Loucamente Apaixonada escrita por Angie


Capítulo 50
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—- Meu, Deus! -- Gavin disse quando entrei na sala. -- Nunca pensei que fosse viver tempo o suficiente para presenciar esse milagre.

—- Ha, Gavin. Muito engraçado. -- retruquei, sem humor algum.

—- Não, Heather, sério. Você está doente? Precisa de alguma coisa? -- ele pareceu preocupado por um segundo, mas considerando que esse traste é ator, nunca posso dizer quando ele está sendo verdadeiro ou representando, exceto quando ele quer.

—- Acordar cedo não é o fim do mundo, priminho.

—- Não. Mas você acordando, não apenas cedo, mas primeiro que eu, deve ser um dos sinais do apocalipse.

Lancei-lhe um olhar mortal.

—- Vê se me erra.

Ele ficou parado, me encarando do sofá, com sua xícara de café na mão e a cara ainda amassada de sono. Eu já estava toda arrumada. Banho tomado, maquiagem bem-feita, vestimenta relativamente simples, mas impecável. Eu estava usando uma calça jeans justa -- o que é um pouco incomum para mim. --, uma blusa regata e botas de cano curto com o salto altíssimo. Relativamente simples. Não estava com fome ainda, mas tinha que me obrigar a comer alguma coisa. Hoje será um dia cheio.

—- Você ao menos já falou com o Samuel hoje? -- ele perguntou.

Balancei a cabeça dizendo que não.

—- Está muito cedo em Nova Iorque, vou deixá-lo dormir um pouco mais.

Comecei a ir até a cozinha, até que ouvi um ganido vindo de lá.

—- O que foi isso? -- questionei estreitando os olhos.

Quando cheguei a cozinha mal pude acreditar no que estava vendo. Tinha um cachorro encima da minha mesa, mordiscando uma bolinha de borracha como se sua vida dependesse disso. Infelizmente, assim que percebeu minha presença o capeta simplesmente soltou a bolinha e começou a latir para mim. Gritei e voltei para a sala correndo.

—- O que o Cérberos está fazendo aqui?! -- perguntei quase gritando.

—- Heather, o nome dele é Steve. -- me corrigiu calmamente.

—- Eu não quero saber o nome que você deu. Aquela criatura, filhote de cruz-credo, cria do demônio, só pode ter saído do inferno. O nome dele é Cérberos e ponto final. Agora responda a minha pergunta!

—- Brenda o trouxe da Itália ontem.

—- Brenda? -- perguhtei confusa, esquecendo minha raiva por um momento.

—- Minha antiga empresária. Estou precisando dos serviços dela, então resolvi contratá-la novamente.

—- Para que você vai precisar de uma empresária?

—- Vou trancar a faculdade por um tempo. Decidi voltar a atuar.

Fiquei séria.

—- Gavin, isso não tem nada a ver com a...?

Os latidos recomeçaram e aquele cão infernal entrou na minha sala. Subi no sofá gritando.

—- Eu nunca entendi o ódio que esse buldogue tem de você. -- disse Gavin, após esvaziar o resto de sua xícara.

—- Nem eu. -- choraminguei.

***

Alguns minutos mais tarde -- depois de Gavin ter trancado o mini-capeta em seu quarto e eu ter conseguido tomar um café quase decente. -- fui falar com Charlote.

—- Oi, querida. Quer café? -- abriu mais a porta, me convidando para entrar. Ela parecia estremamente animada agora pela manhã, mas ela era sempre assim. Neguei.

—- Vim te pedir uma coisa. Se não for incomodar. -- completei apertando minha agenda entre as mãos.

—- Claro que não. O que é?

Estendi a agenda.

—- Poderia anotar aí o endereço da casa dos seus sogros?

Ela arregalou os olhos e fechou a porta atrás de si, deixando-nos no corredor.

—- Heather, você vai...?

Assenti e um sorriso ainda mais bonito apareceu em seu semblante. Ela pegou minha agenda.

—- Não é que eu queira atrapalhar ninguém. -- falei enquanto ela anotava. -- É só que vai ter um evento importante na empresa do papai e...

Ela me entregou a agenda de volta.

—- Querida, não precisa dar explicações para mim.

Sorri.

—- Obrigada. Você poderia avisar aos seus sogros? Não quero dar uma de intrusa. -- ela assentiu. -- Apenas se certifique de que Samuel não vai saber, tudo bem?

—- Não se preocupe. Eu sei guardar segredo. E eles também.

Agradeci novamente e após lhe dar um abraço, voltei para o meu apartamento, já com o celular em mãos.

—- Alô? -- acho que eu tinha acordado o coitado. Dava para perceber a voz de sono.

—- Papai? -- falei me encostando na porta. -- O senhor poderia conseguir uma passagem de avião para hoje, para mim?

Gavin, que ainda estava monopolizando o meu sofá, olhou para mim, interessado.

—- Hoje? -- perguntou papai, de repente alerta. -- Não está muito em cima da hora?

—- Eu sei que o senhor tem seus contatos. E não precisa ser para agora. Chegando a noite está bom para mim.

—- Claro. -- ele suspirou. -- Para onde?

—- Nova Iorque. Estou voltando para casa.


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