Por que sou tão emotivo?
Não, não é uma boa visão
Preciso ter auto-controle
E bem no fundo, eu sei que isso nunca funciona
Mas você pode deitar-se comigo para isso não me machucar

Sakura suspirou pesadamente, enquanto praticamente se arrastava para fora do Hospital de Konoha. O dia fora exaustivo e o pior, era que ela se distraía a cada cinco minutos. A noite estava fria, mas ela não se preocupou em vestir seu casaco. Em poucos minutos, ela estaria aquecida novamente, como nas noites anteriores. Essa não fora diferente.

Pontual, como sempre, Sasuke a esperava encostado numa árvore, perto do do hospital. Droga, só de vê-lo, a rosada sentia suas pernas ficarem bambas. Tentava a todo custo ordenar a seus sentidos que voltassem a funcionar normalmente, ordenando para seu corpo que não ficasse atordoado com a visão de Sasuke encostado casualmente naquela árvore grossa e frondosa.

Precisava convencer seu cérebro e seu coração de que aquela imagem não era atrativa.

Caminhou até ele calmamente, vendo os olhos negros dele se voltarem para ela de forma intensa, como em todas as outras vezes. Céus, onde estava seu auto-controle quando mais precisava dele? Onde quer que estivesse, já era tarde demais. Porque no instante em que o Uchiha a envolveu num abraço, Sakura soube que já estava totalmente entregue.

Precisava de Sasuke. Então, mais uma vez, eles passariam uma noite juntos.

Oh, você não vai ficar comigo?

Porque você é tudo que eu preciso

Isso não é amor, é fácil de enxergar

Mas, querido, fique comigo

–Fica comigo? –ele sussurrou, quando eles já estavam na nova moradia dele. Mas não houve resposta.

Os suspiros que Sakura deixava escapar se perdiam na curva do pescoço de Sasuke, que inalava o cheiro dela, cada vez mais viciado. Não sabia exatamente o que estava acontecendo entre eles, mas naquela noite, tudo parecia mais e mais urgente. Cada toque, acompanhado de uma intensidade surreal, que prendia o Uchiha numa ilusão em que ela não o deixaria quando o sol aparecesse no horizonte.

Ele deixou escapar algo próximo de um gemido quando tocou a pele alva e macia da rosada, que o encarava, os olhos verdes escurecidos pelo desejo. Obteve como resposta um suspiro, que a Haruno soltou quando sentiu os lábios de Sasuke. Tinha algo de diferente.

Oh, você não vai ficar comigo?

Porque você é tudo que eu preciso

Isso não é amor, é fácil de enxergar

Mas, querido, fique comigo

Quando um completou o outro, Sakura sorriu, como nas outras vezes. Aquela sensação de preenchimento era atordoante e a vontade de sentir os lábios dele pressionados contra os seus a tomava, fazendo-a esquecer de tudo o que o Uchiha havia lhe feito.

Mas a boca quente dele deixava uma trilha de fogo por seu pescoço, provocando arrepios, levando-a à loucura. As unhas da Haruno se cravaram nas costas dele, que soltou um grunhido, que ela não soube distinguir se era de dor, ou de prazer.

–Fica comigo? –outra vez, aquela pergunta.

Droga, ele não podia apenas continuar o que estava fazendo? Por que tinha que pousar as mãos sobre o rosto da rosada, acariciando a pele alva, os olhos ônix implorando pela resposta que ele queria ouvir.

Oh, você não vai ficar comigo?

Porque você é tudo que eu preciso

Isso não é amor, é fácil de enxergar

Mas, querido, fique comigo

E eles estavam entregues, não havia mais volta. Com o próximo beijo terno e aquelas mãos percorrendo cada centímetro de sua pele, Sakura sentiu a necessidade que emanava de Sasuke. Ele precisava dela.

Mas não da mesma forma como ela precisava dele, porque era perceptível que Sasuke não a amava. Mas talvez ele viesse a retribuir esse sentimento algum dia. E, quando isso acontecesse, ela queria estar exatamente ali, naquela cama, sentindo-se completa. Sentindo-se dele.

–Sakura... –ele gemeu, quando ambos sentiram espasmos e enfim, foram tomados pela exaustão daquela noite intensa.

E, exausto, Sasuke puxou o corpo frágil de Sakura contra o seu, sentindo a respiração fraca e descompassada contra seu peito. O quarto foi invadido por uma luz dourada tênue. Era o sol, anunciando que a noite havia acabado.

–Fica comigo? –Sasuke perguntou, como nas outras vezes.

Mas, como ambos tinham consciência, aquela noite fora diferente das outras. Porque agora, eles haviam se entregado por completo, sem nenhuma restrição. Agora, eles pertenciam um ao outro. E tudo o que Sasuke pôde fazer, foi deixar escapar um sorriso abobalhado, quando ela respondeu:

–Eu fico.