Dois dias depois, Achyle, Gabriely e eu estávamos no quarto de Gavin, tentando tirá-lo da cama. E sim, eu percebi a ironia já que era sempre ele que me atormentava pela manhã, não o contrário. Bem,hoje eu simplesmente não tinha conseguido continuar na cama, porque,vejam só, estou triste. Por quê? Bem, lembram que dia é hoje?

–Que droga, Gavin! Levanta. Já. Daí! – Gabriely pontuava cada palavra ao tentar empurrá-lo para fora da cama.

Ele nem se mexeu. Idiota.

Achyle subiu em cima da cama ficando de pé e começou a chutá-lo amorosamente com aquele jeito doce e delicado que só ela tem. Só que não. Bem, ela era corajosa, considerando que estava estragando suas botas negras de couro no meu primo. Eu que não faria isso com meus sapatos de salto novinhos – cortesia do meu pai-não-tão-presente-que-adora-me-presentear-como-se-isso-compensasse.–, mas bem, deixem-na fazer o trabalho sujo.

–Levante, seu traste. – ela ordenou, pondo as mãos na cintura e parando de chutá-lo.

–Mais que inferno! – Gavin rolou de lado e me lançou um olhar furioso. – Será que vocês podem sair?!

–Não enquanto você não levantar essa bunda preguiçosa da cama. – Achyle falou secamente.

Porela, creio que sairíamos sem Gavin mesmo, já que ela o odeia, mas como quero que ele esteja presente mais tarde, ela decidiu dar apoio.

Gavin ergueu uma sobrancelha para ela, quase sorrindo, um sorriso de cafajeste.

–Olhe, principessa, por mais que eu gostasse de tê-la em minha cama, em qualquer outra ocasião e preferencialmente com a boca fechada, agora, realmente não é um bom momento. – ele estava provocando ela, sendo irônico ao extremo e foi por isso que não lamentei nem um pouco por ele, pelo que ela fez a seguir.

Achyle lhe chutou forte nas costelas, arrancando-lhe um gemido de dor. Desceu da cama lançando-lhe um olhar de desagrado e saiu do quarto.Estava escrito por toda a cara dela a frase "odeio esse cara". Eu ri.

Oh,como as coisas estavam divertidas ultimamente.

–Isso tudo é culpa de vocês, garotas. – ele disse, para mim e Gabriely.

–Sinto muito. – disse sua irmã. – Mas o único culpado pela sua burrice é você mesmo.

–Ha, ha, ha. – Gavin disse, sem humor. – Suas gracinhas só aumentam minha dor de cabeça, pela qual sem surpresa nenhuma, vocês também são culpadas. Ter que aguentar vocês naquela reunião demoníaca ontem a noite, foi um verdadeiro martírio.

Por reunião demoníaca vocês podem entender como: três garotas hiper cafeinadas conversando sem parar na sala até altas horas da madrugada com o primo/irmão/inimigo chato mandando-as calar a boca enquanto elas o ignoram.

De acordo com Gavin, nós somos literalmente a dor de cabeça dele.

– Deixa de fazer drama, esse papel é meu. – eu disse pegando um copo de água meio vazio meio cheio que eu tinha posto na mesa de cabeceira momentos antes só por precaução... Então joguei no rosto dele, como ele já tinha feito comigo, recebendo seu olhar abismado. – Agora se apresse e levante-se. Vamos para o aeroporto,lembra? Temos que nos despedir do Sammy, ele está partindo para Nova Iorque hoje.