Lost Stars escrita por Analu


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

ESTOU AQUI NOVAMENTE! Muitos de vocês me conhecem como Caitlin Bennet (ou talvez não) e podem ter levado um susto ao verem "Ana Duarte" no meu perfil. Acontece que Ana é meu verdadeiro nome, e Caitlin é o nome de uma personagem original que eu criei, e isso estava dando muito conflito porque eu queria colocá-la em certas fics mas ia achar que os leitores iriam pensar que eu estava falando de mim mesma hahaha. Enfim, me chamem de Ana, Cait, como vocês quiserem.

O prólogo tem a visão de todos os quatro personagens juntos, porém os próximos capítulos serão na visão de cada um deles, separados. Eu peço desculpas por matar o Lysander, eu juro que estou sofrendo bem mais que vocês com isso.

Aproveitem! :)



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Lily estacionou o Cadillac de James duas casas antes da casa de Roxanne, rezando para todos os magos que ela estudou na aula de História da Magia a ajudassem a não ser vista. A ruiva não tinha nem completado seus dezessete anos ainda, mas quando sua melhor amiga ligara aos prantos, ela não teve outra escolha a não ser roubar o carro de seu irmão.

George, seu tio e pai de Roxy, mantinha a tradição trouxa de esconder uma chave de baixo do tapete, pois vivia cansado de escutar sua esposa, Angelina, brigar com ele por causa de chaves perdidas. Lily pegou a chave e a girou na maçaneta, com o coração quase parando ao ver Roxy se jogar em seus braços, soluçando.

- Acabou, Lils – Roxy dizia com uma voz chorosa. – Ele terminou tudo comigo.

Lily abraçou a amiga e levou-a até a cozinha. A morena sentou na cadeira enquanto a mais nova dos Potter pegava um lenço de papel na prateleira e lhe entregava.

- Me conta tudo – A ruiva apertou a mão da amiga por cima da mesa. – Vocês brigaram?

- Ele veio aqui histérico, gritando que eu o tinha traído – Roxy falou enquanto enxugava as lágrimas. – Lily, eu estava quase terminando com ele, mas você sabe que eu nunca faria isso com o Lys... Não de propósito.

Lily mordeu o lábio inferior. Na festa de despedida do sexto ano, Roxy exagerou na bebida e acabou confundindo Lorcan com Lys, que também estava bêbado, e acabou beijando o menino. Lys perdoou-a sem pensar duas vezes, afinal, não era segredo para ninguém que Lorcan preferia garotos. Porém, depois disso, as coisas entre Lysander e Roxy tinham ficado tensas.

- Ele só está frustrado com o jeito que as coisas estão caminhando, Rox. Você tem que dar um tempo pra ele.

- Mas você não viu o jeito que ele gritou comigo, Lily! Ele nunca gritou comigo, nem mesmo quando houve o incidente do Lorcan – os olhos de Roxy começaram a se encher de lágrimas novamente.

Lily abriu a boca para argumentar, quando seu celular tocou. Quando viu o nome de James no visor, quase deu um pulo para trás. Ela sabia que estava ferrada.

- Alô? – Lily falou com o maior tom de inocência que conseguiu.

- Lils? – James falou do outro lado da linha, com um tom preocupado. – Onde você está?

- Na casa da Roxy, por quê?

- Lily, volta para casa – Lily estranhou o fato de James não ter um pingo de raiva em sua voz. – Rápido.

- Eu não posso, Jay, a Roxy brigou com o Lys e...

- Lilian – James respirou fundo antes de continuar. – Aconteceu um acidente. Houve um incêndio. O Lys não conseguiu sair a tempo.

Lily ficou pálida e soltou o celular. Aquilo não podia estar acontecendo.

-

Roxy caminhava devagar, seus tênis fazendo barulho quando tocavam a grama molhada. Lys adorava dias nublados como aquele, e ela tinha certeza que ele adoraria ser enterrado em um dia como esse.

Mas não tão cedo, muito menos depois de uma morte tão brutal.

O coração de Roxy estava apertado desde que recebera a notícia. Se ela não tivesse brigado com ele, se ela tivesse pedido para ele ficar, nada disso teria acontecido. Fora tudo culpa dela.

Roxy sentiu uma mão segurar a dela e apertá-la. Hugo estava ao seu lado, com o rosto inchado e mais vermelho do que seus cabelos. Ver ele assim lhe partia totalmente o coração. Hugo nunca se abria com qualquer um, e mesmo que Roxy o conhecesse bem, nunca notaria que ele tinha uma queda pelo seu namorado.

A cerimônia foi algo extremamente bonito. Tia Luna, mãe de Lys e Lorcan, não quis deixar o caixão aberto, o que poupou Roxy de muita dor. O corpo de Lys não sofreu nenhuma queimadura, então deram a causa da morte por asfixia. Mesmo assim, ela não aguentaria ver o corpo de seu namorado sem vida.

Enquanto o caixão descia na vala, a cabeça de Roxy girou. Ela nunca mais escutaria a risada dele, nunca mais sentiria o cheiro dele em seu casaco após um dia de aula, nunca mais ouviria ele contar teorias que não faziam sentido nenhum, nem mesmo para ele.

Ela nem mesmo teve a chance de dizer adeus.

-

Hugo olhava as gotas de chuva escorrerem pela janela de sua cabine no Expresso de Hogwarts. Rose, sua irmã, dizia que não era saudável ficar se isolando e enfrentando esse problema sozinho. Mas era impossível olhar para seus amigos e não lembrar de Lys.

Ele se sentia vazio, como se uma parte dele tivesse morrido também, uma grande parte. O sentimento que Hugo nutria por Lys estava bem longe de ser apenas fraternal. O ruivo tinha perdido a conta de quantas vezes já tinha perdido o sono, pensando se um dia poderia ser sincero com o amigo, sem que ele próprio não se afastasse. A ideia de Lys saber de todos os seus sentimentos e ainda assim ficasse com outra pessoa deixava Hugo em pedaços.

Ele nunca teve a chance de contar. Não era por falta de oportunidade, e agora Hugo se arrependeria de todas as vezes que Lys perguntou o que havia de errado e ele sempre dissera que não era nada. Lys seria pra sempre seu maior “e se?”.

Hugo ouviu o barulho da porta da cabine sendo aberta e rapidamente fechou os olhos, fingindo que estava dormindo. Não precisava das palavras de consolo mais uma vez.

Entretanto, tudo que ele ouviu foi o suspiro e o barulho de alguém sentando-se ao lado dele. Um cheiro de morango chegou em suas narinas e ele soube totalmente quem era.

- Pode parar de fingir – Lily falou, com uma voz cansada. – Você é um péssimo ator.

Hugo abriu seus olhos e encarou-a.

- Pensei que fosse só mais uma pessoa com pena que veio me dizer que ele está em um lugar melhor.

- Um saco, não é? – Lily deu um sorriso triste. – Me liberaram até da ronda de monitoria pelo resto do mês. E o ano ainda nem começou.

Hugo se remexeu, desconfortável, na cadeira. Lily sempre o deixava nervoso.

- Cadê a Roxy? – o ruivo perguntou, tentando mudar de assunto.

- Dormindo – Lily suspirou. – Ela teve um ataque de pânico assim que entrou na cabine, então eu tive que dar um remédio a ela. – a garota tirou um fio solto da saia de seu uniforme – E o Lorcan?

- E-ele? Não faço a mínima ideia.

A verdade é que Hugo não falava com Lorcan desde o começo das férias. Durante a despedida do sexto ano, Lorcan contara a Hugo que sempre estivera apaixonado por ele. Hugo ficara tão nervoso que acabou confessando que estava apaixonado pelo irmão gêmeo do garoto. Lorcan e Hugo sempre foram melhores amigos, mas ele não era Lysander. Hugo via Lorcan apenas como um irmão.

Naquela noite, Lorcan ficara tão mal que bebeu três garrafas de vodka e beijou Roxy. Hugo pensou que Lys ia terminar com ela de vez, já que o namoro não ia tão bem como antes, e ele se repreendeu com o fato de estar um pouco aliviado. Mas Lys a perdoou, e Hugo teve certeza que Lorcan usara o fora como desculpa.

- Bom, se você quiser conversar... – Lily segurou a mão dele, que sentiu um choque elétrico pelo corpo. – Eu estou sempre aqui.

Lily deu um sorriso compreensivo e saiu da cabine, deixando Hugo achando que seu cérebro acabara de derreter e ia escorrer pelo ouvido. Por que sua prima o deixava tão desconcertado?

-

Lorcan sabia que os aurores estavam errados.

Naquela manhã, dois aurores do Ministério foram até sua casa, informando que provavelmente seu irmão gêmeo cometera suicídio. Só a ideia de seu irmão pensar em se matar era ridícula. Lys nunca o abandonaria desse jeito, nem que sua vida estivesse a pior de todas.

O loiro teve um ataque, quebrando tudo que podia na sala. Sua mãe, nunca abalada o bastante para não acalmar o filho, disse que ele poderia começar o ano letivo em casa e voltar para Hogwarts quando quisesse, sem precisar enfrentar perguntas inconvenientes de outras pessoas ou lembranças tristes. Mas que lembrança pior do que se olhar no espelho e ver o rosto de seu irmão gêmeo?

Lys merecia pelo menos justiça. Não fazia sentido ele estar na Casa dos Gritos e provocar um incêndio, só para se suicidar. Se os aurores não iriam fazer nada, ele iria.

Lorcan se revirava impacientemente na cama de seu dormitório. Ele se escondera durante todo o trajeto de volta a Hogwarts, faltara ao jantar, e quando seus companheiros de quarto entraram, optaram por não perguntar nada. Foi bem melhor assim.

O loiro abriu a gaveta de sua escrivaninha à procura de uma lanterna para ajudá-lo a ler e se distrair, quando tocou em algo pequeno e redondo, feito de cobre. Quando o segurou, viu que era a moeda que Lily enfeitiçara no primeiro ano. Ela entregara uma para cada um: Hugo, Lorcan, Lysander e Roxy, e dissera que quando um deles encostasse a ponta da varia na moeda, as outras se aqueceriam.

“Se algum de nós precisar muito falar com os outros é só ativar a moeda e então correremos para a Sala Precisa.”, lembrou-se de Lily dizendo naquele dia.

Sem pensar direito, Lorcan pegou sua varinha e tocou a ponta dela na moeda, que brilhou em um tom vermelho e depois se apagou.

Lorcan sorriu e correu para a Sala Precisa, com a ideia mais impossível que lhe veio a cabeça.


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