Loucamente Apaixonada escrita por Angie


Capítulo 4
Gavin


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Novo capítulo da Heather, espero que gostem!
Beijos!



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No dia seguinte acordei com o som da campainha tocando.

Estiquei a mão até a mesa de cabeceira e peguei o celular. Entre meus olhos semicerrados vi que eram 09h17mim da manhã.

Oh, meu Deus! Quem teve coragem de me acordar tão cedo?! Por acaso não existe mais o amor ao próximo? Esse mundo está realmente perdido!

Levantei, calcei minhas pantufas cor-de-rosa e saí do quarto pisando duro, a campainha não parava de tocar. Cristo! Será que quem quer que seja não tem nada melhor para fazer não, hein?

– O que quer? – perguntei abrindo a porta bruscamente.

– Devo dizer que está com um humor particularmente adorável está manhã, Heather. – Samuel disse com um sorriso de deboche. Suas mãos estavam cruzadas atrás das costas e estranhamente ele parecia cheirar a chocolate.

– Vai se danar!

Tentei fechar a porta mais ele a segurou com o pé.

– Espere. – pediu.

– O que você quer?

– Bem, minha mãe queria te dar um presente de boas-vindas e no processo acabar com a mal impressão que você teve de mim ontem…

– Impossível.

– … então – prosseguiu ignorando o que eu disse. – ela me mandou te trazer isso.

Tirou as mãos das costas expondo uma pequena cesta coberta por uma toalha quadriculada vermelha e branca.

Ah, então era daí o cheiro de chocolate…

Peguei a cesta de suas mãos e lhe sorri pela primeira vez, simplesmente tentando ser educada, mas também porque estava tocada com o ato de sua mãe, tentando fazer com que eu me sentisse bem-vinda.

– Isso é doce. – falei. – Agradeça a sua mãe por mim.

– Claro. – assentiu e tirou o pé que ainda bloqueava a porta. – Aliás – voltou a sorrir. –, adorei o pijama, Little Witch.

Piscou para mim e se dirigiu ao próprio apartamento. Sentindo meu rosto esquentar fechei a porta e olhei a mim mesma. Estava vestindo uma camisola rosa bebê que ficava um pouco acima dos joelhos. Ela não era nem um pouco escandalosa e não havia motivo para ele me provocar… Mas é claro, ele parecia adorar me provocar.

– Argh… Idiota! – gritei e pus a cesta na mesinha de centro.

Voltei ao meu quarto com o mesmo humor com o qual havia saído e me joguei na cama novamente.

***

Ding, dong! Ding, dong! Ding, dong!

Poucos minutos depois me vi caminhando para a porta novamente. Alguém tinha voltado a apertar o botão da campainha sem parar e para o caso de que fosse Samuel de novo, vesti um robe por cima da camisola.

Oh, mundo de quem não tem o que fazer! Parece que tiraram o dia para irritar Heather Sharpe.

Respirei fundo e abri a porta, pronta para mandar Samuel para o inferno mais uma vez, principalmente se ele voltasse a cometer o erro de me chamar de bruxinha…

… só que não era Samuel que estava parado do outro lado.

Droga, eu deveria aprender a olhar pelo olho mágico antes de abrir a maldita porta.

– Oi, Heather. – ele disse entrando sem ser convidado, levando sua mala consigo e quase nem olhando para mim.

O que ele estava fazendo aqui? E com uma MALA?

– Gavin? – questionei surpresa vendo-o deixar a mala no centro da sala e caminhar para mim. – O que você…?

Fui interrompida quando ele me levantou do chão com um abraço de urso.

– Senti saudades, baixinha. – disse me soltando. Seu inglês estava perfeito como sempre, mas o sotaque italiano permanecia.

Afastei-me erguendo uma sobrancelha.

– Gavin – falei. –, não é que eu queira quebrar o clima de reencontro, mas… O QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?

Veja bem, não é que eu não tenha sentido saudades dele, mas é realmente estranho o fato de que não fui informada de que ele viria. Gavin é meu primo, que, diga-se de passagem, é uma peste. Ele mora com os pais na Itália e já faz uns três anos que normalmente nos vemos apenas em reuniões de família no final de ano ou em festas comemorativas como aniversários de casamento, entre outras bobagens.

– Quis fazer uma surpresa. – indicou meu sofá roxo com um movimento de mão, claramente pedindo que eu sentasse e nos dirigimos em direção a ele. – Estive conversando com a tia Helen ultimamente e…

– Opa, opa, opa! O que você andou conversando com a minha mãe?! – o interrompi.

– Sente-se, Heather. – falou despreocupadamente e o obedeci. Gavin se sentou ao meu lado.

Algo me dizia que não vinha notícia boa por aí.

Meu primo apoiou os pés na minha mesa de centro de vidro bem ao lado da cesta, me fazendo estreitar os olhos e chutar sua perna.

Folgado!

– Bem, o caso é que decidi fazer faculdade de administração aqui em Londres – informou sem se afetar. – e estava procurando um bom apartamento.

– E eu com isso? – questionei entediada.

– Sua mãe achou que fosse uma boa ideia que eu viesse morar aqui.

– Nesse prédio? – perguntei esperançosa, porque ele não poderia estar dizendo o que eu achava que ele estava dizendo.

– Não, priminha. – sorriu para mim de uma maneira que me lembrou Samuel e se inclinou em direção a mesa de centro. Ele retirou a toalha quadriculada que encobria a cesta, pegou um grande cockie com gotas de chocolate de lá e o mordeu, tomando seu tempo para mastigá-lo vagarosamente, sabendo que estava me fazendo ficar com raiva. – Nesse apartamento. – disse por fim e sorriu. – Olá, sou seu novo colega de quarto!

Bati a cabeça contra o encosto do sofá e fechei os olhos, querendo acordar daquele pesadelo. A única coisa que vi ao abri-los novamente foi meu primo terminando de devorar o biscoito.

Isso não podia ser verdade!

Parece que minha mãe finalmente lembrou que eu existo…

… e mandou um demônio para dividir o apartamento comigo.


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