Loucamente Apaixonada escrita por Angie


Capítulo 62
Provocação




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Samuel tinha paralisado  por um segundo ou dois  antes  de  corresponder ao beijo, como se  pego de surpresa,  como se  não pudesse  acreditar, mas  quando  suas mãos pousaram suavemente em  minha cintura,  não pude  evitar  sorrir  contra  seus  lábios. Pela  primeira  vez  um  beijo parecia ter tanto significado, carregar  tantas  promessas.  Agora  não havia  sentimento  nenhum  a  esconder,  estávamos nos  mostrando completamente  um  ao  outro, nos  entregando  de  corpo e  alma  a  algo que  era  muito mais  que  certo, que  poderia  vir a  dar errado  no futuro, mas  que  era  tão  belo a  ponto de  ser impossível  conter.  Não havia  mais  máscaras  ou segredos. Só uma  garota  que  decidiu deixar todo  o medo de  lado e  um  homem  que  tinha  deixado  todo o seu passado para  trás  para  ser melhor  no presente.

Quando  me  dei  conta  Sammy  já  tinha  me  erguido  do chão e  me  girava  em  seus  braços, fazendo-me rir e  esconder  o rosto  na  curva  do seu pescoço.

—  Você tem certeza? – perguntou assim que meus pés tocaram  o chão novamente.

Tem certeza de  que me ama?

Ele  já  sabia  a  resposta. O  brilho  em  seus  olhos  me  dizia  isso.  A  animação contida  por um  belo sorriso deixava  tudo bem  claro. Mas  ele  queria  ouvir de  mim.

— Como nunca  tive  de  qualquer  outra  coisa  – respondi. Uma pequena  partezinha  da  minha  consciência  estava  me  chamando  de  brega  naquele  exato momento, mas  mandei  ela  passear,  porque  a  única  coisa  que  me  importava  era  que  agora  estávamos nos  beijando  de  novo e  que  Samuel  Hunter  era  finalmente meu.

— Se  não estiver  pronta  para  dar esse  passo ainda  – ele  disse  baixinho ao quebrar  o beijo e  arrastar seus  lábios  de  leve  pela  minha  bochecha,  descendo para  o pescoço e  deixando um  rastro  quente  com sua  respiração,  o que  fez  com  que  minha  pele  se  arrepiasse  agradavelmente. Ele  começou a  dar pequenos  beijos  ali. –, eu  posso te  esperar.  Você  tem  o tempo  que  quiser para  pensar sobre  isso.

— Diz  o cara  que  está  fazendo impossível  eu pensar  em  outra  coisa  a  não ser em  terminarmos  o que começamos ontem a noite.  – murmurei  e  senti  seu sorriso contra  a  minha  pele. Ele  olhou para  mim  com  uma  sobrancelha  arqueada.

—  Você  não  disse  isso – ele  parecia  prestes  a  rir.

— Disse  sim  – contrariei  e  comecei  a  empurrá-lo  em  direção a  cama.  – Fique  sabendo que  quando eu me  dou conta  de  que  quero algo,  não me sobra espaço para vergonha. Suas  pernas  esbarraram  na  cama  e  ele  se  sentou, ainda  me  encarando.

—  Você  está  me  provocando  – concluiu.

Sorri.

—  Tem  razão,  estou sim  – admiti. – Mas, uma  coisa  é  séria. Talvez minha  personalidade venha  a mudar um  pouquinho.

— Bom  ou ruim?  – me  puxou para  o seu colo  e  fui  sem  hesitação.

— Isso é  você  quem  vai  ter  que  me  dizer.

***

Eu sabia o que tinha começado a  mudar em mim. Eu estava  me  sentindo a querida. Amada.  Segura. E toda essa segurança  me deixava livre para agir sem ter  medo de me sentir envergonhada  ou de estar fazendo besteira. E  por isso eu me achava no direito de provocar Samuel a vontade.

—  Tem mesmo certeza de que  não quer continuar o seu “sonho”  de ontem a noite, querido? – ele tinha percebido o leve deboche e  sarcasmo na minha voz, pois  balançou a cabeça de um lado para o outro sorrindo.

— Você é inacreditável – falou,  passando a mão por entre as  mechas do meu cabelo.

Estávamos deitados de frente um  para o outro a bastante tempo.  Nos beijamos muito. Nos  tocamos muito. Mas tinha uma  barreira a qual Samuel não ousava  ultrapassar ainda. Isso era bom.  Ele  queria ir devagar, com calma. Queria  fazer tudo dar certo. E eu queria alfinetá-lo enquanto isso.

— Que tipo de homem eu seria se  levasse minha namorada para  cama dois minutos depois de ela  ter aceitado ficar comigo? – ele  perguntou, com o tom de voz  parecido com o meu.

Namorada? Me permiti soltar um  grito de animação. Dentro da  minha cabeça, claro. Não ia  gritar de  verdade  de  repente, feito uma  louca.

—  Tecnicamente, estamos  numa  cama, Sammy – lembrei-o, ainda  provocando. Ele soltou um  breve  grunhido, estreitando os olhos  para mim.

— Não me tente – entrou no jogo.

Mordi o lábio, contendo um  sorriso e ele rolou sobre mim,  mantendo-me presa, com  cada  um de seus braços de um lado  do meu corpo. Curvou-se minimamente  e  selou  meus  lábios com os seus de forma  carinhosa, então voltou a se  erguer ligeiramente,  fitando  meus  olhos.

— É sério, Heather. Não brinque  com isso. Não me tente.

— Durma aqui hoje – deixei  escapar.

Sua face foi  tomada por surpresa, pois ele me conhecia bem  demais para saber que aquele  pedido era sério.

— Heather…

— Não precisa se preocupar.  Prometo manter minhas mãos  para mim. Sua pureza está a  salvo comigo – brinquei. Dava para  perceber que ele estava  querendo  se manter sério, mas seu riso escapou de qualquer modo.

— Você quer mesmo tornar as  coisas difíceis para mim – concluiu.

— Eu só não estou pronta para  dar boa noite ainda. Você vai ficar? Ele  apoiou seu peso em um braço,  tocando meu rosto com a outra  mão.

— Se o seu pai soubesse que eu sequer pensei na possibilidade  de aceitar, eu estaria ferrado – meu meio sorriso refletia o seu. –, mas não sou eu quem vai recusar. Não teria forças para  isso.

— Pobre homem…  – suspirei  teatralmente, pondo as mãos  sobres seus ombros e puxando-o para mim.

— Um homem de muita, muita  sorte – sussurrou contra meus  lábios.


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