Loucamente Apaixonada escrita por Angie


Capítulo 14
Desavenças




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Me neguei a deixar o que Gavin disse me incomodar mais do que deveria, simplesmente por ser uma possibilidade inexistente. Samuel não se apaixonaria por mim nem em um milhão de anos.

Claro, ele tinha todos aqueles momentos que me deixavam confusa como o inferno, mas era apenas o comportamento normal de um amigo, certo? Nos últimos anos não fui de fazer amizades fora da família, mas, em teoria, os amigos se preocupam um com o outro. Ele está apenas sendo um bom amigo. Ponto.

Fechei a ducha e estendi a mão para pegar uma das toalhas brancas e felpudas, a qual enrolei ao redor de meu corpo.

Outro pensamento dava voltas em minha mente. Eu havia simplesmente deixado mamãe de lado e bancado a filhinha malcriada. Ninguém rejeita Helen Sharpe. Imagino como ela deve estar agora. Imagino o que papai deva ter achado disso, porque, obviamente, ela já deve ter corrido para se queixar a ele.

Tenho pena de papai. Não, na verdade não tenho não.

Meu celular ainda se encontra desligado, mas com certeza ele vai encontrar um jeito de falar comigo nem que use Gavin como intermediário.

Saí do banheiro e me dirigi ao meu closet, onde peguei um vestido pink com um cintinho preto na cintura e sapatos de salto preto. Sapatos esses, que fizeram me lembrar Helen novamente. E por último peguei uma bolsa preta pequena. Me vesti, e como o chão me ama, tropecei em um de meus sapatos que estava no chão antes de sair do closet.

Realmente tenho que aprender a ser mais organizada.

Logo depois, arrumei meu cabelo em uma trança lateral e fiz maquiagem novamente.

Agora Sammy não pode dizer que estou descabelada ou com a maquiagem borrada. Me pergunto o que será que ele quis dizer com “… temos planos.”

Ao entrar na sala me deparei com Gavin comendo um sanduíche no sofá, com os pés sobre a minha mesinha de centro. A televisão estava ligada em um canal de esportes, mas ele não parecia prestar muita atenção.

– Você está linda. – disse ele quando enfim percebeu minha presença.

– Eu sei. – falei segura. – Você parece distraído, aconteceu alg…?

Quem é a vadia que está dormindo com você?! – uma voz enjoativa, que conheci como sendo a de Ariela gritou do corredor, me interrompendo.

Será que você pode se acalmar? Eu já disse que não estou com ninguém agora, mas não consigo continuar com isso. – falou justin.

Isso? É assim que você fala do nosso namoro?! De uma hora para outra simplesmente desiste de tudo?

Tentei ignorar aquela DR e ergui uma sobrancelha para Gavin.

– Eles já estão assim a uns dez minutos. – me explicou. – Justin quer que Ariela pare de fazer escândalo e já tentou fazer com que ela saia do prédio, mas ela continua irredutível. Wendy e Charlote tentaram intervir, mas o resultado foi o mesmo e elas desistiram.

– Hum, sei. – chutei suas pernas para que ele as tirasse de cima da mesinha e me encaminhei à porta. – Vou acabar com essa baixaria.

– Boa sorte!

Eu deixei bem claro desde o começo que nunca quis um relacionamento sério, Ari! Pelo amor de Deus!

Abri a porta e olhei em direção ao apartamento de Samuel. A porta estava aberta e o casalzinho feliz discutia próximo a ela.

– O fato de os seguranças do prédio ou a polícia ainda não estarem aqui é um verdadeiro milagre. – falei olhando para eles. – Será que vocês poderiam se acalmar? Há pessoas civilizadas e desinteressadas sobre a vida de vocês, morando no prédio.

Ariela me fuzilava com os olhos.

– É essa vagabunda, não é? – perguntou a Justin. – Desde que ela se mudou você tem estado diferente comigo, você…

– Epa! Espera aí! – fechei a porta e andei até ela. – Você não tem o direito de me chamar de vagabunda, não!

– Chamo do que eu quiser! Acha que não vi o modo como você olha para ele, vadia? A culpa é toda sua!

Num instante minha mão estalou na cara dela e não senti uma gota de remorso por isso. Não me culpem, foi uma reação automática. E foi estranhamente gratificante para falar a verdade.

Os dois me encararam em um silêncio chocado. Bem, se ela acha que pode falar comigo como bem entender, posso muito bem agir e falar em minha defesa, não é mesmo? Não sei como são as coisas aqui em Londres, mas como uma boa americana não vou sair por baixo de jeito nenhum!

– Tenha mais respeito pelos outros e por si mesma. – falei ríspida. – Não é porque seu mundinho não é como o conto de fadas que você queria, que tem o direito de sair por aí xingando os outros. Não tenho nada com Justin, mas talvez pudesse. Está na cara que tipo de homem ele é e se você quis se fazer de cega quanto a isso, o problema é seu. Mas ele não é muito diferente de você afinal, e você sabe disso. Logo ele vai estar com uma namorada nova e posso dizer o mesmo sobre você e outro garoto. Não tente negar, Ariela. Uma garota como você não passa muito tempo sozinha. Não apenas por sua beleza, mas pelo seu tipinho também. Querer se passar por uma virgem que perdeu a honra só porque não quer largar o osso não faz muito a sua cara.

Sua expressão mudou de choque para fúria em questão de segundos e ela se atirou em cima de mim, puxando meu cabelo. Enterrei minhas unhas em seus braços e ela soltou um gritinho quando a empurrei para trás. O problema é que ela não me soltou e fomos parar no chão, distribuindo tapas, puxões de cabelo e unhadas uma na outra.

– Ah, Deus! É isso que você chama de acabar com a baixaria? – ouvi a voz de Gavin, mas não me incomodei em olhá-lo.

Logo suas mãos estavam em minha cintura, me puxando para longe de Ariela. Justin tentava acalmar a loira azeda, mas ela parecia tão propensa a escutá-lo quanto eu a Gavin.

Me debati nos braços dele, tentando me soltar.

– Acalme-se, você não deve se rebaixar ao nível dela. – meu primo falou e foi então que caí em mim.

– Tudo bem, estou calma. Pode me soltar. – eu disse.

Ele nem ao menos hesitou. Me conhece bem demais para saber quando estou mentindo.

– Me solte, Justin! – ordenou Ariela. – Me solte e eu vou mostrar a essa vadia o que ela merece!

Estreitei os olhos, mas aquilo não me atingiu tanto quanto teria a alguns segundos atrás.

– Se ousar chamá-la de vadia novamente – Samuel disse aparecendo na porta, ao lado de uma Wendy com os olhos muito arregalados. – estarei disposto a esquecer que você é mulher, Ariela. E você será a única a receber o que merece. A expulsão definitiva desse complexo seria um bom começo.


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