POV. Katie

Ouço uma voz me chamar longe. Uma voz masculina. Ouço passos correndo. Alguns gritos. Conversas entre vozes masculinas. E uma terrível voz assustadora. Espera... onde EU estou?

Abro meus olhos e vejo que estou deitada no chão de uma quarto pequeno. Um quarto sem nada, vazio. As paredes são cinzas e nos cantos tem ‘montinhos’ de sujeira. De um lado do quarto, há uma janela, mas ela está cheia de grades. Percebo que estou no segundo ou terceiro andar de uma casa, e consigo ver uma parte da floresta ‘por cima’. Há também uma porta. Sei que ela não vai abrir, mas não custa tentar.

Ando até a porta quando sinto que estou amarrada. Não consigo alcançar a porta por causa de corrente prendendo um dos meus pés.

Não sei porque, mas eu não estou assustada ou desesperada. Estou calma. Faz bem se sentir calma em situações como essas, é fácil de pensar em como fugir, por exemplo.

Do outro lado do quarto, tem uma chave. Possivelmente para abrir a porta ou a corrente que prende meu pé. O esforço para alcançá-la faz com que minha canela, onde está presa a corrente, fique em carne viva. Tento mais uma vez, mas dói muito. Decido só ficar quieta e pensar. Antes de fazer isso, olho para meu pé. Não é uma visão boa... não mesmo. Ele está todo machucado e sangrando. Começo a perceber as outras partes do meu corpo. Meus braços estão cheios de arranhões, e passando a mão no cabelo, sinto que ele está todo bagunçado. O que aconteceu comigo?

–- Lálálálárilálálá... – interrompendo meus pensamentos, ouço alguém cantando em, no máximo, um andar a baixo que o meu.

Não pode ser! Não... NÃO... NÃO! Meu maior medo está acontecendo comigo! Ser seqüestrada, e nunca conseguir fugir. MEU DEUS! Por favor, preciso de acordar! Isso deve ser um pesadelo! Não quero viver isso.

Todo aquele sentimento de paz que estava dentro de mim se foi no exato momento que ouvi a voz cantando. Agora estava desesperada! Não quero que nada aconteça comigo! POR QUE EU NÃO FUI COM JAKE? Cadê ele?

–- Cadê você Jake...? – percebo que estou chorando e implorando mentalmente que alguém me busque daquele inferno, mas conhecido como floresta de StarBrucks.