Eu parei um pouco para descansar, já que tinha andando longos quilômetros.

Olhei para meus pés, estavam sujos e descalços. Minha camisola, já parecia algo como fantasma. Meu cabelo, dava a impressão que eu não tinha penteado há dias!

Eu decidi continuar andando, permanecer ali só me deixaria mais chateada.

Andei mais à frente, mas tropecei em algo e caí de nariz no chão.

— Ai! — exclamei, me virando para ver no que eu tinha caído.

Oh, meu Deus! Um garoto?

— Quem é você? — perguntou.

— Eu que pergunto. — disse, assustada. Não estava mais sozinha?

— Onde eu estou? Quem é você? — perguntou assustado, me fitando.

— Se você me responder quem você é, talvez eu possa ajudar...

— Eu sou Andrew... — falou, se levantando e me cumprimentando. — Desculpa, eu estou assustado.

— Bom... Eu sou Becky. Onde esteve na última vez que se lembra?

— Estava dormindo.

— Nossa, sério? Como é o nome da sua mãe? — falei, deixando um sorriso se formar em meu rosto.

— E o que isso te interessa?

— Se quiser saber o que está acontecendo, diga.

— Aurora.

Eu o olhei. Nossa. Será que ele era mesmo filho da Aurora? Eu não estava sozinha? Ele estaria me enganado? Os filhos encantados iriam salvar a pátria?

— Onde estamos? — perguntou.

— No País das Maravilhas. — falei, esperando um "o quê?" ou algo do tipo, mas a resposta foi bem diferente.

— Mamãe disse que tudo mudaria...

— Eu achei que fosse somente eu...

— Eu preciso encontrar minha mãe.

Eu sorri.

***

Andávamos, ou melhor, ele andava, pela estrada, enquanto eu cantarolava uma música.

— Tudo o que falaste é verdade? Eu não consigo acreditar.

— É verdade. — falei. — Foi você o sonho bonito que eu sonhei
Foi você eu lembro tão bem você na linda visão
Que me fez sentir que o meu amor nasceu então
E aqui está você, somente você a mesma visão
Aquela do sonho que sonhei...
la la la la la la la la la... e aqui está você somente você a mesma visão...

— Eu me lembro dessa música. Minha mãe cantava quando eu era pequeno.

— Agora você acredita? O que explica a neblina roxa?

— Como você sabe?

— Também aconteceu com minha mãe. Você quer dançar?

— Dançar? — perguntou, confuso.

— Sim! — falei, animada, e o puxei para uma valsa — bem animada —, onde nós girávamos mais que dançávamos.

Sim, Era uma vez no sonho.

Mas, o que aconteceria? Eu estaria realmente procurando pela minha mãe? Quem era Andrew? Iríamos encontrar mais encantados por aí?