Um amor que nunca falha escrita por Vickysmeow


Capítulo 5
Capítulo 4: Era uma vez




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~~Wendy Darling~~

Eu realmente não sei por que eu deixei um garoto que, eu não sei o nome me levar para as docas.

Barcos flutuavam na água clara do mar e suas velas balançavam com o vento das dez da manha. O sol era quente e o vento morno.

– Então - comecei depois que prendi meu - minha cachoeira com ondulações compridas - cabelo em um coque rápido e despojado. - Eu estou com medo.

– Medo? - Ele riu e me encarou enquanto passávamos pelas pontes de madeira.

– Não, é que... Bem, eu deixei um garoto que eu nem sei o nome me trazer para um lugar na minha cidade nova. Você pode ser um maníaco ou seqüestrador.

– Tecnicamente eu sou. - Ele disse. Parei no lugar e o encarei. Eu só consegui relaxar depois do sorriso que ele deu. - É brincadeira. Oh! Perdoe-me.

– Pelo que? - Perguntei tentando lembrar de algo que ele me fez.

– Por eu não me apresentar. - Respondeu ele e parou na minha frente. Fez uma reverencia ridícula que me fez rir. - Peter.

Procurei por um segundo por algo que eu pudesse usar como saia para minha reverencia mas, acabei usando as mãos.

– Wendy, senhor Peter. - tentei não corar. - Sua vez.

– Ok! Gostaria de ouvir uma historia fantástica sobre os contos de fadas, senhorita Wendy? - Rimos e ficamos em silencio por um segundo. - Sua vez.

Nos sentamos no final de uma das pontes e ficamos com os pés na água. Eu estava pensando em algo para dizer quando Peter começou a contar um conto para mim.

– Era uma vez... - fixei meus olhos em seu rosto. Seus olhos, seu nariz e seus lábios que se mexiam conforme as palavras. - Um menino que não queria crescer. O nome dele era Peter Pan...

– Não, não. Espera! Peter Pan? Peter? - Olhei para ele franzindo a testa. Ele deu de ombros. - Desculpe. Continue.

– Pan feriu pessoas, destruiu família. Destruiu sua própria família por algum tempo. - Eu não conseguia piscar tentando digerir as palavras dele. - De noite. Bem ali! - Ele apontou para o céu. - A segunda estrela á direita e depois direto até o amanhecer, está a Terra do Nunca. Peter viveu lá e todas as noites, sua sombra levava uma criança. Os meninos perdidos.

– Não haviam meninas? - Perguntei. Senti que não deveria ter feito isso pois, a expressão dele passou de divertida para dor de estômago. - Tudo bem?

– Está sim. Continuando, nunca houve meninas. Apenas uma. Mas, logo Pan soube que ela traria problemas. Pensou em mata-lá mas, ela seria útil para contar historia aos meninos perdidos. Então, ele a mandou embora. Deu a ela uma poção do esquecimento. Bem, por enquanto, é o fim.

– E, o que tinha nessa poção? - Perguntei ainda chocada com a historia dele por mais que fosse apenas um conto. - Ela morreu? Ela sumiu?

– Bem, metade da poção é pó de fada. Um ingrediente raro. - Olho para ele confusa tentando descobrir como ele sabe de tudo aquilo. - A garota... Ela... Foi embora da Ilha. Pan foi cruel. Ele apagou a memória dela. Tirou todas as lembranças felizes e a fez voltar para a casa e crescer. E, ele nunca se perdoou por isso. Nunca.

Um silencio pairou entre nós. Peter contou esse conto de um jeito que me fez pensar que isso, foi real. Imagens passaram em minha cabeça. Uma ilha com vários meninos, Peter Pan e a garota. Um arrepio me percorreu pois, vi meu rosto no da garota.

– Por isso Terra do Nunca? Por que ele nunca se perdoou? - Perguntei abaixando a cabeça para impedir o sol nos meus olhos.

– Não. - Disse ele rindo. - É por que, lá nada é impossível e nunca crescemos. E também, por que, os meninos que a sombra de Pan levava, nunca mais se sentiriam sozinhos.

– Sonhei varias vezes com um lugar perfeito. Chamei de Terra do Nunca. - Comentei olhando para meus pés embaixo da água. Senti seu olhar em mim e tentei não corar. - Por que, percebi que esse lugar nunca poderia existir. Percebi que não existem lugares onde não há medo e nem tristeza. Eu acho que, imagino esse lugar em meus sonhos por que, eu queria que ele existisse.

– Talvez, todos queiram um lugar desse.

~~Peter Pan~~

Me despedi de Wendy perto da hora do almoço. Minha cabeça girava com as lembranças da Terra do Nunca e da diversão que tínhamos lá. Eu não sei por que, mas, eu precisava contar isso para ela. Estava preso dentro de mim mesmo por quase dois anos; me arrependendo a cada segundo pelo o que eu fiz com Wendy. Ela não merecia. Eu fui cruel.

Passei pela porta de casa e encontrei Rumple com Bella e um balde de pipoca com um filme passando. Típico programa de um casal. Subo as escadas pedindo que não me notassem.

– Peter! - Bella chamou. Bufei e me virei no quinto degrau. - Tem comida na geladeira.

– Não estou com fome. - Falei.

– O que houve? Colocou aquilo na bebida de Wendy ou não? - Rumple perguntou. Bella estava confusa e eu o odiei por isso.

– Talvez.- Menti e depois subi e tranquei a porta feito um adolescente.

Ouvi passos nas escadas e no corredor. Tinha certeza de que era Bella. Ela sempre vem falar comigo quando eu chego desse jeito. Batidas na porta confirmaram isso. Não abri.

– Me responda! - Disse meu filho entrando.

– Não interessa se eu fiz ou não! - Respondi irritado caminhando até ele.

– Ninguém quebra um acordo comigo, Peter Pan. - Disse ele no mesmo tom que eu.

– Exceto eu. Lembra-se? - Retruquei. - Agora, vá embora.

– Tem até amanhã...

– Ou o que? O que vai fazer?! - Perguntei irritado quase batendo a porta na cara dele.

– Ou eu vou fazer questão de ir pessoalmente até Wendy e fazer ela lembrar de tudo! Tudo o que você fez! De como você foi cruel! Então - Completa ele pegando a maçaneta pronta para fecha-lá. - acho melhor cumpri sua palavra, Papai.


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