Loucamente Apaixonada escrita por Angie


Capítulo 58
Fora de Si




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Aparentemente o meu coração estava entrando em estado de negação. Porque cada palavra que Samuel dizia não parecia fazer sentido para mim? Porque é tão difícil acreditar que a pessoa que ele está descrevendo era realmente ele?

Simples. Porque esse não é meu Sammy. Não é o Samuel Hunter que eu conheço.

—- Eu não cheguei a ser detido por muito tempo. -- ele explicou. -- Não só por ser menor de idade, ou por eles nunca me terem pego cometendo qualquer ato ilegal, apesar de que eu podia ter uma lista extensa, mas porque assim que meu pai soube, dois de seus advogados foram mandados para me tirar de lá. Pela primeira vez na vida me senti incomodado com algo que fiz. Sujo. E foi ainda pior quando cheguei em casa e me deparei com os olhares de decepções deles. Minha mãe e Wendy, que ainda era muito pequena, não conseguiam nem olhar na minha cara. Justin estava com tanta raiva que simplesmente saiu de casa para não ter que ficar perto de mim. E meu pai parecia ter desistido de pela milésima vez tentar me dar conselhos. O que me deixou com raiva de mim mesmo foi perceber que sim, eles significavam muito para mim e eu sempre fui muito idiota por não perceber. Mas eu era orgulhoso demais para admitir isso depois de um erro tão estúpido meu.

"Quando Isabel me ligou eu vi uma oportunidade para fugir da minha recém-descoberta culpa -- pelo seu tom de voz parecia mais que ele estava zombando de si mesmo. -- E essa foi, acredite, a coisa mais estúpida que fiz o dia inteiro. Ela estava chorando, dizia que tinha discutido com Lina de novo e me perguntava porque eu tinha feito aquilo com Leon. Dizia que ele tinha sido levado para o hospital e que ainda estava inconsciente. Lina estava desesperada e instável. Isabel disse que ela estava fora de si e que tinha saído de casa. Mais literalmente ido atrás de mim. Eu sabia que assim que ela me visse ia começar a gritar, a me culpar, mas eu não me importava. Qualquer coisa seria melhor que ficar me sentindo, pela primeira vez na vida, culpado, mesmo ouvir Lina defender um babaca e me culpar e amaldiçoar como se o namorado dela fosse um santo e eu tivesse cometido o pior dos pecados".

"Meus pais não me fizeram perguntas quando saí sem dar explicação nenhuma. Eles já tinham perdido a fé em mim, não faria diferença. Pelo fato de a propriedade do complexo ser privada eu não tinha que me preocupar com fotógrafo nenhum depois daquele escândalo, então saí do prédio e esperei Lina lá fora. Quando ela enfim chegou, pareceu surpresa por me ver a espera, mas isso não durou muito. Como Isabel tinha avisado, Lina estava transtornada. Ela começou a me xingar de tudo que se possa imaginar e ignorando tudo aquilo eu comecei a pedir para ela sair do carro. Eu não podia deixá-la continuar dirigindo daquele jeito, eu disse que ela ia acabar se matando, mas ela não queria me ouvir. E foi aí que eu entrei".

Fechei os olhos e respirei fundo, abaixando a cabeça. Pelo modo como ele tinha falado, eu já sabia muito bem como essa história terminaria.

—- Lina me ordenou a descer do carro, mas eu não queria ouvi-la. Ela dizia que tudo aquilo era culpa minha e que era eu quem deveria estar no lugar do desgraçado do namorado dela. Ela parecia uma louca, Heather, e não importava quanta calma eu tentasse usar com ela, do mesmo modo como eu ignorava o que ela estava dizendo, ela fazia comigo e eu só perdia cada vez mais o pouco de paciência que me restava. Então ela nos tirou dali. Dirigindo como se não se importasse com nada, discutindo e chorando. Eu já estava acostumado com tanta velocidade por causa dos rachas, então ficar com medo por mim nem se passou pela minha cabeça, o que foi idiotice da minha parte -- ele suspirou. -- Num momento eu ouvia seus gritos e no outro o estrondo. O acidente envolveu outros dois carros pelo que me disseram e eu fiquei preso nas ferragens por um tempo. As cicatrizes obviamente vieram daí. Quando eu acordei não lembrava de praticamente nada. Me disseram que eu fiquei em coma por mais de um mês e em parte desse tempo, não muito, mas nada insignificante, entre e vida e a morte. Minha mãe quase infartou quando ficaram sabendo do acidente. Lina e um outro cara morreram. E eu estava todo ferrado naquela cama, quase sem memória alguma. Infelizmente as notícias ruins não pararam por aí.


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