Eu adoro Beth, mas desde que Emily me procurou ela conseguiu fazer aquilo que sempre fez bem: Me deixar completamente louco. O sim Emily Prentiss é a única mulher que tem esse efeito sobre mim, claro também tenho Amanda, que logo, logo será a razão dos meus cabelos brancos, mas voltando ao caso de Emily ela me deixa louco, ela consegue embaralhar meus sentimentos de uma forma tão abstrata que eu nem ao menos posso entender. Tento ter raiva dela por um discursão boba, mas ao invés disso chego a ficar ansioso para a próxima, Emily Prentiss tem um efeito completamente imprevisível sobre mim.

Ontem sai com Beth, nosso encontro foi completamente previsível. E por vezes me peguei imaginando como seria se fosse Emily que estivesse ali. Meu Deus, isso é assustador.

“Pai já chegamos?” Nanda me tira dos meus pensamentos assustadores. “Não Amanda, daqui a pouco” eu tinha prometido a ela que hoje seria um dia nosso, e ela me pareceu ficar feliz. “Chegamos” eu anunciei, “Meu Deus mamãe vai surtar se descobrir isso” ela disse , “E é por isso que você não vai contar a ela, e muito menos a sua avó”, ela sorriu, com certeza essa menina gosta de aprontar “O senhor vai mesmo me ensinar a atirar?” uma vez quando ela era bem pequena ela me pediu para ensina-la a atirar, Emily quase surtou quando escutou isso, mas eu havia prometido a ela que quando ela tivesse idade suficiente eu iria ensina-la, afinal ela é filha de agentes do FBI e na pior das hipóteses um dia ela pode precisar saber, sem falar que quando Emily descobrir ela vai ficar louca, e esse será o troco por ela estar assombrando meus pensamentos.

Estamos voltando pra casa e Amanda está muito eufórica, “Viu eu errei só uma vez. Eu sou demais” eu não resisti e ri também, “Sorte de principiante” eu disse. “Nada disso, eu sou muito boa mesmo”. Agora eu teria que aguentar isso por um longo tempo, “Sua mãe já tinha te ensinado a atirar?” ela me deu um sorriso malandro “Ela nunca me ensinaria, sem falar que quando ela descobrir ela vai comer o seu fígado”. “Não vai nada” ela me olhou desconfiada “E por que não senhor Hotchner?” O não lá vem ela de novo, mas ela não continuou, apenas ficou com um sorriso estampado no rosto.

Ficamos o resto do dia em casa, Beth já havia ido embora. Nossa tarde se resumiu em comida industrializada, filmes e jogos de vídeo game. Sim ela era extremamente fanática por jogos, sem falar no fato de ser muito competitiva, “Acho melhor sua mãe não desconfiar da sua alimentação de hoje”. Eu disse, ela fez que sim com a cabeça.

“Então pai como conheceu mamãe?” ela me perguntou. “O não essa história não” Ela me olhou com a testa franzida “Sério? Eu sei como o senhor conheceu Haley, sem falar nas inúmeras vezes que escutei como o senhor conheceu Beth, por falar nisso é desde esse dia que eu odeio a maratona dos agentes do FBI”. Suspirei fundo, ignorando o que ela disse sobre Beth. “Eu era um agente jovem e bonito, que estava trabalhando na segurança da embaixadora Prentiss” ela ergueu a sobrancelha em desconfiança “Sério? Jovem e bonito? Agora não vá falar que conheceu uma moça linda e dócil e se apaixonou” eu sorri, “Posso continuar?” ela fez que sim com a cabeça “Então a embaixadora me deixou encarregado de cuidar da segurança da filha dela, eu fiquei com raiva, afinal eu teria que ser babá da filha patricinha dela.” Ela me interrompeu novamente “Aposto que mamãe não ficaria feliz em saber que o senhor a chamou de patricinha” eu a encarei “E é por isso que você não vai contar, agora posso continuar ou você quer adicionar mais um comentário?” ela sorriu e fez que não com a cabeça. “Pois bem, a filha dela não era uma patricinha comum, o que me surpreendeu. Ela era muito competitiva e sem dúvida nenhuma sabia se divertir”. “Então o que mais te chamou a atenção nela?” eu a olhei desconfiado “Você não conseguira arrancar isso de mim.” Ela fez uma cara como se já esperasse ouvir isso de mim “Por favor não diga que foi o sorriso dela, afinal ela já me disse isso” Agora quem ficou surpreso foi eu, eu não sabia que ela já havia contado essa história para ela. “Não sabia que sua mãe tinha te contado isso”. “Antigamente ela sempre me contava essa história, embora nunca tenha contado quando vocês perceberam que se amam” eu ergui minha sobrancelha pra ela, “Desde quando você anda ficando tão espertinha?” ela ri “Vejo muitas comédias românticas com Penélope”. “Então pai o que te chamou mais a atenção nela, eu prometo não contar a ninguém sobre isso” eu a analisei “Assim como prometeu não contar a ninguém sobre o quanto sua mãe acha meu sorriso encantador?” ela ri em voz alta “Ela não disse que é encantador, ela apenas disse que foi o que mais lhe chamou a atenção, e além do mais eu não prometi guardar segredo” me surpreendi com isso “Não?” ela pareceu ficar ofendida com minha dúvida “Ela confia em mim pai, assim como confio que o senhor não contara a ela.” Eu sorri, claramente isso era um voto de confiança, o que vindo de Amanda é realmente raro, então disse a ela “Os olhos dela”. Ela franziu a testa “O senhor está tentando me enganar? Os olhos dela, isso é sério? Eles são tão comuns, além do mais são idênticos aos meus e da vovó” ela terminou séria, então só sobrou uma coisa que eu poderia fazer para alegra-la, cocegas. Depois de tanto fazer ela rir, eu finalmente atendo o seu pedido para parar, ela me olha ainda sorrindo “Por que os olhos?” eu apenas dei de ombros, encarando os olhos dela. Os olhos dela são realmente parecidos com os de Emily, não só em cor, mas no brilho também, eles pareciam saber mil segredos e de fato foi o seu mistério que me encantou, foi a curiosidade que Emily me despertou. Mas foi o amor por ela que permaneceu, embora nossas atitudes sempre tentam mostrar o contrário, porem quando observo Amanda sei que ainda somos uma boa dupla, mesmo que o destino, as ações e a vida tentam a todo momento provar que não. E toda vez que encaro os olhos de minha filha, vejo o mesmo par de olhos que conheci a tanto tempo atrás: curiosos, carinhosos e ainda misteriosos.