Cinco dicas de como conquistar Miguel escrita por tony


Capítulo 3
✘ Multiplique as esperanças


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 3 de 5



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— VOCÊ FEZ O QUE?! — Cloe berrou no meio da cantina.

— Shhhhhhh! — Sussurro para que a garota não chame atenção.

— Como, eu disse, apenas adiantei uma parte do meu plano.

— Você foi muito corajoso. — Ed, o namorado da Cloe, diz ao meu lado enquanto come seu hambúrguer. Aliás, Eddy está um tanto fora do peso. Acho que ele deveria fazer dieta.

Eduard noivou com Cloe esse ano e estão juntos há quatro anos. Eles formam um belo casal e acho super legal a forma que ele me trata. Ao invés de sussurrar sobre minha sexualidade nos corredores da escola como a maioria dos alunos do 1a e 1b fazem, ele apenas me vê como um garoto normal. E é isso o que eu admiro nele.

— Mas não deveria ter feito isso... Imagine a cara do garoto ao ver o papel colado na...

— QUANTAS VEZES EU VOU TER QUE DIZER QUE NÃO É PERMITIDO O USO DE BONÉS NESSA ESCOLA! — Maria grita fazendo com que eu quase caia da cadeira. — Vocês já estão cansados de saber disso mocinhos, e ainda sim insistem!

Ed olha para Maria, mas parece ignorar completamente o que ela diz. Aliás, quem presta atenção na tagarela da representante de turma metida a diretora? Todos os dias são os mesmos sermões e mesmo assim, Ed, eu e metade do colégio ainda continuamos usando bonés, toucas e outros acessórios que as regras proíbem.

— Eu espero que amanhã isso não se repita senhor Yan! — Balanço a cabeça concordando. — O mesmo serve pra você, Ed!

A menina sai pela cantina em passos ligeiros procurando mais vítimas para lançar seus berros de repreensão. Não demorou muito para que eu e Cloe caíssemos na gargalhada enquanto Ed faz uma ótima imitação da maluca da Maria.

— “Quantas vezes eu vou ter que dizer...” — Ed a imita com sua voz mais fina possível, lembrando muito a voz irritante que Maria deixa nos corredores nos horários de aula. — “...Não é permitido o uso de bonés nessa escola”!

Começo a gargalhar e perder o folego. Estou quase chorando, pois Eduard consegue imitar até a jogada de cabelo que a diretora mirim faz.

— Ah... Yan?! — Cloe fica com uma cara séria, como se visse um fantasma. Suas risadas cessaram do nada, mas as minhas continuam de acordo com a imitação de Ed. — Y—Yan... — Ela gagueja pedindo atenção.

Ed olha para o lado e no mesmo instante para com a brincadeira. No entanto, só consigo gargalhar ainda mais alto até ambos chamarem minha atenção:

— YAN!? — Ed e Cloe dizem uníssonos quase parecendo um grito.

— O que foi? — Digo limpando uma lágrima que cai de tanto que eu ri.

Cloe aponta pro lado e ao me virar...

Lá está ele. Ao meu lado com um papel nas mãos. Miguel está de pé, literalmente do meu lado! Não consigo decifrar a expressão do seu rosto, mas a minha está simplesmente: “Ei, meu nome é Yan e estou gostando de você. Quer sair comigo mais tarde?”

Mas apenas uma coisa domina o ar nesse curto espaço de tempo de 5 segundos...

Silêncio.

Silêncio.

E mais silêncio.

Segundos, que mais parecem horas, são desperdiçados na tentativa de Michel tentar dizer algo.

Suas bochechas começam a corar e parece que a qualquer momento ele vai explodir. Cloe e Ed permanecem calados.

Na tentativa de quebrar o silêncio, abro minha boca: — Éeer... Oi, eu...

PUFT! Exatamente! Um soco de direita, muito bem dado. Minhas bochechas estão ardendo e... Eu espero que vocês não tenham acreditado nisso seus bobinhos. Miguel tem cara de quem olha pro chão para não matar nenhuma formiga enquanto anda. O “Puft” foi o pequeno som que o papel fez ao entrar em contato com a minha testa. Miguel simplesmente colou o papel na minha cara. Mas afinal, o que eu estava pensando ao colar o papel na mochila dele? Sério que estava pensando que ele iria querer algo comigo? Eu poderia ficar assim pra sempre com o papel na cara, só para não ver a reação das pessoas na cantina, mas depois de alguns breves segundos refletindo, retiro o papel do rosto e olho para Cloe que fica em silêncio.

— Eu sou um...

— Olha! — Ed me interrompe apontando para a folha que estou segurando.

Cloe faz um esforço pra tentar enxergar, mas percebo o motivo de tanto alvoroço. Aquele não era o papel que eu havia deixado na mochila dele. Miguel havia escrito outra coisa no papel:

"Eu não tenho....

Desculpa, eu não...

Eu não tenho celular! (╥﹏╥) Sorry!"

— Que fofo, ele tem uma letra tão bonita. — Cloe foi a primeira a verbalizar.

— Se ele não tem celular, por que ele me pediu pra sorrir?

— Ah? — A menina faz cara de confusa.

— Ué, olha aqui o bonequinho chorando dizendo, sorri.

— É “Sorry”, seu lerdo! Significa desculpa, em inglês. — Ela responde sorrindo, mas ainda com raiva. — Yan, vamos ter que investir mais nas aulas de inglês, hein.

— É... E eu terei que investir mais nas aulas de como conquistar esse garoto. — Sussurro.

— Relaxa. — Cloe responde. — Miguel é muito fofo. Com toda certeza que se ele te respondeu, pode ser algum sinal.

Abaixo minha cabeça e coloco a mão no rosto envergonhado.

Cloe tem razão... Se ele me respondeu, talvez não tenha sido só por educação.

— Tenho uma ideia! — Digo.

Cloe levanta logo em seguida. — Dessa vez não vou poder te ajudar, amigo. Temos teste de matemática semana que vem e você deveria vir junto pra ajudar.

— E eu vou... Assim que resolver essa equação que se chama “Miguel”.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, desculpe a demora..
Está quase impossível escrever Yaoi aqui em casa, agora que o número de residentes aumentou ¬¬ Enfim... No momento estamos na metade da fanfic e como disse, no último capítulo ainda haverá uma surpresa... Então até lá queria que vocês comentassem como ACHAM que será o fim de "Cinco dicas de como conquistar Miguel"
>> O fim mais criativo, eu irei fazer um capítulo bônus como "final alternativo"... (Ou eu pego o fim de todo mundo e misturo tudo kkkkkk)