Felicidade. Medo. Insegurança. Felicidade de novo.

Era isso o que eu sentia no momento, enquanto observava o meu corpo no espelho do banheiro; a barriga ainda não estava saliente, mas era surreal imaginar que ali dentro, ainda do tamanho de meu dedão, tinha um novo ser. Um neném. Meu neném.

Não percebi em que momento, mas minha mão estava sobre a minha barriga reta, tentando sentir alguma coisa. Com meu chakra, podia sentir a presença de um ponto pequeno e fraco de chakra. Estava com três meses.

Há três meses atrás, a última vez que vira meu marido, Sasuke. Depois de tanto tempo sem vê-lo, obviamente aproveitamos ao máximo a presença um do outro. E com tantas coisas para dizer e fazer, acabei esquecendo de me prevenir. E com tanto trabalho para fazer, afinal tínhamos uma prestação caríssima da casa que compramos, acabei me esquecendo de que devia menstruar. Só fui perceber que meu período não vinha há bastante tempo quando comecei a enjoar todos os dias de manhã, chegando até mesmo a vomitar umas duas vezes. Além de meu apetite ter aumentado consideravelmente, até mesmo ganhei alguns quilos. Quando um dia fiquei tão tonta que quase cai no meio da rua, resolvi que tinha algo errado. E aqui estou.

O bom de ser uma ninja médica é que não dependo de exames para saber o que eu queria. Com a mão concentrada de chakra, senti o que já esperava. Só que pensar que sabe alguma coisa, é diferente de saber de fato. Entendem o que eu digo? De qualquer forma, é incrível como sua vida pode mudar de repente de um dia para o outro. Um dia você é apenas uma médica recém-casada, e no outro você é uma médica recém-casada e gravida.

Sai de frente do espelho e corri para o telefone. Minha casa estava vazia e silenciosa. Era grande demais para apenas uma pessoa morar, afinal Sasuke raramente estava aqui. Mas agora eu não estaria mais sozinha. Agora eu teria alguém para preencher o silencio.

- Alô? – Ouvi a voz da minha amiga do outro lado do telefone e sorri.

- Porca, sou eu, Sakura. Está ocupada?

- Não. Aconteceu alguma coisa? – Ouvi preocupação em sua voz, mas apenas dei de ombros.

- Aconteceu. Pode vir aqui em casa?

- Claro, testuda. Daqui a pouco chego aí.

Desliguei o telefone e me joguei sobre a cama de casal. Eu fazia isso quando queria pensar em minha vida. Gravida. Ri, passando novamente a mão sobre a barriga.

Eu, Uchiha Sakura, seria mãe.