Bésame Sin Miedo escrita por Dama do Poente


Capítulo 4
Desencontros


Notas iniciais do capítulo

Hey, hey pessoas! Obrigada pelos reviews no capítulo passado ^^
Fico feliz que estejam gostando e saibam que estou com algumas boas ideias para essa história aqui!
Espero que gostem desse aqui também.



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— Como assim você ficou com mais garotas que eu na festa? Você levou um belo fora da Reyna e não teve oportunidade de pegar mais ninguém depois disso, já que estava pra lá do Caribe de tão bêbado!

Alguns dias haviam se passado depois da festa. Leo estava, mais uma vez, na NYU com Nico. Afinal, aposta era aposta e ele tinha vencido aquela: o Porshe era seu por um mês inteirinho... Ou até ele se compadecer e devolvê-lo ao amigo: sabia que o italiano amava aquele carro, e ele mesmo preferia motos. Eram mais rápidas, dinâmicas e... Ele apenas preferia motos.

— Bem, antes, enquanto você se perfumava na nicotina de seu cigarro, eu estava... Observando o território e mirando em bons alvos! — Leo deu de ombros, como se fosse o maior pegador da história... De acordo com o último censo dos pegadores, ele era mesmo.

— Estamos falando de garotas, não de um jogo de dardos! — Nico suspira, sempre um cavalheiro sem armadura, e agora sem cavalo... Ou melhor, carro.

— E depois de levar o fora da Rey-rey, não sei se você prestou atenção, mas alguém lá me desafiou a beijar a Calipso! Claro que ela não gostou também, mas eu não podia perder e ser obrigado a dançar vestido de galinha! — aquilo era verdade.

Talvez Connor, ou talvez Percy ou qualquer outro, ele não se lembrava direito — depois de beijar su Reyna, ele teve que tomar algumas doses de coragem líquida, também conhecida como uísque, para se desculpar com a garota — o desafiou a beijar sua ex ou a dançar vestido de galinha... No melhor estilo garoto propaganda. Leo já estava fora de si, e pouco ligando para o perigo, então aceitou o desafio... E o ganhou, mas perdeu de vez a amizade da garota.

Ainda não sabia se isso era bom ou ruim...

— Quando isso aconteceu? — Nico pergunta, procurando pelas chaves do carro.

— Logo depois da Thalia e você quase fizerem um filho no meio da sala! — Leo respondeu inocentemente, esperando ao lado do carro — Cara, eu não roubarei seus pertences! Só ficarei com seu amado e precioso carro por uma longa semana! — acabou se arrependendo de lhe contar o prazo, mas o amigo parecia tão desnorteado tentando tirar seus pertences do carro, que sequer prestou atenção.

— São coisas da faculdade, mais trabalhos da Hazel, mais os deveres que a Allie me entregou e eu não corrigi ainda! — justificou-se.

— Pensei que fosse seu diário... Está tirando com tanta pressa...

— Nem vou perder meu tempo falando nada! — suspirou — Apenas não faça nada ilegal com meu carro, ou minha família inteira me mata! E não pense que minha irmã terá pena de mim e irá pedir aos colegas que me livrem de ser preso...

— Nico, você percebe que Jake, meu meio-irmão, também trabalha na polícia? E que se eu fizer algo de errado, ele será o primeiro a me encontrar? A divisão de crimes cibernéticos é bem pior que a de homicídios: eles trabalham com hackers, e meu irmão parece ser ótimo no que faz... — Leo suspirou, lembrando-se das inúmeras vezes que o irmão hackeara seu computador e seu celular.

Ele praticamente vivia em uma guerra cibernética dentro de casa, ou uma guerra ourives-cibernética: os pais eram ourives na empresa da família de Nico — o que explicava porque os dois se conheciam desde sempre —, o irmão mais velho, Charles, seguia praticamente pelo mesmo caminho, mas na última curva resolvera seguir para mecânica — ele tinha aulas na faculdade com o irmão, que era um professor bastante exigente —, Jake, o irmão do meio, e Leo eram ótimos com computadores em geral e viviam disputando para saber quem hackeava mais que o outro.

— Perfeito! Agora me sinto mais seguro em deixar meu pobre carrinho com você! — o amigo afirma — De qualquer forma, preciso ir: meu trabalha me espera!

O hispânico não pôde evitar revirar os olhos mediante a falta de confiança de seu amigo. Leo não faria nada demais com o carro...

E de fato não fez, não tinha porque fazê-lo: era mais fácil usar o metrô na cidade que nunca dorme, principalmente porque de sua casa à universidade ele levaria minutos utilizando o transporte público, enquanto de carro levaria horas.

Só estava usando o carro hoje por pura necessidade: Charles, seu irmão mais velho, estava voltando de viagem e ele fora responsável por dar uma carona para ele. Leo estava impaciente! Não gostava de se atrasar para compromissos, por mais triviais que esses fossem — triviais do tipo, ir tomar um porre com os amigos —, mas seu irmão mais velho parecia não se importar com isso.

Charles estava chegando hoje de sua temporada em Detroit com a mãe, e pedira ao irmão para ir buscá-lo. Disse que estaria no portão de desembarque as 20horas e 25 minutos, entretanto mais de meia-hora já se passara e nem mesmo um vislumbre dele. Leo queria desistir e ir para seu compromisso, mas lembrou-se da infância e de como Charles sempre fora maior e mais forte que ele, e achou melhor esperar.

— Deve ter sido arrastado por algum rabo de saia! — o hispânico revira os olhos, tal qual o pai tinha mania de fazer.

— Sim! O da atendente, que não queria me deixar passar com minhas ferramentas! — o irmão surge, como em um monólogo. Não esperando por respostas de Leo. — Agora me diga como posso dar aulas sem as ferramentas? Não dá! É impossível! A menos que eu esteja jogando com meus alunos: muito bem, quem consegue adivinhar em qual ferramenta estou pensando agora? Ela está presa no aeroporto, é vermelha e...

— Bom ver você também, irmão! Papai? Ah, ele andou reclamando que um certo professor tirou uma licença exagerada... Eu? Bom, eu estou atrasado para um encontro com meus amigos, por tanto se você fizer o favor de parar de reclamar da suas chaves de fenda e ir para a droga do carro, eu agradeceria!

— É sempre bom te ver, Cabeça de Fósforo! — Charles sorri

— É claro que sim: eu sou um colírio para todos os olhos! — Leo se vangloria — Mas chega de apreciar essa linda vista: tenho que encontrar com uns amigos aí, e você está me atrasando!

— Como amigos, você se refere àqueles seus amigos desde o ensino médio, um mais estranho que outro, e que agora eu vejo na faculdade?

— Esses mesmo!

— Ótimo! Vou junto!!

— O quê? Por quê?

— Porque eu já vou estar no carro... E duvido muito que o caminho para casa seja o mesmo caminho do lugar para onde você vai...

Charles estava certo, Leo sabia. E não lhe restou muita alternativa além de deixar que o irmão seguisse com ele, enquanto rezava fervorosamente para que a garota com porte de Realeza estivesse por lá.

O que, infelizmente, não aconteceria. Graças a uma decisão tomada anos antes e que agora Reyna se arrependia

Quando era pequena, Reyna e sua irmã mais velha, Hylla, viviam com o pai em San Juan, Porto Rico, depois de um divórcio longo e complicado. A mãe voltara para Nova York, para os braços da família e para a antiga rede de lojas que eles administravam, e só via as filhas nas férias de verão... Isso quando o ex-marido, sentindo-se traído, permitia.

Hylla, que nunca fora de tolerar ordens vindas de homens, convenceu a irmã a fugir, mas só a mais velha foi bem sucedida em sua tentativa, e vivia com a mãe desde então. Era a segunda no comando das lojas, que agora trabalhavam com serviços online, e tinha uma vida ligeiramente corrida: ela viajava entre as distribuidoras, supervisionando os trabalhos; mas de qualquer forma, era muito melhor do que quando vivia com o pai. Durante anos Reyna a invejou, até que conseguiu fugir, e voou para a selva de pedra, para os braços da liberdade e para a faculdade de administração.

Mas, o que era um sonho em sala de aula, era um verdadeiro terror no estágio. Arrependia-se mais ainda de ter aceitado a oferta da irmã, de trabalhar no setor de atendimento da rede... Ainda mais quando soube quem era seu companheiro de trabalho.

— Seu trabalho é mais fácil por causa do grau de parentesco? — o rapaz pergunta, com os braços lotados de pedidos a serem catalogados.

— Fácil? Você cataloga pedidos, e eu atendo aos reclamantes e você chama meu trabalho de fácil?! Seria mais fácil aturar você o dia todo do que isso! Eles conseguem ser piores que você! — ela resmunga, arrancando o fone do ouvido. Precisava de um pouco de água, ou não se controlaria e atacá-lo-ia.

— Todo esse mau-humor é porque não pode sair com seu querido Grace? Ou por que não pode estar ao lado de seu amado di Angelo? Ou por que seu Jackson é compromissado? — o loiro a provoca, com um sorriso de escárnio estampado no rosto.

— E toda essa chatice, Octavian? Veio de herança junto com todo o dinheiro que você adora esfregar na cara de todos?! — ela joga e se retira; teria um intervalo depois de tanto tempo.

Seu mau-humor nada tinha a ver com os nomes citados, embora ela soubesse bem que poderia ter aceitado o convite de Jason para sair... Mas ela não o fez, e nem sabia bem por que! Tudo o que sabia era que, desde o dia da festa nos Stolls — quer dizer, desde a última festa de aniversário de um deles —, ela não se sentia a mesma. Não desde o que Leo lhe dissera.

“― Então, você me acha atraente?

― E existe alguém que não ache, Reyna Avila Ramírez-Arellano?!”

Ela estava ciente de que recebia olhares — embora nem todos fossem agradáveis —, mas por que ouvi-lo dizer tal coisa importava tanto, ela ainda se perguntava. E perguntaria ao próprio, se não tivesse que fazer hora extra e pudesse ir a tal inauguração do pub de Dionísio.

— Você está derrubando água no chão! — uma das colegas avisou.

Sacudindo a cabeça antes de voltar para sua mesa, Reyna tentava focar em qualquer outra coisa que não fosse o Menino- Elfo. E os inúmeros desencontros que estavam lhe impedindo de entender tal enigma


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Acham que pode melhorar? Deixem reviews para eu saber: tem 12 pessoas lendo, e eu só sei o 3 estão achando, então estou me guiando por elas. Se você não está de acordo e não me fala, sinto muito, mas não posso mudar nada!
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Beijoos de luz!



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