Um amor que nunca falha escrita por Vickysmeow


Capítulo 16
Capítulo 15: Cora




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~~Peter Pan~~

– Todos estão dormindo. Não há uma alma acordada nesta cidade!
Regina vem se aproximando. Quando saímos da casa dela, fomos buscar ajuda, mas não achamos ninguém, literalmente, disposto para nos ajudar.
– Rample também está sob o feitiço. - Digo colocando as mãos no bolso do casaco.
– Sem os encantados... Sem o Gold... Sem... Onde está Sininho? - Regina pergunta com certa desconfiança. - Ela já deveria estar aqui!
Droga! Sabia que era má ideia deixá-la nos ajudar a procurar por ajuda. Claro que ela fugiria na primeira oportunidade. Conheço aquela fada o suficiente para saber que ela está aprontando alguma coisa.
– Fomos idiotas ao concordar em seguir o plano dela! - Falo olhando para as quatro ruas da encruzilhada em que estávamos. Regina me olha com certo sarcasmo e irritação. - Tá! Eu fui!
– Fico feliz em saber que concordamos uma vez na vida!

~~Sininho~~

Depois que me distancie o suficiente de Pan e Regina, segui diretamente para onde eu deveria ir. A casa de campo, depois da floresta de Storybrooke, fica cada vez mais perto. Pan não volta para lá há dias, e sem querer, ele nos ajudou.
Avisto Wendy sentada no balanço da varanda larga, despedaçando uma flor. Trocamos um olhar e ela não sorri.
Sei que estou me metendo numa enrascada. Se tudo falhar - se Zelena falhar -, eu estou perdida. Pan vai querer me matar por colocar Wendy no meio. Regina vai me matar por ajudar sua meia irmã e por aí vai... A lista é grande.
– Você demorou! - A voz aveludada de Zelena me puxa de volta à realidade. - Encontrou o que te pedi?
– Encontrei. - Respondo e tiro de uma bolsa de pano, a vela.
É incrível o poder que apenas uma vela pode ter sobre a vida e a morte. Ascenda um lado com o nome de quem morrerá entre os lábios e pronto. Ascenda o outro lado de quem deseja trazer de volta e pronto. Está feito.
– Perfeito! - Zelena diz admirando a vela enquanto seus olhos brilham igual a esmeraldas.
– E agora? - Wendy se aproxima para observar o que está acontecendo.
– Sininho, faça o que te falei. Wendy, venha comigo.
– Mas... Você disse que seria ela! O acordo não foi esse! - Protesto com o coração apertado no peito. Engulo as lágrimas na garganta depois que Zelena me lança um olhar ameaçador.
– Querida, eu não terminei. - Ela diz sorriso e tocando meu ombro. Estremeço ao seu toque. Meu coração aparece em sua mão. Ela me entrega a vela. - Agora, faça o que eu mandei você fazer!

****

Sumo em uma nuvem de magia verde. Eu daria qualquer coisa para me livrar do controle de Zelena. Nunca quis me juntar a ela. Fui obrigada. Infelizmente, nesse mundo, assim como em todos os outros, o coração tem controle sobre você. E Zelena tinha o meu desde antes de eu chegar a Storybrooke e dar início ao seu plano vingativo e paranoico.
Aterrisso a alguns quilômetros de distância de Storybrooke. Me misturo na floresta. Quando chego a uma distância segura, tiro a vela da bolsa de pano novamente e engulo em seco.
Meu corpo resiste. Ou tenta. Porém, o feitiço de Zelena é mais forte. O controle é mais forte que a mente. O coração que manda. E o meu, está nas mãos dela agora. Ajoelho na grama entre as árvores que me escondem.
Seguro a vela na horizontal em frente à meu rosto e tento conter as lágrimas. Não quero fazer isso. Não quero morrer. O acordo não fora esse. Mas, acabei de descobrir que a Verdinha do Oeste não cumpre seus acordos.
Uma vela. Uma vela mais poderosa que a magia de qualquer um. Uma vela que pode deter a morte. Respiro fundo sentindo uma lágrima escorrer em meu rosto.
– Cora.
As quatro letras escapam de meus lábios mesmo sem eu querer dizê-las. Ascendo o lado branco da vela. Uma chama preta toma conta do pavio já queimando.
Minhas mãos tremem. As lágrimas caem aos montes. Apenas uma palavra. Um nome. O meu nome.
– S... - Murmuro e engulo mais uma vez as lágrimas e o desespero. - Sininho.
Observo a chama ascender. Desta vez do lado preto. Uma chama branca queima o pavio.
Enquanto espero a morte me levar, desejo do fundo do meu coração - mesmo ele não estando no meu peito -, que Zelena morra. Do modo mais cruel que existe. Ninguém merece isso. Ninguém merece sentir a dor, o frio, e o medo de ver a própria morte se aproximando.
Sinto a vela escorregar de meus dedos que ainda tremem. Perco o equilíbrio. Sinto a dor em cada parte de meu corpo. Não. Não pense assim.
Olho para o céu. Claro e com poucas nuvens. O por do sol se aproxima, colorindo o azul com tons amarelados, rosados e arroxeados.
– Me perdoem...
Então, me sinto leve e livre. Livre de qualquer controle. Livre de qualquer culpa. Mas, não me sinto viva. Fecho os olhos... deixo a escuridão me levar.

~~Zelena~~

O por do sol se aproxima. Estou inquieta há mais de duas horas. Sei que Sininho não votará, pois a mandei para a morte. Literalmente. Mas, foi por uma boa causa. Cora viverá e poderá se desculpar comigo por tudo o que já fez. Ela será grata por eu ter dado sua vida de volta. E então, me vingarei de Regina. Minha querida irmãzinha que nunca mais vai ter seu final feliz.
Observo Wendy. Ela poderia ser apenas uma garota normal, sentada em um balanço, esperando por alguém que nunca vai chegar, enquanto despedaça uma rosa vermelha, jogando as pétalas uma a uma no chão, esperando por qualquer ordem minha.
Me aproximo e sento a seu lado. Ela não se mexe e me ignora. Mesmo estando sendo controlada por mim, ainda há aquela garota doce e inocente de antes bem lá no fundo.
– Já me senti assim uma vez. - Digo olhando para as pétalas que caem a nossos pés. Ela me olha confusa. - Sabe, apaixonada.
– Não sei do que está falando. - Ela diz e tira a última pétala da rosa.
– Não minta, Wendy. Fica mais óbvio ainda. - Falo e ela se levanta rapidamente com os olhos fixos nas árvores ao fundo.
Olho por alguns segundos entre elas e não vejo nada. Volto meu olhar para ela e procuro entender o que ela vê. Não há nada lá. Em questão de segundos, Wendy corre para mais perto da floresta. Para a mais ou menos dez metros das árvores. Por magia, fico ao seu lado logo.
Volto meus olhos para a floresta novamente. Desta vez, consigo ver. Uma mulher sai de dentro das árvores. Vestindo vermelho, sua pele branca se destaca. Seu cabelo ruivo encaracolado e seus olhos castanhos me indicam que já sei de quem se trata.
Cora.

****

Observo, nervosamente, mas, ansiosa, minha mãe se aproximar de mim. Nunca a toquei. Nunca falei com ela. Nunca senti que ela me amava.
Ela ignora Wendy, que está rígida ao meu lado. Aposto que se ela não estivesse sob meu controle, ela fugiria agora mesmo.
Cora me encara e toca meu rosto e depois meus cabelos. Seu toque é frio e sinto algo estranho dentro de mim. Crueldade. Maldade. Morte.
– M... Mãe. - Murmuro e tento dar um sorriso discreto. Mas, não consigo. Ela apenas me encara e depois ajeita meu cabelo de lado. Pega minha mão e percebo o verde saindo delas. Não estou mais verde. Estou normal novamente. A abraço, mesmo sabendo que estou me arriscando.
– Zelena. - ouço sua voz em meus ouvidos. - Você me trouxe de volta?
– Sim. Eu... Te trouxe. - Respondo assim que me afasto.
– E fez isso por que...? - Ela pergunta ironicamente. Meu sorriso se fecha e sinto a decepção tomar conta de mim.
– Por que eu queria te conhecer. Conhecer a mãe que nunca conheci. - Digo tentando convencê-la de que é só isso realmente.
Seus olhos me examinam de cima a baixo. Críticos e desconfiados. As pessoas dizem que não se consegue enganar as mães. Bem, vamos ver.
– Zelena. - Cora diz e me encara sorrindo. Só não sei se aquele sorriso é verdadeiro. - Você é tão linda. Mas, vamos logo com isso. Não se engana a mamãe.
– Como você...? - Tento perguntar mas sou interrompida.
– Você quer vingança. Vai ter uma. Se quiser minha ajuda, é claro. Afinal, Regina não me deixa orgulhosa a muito tempo. Agora, é sua vez.
– Te conto no caminho. Acredite, mamãe, vai ter orgulho de mim. - Digo e me viro para Wendy que ainda está paralisada observando tudo. - Vamos, Wendy. Seja educada e mostre o caminho.
– Para onde? - Ela pergunta.
Sorrio maliciosamente ao me virar e ver a torre do relógio de marcar seis e quinze.
– Storybrooke.


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