Um amor que nunca falha escrita por Vickysmeow


Capítulo 8
Capítulo 7: Contos e memórias




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~~Wendy Darling~~

– Me desculpe pela demora, Wendy! - Disse Regina adentrado a sala novamente com um sorriso no rosto.
– Tudo bem. - Falei retribuindo o sorriso. - Eu, tenho que ir agora. Meus pais vão ficar preocupados.
Me levantei e devolvi o livro de Henry no colo do garoto. Ele insistiu em me distrair para que eu não interrompesse o que quer que seja, que tivesse acontecido lá fora.
– Oh, não! - Disse a prefeita balançando as mãos. - Digo, fique para jantar. Tenho certeza que seus pais entenderam.
– Mas... - Comecei. Eu já ia dar vários argumentos, mas Henry se animou e sorriu para mim com aquele sorriso doce e infantil. - Mas, sou alérgica a morango. - Completei mudando o que eu realmente ia dizer.
– Sem problemas! - Regina sorriu batendo uma palma. - A sobremesa hoje, é torta de maçã!
Ela foi para a cozinha. Me virei para Henry buscando alguma dica ou alguma outra ajuda. Seu olhar era de preocupação e medo. Mas, do que?
– Henry? Tudo bem? - Perguntei. Ele caminhou até o sofá e sentou-se com o livro de contos no colo. Me sentei ao seu lado. - Não gosta de torta de maçã ou...?
– Não. Eu não gosto de maçã. - Respondeu. Eu ri, pois era irônico. - É coisa de família.
Ele abriu o livro aleatoriamente. Desta vez, o conto era Branca de Neve. Havia fotos de sua madastra vestida de preto sorrindo triunfante. Branca de Neve vestia roupas estranhas, bem reais para mim, e mordia uma maçã; uma fruta igual a da arvore de Regina. Ela chorava.
Henry voltou algumas páginas e havia outra figura. Um príncipe encantado que se parecia com o antecessor de meu pai. Em outra imagem, uma adaga voava em direção da rainha má, mas, na verdade, a arma acertara o ar.
Franzi a testa. Eu não estava entendendo nada. Por que ele queria me mostrar essa história que eu conheço desde pequena? Bem, eu conhecia até o final feliz em que a princesa e o príncipe se casam. Agora, já não tenho certeza e não sei de mais nada. Tudo está confuso em minha cabeça.
Henry me olha e vira mais duas páginas. Há uma imagem com um bebe enrolado em uma manta bordada com o nome "Emma". Emma? Olho para a bebê e para o casal ao lado. Ambos aterrorizados. A rainha má está presente de novo e observo bem seu rosto.
Sinto meu sangue acelerar dentro das veias. Aquele rosto anguloso e claro. As roupas pretas e o batom. Aquela bola de fogo que a rainha está segurando. Eu conheço tudo aquilo. Imagens rodam como um filme em minha mente.

"A floresta estava escura e úmida. O céu estrelado aumentava o brilho da lua. Havia varias pessoas. Emma carreava uma espada. Um pirata com uma só mão e um gancho na outra, lutava. Mary atirava flechas e James tinha outra espada
– São só crianças! Somente meninos perdidos! - Emma disse impedindo Mary de disparar uma flecha."

A cena mudou.

"Uma homem que eu não reconheci carregava Henry nos braços. Ele parecia estar desmaiado. O Sr. Gold estava com roupas estranhas e diferentes, caminhava ao lado do homem e fagulhas brilhantes saiam de seus dedos.
Tinha um garoto. Minha visão embastou e não vi o rosto dele. Consegui deduzir que seu cabelo era cor de ouro e sua altura e seu jeito me pareciam familiar.
– Não vai contar ao seu filho por que o abandonou?! - Gritou o garoto. - Não se preocupe beaufire! O abandono é de família, não é Rumple?!
– Cale a boca, Pan! - Disse o Sr. Gold em um grito áspero. Peter sorriu e riu.
– Pobre Henry! Nunca se sentiu parte da família. Nem Regina e nem Emma o fizeram feliz! Vocês o perderam! Agora, ele é um menino perdido! Ele é meu, e ficara na Terra do Nunca!"
A cena se desfez e minha cabeça parecia girar. Armas? Meninos perdidos? Peter Pan? Henry? Quem era Beaufire? Tanta perguntas e nenhuma resposta. O que foi tudo aquilo? Por que quando eu toquei naquele livro isso aconteceu? Espere, Terra do Nunca?! Por que sempre esse nome?
– Wendy? - Fala Henry sacudindo meu braço. Volto a realidade e olho para ele. Estou tonta e confusa. Nunca mais quero chegar perto daquele livro!
– Eu... Tenho que ir, Henry. Sinto muito! Avise sua mãe e diga que eu... Volto outro dia.
Levantei- me do sofá e cambaleie até a porta meio tonta. Minha mente girava com tanta coisa estranha e familiar ao mesmo tempo. O que está acontecendo comigo?!
Henry me chama mas, eu abro a porta e saio. Me sinto perdida. Aquele jardim enorme e verde. Aquela única arvore. Aquela única macieira com maçãs tão vermelhas que parecem pintadas. O caminho até o portão parece tão longo, que me canso só de ver. Meus olhos perdem o foco e o lugar gira diante deles. Mais lembranças. Mais momentos familiares.
Chega! Chega! Pare com isso! - Digo a mim mesma com as mãos em punhos ao lado da cabeça. Isso não existe! Contos de fadas não existem! Estou louca! Sinto que estou andando, mas não vejo para onde. Só sei que, sinto o impacto e a grama macia sobre mim. Minha ultima visão, é uma maçã que está caída ao meu lado.

~~Peter Pan~~

Idiota! Seu idiota! Eu odeio e nunca odiei mais Regina. Ela diz que não, mas ainda possui aquela maldade de antes dentro dela. Henry pode ter amolecido seu coração de pedra, mas ainda há maldade nele e posso ver como o próprio está escuro.
Ando pelas ruas desertas de Storybrooke. Ninguém sai na rua a noite e nenhuma alma viva deixa a janela aberta depois que eu resolvi ficar na cidade. Cortesia minha. Não posso me distrair. Wendy ainda está dentro daquela casa e ainda está em perigo.
– Ela, ou você? - Uma voz pergunta atrás de mim. Viro-me irritado. - Olá, Peter.
– grilo. - Murmuro impaciente.
– Eu prefiro...
– Tanto faz! O que quer? Veio me dar algum sermão? - Pergunto querendo ainda ter minha alma para roubar a dele. Mas, ela ficou solta por ai, e não vai voltar.
– Não. Por outro lado, vim ajuda-lo. - Ele diz. Reviro os olhos pois, isso dá no mesmo. - Deixe eu terminar, Pan. Wendy está em perigo. Sabe o que Regina fará se você não impedir. Vai deixar acontecer? De novo? Vai trocar Wendy pela magia, de novo?
– Eu não estou trocando ela pela magia! - Retruquei tentando impedir que a irritação virasse ódio.
– Sim. Está sim. Pode negar para os outros, pode negar e tentar convencer você mesmo de que não está apaixonado por ela. Mas está. Não negue pra mim! - Disse ele quando abri a boca para protestar. - Está trocando-a por poderes que um dia acabarão você querendo ou não! Pode mentir para todos, mas seu coração sabe a verdade.
– Vai embora. Não pedi conselho e nem marquei uma consulta. - Falei e me virei.
– Não a perca novamente. Se a ama, e sei que sim, não deixe Regina estragar tudo. Não desista. Peter Pan nunca falha! - Falou ele me fazendo parar onde eu estava. Cerrei os dentes pois, sabia que ele tinha razão. - O amor verdadeiro, é a magia mais poderosa de todas. E essa, é a única que não tem um preço!
O grilo virou-se e começou a caminhar de volta de onde veio com sua bengala e suas roupas de lã. Virei impaciente. Ele estava certo. Mas, eu não podia arriscar. Regina estava com meu coração e as ordens dela foram bem claras.
Ok! Tudo bem! - Disse a mim mesmo. Mas, se vou salvar Wendy e pegar meu coração de volta, preciso de ajuda. O que?! Não! Não preciso de ajuda! - A outra metade de mim disse. Peter Pan nunca falha!
Não sei por que fiz isso, mas, sei que vou me arrepender e me odeio por isso. Volto para a casa de Regina correndo o máximo que consigo.
Entro pelo portão baixo e vejo a porta aberta e a luz acesa lá dentro. O cheiro de torta paira no ar. Droga! Maçã! Torta de maçã! Não! Wendy!
Estou prestes a entrar naquela casa e juro a mim mesmo que matarei Regina hoje; quando ouço um gemido baixo. Procuro de onde vem o som e meus olhos fixam-se na macieira.
Há maçãs por todos os lados devido ao momento que a prefeita me jogou contra a arvore minutos antes. Wendy está caída e me parece inconsciente. Uma maçã vermelha está ao lado de seu rosto e penso o pior. Estou dividido entre entrar e matar Regina ou, levar Wendy para longe. Repasso as palavras do grilo e corro até a garota indefesa na grama.


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