Minha menina escrita por Deh


Capítulo 9
Amanda


Notas iniciais do capítulo

Só tenho um pedido para vocês: Não chorem. ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/622392/chapter/9

Adolescentes são chatos. Sim eu sei, eu sou uma, mas isso é um fato. Enquanto vejo meus colegas se divertindo no intervalo, sinto meu celular vibrar no meu bolso, pego ele e sorrio ao ver a mensagem que recebi. Porém, bem na hora que eu vou abrir a mensagem já é hora de voltar para a sala de aula, ou como eu gosto de chamar sala de tortura.

Quando acaba a aula, olho ao redor para ver se vejo Jess, porém não me surpreendo com quem está me esperando, dou de ombros mentalmente e entro no carro. Ele me pergunta com foi a escola, eu apenas digo “normal”.

Não falei mais nada, mas não pude deixar de observa-lo enquanto ele dirigia. Ele apertava as mãos no volante e sempre que estávamos no sinal, ele se virava pra mim e me encarava com um olhar triste. Eu não falo nada, afinal o que eu vou falar? Eu estou furiosa com ele. Mas a curiosidade é maior “Está tudo bem?” ele apenas responde que sim. Eu não quero um irmão. Tudo bem que quando eu era mais nova eu sonhava em ter um irmão, e quando Haley namorava papai eu adorava brincar com Jack o filho dela, mas ai o tempo foi passando, eu parei de pedir um irmãozinho para minha mãe, aprendi e gostei de ser filha única de ambos os lados. Então tudo bem se me chamarem de egoísta, mas como mamãe me disse a muito tempo, ela já estava velha e não poderia mais engravidar e se meu irmão não for de ambos os meus pais, eu não quero e ponto final.

Chegamos em casa, eu vou direto para o quarto deixar minha mochila e volto correndo para a cozinha lanchar, mas não antes de ler a mensagem e sorrir com o conteúdo, agora as coisas vão melhorar. Papai já está lá, ele apenas me pergunta quantas panquecas eu vou querer.

Depois de comermos eu o ajudo com a louça, eu sinto a necessidade de lhe contar minha descoberta e rezo para que ele não fique bravo pelo que eu fiz. “Sabe pai não é que eu não queira um irmão, eu só achei estranho você e Beth terem um bebê, afinal o senhor sempre me disse que apenas um filho já dava trabalho suficiente.” Eu tentei sorri de canto, mas ele me encarava ainda mais sério. “Então eu pedi um favorzinho a uma certa pessoa, que eu espero realmente que o senhor não brigue com ela. Então essa certa pessoa pesquisou por assim dizer a ficha médica da sua namorada e descobriu que ela não pode ter filhos.”

Nesse momento já tínhamos terminado e estávamos sentados “Amanda, eu não quero que você use seus coleguinhas nerds para forjar um prontuário medico falso, isso é crime.” Eu fecho os olhos e respiro fundo, nem em um momento como esse ele acredita em mim. “Não foi nenhum coleguinha pai” eu disse mostrando a ele o e-mail em meu celular “Foi Penélope”.

“Você está mentindo!” ele começou e daí por diante seguiram nossas brigas até o telefone tocar, eu o deixei resmungando um “Não acabei mocinha, volta aqui” Mas eu estava doida para sair dali e o telefone foi a minha rota de fuga.

“Alo?” eu digo “Amanda querida, você está bem? Fique calma as coisas vão melhorar” é uma voz bem conhecida por mim, embora esteja com um tom choroso “Vovó!? O que aconteceu? Por que a senhora está chorando?” É então que meu pai chega na sala, eu o olho com o olhar confuso, mas ele parece saber muito bem do que se trata. “Seu pai não te contou?” eu respondo que não “Eu não deveria ter ligado agora, eu deveria ter esperado você me ligar. Seu pai vai lhe contar” em algum momento desde que atendi esse telefone comecei a sentir um frio na minha barriga, algo não estava certo “Vovó a senhora começou agora termina. O que aconteceu?” eu tentei parecer firme, mas nesse ponto minha voz estava tremula “Sua mãe... Emily foi dada como morta” eu congelei, coloquei o telefone em qualquer lugar, eu não podia acreditar. Minha mãe não. Ela não podia estar... “Por que você não me disse de uma vez?” eu gritei para meu pai, desde que me buscou ele sabia. “Você ao menos planejava me contar isso hoje!?” Eu já gritava a esse ponto, ele estava me enrolando, e como eu odeio quando as pessoas não dizem logo as coisas. “Amanda você tem que entender...” ele começou e eu o interrompi “Entender que pra você tanto faz se ela tá viva ou morta? Entender que você não teve nem mesmo a coragem de me dizer? Me poupe pai.” Eu digo indo para o meu quarto, mas ele pega meu braço ao mesmo tempo em que diz “Você não entende” eu me solto dele e digo “Entender o que? Que você seguiu sua vida? Que pra você tanto faz se eu estou aqui ou não? Eu queria que minha mãe estivesse aqui e não você!”

Já era noite eu estava no meu quarto, a porta estava trancada, algumas horas depois de nossa discursão meu pai insistia em bater e perguntar se eu queria alguma coisa. Eu apenas fiquei calada, agradeço que ele não usou a cópia da chave para abrir a porta.

Já era madrugada quando eu tomei coragem para sair do meu quarto, em algum momento nas últimas horas desde a notícia, eu sinto como se nada disso fosse real, mas no fundo da minha mente minha consciência insiste em dizer que é tudo verdade. Eu planejava ir até a cozinha tomar um copo de água, mas quando eu vi meu pai no sentado no sofá ainda acordado, eu sabia que o que eu tinha dito a ele mais cedo não apenas foi errado como também não era justo.

Eu sentei ao seu lado no sofá “Eu sinto muito pelo o que eu disse” ele apenas balançou a cabeça e me deu um sorriso triste, ele me puxou para um abraço e ficamos ali por um tempo. Eu percebi que ele olhava um álbum de fotos “Que fotos são essas?” eu digo pegando o álbum e já abrindo, não é preciso que ele me explique. O álbum estava cheio de fotos dele e da mamãe mais jovens, provavelmente antes do casamento.

“Eu nunca tinha visto essas fotos” eu digo “Você era pequena quando nós nos separamos, sua mãe guardou os álbuns de fotos, mas eu acabei encontrando e ficando com esse”. Conversamos por mais um tempão, ele me contava as histórias daquelas fotos e eu sempre as comentava, foi indo até que senti o sono chegar, apenas escorei no meu pai e deixei ele vir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? :/
Desculpem qualquer erro de português.
Bjss e até logo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha menina" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.