Loucamente Apaixonada escrita por Angie


Capítulo 54
Alguém Que Nunca Muda... Exceto Pra Pior


Notas iniciais do capítulo

A bruxa ataca novamente.



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De hoje Samuel não escaparia.

Abri a mensagem que ele tinha me enviado, dizendo que já estava esperando lá fora, já que tínhamos decidido tomar o café da manhã juntos. Peguei minha bolsa e sua jaqueta, que mesmo depois de tanto tempo ainda estava comigo e eu tinha trazido de Londres. Estava checando minha maquiagem uma última vez, quando ouvi batidas na porta do meu quarto. Antes que eu pudesse sequer pensar em abrir, mamãe já estava entrando.

—- Para onde você vai? -- ela perguntou.

E não. Não pensem que foi de uma forma bruta ou exigente. Ela parecia até uma pessoa normal e realmente interessada.

Santa porcaria. Aí vem merda.

—- Vou a casa dos Hunters, porquê? -- enquanto falava eu digitava uma mensagem pedindo para Samuel esperar um pouquinho já que minha mãe estava obviamente querendo alguma coisa.

—- Você não veio de lá ontem a noite? -- indagou. -- Pensei que pudéssemos tomar o café da manhã e fazer algo juntas depois.

—- Algo que seja do seu interesse e não do meu? -- cruzei os braços para demonstrar o quanto aquilo estava me deixando animada. Tipo, nem um pouquinho. -- É, não vai rolar. Vim para essa cidade com propósitos, não para seguir suas ordens.

—- Mas, filha, nós podemos entrar num acordo e...

—- O que você quer, Helen? -- fui curta e direta.

—- Não precisa me atacar, filha. -- eu não podia acreditar que ela estava realmente querendo se fazer de vítima. Tudo bem, o papai mudou, mas Helen vai ter que se esforçar mais um pouquinho se quiser me enganar. -- Eu só andei pensando. Não gosto de ficar brigada com você. Aquela discussão que tivemos da última vez foi um erro. Seu pai me abriu os olhos para...

—- O talento na área de atuação não pertence a esse ramo da família, Helen. -- cortei. -- Deixa isso para o Gavin.

Ela respirou fundo, deixando perfeitamente claro que parte da sua máscara já estava caindo. Mas ela não ia ceder agora.

—- Heather você não percebe que eu só estou querendo me aproximar de você? Consertar tudo?

Me engana que eu gosto.

—- Isso é baixo demais até para você.

Olhei-a com nojo e passei por ela, pronta para me retirar dali. Mas ela me segurou pelo braço e ao voltar minha atenção para ela, não precisou de muito para perceber seu olhar venenoso.

—- Você não cansa de ser tão egoísta? -- ela perguntou com raiva. -- De querer tudo para você? Já não basta tudo que conquistou, ainda quer tirar o que é meu?

—- Eu não sei do que você está falando. -- tentei puxar meu braço, mas ela o mantinha preso com aperto de ferro. -- Você está me machucando.

—- Porque voltou para casa? Nós te damos tudo, Heather. Tudo. Não tem nada para você aqui.

—- Você está louca. -- afirmei.

—- Não, não estou. -- ela disse fria. -- Só estou pondo as cartas na mesa. -- soltou meu braço e rapidamente eu o trouxe junto ao peito, esfregando o local para aliviar a dor. -- Me diga, o que mais você está querendo? Disse que veio aqui com propósitos e está próxima demais dos Hunters. Além do mais, aparentemente o herdeiro deles está na palma da sua mão.

Olhei ainda mais assustada para ela.

—- O que você...?

—- Tenho meus contatos, sou bem informada. E então, filhinha—- falou com sarcasmo. --, você não perde tempo, não é? Já está querendo agarrar o herdeiro? Está atrás da fortuna deles?

—- Do jeito que está falando, até parece que eu sou uma vagabunda interesseira -- eu disse com ódio. Ela me deu um sorrisinho cínico. Respirei fundo. -- Não me compare a alguém como você. -- falei entredentes, prestes a chorar e saí correndo do quarto.

***

Vi Sammy recostado a uma moto preta assim que saí. Ele sorriu, para mim, mas seu sorriso sumiu assim que notou minha expressão.

—- O que foi que ela fez? -- ele questionou. O olhar em seu rosto deixava claro que seu ódio estava no mesmo nível da minha tristeza e decepção: 100%.

Eu não respondi, apenas continuei calada, o olhando, pois tinha medo de que se falasse qualquer coisa, ia acabar chorando. E eu não queria chorar por causa da Helen.

Samuel pôs as mãos em meus ombros, olhando bem os meus olhos.

—- Fale comigo, Heather. O que foi que ela fez?

Respirei tremulamente e ele me abraçou.

—- Droga. -- disse. -- Vamos sair daqui. Quando chegarmos na minha casa, você vai me dar o número do seu pai. Preciso falar com ele de novo.

Assenti.

Assim que nos separamos ele me ajudou a vestir sua jaqueta e me entregou um capacete, me aconselhando a prender o cabelo antes de colocá-lo. Fiz o que ele pediu e subi na moto logo depois dele.

Senti mais facilidade em respirar a cada metro de distância que se abria entre mim e a minha "mãe".


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