Estava em frente a sala do amado, que estava com a porta e persianas fechadas, bate.

— Pode entrar- de costas pra porta.

— Com licença- homem se vira e abre um sorriso.

— Emily, a que devo a honra?

— Vim trazer sua lembrancinha e do Jack- sorri.

— Achei que só o Jack tinha presente.

— Oh não, dou presente para filhos e país.

— O Jack vem almoçar comigo hoje, outro dia tinha marcado com ele, mas com os casos não deu, hoje se não aparecer nada muito urgente, vou busca-lo.

— Deve está esperando ansioso na escola.

— Com certeza, ele quer vê uma amiga dele que voltou para o Quântico, ai ta mais animado ainda.

— O Jack é um fofo, também quero vê-lo.

— Não quer ir almoçar conosco?

— Melhor não, ele deve sentir sua falta, acho muito justo vocês terem um tempo só.

— Nós adoraríamos sua companhia.

— Não, talvez mais pra frente,agora isso não é o ideal- sorrindo.

— Tudo bem então, se mudar de ideia.

— Vamos fazer assim depois do almoço o traz aqui, ai entrego pessoalmente o presente, claro. que se você concordar.

— Se você prefere assim, por mim tudo bem.

— Por que tá tudo fechado?- curiosa.

— Precisava de um tempo, pra colocar as coisas no lugar, me alto controlar.

— Isso tem haver com sua amiga saindo irritada daqui?- se referindo a Ashley.

— Você a viu?

— Quando ela estava saindo, eu estava entrado.

— Não sei o que faço para mantê-la afastada, aprece que é carma.

— Você está no caminho certo- sorri- depois do que você disse, se fosse ela não voltaria.

— Como sabe o que eu disse?- sorri curioso.

— O Spence desenvolveu a prática da leitura labial,.

— Claro, havia me esquecido.

— Melhor não esquecer mais disso, ele sabe tudo o que você falou, se falar algo comprometedor pode usar contra você.

— O Reid é um bom menino, se o Morgan soubesse ler ai a coisa seria diferente- sorri.

— Com certeza usaria suas palavras contra você, é bom você tomar cuidado ao citar alguns nomes, em certas frases.

— Não gostou do que falei sobre você para aSalvatori e consequentemente para o Reid?

— A questão não é o que gosto, mas essa situação.

— Sabe que por mim a situação seria diferente.

— Por mim muita coisa teria sido, mas não foi, acho que podemos esperar um pouco- sorri.

— Entendi isso noite passada.

— Parece que todo mundo ta falando da minha noite de ontem sabia?

— Como assim?

— Todos os seus agentes me perguntaram como foi minha noite, se tinha acontecido algo de interessante- diz sorrindo

— O que você disse a eles?

— Não precisei dizer nada, todos eles sabiam que nós tínhamos conversado, queria apenas saber como tinha acabado.

— E você disse como terminou?

— Claro, terminei a noite dormindo na minha cama sozinha- sorri lógica.

— Você se esquivou das perguntas?

— Sim, usava sua amiga como distração, sem surpresa nenhuma todos te defenderam- sorriu- parece que apostam todas as fichas em você.

— Apostam em nós- sorri- pra minha sorte.

— Como assim?

— Estão do meu lado, ou seja pode aparecer outro cara na sua vida, mas ainda vão nos apoiar.

— Então é por isso que não gostam da Salvatori? Por que estão do meu lado?

— Também, assim como não eram completamente satisfeitos com a Beth, por achar que ela nos atrapalhou, porém quem nos atrapalhou fui eu.

— Agora quem está atrapalhando sou eu?

— Nós dois.

— Talvez seja, na verdade acho que não estamos atrapalhando, apenas nos preparando, prefiro ver assim- sorri.

— Espero que esse preparo não demore muito.

— O necessário, porém agora deixa te entregar o que é seu e ir trabalhar- sorri.

— Você vai se entregar pra mim?- a mulher fica sem graça, entretanto entra no jogo.

— Agora não- sorri maliciosa- por enquanto só o seu presente mesmo- entrega a sacola.

— Fazer o que- sorri de canto.

— Tenho que fazer meus relatórios, depois me diz o que achou- se levanta e sai.

Abre a sacola e começa a ver os presentes, tira a xícara e a cabine, vê o quadro com a foto deles dois, tinha a frase "Te admiro de longe porque de perto é proibido." Leiliane Gomes, mas diferente da equipe havia um cartão com a seguinte escrita:

"Não existe amor mais perfeito do que o platônico recíproco." Tati Bernardi.

Convivo com uma dúvida, como seria se tivesse dado certo? Como estaríamos hoje? Vou te dizer que não sei ao certo porque estou escrevendo isso, conversei com David, me disse que você tinha terminado seu relacionamento.

Acho que eles- a equipe- falam de você esperando que eu diga algo revelador, porém sempre digo a mesma frase "espero que ele esteja bem" ou "quero que ele seja feliz", sim, essas frases são sinceras, mas quando David me falou que você terminou com a Beth, foi impossível não pensar em nós, pensar que se naquela noite tivéssemos decidido ficar juntos, hoje eu não estaria em Londres, você não teria namorado a Beth, porém outro pensamento vem a minha cabeça, será que ainda estaríamos juntos? Será que ainda ia te amar como amo? E cheguei à conclusão que não, que talvez ele estivesse desgastado, sem graça, fraco, por isso de certa forma o que aconteceu nos favoreceu, favoreceu esse amor que está aqui dentro de mim, quietinho.

Não sei se é só mais uma forma de me convencer que assim foi melhor, entretanto esse pensamento me ajuda a conviver com tudo o que sinto, com todas as expectativas e a seguir meu caminho. Quando li essa frase: "É fácil dizer. O difícil é convencer o coração de que não se quer mais lutar por um amor platônico. Ele nos dá sempre esperanças de um belo dia tudo se tornar realidade, e no final o agradecemos por sua infalível perseverança." Vinícius Soares, ela mexeu comigo, porque preciso te confessar, mesmo pensando que estamos melhor assim, algo dentro de mim não deixa eu parar de pensar em você, não tira da minha cabeça uma possível vida ao seu lado, há alguma coisa alimentando a esperança dentro de mim.

Como já disse não sei porque estou escrevendo isso, pois mesmo com tudo isso que escrevi ainda tenho a certeza, que se hoje você aparecesse na minha frente dizendo querer tentar, eu não aceitaria, por medo, medo de ser só mais um engano.

Sempre vou te querer,

Emily Prentiss.

Terminou de ler e uma lágrima caiu dos olhos dele, não sabia ao certo quando ela tinha escrito aquilo mas cada palavra mexeu com o espírito e suas expectativas, mas uma coisa tinha certeza, ela nunca desistiu deles.

Aaron já havia ido buscar o filho na escola, agora eles estavam almoçando em um restaurante próximo ao Quântico.

— Papai?

— Oi.

— Eu vou ir ver a Emily hoje?

— Claro meu amor, ela também está ansiosa para ti ver.

— Por que você não a convidou para almoçar conosco?

— Convidei, mas não deu para ela vir, tinha que fazer alguns relatórios, ai epreferiu ficar lá.

— Papai por que você não namora a Emily?

— Jack as coisas não são tão simples, eu e a Emily trabalhamos juntos, não é só querer e ponto.

— Então você quer namorar ela?- animado com um lindo sorriso nos lábios.

— Jack você faz perguntas difíceis- sorri de lado.

— Não é difícil papai, é só sim ou não.

— Talvez queira.

— Isso quer dizer, sim eu quero- sorrindo.

— Jack você está parecendo o David.

— Tio David é tão esperto quanto eu?

— Não, tenho que confessar que te acho mais esperto, só não conta para ele, senão fica chateado.

— Pode deixar papai, é nosso segredo- sorri.

— Combinado, já terminou de comer filho?

— Já sim, e o senhor?

— Também, podemos ir?

— Sim.

— Vamos passar na soverteria?

— Claro papai!

— Então vamos.

Os dois saem do restaurante, vão a sorveteria, cada um pede um sorvete de duas bolas, estavam tomando o sorvete quando Jack vê que vendiam uma caixa de bombom em formato de coração.

— Papai, papai- chamando a atenção do pai.

— O que foi?

— Podemos levar uma para Emily?

— A caixa de chocolate?

— É papai, deixa, por favor?

— Tudo bem, vamos levar.

Eles terminam de tomar o sorvete, compram o chocolate e vão rumo ao Quântico, quando chegam Jack quer ir direto para a sala da agente da Interpol, o pai o leva. Quando estavam chegando Aaron recebe uma mensagem de Mateo:

"Preciso falar com você, venha a minha sala o quanto antes"

A porta de Emily estava entreaberta, o homem bate na porta.

— Podemos entrar?- um sorrisso surge nos lábios da mulher ao ouvir a voz dele.

— Claro- levantando o rosto.

— Emily- animado corre para abraça-la.

— Oi querido- sorri o abraçando- você está enorme.

— Estava com saudades.

— Eu também.

— Trouxemos para você- entrega a caixa de chocolate.

— Ah obrigada- sorrindo.

— Pode ficar com ele? O Mateo quer falar comigo.

— Claro.

— Jack se comporte, já volto.

— Tudo bem papai- sorri e o homem sai da sala.

— Me conte como está, sobre a escola, tudinho.

— Estou bem, fui o aluno destaque da minha sala.

— Nossa, parabéns, você é muito inteligente, seu pai deve ter ficado orgulhoso.

— Ficou, ganhei até um certificado, ele colocou em um quadro na parede do meu quarto.- Quando você for lá em casa te mostro, ta bom?

— Combinado.

— E vou ter um priminha.

— Que legal, não sabia.

— Minha tia está grávida, é uma menina e vai se chamar Melinda.

— Que nome lindo, está animado pra ter uma priminha?

— Na verdade queria que fosse um menino pra poder brincar com ele, já que é uma menina vou brincar com ela, quem sabe tenha um irmãozinho, que seja menino- animado.

— Seu pai sabe que você quer um irmão?- rindo da animação do menino.

— Na verdade não, não pedi pra ele e a Beth me falou que não ia ter mais filhos, falou que eu seria sempre único filho único deles.

— E você não gosta da ideia?

— Eu não sou filho dela.

— Você não queria ela como mãe?

— Eu gostava dela, mas era minha madrasta e queria que a chama-se de mãe, já tenho mãe.

— Ela só queria ser aceita.

— Eu aceitava, como madrasta.

— Ah entendi- sorri da lógica do menino.

— Você não quer ser minha madrasta?- se assusta com a pergunta do menino.

— Jack de onde tirou isso?

— Da minha cabeça- na hora em que termina de falar Derek vê o menino ali e entra na sala.

— Será que posso entrar?- sorrindo.

— Claro- meio confusa.

— Tio Derek- vai até ele.

— Oi rapaz- sorri- toca aqui?- levanta a mão quando o menino vai tocar.

— Ah tio, assim não vale- rindo.

— Certo, agora de verdade- toca na mão dele.

— Tio, você não acha que a Emily podia ser minha madrasta?- na hora a mulher cora, sem saber o que fazer e Morgan ri de sua cara.

— Acho que sim- sorri e fica esperando uma reação da mulher.

— Jack não pode ficar falando isso, eu e seu pai somos amigos e trabalhamos juntos assim como eu e Morgan.

— É que eu queria.

— As coisas não são assim- indo até o menino e ficando na altura dele- eu e seu pai trabalhamos aqui juntos, tem um monte de coisa envolvida, se ficar falando isso nós vamos ter alguns problemas, falar para o Morgan não tem tanto problema- olha o amigo- ele não vai falar isso pra ninguém, não é mesmo Derek Morgan?- ele estava com uma risada debochada na cara.

— Não vou falar- diz sério.

— Promete que não vai mais falar isso?

— Tá bom, prometo Emily- e a abraça

Nesse momento Willian Grey bate na porta.

— Posso entrar?

— Agente Grey, o que faz aqui?- se afasta um pouco de Jack.

— Queria conversa com você.

— Sobre?

— Em particular.

— Estou ocupada, se você puder voltar em outra hora.

— Por favor.

— Prentiss levo o Jack para minha sala, enquanto vocês conversam, você vem?

— Vou sim- fala tranquilo.

— Tudo bem então, antes deixa me pegar o presente- se levanta pega o pacote e entrega ao garoto- Toma meu amor.

— Obrigado Emily- sorri animado.

— Não vai abrir?- sorrindo.

— Claro que vou- tira da sacola e abre o embrulho, vê um avião lindo- adorei Emily.

— Que bom Jack.

— Prentiss, por favor- meio sem paciência.

— Ok, Jack mostrar para o Derek seu avião e o ensinar a brincar, ele meio ruim- sorri.

— Ele é grande não gosta de brincar.

— Quem te disse isso? Adoro brincar com avião- Derek se aproxima do menino.

— Tem certeza?

— Deixa eu te mostrar- pega e o levanta no ar, como se fosse um avião- aterrissagem no aeroporto de Morgan.

— Cuidado Morgan.

— Até daqui a pouco Emily- o menino sorri sendo feito de avião.

— Até meu amor- saem da sala, ela vai para sua cadeira e faz sinal para que o homem se sente a sua frente- o que precisa conversa comigo?

— Quem é o menino?

— Acho que não é sobre ele que você veio falar.

— Na verdade vim falar sobre nós?

— Nós? Que nós?

— Eu, você e o que sentimos um pelo outro.

— Você está bem Grey- dá um gargalhada como se ele tivesse contado uma piada.

— Sei que se faz de difícil para eu te querer mais.

— Você ta se ouvindo falar?- rindo- Para que tá feio.

— Emily não precisa fingir, já te desvendei.

— Pra você é Prentiss, Grey não sei do que você ta falando.

— Estou falando das borboletas no seu estomago a me ver, da felicidade quando está perto de mim.

— Grey, não sou afim de você, não sinto nada por você desse tipo, nós somos amigos e ponto, se quisesse algo com você tinha acontecido lá em Londres.

— Para de fugir disso, me ama assim como te amo.

— Ok, esgotou minha paciência- se levanta da cadeira indo até a porta para que saísse, mas ele a puxa pela cintura- me larga- impaciente.

— Diz que não sente nada quando estamos assim, que você não tá louca pra me beijar.

— Não quero te beijar e não quero nada com você, coloca isso na sua cabeça.

— Vem cá- indo beijá-la.

— Sai- tentando afastá-lo- Grey me solta- nervosa e tentando afastá-lo- você está acabando com o pouco de consideração que ainda tenho em relação a ti.

— E aumentando o amor.

— Jack vam...- diz entrando na sala, quando vê aquela cena- o que está acontecendo aqui?- nervoso.