Loucamente Apaixonada escrita por Angie


Capítulo 7
Conhecendo a Barbie Vadia


Notas iniciais do capítulo

Hello, people! Voltei das férias, agora os capítulos vão voltar a ser postados.
Hoje a Heather vai conhecer a "arqui-inimiga" dela.
Espero que gostem, beijos!



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– Acho que você pegou muito pesado com seu primo. – Charlote disse logo depois que terminei de resumir minha vida inteira. Essa proeza tinha sido realizada em mais ou menos cinco minutos.

– Eu peguei pesado? – questionei franzindo a testa. – Charlote, os pais dele tem dinheiro suficiente para comprar esse maldito prédio inteiro e minha mãe teve que empurrá-lo justo para o meu apartamento? Isso não é um pouco invasivo demais?

– Querida, ele só quer cuidar de você.

Bufei.

– Desculpe-me, mas eu não penso assim. Amo Gavin, sério, amo mesmo, mas ele é mandão, folgado e adora me atormentar a cada respiração, então ninguém pode me culpar por não recebê-lo com um sorriso estampado no rosto.

Charlote sorria.

– Ele está agindo como um irmão mais velho agiria. – disse ela. – Pelo que me contou, vejo que seu relacionamento com seus pais não é muito próximo…

– Está brincando? – a interrompi. – Minha mãe acredita que a vida é uma eterna colônia de férias e meu pai está sempre com ela, isto é, quando não está trabalhando. Sabe quantas vezes eles me ligaram desde que cheguei ontem? Nenhuma. Que tipo de pais deixariam de ligar para saber se a filha chegou bem ou não em um novo país?

Ela respirou fundo me fitando.

– Sinto muito por isso, mas pense na chegada de Gavin de maneira positiva. Você não é alguém que convive com sua família como deveria ser o normal e morar com ele irá te proporcionar isso. Ninguém deve ficar sempre sozinho, Heather. Esqueça de todos os momentos ruins e dê-lhe uma chance.

Esquecer de todos os momentos ruins. Quer dizer que devo me esquecer de todas as vezes que ele sorrateiramente pintou meu cabelo de cores estranhas? Ou de todas as minhas roupas que ele já arruinou? As vezes em que ele me acordou pela manhã com baldes de água fria? Se é assim, então talvez eu também deva me esquecer de todas as vezes em que ele pôs o maldito cachorro dele – amorosamente nomeado de Cérberos. – em minha perseguição na casa de seus pais.

Eu odeio cachorros. Não porque não sejam fofos, mas porque tenho medo mesmo. E eu tinha medo de Cérberos o que era absolutamente ridículo, afinal… ele era apenas um buldogue.

– Bem, eu tenho que admitir que seus argumentos são bons. – dei de ombros. – E que talvez, apenas talvez eu esteja exagerando um pouco.

– Isso significa que você não vai mais expulsá-lo, certo? Posso ver porque Samuel estava preocupado com isso. Ele também acha que é a melhor opção para você.

Eu ri.

– Seu filho, preocupado comigo? – aquilo parecia inconcebível para mim.

– Porque lhe parece algo tão impossível? – ergueu as sobrancelhas, mas havia um pequeno sorriso repuxando seus lábios.

– Porque ele é irritante e claramente me odeia! – exclamei, o que para mim já era obvio. – Ele fez questão de me provocar desde o primeiro momento em que nos vimos. Tenho que concordar que ele me pegou em um momento não muito normal da minha vida, mas eu merecia um desconto, meu dia tinha sido horrível!

– Ele não te odeia, na verdade, ele gosta de você. – ela falou e tudo que fiz foi lhe olhar incrédula.

Suspirei procurando as palavras certas para responder aquela afirmação tão sem fundamento, mas não consegui encontrá-las, o que acabou não sendo necessário quando Wendy entrou pisando duro na cozinha e se encaminhou até a mesa. Charlote e eu a observávamos em silêncio.

– Eu gostaria de saber onde foi que você errou com o Justin, mamãe. – ela disse sentando na ponta da mesa.

– Ariela, novamente? – perguntou Charlote.

– Sim… oro pelo dia em que Justin vai largar aquela imitação de boneca Barbie. Eu odeio aquela garota. – respondeu cruzando os braços.

– Quem é Ariela? – indaguei curiosa.

– Ah, é a namorada do meu irmão. – disse Wendy fazendo aspas com os dedos.

O modo como ela disse namorada, deixou bem claro que era apenas um casinho de momento. Acho que está na hora de tirar meu time de campo. Sabia que essa paixãozinha não iria durar. É certo que não quero um relacionamento sério, mas também não estou nenhum pouco afim de investir em caras “comprometidos”. Já tive uma cota grande o suficiente de galinhas na minha vida, não quero acrescentar ninguém.

– Ela é insuportável, superficial, irritante, literalmente falsa e…

– Quantos anos você tem, Wendy? – perguntei porque estava surpresa com o modo como ela falava. Inicialmente imaginei que ela tivesse uns dez anos, mas agora tinha minhas dúvidas.

– Vou fazer doze, porquê?

Nossa, ela tem as feições tão delicadas que parece ser mais nova. Minha noção de tempo é uma porcaria…

– Nada não. – sorri.

– Onde estão Olavo e Samuel, filha?

– Sammy saiu logo depois de deixar a Heather com você e o papai foi para o escritório. Nem ele aguenta a Ariela. Mãe, será que nós não poderíamos sair?

– Você não pode evitá-la toda vez que ela vier aqui, filha. Isso é rude. – Charlote falou calmamente.

– Mas, mãe… – suplicou.

– Se você quiser pode ir para o meu apartamento. – ofereci. – Eu vou ter uma conversinha com meu primo e depois nós podemos fazer alguma coisa de menina, tipo compras online. Claro, se a Charlote deixar.

Logo Wendy olhou para a mãe com cara de cachorrinho que caiu da mudança e a mesma assentiu.

– Tudo bem. Pode ir.

Wendy gritou e se levantou batendo palminhas. Acho que aquela era a nossa deixa.

– Obrigada pelos conselhos, Charlote.

– Não foi nada, querida. Volte aqui mais vezes. E filha, poderia pedir para Justin vir aqui um instante? Preciso ter uma conversinha com ele.

Wendy assentiu.

Me levantei e ela enlaçou seu braço com o meu levando-me em direção a sala. A primeira coisa que vi ao entrar no cômodo foi Justin e uma loira oxigenada se agarrando no sofá. Joguei pela janela qualquer coisa que eu pudesse ter sentido por ele, porque sério, ver o garoto que você acha estar apaixonada com a língua na garganta de outra garota não é nada encorajador.

– Oh, Deus, acho que vou vomitar. – Wendy disse parando. – Eu saio por um segundo e vocês já começam a se agarrar. Procurem um quarto!

E eu vou precisar lavar minhas retinas com ácido para queimar essa imagem.

Os dois se separaram e Ariela olhou para mim com seu melhor sorriso do tipo vadia. Agora entendi o que Wendy quis dizer com imitação de Barbie e literalmente falsa. Ariela era uma loira de farmácia com olhos castanhos e um vestido vermelho e curto que deixava muito pouco para a imaginação. Ela era realmente a versão vadia da boneca Barbie.

E Justin era um jogador. Maldição, parece que eu me enganei bastante sobre ele.

– Justin, a mamãe, se é que você lembra que ela ainda existe, está te chamando na cozinha. – Wendy disse friamente. – Larga essa sua amiguinha e vai ver o que ela quer.

Ele fez uma careta, deu um selinho da Barbie dos infernos e foi em direção a cozinha.

Ariela me olhou da cabeça aos pés e sorriu falsamente para Wendy.

– Quem é ela? – a voz dela era tão enjoativa que me dava náuseas.

– Essa é a Heather, nossa nova vizinha. – Wendy parecia estar tentando ser educada, mas sua voz saía seca e impaciente.

– E por acaso ela não sabe que é falta de respeito ir a casa dos outros vestida dessa maneira? Ela parece uma vagabunda.

Mentira, minha camisola era bem comportada, além disso, eu estava usando o robe por cima. E em minha defesa, não tenho culpa de literalmente ter sido carregada até aqui.

Estreitei os olhos vendo um controle remoto sobre a mesinha de centro. Será que Justin sentiria falta se eu enfiasse o controle na garganta dela e a vadia morresse asfixiada?

– Ao menos eu não estou vestida como uma prostituta. – respondi embora ela não estivesse falando comigo. Tentei fazer minha voz sair o mais venenosa possível. – O que é bem o seu caso.

Ariela estreitou os olhos.

– Sua ridícula, você não tem educação?

– Oh, querida, poderia ser pior – falei docemente. – por exemplo, eu poderia ter nascido com a sua cara. Imagino que seja muito difícil para você se olhar no espelho.

– O quê?! – exclamou.

– Por acaso além de vadia você também é surda? – rebati sarcástica.

– Você vai se arrepender por falar assim comigo. – alertou.

Que garota infantil.

– Já que não sou uma bruxa como você, não tenho bola de cristal para prever o futuro – sorri. –, mas estou pagando para ver.

– Que clima pesado é esse? – questionou Justin voltando para a sala.

– Oh, não é nada, – disse Wendy. – Heather só estava conhecendo a Ariela um pouco melhor. Elas acabaram de ter uma conversa adorável.

– É verdade – falei prendendo o riso. –, mas devemos ir agora. Tchau, Justin.

Acenei para ele, que sorriu confuso e saí com Wendy. Começamos a rir daquela situação ridícula quando chegamos no corredor e ainda estávamos rindo quando entramos no meu apartamento.

– O que aconteceu? – Gavin perguntou assim que nós viu.

Samuel estava sentado no sofá oposto a ele e me olhava de maneira estranha. Me pergunto o que meu primo pode ter lhe dito.

– Coisa de menina. – Wendy respondeu e ela parecia encantada com ele.

Isso não era surpresa, meu primo era um gato. Olhos azuis, cabelos loiros, estatura alta e uma voz de matar cadenciada pelo sotaque, faziam com que, não importa o país, sempre haviam garotas atrás dele. Pena que Wendy era nova demais.

– Hum, sei. E então, o que você decidiu, priminha?

Caminhei até ele e me sentei ao seu lado, então o abracei.

– Você vai ficar – eu disse. –, mas existem regras.

Me afastei.

– Regras? – indagou com uma sobrancelha erguida.

Assenti.

– E se desobedecê-las… – abri um doce sorriso. – eu te mato.

Afinal eu ainda tinha uma imagem a zelar e não poderia ficar bancando a garota boazinha.

Após nosso momento reconciliação, fui tomar um banho e me vestir de maneira decente. Depois peguei meu laptop e voltei para a sala. Os meninos estavam assistindo a um filme de ação com efeitos especiais ruins, o que os fazia rir o tempo todo. Entrei em um site onde poderia comprar roupas, já que roupas nunca são demais e passei o resto da manhã escolhendo algumas coisas para mim e para Wendy, não pude evitar, eu gostei da garota. No horário do almoço descemos para o salão de refeições já que ninguém estava afim de cozinhar e de qualquer forma, de acordo com Gavin, minhas habilidades culinárias “… vão além da razão humana.” Infelizmente não posso discordar, não sei fazer nem ovo frito.

Depois que voltamos para o meu apartamento não consegui tirar da cabeça o pensamento de que Samuel estava agindo de forma diferente, embora ainda me alfinetasse o tempo inteiro.

Incrivelmente ele não parecia tão ruim quanto eu pensei que fosse. Talvez o fato de eu ter magicamente me desapaixonado por Justin tenha contribuído para isso.


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Notas finais do capítulo

Fiquem ligadas! Não é porque a Heather disse que magicamente se desapaixonou que significa que ela e o Justin não vão ter mais nada um com o outro.
Até a próxima!



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