Um amor que nunca falha escrita por Vickysmeow


Capítulo 6
Capítulo 5: Henry




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~Wendy Darling~~

O dia amanheceu lento e preguiçosamente. Os raios do sol demoraram a invadir meu quarto e a brisa do vento quente se atrasou para balançar as cortinas de seda branca na janela do segundo andar. Pulei da cama antes das oito da manhã de sábado. Coloquei um shorts jeans e uma regata acompanhada de meu all star surrado e desci para o café.

Mamãe arrumava a mesa com frios, pão e frutas. Papai já deve ter saído em direção da delegacia pois, seu jornal estava intocável em cima da mesa com seu café ao lado. Sorri para minha mãe quando ela colocou um prato com dois ovos e uma tirinha de bacon formando um rosto.

– Mãe! Não sou mais uma criança! - Protestei rindo e comendo mesmo assim.

– Eu sei. E estou fazendo isso para comemorar. - Disse ela para mim. Observei ela, confusa e não entendendo nada do que ela queria dizer. - Não me diga que esqueceu?! Hoje é seu aniversário! Que tipo de pessoa esquecesse o aniversário?

– Isso é sério?! Meu Deus! Como eu pude esquecer? Caramba, meu aniversário e eu mesma esqueço dele. - Falei espantada. Ela ri depois que um riso sai de dentro de mim meio vacilante.

– E, por isso, vamos comemorar que você agora não é mais uma criança. É uma mulher! - Falou ela pegando um copo de suco de laranja e erguendo-o no ar.

– Mãe - Comecei, por que aquilo era ridículo. - Eu tenho quinze... dezesseis agora, então... não. Eu não sou uma...

– Sim. É sim. - Retrucou ela abaixando o copo. olho para ela com tédio. -Tá legal! Uma, quase mulher. E, já que é assim, tem idade o suficiente para cuidar de uma criança. - Engasguei com os ovos e depois que conseguir respirar novamente voltei os olhos para ela, que estava sorrindo.

– Babá? Não, você não fez isso! Mãe, eu adoro crianças mas, eu não sei nada, nada sobre elas! - Argumentei seguindo-a até a porta quando a campainha tocou duas vezes.

Ela abriu a porta e do lado de fora encontravam-se um garotinho de uns onze anos e Emma. Eu não sabia que ela era mãe e nem que Henry era filho dela. Tá, tem muito coisa que eu não sei sobre Storybrooke, mas, sei o bastantes para entender que duas mulheres de meia idade não podem ser mãe e filha, no caso de Emma e de Mary. Henry sorriu para mim e eu forcei um sorriso. Não notei que rolava uma conversa ali.

– É rápido. Pego você antes do almoço, Henry. - Disse Emma dando um beijo na testa do garoto e depois saindo.

Minha mãe trouxe Henry para dentro e nos sentamos no sofá. Notei que ele trazia uma mochila com livros. Droga! Estudos? Sério, garoto? Sinto em desaponta-lo mas, eu não chego perto de um "B" a anos; mesmo nas aulas particulares que cercaram minha vida inteira.

Se eu estava pensando que minha mãe iria me ajudar a tomar conta desse menino eu estava totalmente errada. Cinco minutos depois ela saiu para procurar emprego em alguma loja qualquer que exista nessa cidade estranha. As duas primeiras horas foram fáceis. Henry pediu suco e fizemos biscoitos de chocolates e uma bagunça na cozinha. Até que me diverti. Uma batida na porta me fez por de volta a farinha em minha mão - pronta para jogar em Henry -, no pote. Peguei um guardanapo e corri até a sala.

– Oi! - Falei abrindo a fechadura com certa dificuldade.

Era Peter. Ele riu da minha situação. Eu deveria estar com farinha na roupa no rosto e até no cabelo se duvidar. Logo depois Henry apareceu e o humor de ambos se foi. Percebi que havia algo estranho, uma energia negativa entre eles. Peter voltou o olhar para mim.

– Então... - Ele disse alterando o olhar de mim para Henry. - Babá? Farinha? Deixa eu adivinhar... bagunça na cozinha? - Ri e tentei limpar com o pano de prato o máximo que consegui de meu rosto.

– Sim. - Respondi rindo e passando o pano para Henry se limpar também. - Estávamos fazendo biscoitos então, começou a bagunça. Foi divertido, não é Henry? - Perguntei voltando-me para o garoto ao meu lado que ainda encarava Peter. - Ah... Pergunta. O que faz aqui? Como sabe onde eu moro?

– Resposta. No sue primeiro dia eu evitei arranhões e dores em seu corpo. Se lembra? - Peter sorriu e Henry revirou os olhos e voltou para dentro sentando-se no sofá. Depois de alguns segundos, voltei a atenção para Peter.

– Tá. Eu... Tenho que ir, não se importa não é? - Perguntei apoiando-me na maçaneta suja de trigo.

– Quer ajuda? Para limpar. - Peter disse espiando dentro de casa. Segui seu olhar e vi que na sala haviam pegadas brancas e a parte visível da cozinha estava imunda. Eu realmente ia precisar de ajuda.

– Talvez, não seja tão mal assim. - Respondi e fechei a porta depois de ele entrar.

~~Peter Pan~~

Em uma hora a bagunça de Wendy e Henry estava arrumada. Sem farinha na cozinha, sem louça na pia e até o quadro da parede da sala endireitado. Wendy fez um lanche para nós com sanduíches e suco de laranja. Sentamos no sofá e Henry preferiu mostrar seu livro idiota - que contém minha história e que pode estragar tudo o que eu fiz e planejei -, do que ver o filme bobo para crianças que passava na TV. Pirralho mimado! Eu não esperava menos do "filho" da prefeita. E, bem... filho de Emma.

– Tem muitos contos. - Contou ele. - Chapeuzinho vermelho, Branca de neve, A bela adormecida... Tem também João e Maria e Pet...

– Eu já vou indo! - Falei interrompendo antes que ele, literalmente, estragasse tudo. Levantei-me do sofá e Wendy também sem levantou tirando a atenção de Henry; felizmente.

– Mas, está cedo e poderia ficar até minha mãe voltar. Ontem ela me perguntou se eu tinha feito amigos e queria que ela te conhecesse. - Argumentou ela rapidamente. Sorri, pois, gostei de seu pedido para mim ficar mas, sabia que não era nada de mais.

– Wendy - Chamou Henry sacudindo a mão dela . - Quer ouvir uma história? Por favor! Por favor! Eu adoraria conta-la para você! - Henry implorou fazendo-a sentar-se novamente. Pirralho mimado! Ela me olhou pedindo desculpas.

– Tudo bem. Amanhã a gente se fala. - Disse eu colocando a jaqueta pendurada atrás da porta. - Tchau Wendy. Henry.

– Tchau, Pan. - Respondeu ele abrindo o livro.

Percebi que Wendy se virou imediatamente para mim confusa e espantada. Parei no lugar e desejei poder ter matado aquele garoto quando tive a chance. Mais que droga, Henry! Vamos Pan! Pense em alguma coisa! Me virei para ela, debruçada no braço do sofá de boca aberta esperando alguma explicação.

– Ah... ele me acha parecido com ele então... me chama assim. - Argumentei pedindo que ela acreditasse em mim, mas não fui tão convincente assim. Percebi isso pela expressão de "tudo bem, acredito em você" do tipo " Não acredito em você". Uma buzina fez todos nós assustarmos e Emma desceu do carro amarelo dela. Obrigado! - Pensei comigo mesmo.

Emma parou na minha frente com as mãos nos bolso da calça jeans e me olhou com desconfiança. Neguei com a cabeça para confirmar a ela que, o que ela estava pensando que eu fiz, eu não tinha nem pensado em fazer. Henry correu e a abraçou. Wendy parou no batente da porta.

– Ele se comportou? - A loira perguntou com o braço nos combros do filho sorrindo para Wendy.

– Como um anjinho. - Respondeu ela forçando um sorriso perceptivelmente falso. Emma retribuiu da mesma forma e depois agradeceu a ela e partiu. Wendy se virou para mim com os braços na frente do corpo pois, ventava um vento gélido. O inverno estaria chegando pelo meus cálculos.

– Tenha um bom dia, Wendy. - Falei.

– Igualmente - Ela fez uma pausa e riu consigo mesma. - Peter Pan.

Sorrimos um para o outro e depois ela entrou fechando a porta.

~~Wendy Darling~~

Eu estou jogada em minha cama com os pensamentos a mil. Essa história toda de eu esquecer meu próprio aniversário, de eu ser uma babá por um dia e de receber a visita de Peter sempre que eu preciso - mesmo que indiretamente -, de sua ajuda é muito para mim. E, além disso, Henry o chamou de Pan! Nada faz sentido nessa cidade. Há uma relógio que não funciona, uma biblioteca embaixo do mesmo, apenas uma pousada com uma lanchonete que por acaso, tem uma vovó e uma neta com mechas vermelhas - me lembra muito um conto de fadas -, e uma prefeita que se esconde demais. E agora, um garoto que eu conheço chamado Peter é chamado por Henry de Pan. O mais estranho nisso tudo, é que, eu tenho a leve impressão de conhece-lo e de já ter ouvido o conto de fadas chamado "Peter Pan" só, não sei se foi sonho ou realidade. Acabei de perceber que o livro que vi na biblioteca, a mesma história, está no livro de Henry.

Sento em frente ao meu computador e abro o google. Digito "Storybrooke" e nada aparece. "Busca não encontrada". Mais o que...? Como assim? Deveria aparecer que era uma cidade no meio do nada; pelo menos isso! Nada! Sério, google? Pesquiso novamente e nada. Estou começando a me preocupar. Não há nada sobre essa cidade na internet. As coisas acabaram de ficar ainda mais estranhas.

Me jogo na cama com a impressão de que os problemas e as duvidas, acabaram de começar e estão apenas me mandando um aviso de que ele serão pesados e enormes.


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