Loucamente Apaixonada escrita por Angie


Capítulo 8
Feliz Aniversário


Notas iniciais do capítulo

Conheçam a mãe da Heather.
É isso.



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Quinta-feira acordei com um copo de água jogado na minha cara, e eu obviamente quero dizer a água, não o copo. Sexta com Gavin me puxando pelo pé. Sábado com ele gritando “Acorde, Heather!” em um megafone e não me perguntem onde foi que ele arrumou aquele traço. No domingo Samuel se juntou a ele e ambos ficaram me azucrinando até que eu levantasse. Minha resistência a garotos irritantes vergonhosamente não durou muito tempo. Eu realmente precisava lembrar de trancar a porta do meu quarto quando fosse dormir. Tudo isso estava destruindo minhas regras de convivência, onde o ponto número um consistia em: Não acordar Heather Sharpe de maneiras estranhas.

Incrivelmente a segunda-feira foi o pior dia:

– Feliz aniversário, filha.

Oh, não! Apenas não!

Para você ter ideia da minha surpresa, eu acabei rolando para fora da cama e caindo de cara no chão. Não estou brincando, isso era algo que eu deveria ter esperado, mas mamãe estava em um cruzeiro até poucos dias atrás e agora decidiu se materializar em meu quarto e assustar o inferno para fora de mim, isso é bem a cara dela mesmo.

Tocando a mão em minha bochecha dolorida, ergui-me um pouco, sentando no carpete e espreitei mamãe que estava parada do outro lado da cama. Não pense que ela parecia feliz, muito pelo contrário, estava quase sem expressão e se não fosse pela sobrancelha levemente erguida enquanto me encarava, eu teria perguntado se ela havia feito uma nova plástica.

Mamãe era ruiva como eu, mas nossas semelhanças se acabavam por aí. Ela tinha a pele e o corpo perfeito que eu nunca teria, a não ser que recorresse a cirurgias plásticas como ela – coisa que eu nunca faria. – e usasse litros de produtos de beleza. Helen Sharpe é obcecada por beleza e aparências, tanto que poderiam dizer que ela é minha irmã mais velha.

– Levante-se daí. – mandou. – Uma dama não deve ficar em posição tão deplorável.

Santa porcaria.

Levantei rapidamente, quase que por reflexo. Estava acostumada as ordens dela, mas isso não significava que eu gostasse. A frase “Vai para o inferno” estava na ponta da minha língua, no entanto eu disse algo bem mais amigável.

– O que está fazendo aqui?

Ela olhou para as unhas perfeitas, tomando seu tempo para responder.

– Não esqueci do seu aniversário. Hoje você e eu vamos passar a manhã no spa e então iremos a um restaurante almoçar com seu pai. – como sempre, ela não me explicara e sim informara o que faríamos. O que tinha decidido sozinha, sem me consultar. Como sempre, me sinto muito amada aqui. Só que não. – Já que você decidiu que não queria uma festa, comemoraremos ao nosso modo.

Ao seu modo. E isso não é nem uma maneira de passar o tempo comigo, mas um modo de cuidar ainda mais de si mesma enquanto tenta interpretar forçadamente o papel de mãe. Mas que droga. Se ela pensa que vou cair nessa, pode ir tirando o cavalinho da chuva. Daqui não saio, daqui ninguém me tira!

– Separei um conjunto de roupas casuais para você, no seu closet. – indicou uma muda de roupas dobradas encima da cômoda. Reconheci a blusa de botões branca e o short jeans cor-de-rosa que eu tinha escolhido com Wendy em um site de compras online a alguns dias atrás e que tinham chegado a pouco. Um par de sapatos pretos estavam ao lado. – Tome um banho e se apresse, irei esperá-la na sala.

Dito isso, ela saiu. Fuzilei a porta com os olhos quando Helen a fechou atrás de si, torcendo para que ela tropeçasse na mobília apenas para perder aquela pose perfeita. As vezes me perguntava se ela era realmente humana.

Peguei as roupas e me dirigi ao banheiro, mas não pretendia ir a porcaria de spa nenhum.

O quê? Se acha que vou obedecê-la sinto lhe decepcionar, mas hoje é meu aniversário e já que meus planos de ficar na cama foram arruinados, ao menos farei o que me der na telha. Não pretendo ficar perseguindo Helen por Londres como um bichinho de estimação obediente.

Os tempos de filhinha obediente acabaram.


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