300 dias antes da América escrita por Michele Bruna da Silva


Capítulo 7
Meeting?


Notas iniciais do capítulo

Primo Itch : Tio cabeludo da Família Adams
Crap : Droga!

Decidi fazer os sempais aparecerem um pouco mais, gosto muito da energia deles. Confesso a vocês que foi difícil criar esse diálogo e deixar o capítulo curto.
Espero que gostem :)



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– Estou saindo. - disse Ryoma colocando os sapatos, sentado na entrada da casa. Seu pai estava perto, comendo alguns bombons de chocolate. Sim, eram os bombons de Sakuno. Sumire-sensei não conseguiu arrancar nada do professor Honda e por isso não deu os chocolates a ele. A culpa de ter roubado os bombons ainda martelava em sua cabeça. Quando voltava para casa, encontrou Nanjirou no caminho, deu a ele a caixa de bombons e o obrigou a entregar a Ryoma. Obviamente ele não deu nada a Echizen.

– Aonde vai hoje e com esse tempo?

– Na casa da Ryuzaki.

Echizen-pai ficou surpreso e depois deu um sorriso malicioso.

– Oh, finalmente ouviu o meu conselho? - disse passando a mão na barba rala.

– Não sei do que você está falando. - respondeu enquanto colocava outro casaco.

Nanjirou olhou bem para o garoto e notou que estava de mãos vazias.

– Você não vai levar nada pra ela?

– Eu já dei o presente de aniversário. - colocou um cachecol cinza e conferiu as chaves nos bolsos

– Me refiro ao de hoje. Vai na casa dela e não vai levar nada?

– Eu vou pagá-la pelo serviço, então não tem problema.

Olhou assustado para o filho. Um dos bombons que colocara na boca até caiu de volta na caixa.

– Pagar?! Filho idiota. Não se paga por esse tipo de coisa à garotas como a Ryuzaki-chan! - Ryoma fechou a cara, não estava entendendo onde o pai queria chegar com aquela conversa esquisita, então o ignorou e foi até a porta. "Aquela velha vai achar que a culpa é minha!" - pensou consigo - Leve um presente e trate de cuidar bem dela! Tch, hoje é o dia dos namorados, não pode chegar na casa da sua amante sem um presente. - voltou a comer os bombons.

– Ela não é minha amante. - disse saindo de casa e fechando a porta. Colocou o gorro e suspirou. - Velho pervertido.

Ryuzaki, por sua vez, estava se encarando no espelho. A cama não se enxergava embaixo do mundarel de roupas que ela jogou por cima. Seu celular tocou e era Tomoka, fula da vida, devia ser a terceira ou quarta vez que ela ligava para brigar:

– EU DISSE M-E-E-T-I-N-G!! QUAL PARTE DE MEETING VOCÊ NÃO ENTENDEU?

– F-foi impulso no meio da conversa dos garotos...

– TANTA COISA PRA DIZER HOJE E DISSE QUE VAI CORTAR O CABELO DELE?!

– Mas ele estava incomodado e o barbeiro dele não está mais na cidade. Eu quis ajudar...

VOCÊ... URGH!!

Ela desligou.

– Tomo-chan...?

Depois ligou de novo.

– Me diga que você não está de roupão ainda...

Ryuzaki se olhou e estava de toalha na cabeça, roupão de banho e pantufas. Não fazia ideia do que vestir e o silêncio dela na ligação, foi a confirmação para Tomoka.

– Ai ai Sakuno, ele mora a quatro quadras daí você lembra, né?

– Sim...

– E você sabe que marcou com ele daqui a dez minutos, né?

– S-sim... - se pudesse sumir ou atrasar o relógio, ela o faria.

– Ah... - suspirou - Vou mandar um guia de moda, siga-o à risca e ficará bem.

– Obrigada Tomo-chan! Você me salvou!

– Como sempre, né? - disse rindo da amiga, a raiva já tinha passado - Me diga o que vocês vão conversar aí? Para mim, ele vai embora assim que você cortar o cabelo dele e der os chocolates.

– Eu não sei.

– Foi por isso que disse para saírem, lugares diferentes dão ideias de assuntos.

– Não, Tomo-chan. Eu não sei nada sobre o Ryoma-kun.

Tomoka ficou meio surpresa do outro lado, o ponto que Ryuzaki queria chegar era mais profundo.

– Não posso convidá-lo para ir a algum lugar, se eu não sei do que ele gosta. Então, será bom se apenas conversarmos sobre qualquer coisa.

– Entendi. Desculpe ter te pressionado.

– Não foi nada.

– Não vou mais tomar seu tempo. Vá lá ficar linda e dar um twist server naquele coração. - Ryuzaki riu com a piada - Boa sorte Sakuno! - a última frase saiu em um tom bastante encorajador.

– Obrigada Tomo-chan!

Finalmente ela desligou e viu que tinha 5 minutos para se arrumar, mas ele não era muito pontual mesmo, então continuou considerando que tinha dez.

A caminho dali estava Echizen, se perguntando se deveria ou não comprar alguma coisa para Ryuzaki. Ele fazia que não, mas era bastante influenciável pelas opiniões externas.

– Ochibi! - ouviu não muito longe aquela voz inconfundível da única pessoa que o chamava daquele jeito.

– Eiji-sempai, Momo-sempai - eles vinham em sua direção acenando, trazendo as mochilas de raquetes nas costas.

– Não somos mais sempais, não precisa nos chamar assim. - disse Momoshiro.

– Momo-oji-san, Eiji-san. - disse Ryoma em tom bastante provocativo, os chamando de velhos descaradamente.

– Quem é o oji?!

– Vamos jogar contra os antigos Fudomine. Oishi, Inui, Kaidou, Kawamura e o Fuji vão também - disse Eiji bastante animado - Estávamos indo te buscar.

Echizen quase respondeu que sim por impulso; lembrou-se para onde estava indo e que Ryuzaki ficaria chateada se ele não desse as caras lá. Fora que precisava cortar o cabelo, já estava ficando irreconhecível.

– Eu passo.

Momo e Eiji se olharam preocupados. Passaram o braço no ombro um do outro e de costas para Echizen, conversaram como se ele não estivesse ali.

– Eiji, quem é esse cara e o que ele fez com o Echizen?

– Não sei Momo, mas ele está suspeito dos pés até a cabeça. Não viu aquele cabelão? Parece o primo Itch.

– Sempais, eu ainda estou aqui.

Os dois o encararam, o ignoraram e voltaram a cochichar.

– Não é o ochibi! Ele não se recusaria a jogar!

– Será que ele tem algo mais importante pra fazer hoje?

– Vocês dois... - Echizen já estava ficando irritado com eles.

– Ah! Momo, hoje não é...

– VALENTINE'S DAY!! - gritaram os dois juntos. - Será que...

Quando olharam, ele já tinha andado quase um quarteirão. Correram até alcançá-lo, começaram a falar e perguntar ao mesmo tempo. Curiosíssimos! "Quem é?" "É bonita?" "Por que não disse logo?" "Ochibi está namorando!" "Parabéns!"

– Eu não estou namorando ninguém. - respondeu Echizen, já fatigado daquele assunto.

– Eh, mas se você não quer jogar, para onde está indo agora? - perguntou Eiji.

– Cortar o cabelo. - disse achando que se livraria deles.

– Ah tá precisando mesmo. - concordou Momo - mas seu barbeiro não tinha mudado de cidade?

– E você disse que não tinha nenhum nos arredores da sua casa. - completou Kikumaru.

– Arranjei um. - eles estavam perto da casa de Ryuzaki. Echizen tinha certeza que parar ali com aqueles dois na cola seria um problema, então passou reto, mas inconscientemente, olhou em direção a casa e Momoshiro percebeu, logo sugeriu:

– Ah! Como será que a Ryuzaki-sensei está? - Echizen travou na posição em que estava. - Don.

– Verdade. Por que não vamos falar um oi? Ela deve estar na bad depois da aposentadoria - disse Kikumaru sem se dar conta da situação.

Nem deu tempo de Ryoma dizer alguma coisa, pois os dois já estavam tocando a campainha. Foram recebidos pela própria sensei.

– Que surpresa. Vieram visitar essa velha sem serem convocados. - a voz dela não estava animada e imponente como de costume. Na verdade, ela estava tão abatida que parecia até ter encolhido. Enrolada e uma manta surrada, parecia um mendigo. Kikumaru se comovendo, a convidou:

– Vamos jogar contra a equipe do Tachibana, não quer relembrar os velhos tempos, sensei?

Imediatamente ela pareceu reviver. Saiu procurando chaves, gorros, blusas e de repente gritou:

– Echizen! Ela está te esperando! Entre logo! Vocês dois me esperem que já volto. - subiu as escadas direto ao seu quarto.

Ryoma tentara ficar fora da visão deles escondido atrás do muro. "Crap", sussurrou para si mesmo.

Momo e Kikumaru se olharam com ar de riso e assim que ele entrou começaram a caçoá-lo.

– Cortar o cabelo, huh? - disse Momoshiro dando uns tapas nas costas de Echizen - Tão jovem, tão jovem!

– Isso dói sempai.

– Finalmente está namorando a Sakuno-chan, ochibi!

– Ela não é minha namorada. "E o que quer dizer com finalmente?"

– Eu acho que é sim, não é Eiji?

– Mas é claro! Vindo visitá-la no dia dos namorados, com certeza é namorada.

– Desde quando vocês dois ficaram tão amiguinhos? - Echizen não tinha mais o que dizer.

– Vamos fazer um teste. - disse Momo - Pra ver se vocês estão ou não.

– Oh boa ideia! - Eiji tirou papel, caneta e um óculos igual ao do Inui de sabe se lá onde. - Hora de coletar os dados.

– Me recuso. - retrucou Echizen

– Aposto que está com medo de encarar seus sentimentos. - provocou Momo sendo mortalmente encarado.

– A probabilidade dele estar com medo é de 100% - completou Kikumaru, imitando Inui.

– Não tem nada de errado em namorar. - disse Momo.

– Não tenho interesse nesse tipo de coisa. - finalizou Ryoma.

– Ryoma-kun - a voz de Sakuno pareceu mais doce do que o de costume. Kikumaru cutucou Momoshiro como se dissesse "ela chegou, olha só". Tudo para atiçar Ryoma, que apesar de ter sido chamado, continuava de costas, receoso.

– Oh, Ryuzaki-chan! Quanto tempo.

– Kikumaru-sempai, Momo-sempai.

– Você ficou muito fofa nessa roupa Ryuzaki-chan! - Momo provocou, deixando a garota constrangida de propósito.

Echizen virou-se de uma vez querendo acabar logo com aquilo. Não conseguiu evitar a surpresa ao vê-la de vestido, em vez do uniforme da escola ou o moletom de corrida; de cabelo solto, parecia outra garota. Suspirou involuntariamente.

Ryoma ainda não sabia, que as curtas palpitações que sentia no peito, naquele momento, não eram efeito colateral das provocações dos sempais.


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Notas finais do capítulo

Acho que alguém está apaixonado.



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