Loucamente Apaixonada escrita por Angie


Capítulo 65
Para Sempre




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—- Sim, pai. Eu já falei com a Helen -- falei tentando não trincar os dentes, agarrando o celular num aperto mortal. -- Sammy está me levando para a casa dele agora.

—- Como você está? -- perguntou preocupado.

Como estou? Me sentindo acabada. Tendo total certeza de que minha mãe é um lixo total. Estou com vontade de gritar e chorar até cair no sono. Mas é claro que escolhi a opção de fechar todos esses sentimentos e as vontades dentro de uma caixinha a sete chaves. Exceto pelo aperto no meu celular, eu era a figura da calma.

—- Não precisa se preocupar, pai -- garanti.

Claro que na maioria das vezes em que alguém diz isso, há algo com o que se preocupar na verdade. E ele parecia saber disso.

—- Filha, o que aconteceu? -- questionou.

Suspirei. Se há alguém que eu não posso enganar, é ele, aparentemente. E Sammy.

—- Nós discutimos feio. Quero dizer, não foi exatamente o que pode se chamar de discussão do tipo, pessoas gritando e partindo para a agressão física, mas foi intenso. E eu a chamei de vadia miserável.

Ouvi o som repentino de tosse, como se ele tivesse se engasgado com algo, então a linha ficou em silêncio por alguns segundos.

—- Pai? -- chamei, franzindo a testa em confusão. -- Pai?

Pigarreou.

—- Helen deve estar cuspindo fogo -- disse ele.

—- Ela vai ter que superar. Aliás, acho que ela lidou melhor com os xingamentos do que com o Sammy. Depois de tudo que ele disse, eu no lugar dela procuraria um buraco para enfiar minha cara.

Ele resmungou.

—- Imagino. Sei por experiência própria que esse garoto tem a língua afiada.

Sorri embora ele não pudesse ver.

—- Acho que tem uma história por três disso aí. Sobre o que andaram conversando?

—- Nada demais -- disse sério e por algum motivo isso me fez desconfiar ainda mais.

—- Aham. Claro. Pai, eu vou desligar agora, tá bom?

—- Certo. Vou lhe buscar a tarde.

—- Beijo, pai.

Desliguei e olhei para Samuel. Desde que saímos da presença da minha mãe a raiva dele parecia aumentar a cada instante que se passava. Suas mãos seguravam o volante com tanta força que os nós de seus dedos estavam brancos e sua postura era rígida no assento. Eu não sabia o que dizer para quebrar aquela tensão, por isso permaneci em silêncio o restante do caminho todo até sua casa.

***

—- Não minta para si mesma, Heather. Nem para mim. Você não está bem -- foram as primeiras palavras que ele disse após termos chegado.

E isso apenas depois de termos subido para o seu quarto, onde ele indicou que eu me sentasse na cama e se recostou na porta fechada, com os braços cruzados, de onde me encarou por alguns segundos.

Eu sorri.

—- É claro que eu estou, afinal, nada disso é grande coisa, é? Já sabíamos que Helen era uma cadela. Não tem porque me chatear mais ainda com isso.

Samuel mordeu o canto do lábio inferior, estreitando os olhos para mim.

—- Se quiser mentir, precisa se esforçar um pouco mais, Little Witch. Admita para si mesma: aquilo doeu. Ouvi-la dizendo aquelas coisas te machucou e não é um sorriso que vai esconder isso.

—- Porque você está dizendo essas coisas? -- perguntei calmamente, mas não pude ocultar o vestígio de mágoa que transpareceu em minha voz. -- O que quer? Que eu chore todo vez que lembrar que a minha mãe é uma louca que preferia me ver morta? Que ela queria fazer o aborto? Pelo amor de Deus, Sammy! Isso é demais para aguentar.

—- É demais para guardar para si, querida -- me corrigiu.

Ele veio até a cama e sentou de frente a mim. Ergueu uma mão e delicadamente tirou parte da minha franja do meu rosto, pondo-a atrás da orelha.

—- Você não precisa se conter. Não precisa fingir. Se não quiser chorar, não chore, mas não tem que mentir dizendo que está bem. Ninguém estaria, nessa situação.

Todas as palavras me faltaram e tudo que fiz foi me inclinar para frente e encostar o rosto no peito dele. Eu não queria chorar. Não iria chorar. Sentir a sensação de seus braços ao meu redor me acalmava e confortava e eu estava longe de estar bem agora, mas Samuel sempre dava um jeito de melhorar isso.

Ergui o rosto e olhei para ele num pedido silencioso e derreti em seu abraço quando ele capturou meus lábios com os seus, num beijo doce e lento. Levei as mãos aos seus cabelos e me inclinei para trás devagar, fazendo-o pairar sobre mim. Cada movimento de Samuel parecia calculado, cuidadoso, embora estivesse óbvio que a maior parte de nossas preocupações estavam bem longe de sua mente agora, quando ele passara a me beijar com mais intensidade e suas mãos viajavam sob a minha blusa, indo lentamente da cintura até a borda do sutiã, me fazendo arquear contra ele. Eu estava lutando para desabotoar os pequenos botões de sua camisa preta, um por um, quando ele se puxou para trás, respirando pesadamente.

—- Limites. Você precisa definir os limites -- disse com pressa e o olhar em seu rosto demonstrava uma coisa que gostei muito de ver: fome. Ele estava prestes a perder o controle e eu amava isso.

—- Não precisamos de limites -- falei sorrindo.

Ele gemeu e pressionou a testa na minha.

—- Não faça mais difícil a vida desse pobre homem. Você não sabe o quanto é difícil ficar te ouvindo falar essas coisas e não...

Eu ri.

—- Sammy, é sério. Eu sei que acabamos de começar um relacionamento, mas eu estou pronta. Me sinto segura com você e sei que o que eu sinto não é passageiro. Seus sentimentos muito menos, posso ver isso. Não é como se eu fosse virgem e você também não é, então eu não vejo problema em cruzar essa linha.

Se afastando um pouquinho ele franziu a testa.

—- Mas querida... eu sou virgem.

Arregalei os olhos e ele saiu de cima de mim quando me levantei rápido.

—- O quê?! Mas, Samuel... você... você... isso não é sério, é? -- eu estava surpresa de verdade e talvez um pouquinho assustada com essa informação.

Ele ficou apenas me encarando com aquele olhar sério e a testa franzida, mas logo os cantos de seus lábios se inclinaram num sorriso e pouco depois ele estava gargalhando abertamente.

—- Queria que você pudesse ter visto a sua cara. Você acreditou mesmo, não foi?

Estreitei os olhos e pulei em cima dele, então comecei a socar seu peito com raiva.

—- Seu sujeitinho mentiroso. Cara de pau. Idiota!

—- Sou mesmo -- admitiu segurando meus pulsos. -- Mas não posso me conter, te irritar é tão fácil. E se você montar em cima de mim todas as vezes que eu fizer isso a partir de agora, vou repetir isso muito mais vezes.

Meu rosto esquentou, eu estava mortificada. Esqueça aquilo sobre não sobre espaço para vergonha, depois que ele disse isso tudo estava de volta.

—- Por favor, comece a me lembrar os motivos pelos quais eu te amo. Estou começando a questionar minha sanidade.

Ele levou isso totalmente a sério, enumerando nos dedos.

—- Eu sou bonito. Inteligente. Tenho um futuro bastante promissor...

—- E é muito humilde pelo que vejo -- interrompi e revirei os olhos.

—- Oh, sim. Totalmente -- concordou dispensando meu sarcasmo. -- E porque eu te faço rir. Porque eu faço de tudo para mostrar que te amo. Porque eu quero construir um futuro com você. Você me ama porque também quer que o nosso "nós" dure até onde for possível.

Meu queixo caiu. Se eu não estivesse enganada ele acabou de insinuar que...

—- Ei, é tão estranho assim ouvir o seu namorado deixar claro que quer se casar com você um dia? -- ele estava sorrindo e pela terceira vez no dia eu não tinha nada para dizer. Não conseguia falar. Mas dessa vez, era porque eu estava feliz. -- Eu preciso saber -- ele disse beijando meu pescoço. -- se você está mesmo pronta. Se é isso mesmo que quer e não apenas porque está chateada com a sua mãe.

E ele ainda pergunta? Eu já estou totalmente a sua mercê, pelo amor de Deus! Mas foi fofo ele perguntar...

—- Com certeza eu quero -- falei baixinho. Suspirando quando ele beijou o ponto sensível abaixo da minha orelha e voltei a trabalhar com os botões. -- e Helen não tem nada a ver com isso.

—- Lembre-se que eu te amo -- murmurou terminando de tirar a camisa e jogando-a de lado. Deixar as cicatrizes a mostra não parecia incomodá-lo agora e a mim muito menos. Samuel era lindo. Completamente lindo. Não eram algumas marcas que mudariam isso. -- Que eu te acho linda e que a partir do momento em que eu te tomar, você será minha para sempre.

—- Eu já sou sua desde o momento em que você me beijou no aeroporto, Sammy -- eu disse, inclinando meu pescoço para lhe dar mais acesso. Estava falando sério. Desde aquele dia eu soube que estava ferrada/perdida para sempre.

Ele riu e o calor de seu hálito em minha nuca enviou arrepios pelo meu corpo inteiro.

—- Maldição, isso é verdade. É bom que você saiba, embora.

Suas mãos subiram devagar pelas laterais do meu corpo, levando minha blusa para cima. Ergui meus braços e deixei que ele a tirasse. Samuel me deitou na cama, ficando sobre mim, me olhando apreciativamente. Ele não precisava repetir que eu era linda. Estava bem ali na cara dele.

—- Eu te amo -- murmurou contra meus lábios. -- E vou fazer isso ser bom para você. Eu prometo. -- E voltou a me beijar, intensa e apaixonadamente.

Aos poucos me senti embriagada. Pelo seu calor, seu toque e as palavras carinhosas que ele murmurava enquanto beijava cada parte do meu corpo me levando a loucura. Pelo seu cheiro, seu cuidado e pela forma que ele me lembrava que me amava a cada vez que uma peça a mais de roupa era descartada. E de novo, e de novo, e de novo. E quando finalmente nos entregamos por completo um ao outro, percebi algo que já devia ser bastante óbvio para mim: Samuel Hunter é um risco que estou disposta a correr. Ele é meu vício. Um vício bom que estava determinado a me trazer felicidade em todos os minutos da minha vida. E eu faria de tudo para tê-lo assim pertinho. Para sempre.


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Notas finais do capítulo

Samuel sendo fofo em nível Máster.
Não descrevi detalhadamente a primeira vez deles porque tanto eu, quanto a maioria de vocês (e dos leitores lá do Wattpad), somos menores de idade e a categoria desse livro vai continuar nessa faixa.
Espero que tenham gostado do capítulo, babys.
Bye!



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