Minha menina escrita por Deh


Capítulo 4
Amanda


Notas iniciais do capítulo

Então mais um capitulo, divirtam-se *-*



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Papai está dirigindo, sério para variar, acho que ele está pensando em me dizer alguma coisa. Paramos no sinal e ele chama minha atenção “Nanda?” “Oi?” digo virando meu rosto em sua direção, “Amanhã à noite eu vou sair com Beth. Há algum problema se você ficar com Dave?” O meu Deus, eu mal havia chegado e ele está doido para se livrar de mim, eu queria poder gritar e falar não, mas do que adiantaria? Seria apenas mais um motivo para ele me castigar, então respondi indiferente “Não, tudo bem.”

Quando chegamos, Beth já estava lá forcei um sorriso e a cumprimentei, no fundo eu queria que ela sumisse, mas eu tinha prometido a mamãe que eu a respeitaria. Fui para o meu quarto, mamãe já tinha deixado minhas coisas. Claro que deixo algumas roupas aqui, mas como irei ficar muito tempo, tenho que trazer mais algumas, sem falar dos meus cadernos, dos meus livros, enfim essas coisas básicas.

Na hora do jantar infelizmente tive que sair do meu quarto, e fui obrigada a ter que encarar a adorável namorada do meu pai, durante todo o jantar. Como eu iria sobreviver a isso, a sei lá quanto tempo? Nesse momento me deu uma saudade da vovó Elizabeth, mesmo com suas regras exageradas ela é legal, fala sério, se você acha que meu pai tem muitas regras é porque não conhece minha vó, não sei como minha mãe conseguiu sobreviver a isso tudo. Sem falar que vovó não tem um namorado chato que pega no meu pé.

No momento estou lendo, quando vejo a porta do meu quarto se abrir, desejo que não seja Beth, mas me surpreendo ao ver que é papai. “Está lendo o que?” ele puxa assunto “A Divina Comédia” digo mostrando o livro, que ironicamente está escrito em espanhol “Isso não é literatura italiana?” Eu faço que sim com a cabeça “Vovó estava na Espanha, achou interessante e mandou pra mim” eu terminei sorrindo. Ele me perguntou “Sua avó vem sempre aqui?” eu dei de ombros “De vez em quando ela aparece por aqui, mas é raro. Apesar dela sempre vir no aniversário da mamãe.” Ele pareceu absorver o que eu disse, mas o interrogatório continuou “Vocês duas se falam sempre?” eu sorri e perguntei “Está me interrogando?” ele ia se desculpar pelo que estava fazendo, mas eu continuei “Tudo bem pai, eu não me importo. E sim, eu sempre falo com vovó, geralmente uma vez por semana.” Ele ficou sério, então eu meio que perguntei a ele “Será que vai dar pra mamãe me ligar ao menos uma vez por semana?” ele pareceu ficar tenso, fiquei com medo de ter dito algo que não deveria. "Não sei querida” foi quando eu disse meio que sem pensar “Às vezes eu odeio esse trabalho de vocês” ele sorriu “Eu também”. O resto da nossa conversa foi normal, conversamos sobre coisas banais. Até que me deu sono e me deitei, senti a presença dele ali por um tempo, mas então adormeci.

Meu dia se passou calmo, levando em conta que eu estava no apartamento do meu pai com Beth. Só sai para refeições, enquanto fiquei no meu quarto, fiz meus deveres de casa, li um pouco e até mandei um e-mail para minha mãe. Durante o meio da tarde Beth apareceu no meu quarto “Seu pai te contou que vamos sair hoje?” Eu sabia o que ela queria, mas não daria esse gostinho a ela, então respondi indiferente “Sim” ela ficou lá procurando algo para me irritar, mas como diz vovó Elizabeth eu não posso e muito menos devo dar o prazer a ela de me ver decepcionada. O sim vovó conhece toda minha história com Beth, logico que antes de contar a ela tudo, eu fiz ela jurar que não diria nada a mamãe, e ela não disse, então já faz algum tempo que em nossas conversas semanais eu conto praticamente tudo para ela. O terapeuta que a escola me obrigou a frequentar, mesmo eu não tendo falado nada com ele, me aconselhou a falar com alguém em quem eu confiasse, logico que ele indicou meus pais. Mas como eu poderia falar deles, para eles? Então liguei pra vovó (ela sempre foi boa em me aconselhar, sem falar no fato que ela sempre tem tempo pra mim, embora eu tenho consciência de deixar ela me ligar para não atrapalhar) e começamos, nosso momento avó e neta, como ela gosta de chamar.

Quando dá mais ou menos na hora do papai chegar, me arrumo para esperar ele me levar na casa do tio Dave, sim é legal dormir lá, mesmo que quando eu era mais nova ele saia comigo para paquerar mulheres, aparentemente mulheres acham atraentes homens que cuidam de crianças. “Pronta?” papai grita da porta do meu quarto, “Sim” digo saindo.

“Como vão as coisas Nanda?” tio Dave me pergunta enquanto jantamos, aproveitando que Erin foi lá na cozinha buscar a sobremesa, sorrio para ele “As coisas vão maravilhosamente bem” ele ri, mas sei que ele sabe, até por que desconfio que ele sempre escuta os três lados da história: o meu, o do papai e o da mamãe também. A forma de comunicação que mais usamos na presença de Erin é o sarcasmo e a ironia, pois ela é toda a favor dessa coisa em nome da moral e dos bons costumes, se bem que nem tanto já que namora David Rossi, o escritor italiano divorciado três vezes.

Dormir na casa de Dave é legal, sempre assistimos filmes, embora Erin nunca deixe ser até tarde. Geralmente víamos filmes de terror, mas desde que Erin se mudou para cá ela diz que isso não são filmes para crianças, e costuma usar como argumento que já há monstros de mais no mundo. Sem dúvida essa é a parte que mais odeio, pois se não fossem eles meus pais não teriam tanto trabalho assim. Tio Dave sugeriu um filme de ação sobre terrorismo, o qual eu vetei, então acabamos por assistir a cinebiografia de Mozart. Logicamente eu e tio Dave não queríamos, mas Erin falou: ou é esse ou é nenhum, então isso é melhor que nada.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam???
Bjss e até breve



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