POV DORCAS

Depois daquela aula, hm, reveladora a respeito de mim e de minhas amigas, fomos para a Educação Física, com a Madame Hooch. Infelizmente, todo o terceiro ano também tinha que ir nessa, e, descendo as escadas para ir para a seção de esportes, Douglas Rocha, um menino que ficou me encarando sinistramente na chamada, me encochou.

Fiz o óbvio. Dei um tapa na cara dele e um chute... hmm, naquele lugar.

Pelo visto, agradei não apenas as minhas amigas, mas também os marotos, que sorriram para nós. Esse Rocha não deve ser alguém que eles gostem muito, assim, sabe.

Não que eu tenha me importado, não tenho nada com aquele grupinho de garotos arrogantes e galinhas.

Se bem que... "Se bem que nada, Dorcas! Fica quieta e segue seu rumo!", disse minha consciência.

OK, quem sou eu, em nome de Merlin, para contrariar eu mesma, certo?

Aaah, mas o Lupin é um gato...

"Como se ele fosse olhar para você, né? Se enxerga!", disse, novamente, minha mente.

Nossa, estraga-prazeres...

(...)

Quando finalmente chegamos na grande quadra, onde dá para jogar futebol, basquete, vôlei e handebol ao mesmo tempo, encontramos a professora olhando-nos com reprovação, por termos chego um pouco atrasados. Como se desse para vir mas rápido! Só voando...

Madame Hooch manda irmos rápido para o vestiário, para pormos a roupa específica. Para os meninos, é uma bermuda e regata, e as meninas devem usar uma regata com top e shorts, mas nada muito exagerado. Apesar de sempre tem umas vagabas que insistem em usar aquele shorts enfiado no rabo. Mas isso já não é problema meu.

Vamos para o vestiário, e a professora só deu 5 minutos para nos arrumarmos, o que definitivamente NÃO é o suficiente. Tem todo aquele esforço de tirar a roupa e por outra, e eu sou muuito enrolada.

(...)

Após nos trocarmos e prendermos o cabelo em rabos de cavalo, saímos do vestiário (só um minuto atrasadas, por incrível que pareça) e vemos que Parkinson e suas amigas já estavam lá na quadra, fazendo alongamentos de forma a deixar a bunda empinada na frente dos meninos. Depois reclamam que as chamam de vadias, mereço.

Madame Hooch manda as meninas para a área de quadras de vôlei e os meninos para as de futebol, porque, como tem uns 100 alunos no nosso ano, é necessário todo esse número de áreas esportivas para todos se exercitarem.

Eu amo jogar vôlei, e minhas amigas também, e decidimos ficar no mesmo time (óbvio). Então, no final, ficou: eu, Marlene, Lílian, Alice, Molly e Andrômeda de um lado, e Bellatrix, Narcisa, Parkinson e Amber, Madison e Ashley (líderes de torcida) do outro.

Dei uma olhada para o lado, onde havia uma rede que separava as quadras. Ali estava tendo jogo de futebol e me peguei observado Lupin. Ele parecia tão relaxado com seus amigos...

Sacudo a cabeça e presto atenção no jogo, e bem a tempo. Parkinson havia cortado uma bola com toda a sua força para cima de mim, mas rebati com uma manchete passando para Lily, que passou para Marlene, que cortou em cima da Bellatrix. Fiquei feliz ao ver que ela ficou vermelha ao desviar da bola com medo, nos deixando marcar o ponto.

(...)

Finalmente, o jogo acabou, e nem preciso dizer que ganhamos. Mas, a ridícula da Ashley, não deve ter percebido isso. Ela viu, que eu estava de costas, DE COSTAS, veja bem, pois o jogo JÁ havia acabado, e tacou com tudo a bola na minha cabeça, com força.

Eu caí, mas não iria chorar. Nem gritar. Mas Lily fez isso por mim, gritando um "SUA VACA, VOU TE MATAR ASHLEY", e Lene pulou para cima da garota. Alice começou a estapear Parkinson, que estava rindo da minha cara, e Molly ficou discutindo com Amber, enquanto Drômeda brigava com Narcisa e Bellatrix, por serem tão estúpidas.

Mas outras pessoas viram o ocorrido, como... bem, os marotos. Pouco depois de eu cair no chão e começar todo aquele fuzuê, Lupin, que, não sei porquê, estava me observando, gritou "Meadowes", e correu (sim, ele SAIU do jogo, coisa que eu não sabia que ele era capaz) na minha direção.

Assim que ele chegou até mim, segurou minha cabeça e olhou para ver se não estava com nenhum dano sério. Achei estranho, nós nem nos conhecemos. Okay, estudamos juntos há dois anos, já trocamos algumas palavras, mas nada que mereça ser levado em conta.

– Você está bem, Meadowes? - ele falou.

– Estou melhorando, Lupin, obrigada. - digo, mas sem me afastar.

– Ah, que bom, não sabia que a Ashley conseguia ser tão estúpida. M-mas, se precisar de alguma coisa... - ele disse, gaguejando. Será que ele estava nervoso? Mas pelo que?

– Pode deixar, Lupin. - falo, um pouco constrangida.

– Hm, pode me chamar de Remo, Meadowes.

– Só se você me chamar de Dorcas.

– Está bem, Dorcas.

Um silêncio constrangedor fica entre nós.

– Então... Tchau, Remo. - digo, me levantando e dando as costas a ele. Minhas amigas me olham tipo "não acredito", e eu sorrio.

Mas, por que eu estava sorrindo afinal de contas?

Eu devo estar ficando doida.

POV ALICE

Após minha treta maravilhosa com a Parkinson e a conversinha de Dorcas e Lupin (estou sabendo de tudo, dorquitas, t-u-d-o...), fomos nas arquibancadas esperar a aula acabar.

Observamos o jogo dos meninos e... AH! Quem eu estava querendo enganar? Óbvio que eu não estava dando a mínima para o jogo em si. Eu estava prestando atenção em outra coisa. Ou melhor, em alguém.

Se você pensou Frank Longbottom, acertou, parabéns. Embora eu seja totalmente desligada no futebol, pude ver que seus gols eram muito incríveis, mas, sinto dizer, não melhores que os de Potter (o capitão arrogante), e os de Black (o, bem, "arrogante" também). Lupin era goleiro, e na zaga (sim, eu sei alguns termos) estavam o menino Pettigrew (mal conheço) e Weasley, um ruivo.

Pude notar um certo interesse beem mal disfarçado da minha querida amiga Molly neste último. Fiz questão de dizer:

– Só não vai babar pelo Weasley, Mollyzita.

A coitada se engasgou com a própria saliva, e até foi engraçado. Não tem como esconder nada de mim.

– Pois você acha que eu não notei o seu foco em um certo garoto novo, Alice, querida? - ela fala, se recompondo. Foi a minha vez de corar.

(...)

Assim que acabou a aula, a professora mandou todo mundo para os vestiários, para nos trocarmos de novo, então levantamos das arquibancadas. Antes que eu pudesse dar um passo, ouço um grito:

– Carter?

Olho para a quadra e vejo que é o Frank. Meu coração acelera.

– E-eu? - gaguejo. Idiota, idiota, idiota, para que mostrar o nervosismo?

– Sim, você pode esperar um pouquinho? Eu queria falar com você.

Fico corada e concordo. Observo a reação das pessoas: minhas amigas me olham maliciosas, Parkinson com ódio, os marotos com surpresa... Muitas expressões.

(...)

Assim que estamos sozinhos (mandei as meninas irem pro vestiário antes de mim), ele sobre as arquibancadas até onde eu estou e se senta ao meu lado. Estremeço ao sentir sua presença, e espero que ele não tenha notado.

– Bem, Carter, eu estava aqui pensando...

– Pode me chamar de Alice, Longbottom.

– Então me chame de Frank!

– Okay, Frank.

– Bem, como eu disse, eu estava pensando se você não gostaria de ir à Hogsmead comigo esse sábado... Eu sei que nos conhecemos hoje, mas, pelo que eu vi,você é uma menina diferente das outras, é tão simpática, divertida e, bem, não fútil. Além de ser... bonita de forma natural - ele cora, me fazendo corar também. - Eu sei que talvez você não queira, eu vou entender, mas, ah, eu tinha que tentar!

– Calma Frank! Eu aceito o seu convite - digo constrangida, olhando para baixo.

Ele fica feliz automaticamente e me dá um beijo na bochecha. Fico ainda mais corada e surpresa, e antes de ir embora, ele me dá um pirulito, daqueles que tem chiclete, sabe? Bem, eu amo, como ele sabia?

– Hã, obrigada! É o meu favorito! -digo.

– Se acostume, eu sou uma pessoa um pouco aleatória, às vezes. E também é o meu preferido - ele fala, piscando para mim e indo embora.

Sorrio para o nada.

Eu devo estar mesmo perdida.