Um amor que nunca falha escrita por Vickysmeow


Capítulo 2
Capítulo 1: Storybrooke




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~~Wendy Darling~~

Acordei mais uma vez com o mesmo sonho. Uma terra perfeita, onde se pode fazer tudo se acreditar. Onde nada é impossível. Eu realmente odeio sonhar com coisas perfeitas por que, sei que quando é bom demais alguma coisa, essa coisa não existe.

–Bom dia! - Disse minha mãe quando eu entrei na cozinha e peguei uma maçã verde. Eram minhas preferidas.

– Bom dia. - Respondi desanimada me sentando em uma da cadeiras da mesa.

Hoje eu e minha família vamos nos mudar para uma nova cidade. Storybrooke, no Maine. Eu acabei as minhas aulas particulares em casa e meus irmãos estão viajando á negócios. Eles cresceram demais e muito rápido. Desde que acordei em meu quarto com as roupas sujas de terra e os cabelos cheios de nós, me sinto confusa e incomodada. Foi como se o tempo tivesse passado apenas para meus pais e meus irmãos e não para mim.

– Wendy, eu sei que está cansada e ansiosa, mas ao mesmo tempo está preocupada e insegura. -Falou minha mãe sentando-se em outra cadeira. - Mas, seu pai conseguiu um emprego de xerife e isso vai ser bom.

– Eu estou bem, mãe. - Falei, mas, no olhar dela, percebi que ela não tinha se convencido. - É sério!

– Está bem. Agora, suba e pegue as suas malas. Estamos saindo em dez minutos.

Deixei a maçã com apenas uma mordida em cima da mesa e subi as escadas de dois em dois degraus. Talvez, minha mãe estivesse certa; eu estou ansiosa mas, preocupada e insegura. Não é fácil começar de novo em uma cidade nova e quando não se tem nenhum amigo e não se conhece ninguém. Na verdade, nunca ouvi alguém dizer que estava indo para Storybrooke e nunca vi essa cidade nos mapas.

Ajudo meu pai a colocar minha mala no porta malas do carro e entro no banco de trás. Verifico meu cinto e espero pela hora de partir.

~~Peter Pan~~

A lanchonete da vovó está cheia nesta manhã. Ruby vem trazendo meu chocolate quente e agradeço por ninguém me notar e continuarem suas vidas fingindo como se eu nunca estivesse aqui.

Depois que Wendy saiu da Terra do Nunca e as maldições acabaram, assim como as guerras entre os contos, vim para Storybrooke e me resolvi com todos.

– Olha só, Peter Pan. - Diz ela colocando a caneca na mesa. - Veio pegar algumas crianças?

– Desta vez não. E, meus motivos são meus. - Respondi rodando a caneca na mesa.

– Já se ajeitou com o Sr. Gold? Emma também não gosta muito de você. Ninguém gosta. - Comentou ela sentando-se a minha frente.

– Não importa para você. - Respondi sem paciência nenhuma. - Sua avó te chama - Fiz uma pausa e olhei para ela sorrindo irônico. - Chapeuzinho.

Me levanto da mesa deixando o chocolate quente intocável e deixo dinheiro ao lado da caneca. Ruby me olha amarga, mas eu ignoro.

– Você é cruel e frio, Peter Pan! - Ela grita enquanto passo pela porta e saio na calçada.

Storybrooke é pequena e todos os personagens dos contos de fadas vieram parar aqui depois de algumas maldições. E, uma delas, foi feita pela prefeita - a rainha má da Branca de Neve - e a outra por mim mesmo. E pelo que me lembro, a última maldição foi lançada pela Bruxa má do Oeste. Não me arrependo de nada do que fiz. A única coisa é que ás vezes me pego pensando em Wendy.

Procuro as chaves no bolso da jaqueta. Engulo em seco e destranco a porta da casa do Sr. Gold. É incrível como o perdão é fácil de se conseguir nesta cidade. Anos atrás, meu filho me odiava, assim como todos aqui. Agora, eu moro com eles.

– Bella! Onde está...? - Ouço meu filho dizer saindo da cozinha. Ele me olha e hesita antes de continuar. Eles ainda não confiam muito em mim. - Pan. Voltou cedo.

– Tudo bem, não se prenda por mim, Rumple. Você ia perguntar algo para Bella. Continue. - Falei e a porta se abriu.

O som de risadas invadiu o cômodo. Emma - Ironicamente, a filha da Branca de Neve -, Gancho e Henry entram. Henry trás o livro "Once Upon A Time" nos braços. Assim que eles me notam, param de rir de, seja lá o que for. O tempo também não passa em Storybrooke. Uma nova maldição foi lançada e a barreira foi refeita em volta da cidade.

– Desculpe se atrapalhamos...- Disse Gancho alterando o olhar de mim para o Sr. Gold.

– Tudo bem. Olá, Henry! - Falei sorrindo para o garoto que eu seqüestrara e quase matara. Emma puxa o filho para perto dela. - Fique calma senhorita Swan.

– Tenho meus motivos, Pan. Levou meu filho para a Terra do Nunca, arrancou seu coração e trocou sua alma com a dele. - Retrucou ela com a voz firme. Revirei os olhos e os encarei.

– Parabéns, pelo casamento. - Falei e depois acenei com a cabeça. - Pobre Baelfire. - Emma quase pulou em cima de mim, mas Gancho a segurou. Eu ri e isso só a deixou mais irritada. - Boa tarde para a família feliz.

Sai de dentro daquela casa novamente e caminhei pelas ruas. Praticamente, todos nessa cidade me odeiam. Cada um tem seus motivos mas, os motivos que mais ganham pontos nisso tudo foi que, eu raptei Henry e joguei uma maldição neles que fez o tempo parar novamente em Storybrooke.

~~Wendy Darling~~

A placa de "Bem vindos á Storybrooke" passara por nós como um vulto verde. Chegamos na cidade e ela já se tornara estranha.

Senti algo diferente; como se alguma coisa se encaixasse dentro de mim no momento em que passei pela placa. A imagem da Terra do Nunca - como eu decidi chamar o lugar de meus sonhos, por que as coisas que acontecem lá, nunca, poderia acontecer aqui -, invade minha mente e não sei se é um sonho ou se é uma memória. É tão clara a imagem e forte a sensação de que já estive lá... Estranho.

Meu pai para o carro em uma casa de esquina de dois andares de estilo antigo. Solto o cinto e pulo do carro. É como se eu já tivesse morado, não na cidade, mas, nesta casa. Ando um pouco rápido demais até a frente e observo a varando com três degraus baixos e a porta dupla de madeira e vidro. Deve ser uma das casas mais chiques da cidade. E, Storybrooke não é muito "atualizada".

Uma chuva fina e gélida começa a cair e logo eu e meus pais estamos ensopados. A rua começa a ficar molhada e um vento frio começa a soprar. Ótimo! - digo para mim mesma quando penso em minha calça jeans novinha molhada e, provavelmente, perdida.

– Wendy! - Diz meu pai e me joga um molho de chaves. - Abra a porta!

Droga! - penso quando sei que não vou alcançar as chaves pois, ele as lançou muito alto e muito rápido e sem mira nenhuma. O chão molhado e eu ensopada. Escorrego na calçada e espero a dor de cair no cimento duro.

Nada. Não sinto o chão molhado e dor nas costas. Não sinto minha cabeça latejar por bater contra a calçada. Mas, sinto braços em volta de mim me impedindo de cair. Olho para cima.

Um garoto me encara confuso e... Irritado? Seus olhos azuis me encaram como se eu fosse algo magico, impossível de acreditar. Ele também está molhado e seu cabelo dourado bagunçado. Me levanto com a ajuda dele e evito corar.

– Me desculpe. Eu escorrei. - Falei sem olha-lo. Ele ainda me encara me analisando. Imagino que ele esteja tentando se convencer de que sou real, de que eu existo mesmo. Estendo a mão para ele e sorrio tentando não parecer totalmente perdida. - Sou Wendy!

Agora chega! Ele ainda me encara e balança de leve a cabeça para decidir se ouviu direito. O que há de errado com aquele garoto? Ainda está chovendo e lembro que meu pai ainda está tirado as malas do carro esperando que eu abra a porta. Ele se abaixa e pega as chaves do chão.

– Oi.... Wendy. - Diz ele observando o meu rosto. Eu percebi que ele hesitou ao dizer meu nome. Ele me entrega as chaves mas, evita me tocar.

– Obrigada! - Abaixo os olhos para não perguntar por que ele age tão estranho. Quando levanto o olhar, ele desapareceu.

Balanço a cabeça tentando compreender se eu imaginei tudo aquilo ou se realmente aconteceu.

Volto para a realidade em segundos e corro até a porta e a abro.

Logo, estamos todos aquecidos com cobertores e xícaras de chá em frente a lareira da sala depois de longas três horas arrumando tudo.


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