Maternidade escrita por Xokiihs


Capítulo 21
Finalizando


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a vocês, minhas lindas leitoras, que estiveram comigo por todo esse tempo (que não foi muito, ahahah). Também dedico a linda da Mirys, que está fazendo aniversário hoje e é leitora da fic, então.. PARABÉNS SUA FOFA! Muitas felicidades para você, sempre!
Dedico também a ICLP que recomendou a fic, CHESUS. Estou tremendo até agora, Rosana.Hahaha. Nem esperava uma recomendação, de verdade. Obrigada sua linda!
Agora...
Boa leitura :)



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Engraçado como a vida passa em um piscar de olhos. Tão rápida que você nem percebe. Parece clichê dizer isso, mas é o que realmente acontece. Há muitos anos atrás, mais do que eu realmente gostaria de admitir, eu era apenas uma menina insegura, chorando porque as outras crianças me chamavam de testuda. E então, como uma fada madrinha, Ino apareceu e me ajudou a erguer a cabeça.

Cresci como uma garota normal, sendo kuinochi em uma família de civis, indo a academia e aprendendo ao máximo o que eu podia. Conheci Sasuke, minha primeira paixão, Naruto, meu primeiro melhor amigo, e Kakashi-sensei, que era como um segundo pai para todos nós. Juntos nós fizemos muitas coisas, brigamos, rimos, lutamos e vencemos, as vezes perdemos também. Várias vezes choramos, gritamos um com o outro, crescemos. E, no fim das contas, nos separamos.

Lembro-me muito bem dos tempos difíceis que passamos, quando um de nossos membros nos deixou. Sasuke, minha primeira paixão, tinha ido embora, e não demorou muito para que Naruto seguisse seu próprio caminho. Já eu, fiquei aqui, em Konoha, sozinha. Entretanto, apesar de cada um de nós estar em um canto diferente, eu ainda os sentia comigo, me incentivando a crescer ainda mais, a dar o meu melhor.

E, por fim, consegui.

Quando eu era apenas uma menina, chorona e que vivia atrás de Ino, eu sequer imaginava que cresceria para ser a mulher que sou hoje. Sem querer me gabar, mas eu consegui. Virei uma mulher forte, determinada, que, além de tudo, tinha tudo o que queria. Tinha amigos maravilhosos, os quais eu jamais poderia viver sem; tinha o trabalho que eu sempre quis, uma vida tranquila e, o mais importante, uma família linda.

Família esta que consistia em meu digníssimo marido, Uchiha Sasuke, meus pais malucos, Mebuki e Kizashi, e, meu bem mais precioso, minha querida filha, Sarada.

Ah, Sarada...

Meu neném, que nasceu do fruto de um amor complicado, mas que veio para trazer ainda mais alegria para nossas vidas. Ela era nossa princesa, nossa menininha... por mais que já tivesse com vinte anos.

Argh, como é difícil ser mãe de uma menina com vinte anos. Ela já era mais alta do que eu, igual ao Sasuke, na aparência, o que a fez ser uma das meninas mais bonitas de Konoha – e ganhar muitos pretendentes para Sasuke espantar, mas era uma mistura nossa em relação a personalidade. Não só a nossa, como também a do tio, Itachi. Sasuke dizia que muitas vezes ela era igual a Itachi no modo de agir ou falar, o que o deixava ainda mais fascinado pela filha.

Ela era uma pessoa ótima, adorada por todos pelo seu jeito gentil e, ao mesmo tempo, firme. Se tornou uma kunoichi importante para vila, reconhecida por ser a única Uchiha que curava pessoas, já que ela decidiu seguir pelo caminho de médica-nin. Bem, se eu continuar falando dela, não vou parar nunca.

Resumidamente, Sarada se tornou uma mulher forte e independente, que trazia muito orgulho para os pais. Principalmente por ter sido a escolhida para ocupar o posto como nona Hokage, substituindo seu antigo sensei, Konohamaru. A primeira Uchiha a se tornar Hokage.

Como eu disse, ela veio para mudar a história. O que não sabiam, no entanto, era que, mesmo com esse currículo invejável, ela ainda precisava da minha ajuda para encontrar as coisas, como agora.

– Mãe! – ela gritou, vindo correndo em minha direção, enquanto carregava uma meia na mão. – Onde está o outro par? Não consigo achar.

– Já procurou no varal? – perguntei, sem tirar meus olhos das panquecas que eu fritava para o desjejum.

– Sim, não estou achando! Me ajude, por favor, já estou atrasada! – ela pediu, quase chorando.

Já eu revirei os olhos, limpando as mãos no avental.

– Sasuke, vigie as panquecas. – pedi para meu marido, que tomava chá enquanto lia um jornal. Como sempre, ele nada disse, apenas assentiu.

Passei por Sarada e fui até o seu quarto, me assustando ao ver o monte de roupas que estava jogado no chão. Balancei a cabeça, enquanto pegava as peças do chão e as dobrava.

– Mas que bagunça você fez aqui, hein? – falei, colocando as roupas sobre a cama. – Ser bagunceiro é pré-requisito para ser Hokage?

Ela revirou os olhos, passando as mãos nos cabelos bagunçados.

– Mãe, sem tempo para piadinhas. Preciso dessa meia agora!

– Por que não pega outro par? – fui até a cômoda dela, abrindo as gavetas, que pelo menos estavam arrumadas, e procurando por outro par de meias.

– Eu não achei nenhum! Não sei o que aconteceu, elas simplesmente evaporaram.

Dessa vez, quem revirou os olhos foi eu.

– Já procurou debaixo da cama? Ou do sofá? Ou debaixo de qualquer coisa, já que você sempre joga as coisas em qualquer lugar?

– Procurei só debaixo da cama, vou olhar debaixo do sofá. – ela saiu correndo do quarto, como se sua vida dependesse do par de meias.

Já eu continuei procurando, pois sabia que acharia algum no meio da bagunça. Aproveitei para dar uma organizada no quarto, que parecia ter sido destruído por um furacão. Depois de alguns minutos, achei a bendita meia debaixo do colchão. Como ela tinha ido parar ali, só Sarada sabe.

Fui até a sala, não me surpreendendo nem um pouco quando vi ela e Sasuke, os dois com o sharingan ativado, olhando para o chão. Seria cômico se eu também não tivesse sentido o cheiro de queimado que vinha da cozinha.

– Sasuke! Não te disse para olhar as panquecas? – gritei, indo correndo até a cozinha e desligando o fogo. A panqueca parecia um pedaço de carvão. E lá se vai nosso desjejum.

– Queimou? – ele perguntou, caminhando para dentro da cozinha, ainda com o sharingan ativado. – Sinto muito. É que a Sarada apareceu desesperada me pedindo para encontrar a meia...

– Sarada, aqui está a sua meia. Vá se arrumar logo enquanto eu faço outra coisa para comermos. E vê se não faz bagunça no seu quarto!

Joguei a meia para ela, que agarrou feliz da vida, quase chorando, e foi correndo para o quarto. Já era 07h30 e tínhamos que estar na torre do Hokage às 08h20.

Comecei a preparar uma nova panqueca, já que eu não teria tempo para fazer algo mais elaborado.

– Sasuke, já está arrumado? – perguntei, olhando por cima do meu ombro para ele, que tinha voltado a ler o jornal como se nada tivesse acontecido.

– Sim. – ele respondeu, e eu pude perceber que, de fato, ele já estava pronto.

Depois de alguns minutos, consegui fazer as panquecas.

– Sarada! Venha comer.

Já vou.

Me sentei a mesa, junto a Sasuke, e começamos a comer, até que Sarada apareceu na cozinha, já vestida com as roupas do clã Uchiha, feitas especialmente para aquela ocasião. Um vestido vermelho, não muito elaborado, com o símbolo do clã nas costas. Além disso, seu cabelo, que ia até os ombros, como os meus, estavam alinhados, e ela usava um pouco de maquiagem. Estava linda, como sempre.

– Como estou? – ela perguntou, um pouco vermelha. Eu sorri, me segurando muito para não chorar antes da hora.

– Está linda, querida. Agora sente-se e coma.

Ela assentiu e sentou, pegando um pouco da panqueca e das frutas. Ela comeu tudo em uma garfada só, sem nem mesmo engolir, e se levantou.

– Já estou indo. – anunciou, se virando.

– Sarada, ainda está cedo. E nós iremos com você, esqueceu? –falei, apontando o relógio para ela.

– Mas eu estou com medo de chegar atrasada. Vai que alguma coisa acontece no meio do caminho?

– Tipo...?

– Não sei, uma velhinha pedindo ajuda para atravessar a rua?

Eu olhei para Sasuke e nós dois rimos. Talvez os Hokages compartilhavam de algumas características.

– Não riem! É sério. – ela bufou, cruzando os braços. Eu ri novamente, antes de me levantar e ir até ela, puxando-a pelo braço.

– Querida, nada vai dar errado, não se preocupe. – a fiz sentar na cadeira novamente, e servi um pouco de chá, o que provavelmente a acalmaria.

– Como você sabe?

– Nós não deixaremos. – Sasuke respondeu antes de mim, tomando seu chá tranquilamente. Eu concordei com ele, dando um aperto reconfortante na mão de Sarada, que pareceu relaxar um pouco.

– Termine de tomar o seu chá, então todos poderemos ir juntos.

– Sim... – ela respondeu, fazendo exatamente o que eu disse.

Era engraçado vê-la agindo dessa forma, mas eu tenho certeza que, se fosse eu, estaria igual a ela. Era um dia importante, não só para ela mas para todos nós.

~

Nos encontramos com Naruto, Kakashi, Konohamaru e Shimakaru, todos na torre do Hokage. Tínhamos chegado na hora, sem problemas no caminho, para o alivio de Sarada. A cerimonia logo começaria, e Sarada estava conversando com Konohamaru e Shikamaru, que continuaria sendo conselheiro do Hokage.

Os aldeões e ninjas da vila já se juntavam abaixo da torre, todos ansiosos para a cerimonia mais importante que aconteceria naquele ano; Sarada, quando viu as pessoas que se juntavam, olhou para mim, com um brilho nos olhos negros, que me fez sorrir.

– Ei, Sakura- chan. – olhei para Naruto, que antes estava conversando com Sasuke. – Está nervosa?

– Claro. – respondi, sorrindo e me aproximando mais dos dois. – Ela está tão ansiosa para isso, que mal tem dormido nas últimas semanas.

Naruto riu, colocando as duas mãos atrás da cabeça, uma mania dele desde que era criança.

– Me lembro de quando era eu. Todas as noites eu sonhava que algo acontecia e eu não conseguia chegar para a cerimônia. E não é que no fim realmente aconteceu?

Rimos juntos, lembrando da história da nomeação de Naruto, a qual ele já tinha contado várias vezes. Agora era engraçado, mas me lembro bem de que, na época, Shikamaru quase matou o Hokage por não ter vindo para sua própria nomeação, restando para Konohamaru substitui-lo.

Graças aos céus Sarada estava ali, e tudo daria certo.

Continuamos conversando quando vi uma cabeleira ruiva bem conhecida aparecer no horizonte, junto a uma cabeleira branca.

– Karin! Suigetsu! – chamei a ruiva, acenando para ela, que logo veio em nossa direção. – Achei que não fossem vir.

Karin, que estava com uma cara de poucos amigos – provavelmente por causa de Suigetsu, que, por sua vez, estava rindo, respondeu.

– Até parece que perderia isso! Só nos atrasamos por causa do mala do Suigetsu. - ela disse, apontando para o homem, que estava conversando com Sasuke e Naruto. – Como você está?

– Bem, e você? Como vai o Kotaru? – ela sorriu, provavelmente se lembrando do único filho, vindo de uma inseminação que Orochimaru tinha feito nela.

– Está lindo, como sempre! – eu ri, sabendo que, assim como eu, ela era fã número um do filho. – Está em uma missão, por isso não pode vir.

– Ah, Sarada ficará triste. Tem bastante tempo desde que vocês foram lá em casa.

– Sim, e é tudo culpa daquele velho hermafrodita! Ele vive enchendo a gente de trabalho, mal podemos respirar.

– A gente virgula, né Karin? Você pelo menos fica no esconderijo o dia todo, enquanto eu e Juugo temos que ficar indo de um lado para o outro. – Suigetsu entrou na conversa, mas Karin apenas revirou os olhos.

– Eu faço o trabalho pesado, meu querido. Coisa que você e Juugo seriam incapazes de fazer. – ela rebateu, e antes que Suigetsu pudesse ter a chance de responder, se virou para Sasuke e Naruto. – Olá Sasuke, Naruto.

– Oe Karin, já está cheia de fios brancos no cabelo hein. – Naruto, sendo a pessoa inconveniente que era, disse, fazendo Karin ficar vermelha como seu cabelo.

– Não dá para ficar pintando toda hora, seu loiro azedo. – ela falou entredentes, quase avançando para cima de Naruto.

– Não sou loiro aze- resolvi que seria melhor intervir antes que uma guerra entre Uzumakis começasse ali mesmo.

– Olha, parece que vai começar. Vamos até a Sarada, Karin, ela vai gostar de te ver.

Puxei a ruiva pelo braço e fomos até Sarada, que realmente ficou feliz por ter visto Karin. Depois de termos explicado toda a história do Taka para ela, o que aconteceu depois da guerra e tudo mais, ela deixou de lado de vez o pensamento de que eu não era sua mãe. Mas a curiosidade por conhecer Karin, a mulher que lhe deu os óculos, cresceu, e resolvemos apresenta-las.

Foi uma coisa engraçada de se ver, as duas interagindo, já que Sarada tinha desconfianças acerca de Karin gostar de Sasuke, mas logo isso passou, dando lugar a amizade entre as duas. Na verdade, amizade entre todos nós, já que Karin passou a fazer parte de nossa família, tal como os outros membros da Taka.

Eu e ela nos tornamos boas amigas, a ponto de trocarmos confidencias uma com a outra, mesmo com a distância. Ela também já tinha esquecido de Sasuke, e até tentado um relacionamento com Suigetsu, que acabou não dando muito certo por causa da personalidade dos dois. Por fim, Karin resolveu ser solteira e depois de um tempo, se tornou mãe de Kotaru. Já Suigetsu continuava a encher o saco da ruiva sempre que podia.

– Mãe, a cerimonia vai começar. – Sarada nos avisou, apertando as mãos, em um sinal de nervosismo. – Espero que dê tudo certo.

Eu sorri, apertando seu rosto entre as minhas mãos e lhe dando um beijo na testa.

– Querida, já está dando tudo certo. Todos gostam de você, e você é um orgulho para mim e seu pai. Nós te amamos.

– Obrigada, mãe.- ela sorriu, e por detrás dos óculos, pude ver lagrimas em seus olhos. – Obrigada por tudo. Eu também te amo.

E assim, com um empurrãozinho meu, Sarada foi para a frente do palco, encarando a multidão de Konoha. Eu, Sasuke, e os outros, ficamos atrás, vendo a menina se tornar uma mulher ali, bem em frente aos nossos olhos. Meu coração pulava de alegria, e quando ela fez o discurso, não pude deixar de chorar.

Ao meu lado, Sasuke mantinha seu sorriso de admiração e orgulho, discreto, enquanto eu apertava sua única mão contra a minha. Nossos olhos se encontraram por um breve momento, e eu pude ler nos dele a mesma coisa que refletia nos meus.

“É a nossa filha.”

Nosso neném, que agora já era uma mulher linda, pronta para proteger a todos que a cercavam.


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Notas finais do capítulo

Bem, ai está o fim de Maternidade. Essa fic que, a principio, eu escrevi para mim, num momento de rebeldia pelo Gaiden, eu queria mostrar a Sakura como mãe. Eu não imaginava que eu teria tantos comentários, ou favoritos, ou acompanhamentos. Nem mesmo recomendação eu imaginei que teria... e aqui estamos nós, com quase 200 comentários. Para mim é uma alegria imensa poder dividir essa fic com vocês, que sempre foram tão gentis comigo nos comentários, dando a opinião de vocês.
Agradeço a todxs que ficaram comigo aqui, leram, comentaram, favoritaram, acompanharam, recomendaram. Muito obrigada, de verdade.
Bjs a todxs!
Vejo vocês por ai... :D



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