtro com as palavras. _Felicity agora está andando de um lado para outro gesticulando e eu apenas me encosto na cadeira e cruzo os braços a ouvindo falar. – Então eu me vi perdida pela primeira vez, sem saber o que fazer, sem ter um plano, e foi assim que eu decidi voltar para Gotham, Alfred cuidou de mim, Lucius logo descobriu sobre minha condição e ofereceu sua ajuda, ele e Alfred eram os melhores amigos do meu pai e os únicos que sabiam de quem eu era filha, foi nessa época que Lucius conheceu minha mãe e eles se apaixonaram, um tempo depois Bruce voltou e nós fizemos as pazes, eu descobri sobre Damian  e recebia visitas de Sandra, Alan e Connor. _Ela foi até o computador e me mostrou uma foto onde ela estava sentada com Connor em seu colo, um adolescente estava no braço da poltrona com as mãos na barriga dela sorrindo, Bruce estava atrás com algo similar a um sorriso, em outra foto Alan está com Connor, Sandra de um lado e Felicity com uma barriga enorme do outro. – Era quase como se fossemos pessoas normais, claro ignorando as noites de combate ao crime e aparição inesperada de heróis, quando Clark soube que eu estava em Gotham foi me visitar junto a Diana, eu ainda não tinha contato a Bruce sobre a gravidez, mas assim que entrou na sala e me viu Clark não conseguiu se segurar e me abraçou me girando pela sala, Diana também sabia, segundo ela eu estava brilhando, Bruce ficou o resto da semana mal-humorado pela primeira e única vez que alguém tinha descoberto algo antes dele. _ Ela tinha um sorriso nostálgico. – Quando Clark anunciou que seria uma menina, eu tinha quase certeza que Bruce tinha comprado tudo o que ele encontrou que era rosa, mas para o azar de todos Hayle odiava essa cor, ela prefere. _ Eu a olhei com expectativa, isso ser incrível se sua cor favorita fosse verde. – Vermelho ou azul. Desculpe. _Ela viu que eu fiquei desapontado. – Mas verde é uma das cores favoritas de Connor, Hal fazia questão disto. _Ela revirou os olhos ao se lembrar de como o Lanterna poderia ser infantil as vezes. – Assim que Hayle nasceu utilizamos o mesmo procedimento que usamos em Connor e depois prometemos que nunca revelaríamos a ninguém como foi feito. Ela era um pequeno anjo quando nasceu, meu pequeno anjo. _ Fotos dos primeiros dias de Hayle infestaram a tela e eu me aproximei mais para ver melhor, tinha uma foto de Felicity com Hayle recém-nascida e Connor, e meus olhos se encheram de lágrimas. – Essa foi a única vez que eles se encontraram, eu e Sandra achamos que era perigoso demais eles estarem juntos, até mesmo saberem um sobre o outro, pessoas matariam para por as mãos neles, para usa-los como armas ou descobrir o que foi usado neles.

— Eles tem poderes? Poderes como os do Superman? _Eles eram apenas crianças, o que por um lado era bom pois eles poderiam se proteger caso precisassem, o que se dependesse de mim nunca aconteceria.

— Sim e não, na verdade é difícil dizer qual a dimensão dos poderes deles, ambos tem superforça, o que sabem controlar bem quando usar, supervelocidade ainda é algo que está em treinamento, mas está quase dominada, e tirando isso desde que eles não tenham nenhuma mudança brusca de emoções as outras habilidades permanecem ocultas. _Ela falava com tanta naturalidade sobre as habilidades das crianças que era como se ela estivesse me contando que eles eram bons em algumas matérias ou em algum esporte, não que eles são seres superpoderosos.

— Mudanças bruscas de emoções como o que por exemplo?_ Eu arqueio uma das sobrancelhas pensando em tudo o que aconteceu recentemente, mas mesmo assim eu não tinha presenciado nenhuma demonstração que Connor e Hayle tivessem poderes, será que é por isso que Felicity tem deixado eles longe de mim, talvez com medo de como eu iria reagir?

— Descobrir quem é seu pai verdadeiro e que você tem uma irmã mais nova e ninguém nunca te contou. _Ela fala tão rápido que eu levo um tempo para conseguir entender.

— Fe-li-ci-ty. _Eu tenho que segurar o grunhido que quero dar para demonstrar minha insatisfação.

— Acho que Connor deve ter se assustado, foi a primeira vez que ele usou a super-audição em seguida a visão de calor e o medo fez ele correr super-rápido, o banheiro da mansão até que aguentou bem, e não é nada que Bruce não possa pagar para ser concertado. _Ela apenas deu de ombros sobre isso.

— Hayle já teve um destas mudanças bruscas de emoções? _ Pergunto tentando imaginar o que houve com Connor.

— Sim, mas com Hayle é diferente, eu a treino desde de pequena por conta de seus poderes telepáticos, sabe o quão estranho é você ouvir na sua mente que seu bebê de 6 meses acha as caretas que você faz irritantes e preferia estar do lado de fora na grama? É muito esquisito, eu quase surtei a primeira vez que Hayle se comunicou comigo mentalmente. _Agora a calma de Felicity é substituída por um certo nervosismo, como ela estivesse se contendo de me contar algo. - Eu sei como pode ser difícil controlar esse tipo de poder, então fiz questão de que ela estivesse pronta para lidar com qualquer eventualidade, ela meio que tornou minha mente seu parque de diversão, mas tudo bem, desde que eu não tenha que guardar nenhum segredo dela, está tudo certo. _Talvez seu nervosismo esteja ligado as suas próprias lembranças de quando ela recebeu seus poderes telepáticos.

— Você deixou uma criança vasculhar sua mente que guarda segredos que colocam sua vida em risco? _ Eu gritei incrédulo levantando da cadeira e apontando para a foto de Hayle com um cachorro e um senhor mais velho.

— Não a nada na minha mente que seja mais valioso que Hayle e sua segurança. _ Seu tom é de voz é duro, ela não estava gostando desse assunto.

— Mas você fez tudo isso. _ Eu abro os braços como para demonstrar a magnitude de seus atos. - Mentiu para todos seus amigos, mentiu para mim e ainda fez minha irmã mentir porque tinha receio da nossa reação ao seu passado, mas deixa uma garotinha saber tudo o que você já fez que por palavras suas não minhas é uma escuridão que nem eu poderia lidar? _ Eu estava com raiva, gritando com Felicity que diferente do passado não pareceu se importa com minha explosão.

— Eu sempre sei quando Hayle está na minha mente, e exatamente o que ela está fazendo, é verdade que ela sabe alguns dos horrores que eu já vivi, mas eu precisava confiar nela com seus poderes para que ela pudesse confiar em mim, confiar que eu sempre tomaria as melhores decisões para ela. _ A colher que Felicity segurava está irreconhecível, agora não passa de um pedaço de metal retorcido, enquanto eu vejo pela postura dela que ela está se contendo para manter seu temperamento racional.  

— Ela é uma criança Felicity, você deveria ter certeza que ela tivesse uma infância normal, não dividir o fardo que você carrega com ela. _ Eu passo as mãos no cabelo exasperado, como ela poderia colocar uma criança no meio de tudo isso, Hayle só deveria ter que se preocupar com que desenho ela iria ver ou como terminar seu dever de casa rápido para ir poder brincar com outras crianças, não ficar todo seu tempo com heróis sempre tendo que se preocupar com a possibilidade de serem atacados.

— Olha Oliver até agora eu tenho sido muito compreensiva as suas reações ao descobrir a verdade, mas volte a questionar a forma como eu crio minha filha e não haverá mais palavras a serem ditas. _Eu sinto um calafrio ao ouvir a voz baixa, mas firme de Felicity, uma clara ameaça, e olhando em seus olhos eu posso ver de onde surgiram tantas histórias como seus feitos como agente Thompson, por um momento eu achei que ela poderia me matar apenas me olhando daquela formula.

“ Eu sei sobre eles agora, eles não são heróis, são só crianças e assim que toda essa confusão for resolvida eu teria que fazer Felicity ver o que eles realmente são. Eu só descobri sobre eles a pouco tempo, mas eles já são a luz da minha vida, e eu não permitirei que eles sejam trazidos para a escuridão que cerca nossas vidas, Felicity concordando ou não.”


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? É um capítulo mais emocional e eu acho que é aí que está a dificuldade, pensamos em trazer as crianças para esse capítulo, mas eu realmente queria um capítulo apenas do Oliver e da Felicity, mas com isso você já podem ter uma noção do que vem por ai nos próximos capítulos.
A ideia inicial era postar esse capítulo no último fim de semana, mas a parte sobre a Hayle foi bem difícil de escrever, porque ao mesmo tempo que tínhamos que contar a história dela, não queríamos divulgar ela inteira ainda para o Oliver. Bom é isso, eu espero que tenham gostado, nos digam o que vocês acharam, e qualquer dúvida é só nos enviar uma mensagem que tentaremos responder da melhor forma.

That's all folks!



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