300 dias antes da América escrita por Michele Bruna da Silva


Capítulo 10
Ryuzaki vs Echizen


Notas iniciais do capítulo

Achei que tinha que ter essa partida, por que prince of tennis tem que ter tênis. Desculpe ter morrido esse mês, mas já estou de volta! E a história está acabando amigos. Teremos mais 5 capítulos :)
Não que eu os tenha escrito de qualquer forma hahaha
Divirtam-se o/



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Eles foram para a quadra, haviam dois vestiários perto. Ryoma vestiu o uniforme que ela lhe emprestara, Sakuno usava um mais esportivo e tinha os cabelos presos em um enorme rabo de cavalo. Ela ficava bem melhor naquele uniforme e com aquele penteado.

– Você tem certeza disso? - ele perguntou uma última vez se preparando para receber a bola.

– Sim.

– Não é melhor tirar esses pesos? - ele não queria subestimá-la, mas ele era homem e jogador de nível nacional, do tipo que passou a vida em quadra. O bom senso dela deveria dizer-lhe que ele não se seguraria ali. Ryuzaki olhou para ele, que segurava a raquete na mão direita, a dita mais fraca, já que era canhoto. Sorriu e confirmou com a cabeça, estava tudo bem daquele jeito. Echizen estava inquieto por dentro dizendo a si que não deveria fazer aquilo, mas ao mesmo tempo que seria extremamente divertido, por que afinal das contas, é tênis.

– O que ele está fazendo?! - perguntou Momo

– Echizen não tem noção de que está em um encontro - respondeu Inui

– Mas vai ficar tudo bem se ele jogar contra a Sakuno-chan? - perguntou Eiji preocupado.

– Não acho que vá jogar a sério, ele vai jogar com mão direita. - disse Inui pegando o caderno de dados. Eiji tinha certeza de que ele não iria se segurar mesmo usando a mão direita.

– Então por que está pegando o caderno de dados? - questionou Momo

– Ela se posicionou à dois metros e meio da linha de fundo para sacar. Não pode ser um saque normal.

– É longe mesmo - concordou

Sakuno correu, pulou, mais parecia com um saque de volley do que de tênis. Uma rajada cruzou a quadra, até o fundo. Como haviam várias linhas chão, de início, Ryoma achou que ia para fora, mas a curva foi perfeita até a linha de fundo. Então, correu e devolveu. Começou uma troca de bolas inesperada entre os dois.

– Incrível! Ela está aguentando o ochibi!

Jamais passou pela cabeça de Echizen que sua amiga franzina tinha melhorado tanto a ponto de acompanhá-lo em um rally. A tímida e passiva Sakuno, estava mais parecida com uma leoa. Rugindo a cada rebatida da bola, mais ainda quando fazia um ponto, tanto que atraiu vários olhares de quem passava perto. Uma pequena plateia se formou.

– Oeoeoe. Sakuno-chan jogava tão bem assim? - perguntou Momo impressionado

– Ela foi titular do feminino ano passado. - iniciou Inui ajeitando os óculos - Depois de perder uma partida no torneio ela passou a treinar mais. Veio pedir alguns conselhos para mim inclusive.

– Para você?!! - gritaram os dois impressionados

– Eu disse para ela procurar o Kaidou para treinar.

– MAMUSHI?! - gritou Momo, indignado

– Ela tinha problema de estamina.

– Mas podia ter pedido para mim, eu adoraria ajudar a Sakuno-chan. - disse Eiji apontando para si mesmo, afinal ele era o maior exemplo de superação em resistência no clube.

– Ryuzaki-chan não conseguiria acompanhar seu tênis acrobático.

– Mas, por que o Mamushi?! - perguntava Momo ainda indignado, sentindo-se passado para trás.

– Os pontos fortes dela são o controle de bola e as técnicas de base do tênis. Habilidades mais compatíveis com Kaidou e com o Tezuka.

– Tezuka-bushou está na Alemanha. - completou Eiji - Incrível, ela treinou com o Kaidou.

– Na verdade, ela treinou com o Fuji. - continuou Inui.

– O que?! Por que o Fuji?! - perguntaram os dois

– Fuji estava em casa quando ela veio e se ofereceu para treiná-la. Eu disse que ela deveria usar pesos nas pernas para melhorar o equilíbrio e ganhar força, com o tempo ela ganharia estamina. A sensei deve ter passado algum treino a mais e incluído os pesos dos pulsos.

Echizen e Ryuzaki emergiram no jogo de tal forma que no meio do game, ela tirou os pesos e ele trocou a raquete para outra mão.

Os espectadores olhavam impressionados, Momo e Eiji estavam admirados com o quanto Sakuno tinha se esforçado em um ano. E treinar com o Fuji, não deve ter sido nenhum pouco fácil também.

– Você melhorou Ryuzaki, mas ainda é mada mada dane. - disse apontando a raquete para ela antes de iniciar seu serviço, a garota ficou super encabulada e feliz por ter sido elogiada. Echizen jogou a bola e bateu com a mão direita. - Crap! - Gritou depois de lançar a bola, se dando conta do que tinha feito. - Ryuzaki desvie! - até os três que estavam apenas assistindo gritaram para ela desviar.

Foi rápido demais. A bola caiu próxima aos pés de Ryuzaki, girando sem sair do lugar e quando ela associou o saque aos avisos, já era tarde demais. Em cheio, a bola subiu. Levou uma bolada bem no meio da cara. Caiu sentada segurando o rosto. Echizen largou a raquete e pulou a rede em segundos, para acudí-la.

– Você está bem? - gotas de sangue pingavam sob o uniforme dela. - V-você está sangrando!

Ao tentar erguer o rosto dela, teve suas mãos afastadas, recusando ajuda.

– Estamos no meio da partida, não devia ajudar o adversário. - disse tão baixo e abafado que era quase um cochicho, deixando Ryoma sem saber o que fazer. De repente, ela levantou o rosto, chorosa - Mas poderia, por favor, pegar uma toalha?!

– Você...! - desistiu de completar a frase e foi até a bolsa dela, voltou trazendo consigo uma toalha e a garrafa de água e fazendo uma compressa em seu rosto - Eu disse para desviar...

– Desculpe...

Ele suspirou.

– Não. Não deveria ter jogado um twist server. - e sentou-se ao lado dela

– Não se desculpe. Você só joga o twist server contra oponentes fortes. - a felicidade dela extrapolava a expressão da dor. Uma feição que ele nunca tinha visto em ninguém, pelo menos não de perto. E aqueles olhos gigantes, pareciam brilhar ainda mais, o hipnotizavam agora, com mais facilidade - Eu fiquei tão feliz de me elogiar e me considerar forte que esqueci de desviar.

Ryoma deixou o rosto escorregar entre mãos, apoiados no joelho, escondendo-o. Encabulado. As pessoas que assistiam se dispersaram rapidamente, assim como chegaram, não haveria mais jogo ali.

– Ryoma-kun?

Ele levantou-se de repente.

– Vou guardar as coisas e te levar para enfermaria.

– Ah, claro. O-obrigada.

Saindo de uma pequena enfermaria móvel que tinha no parque, despois de trocaram as roupas, voltaram a andar. Antes de usufruir de outros brinquedos, compraram algo para beber. Ryuzaki segurava um copo de refrigerante em cada mão, estendeu o da esquerda a Echizen, enquanto olhava ao redor, distraída:

– Não sei em qual brinquedo ainda não fomos, você tem alguma ideia Ryoma-kun?

Levou um susto, quando ele lançou o rosto sobre o canudo do copo.

Echizen a encarou ainda bebendo:

– O que foi? Estou com as mãos ocupadas. - ele segurava a bolsa de tênis, duas sacolas de brindes em uma mão e o urso gigante na outra.

– V-v-v-v-ocê devia ter me dito! Eu disse para deixar eu levar um pouco. - a voz dela oscilou de diversas formas, ele ainda estava com o rosto muito perto.

– Não. Se você ficar se exercitando com esses pesos vai ficar forte que nem o Momo-sempai.

– N-não vou! - ela disse chorosa. Tinha voltado a ser a garota tímida e envergonhada.

– Se bem que do jeito que você joga, talvez fique mais parecida com o Kawamura-sempai mesmo.

– Eeeeeeh?!!

– Ah. Nesse nós ainda não fomos. - disse parando frente a roda gigante.

Um pouco distantes, Momo, Inui e Eiji que ainda os "stalkiavan" começaram a discutir.

– Como eu disse, meus dados não estão errados. Eles não vão entrar em um relacionamento só por que vieram ao parque de diversões. - analisou Inui.

– Mas já é um começo não é? - disse Eiji - E ele foi super gentil com ela o tempo todo.

– Desconsiderando a parte do tênis, aquilo não foi nada gentil. - afirmou Momo.

– Echizen vai embora no fim do ano e também está ocupado com o clube, ele não vai pensar em seus próprios sentimentos. Fora que ele é orgulhoso.

– É uma pena, a Sakuno-chan gosta mesmo dele e é uma garota legal. - disse Eiji chateado enquanto chutava a neve acumulada no chão.

Momo não estava convencido, ele não queria que o ano de um de seus melhores amigos fosse chato e sem graça e reprimido de sentimentos. Tentou bolar um plano mentalmente, foi quando notou algo:

– Ei Inui, o que é esse troço que você segurou o tempo todo?

– Uma câmera. - respondeu levantando e tirando uma foto de Momo

– Wow! É daquelas instantâneas! Tira uma foto nossa! - disse Eiji animado para um selfie, pulando em Momo.

– Não. É somente para coleta de dados.

– Não é justo, você acabou de tirar uma foto do Momo.

– Espera, Inui, você tirou foto do Echizen e da Sakuno o tempo todo?! - perguntou Momo, mexendo na bolsa de Inui, encontrou muitas fotos e umas bem interessantes.

– Ei, isso não são dados. Você tá virando um stalker de verdade Inui! - disse Eiji agora com medo do colega.

Momoshiro pegou uma foto e ficou impressionado, pois era muito bonita. "Don" disse enquanto a encarava.

– Atenção vocês dois - abraçou-os, formando um semi-círculo - nós seremos os cupidos da Sakuno-chan e do Echizen! Ouçam meu plano atentamente.

Sem saber de nada, enquanto esperavam na fila, Ryuzaki encarava a roda gigante.

– É linda!

"É mesmo", respondeu mentalmente, apesar de que não estava sendo discreto enquanto fitava Ryuzaki, atraído principalmente por seus olhos, as luzes os deixavam ainda mais brilhantes e cada vez mais encatadores. Ela deveria ser um gato em outra vida, não era possível ter olhos tão expressivos. Quando se deu conta do rumo de sua linha de raciocínio, decidiu focar-se em outra coisa. Ficou encarando as pessoas que passavam. É, ele não deveria ter lido a agenda da garota.

Era óbvio que os batimentos cardíacos de Echizen não estavam acelerados por causa do que lera na agenda. Ele agora sabia que algo estava acontecendo e propositalmente optava por não pensar naquilo. Ryoma mal sabia que até o fim daquela noite, aquele assunto martelaria insistentemente em sua mente.


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Notas finais do capítulo

Ainda teremos outro capítulo essa semana, por que vocês merecem devido minha ausência. Vou tentar postar ainda hoje senão, teremos capítulo novo amanhã!



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