Stay Alive Loki escrita por HomeFiction


Capítulo 3
Mais próximo de um amigo


Notas iniciais do capítulo

Olá de novo!
Esse capítulo não foi betado, por isso encontrando erros peço que ignorem!
Ele é meio de ligação para enfatizar que Loki é um cara meio solitário...
:)



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Frigga estava arrumando seus arranjos de flores quando o telefone tocou. Uma de suas amigas estava preocupada, pois havia lido uma notícia sobre um de seus filhos que havia se metido em confusão em algum cassino de Las Vegas. Automaticamente ela soube que se tratava de Thor, e não seria a primeira vez. Suspirando exasperada ela acessou o endereço do blog que a amiga havia lhe passado e qual não foi sua surpresa ao ler a nota e ver a foto do filho estampada em grande resolução.

"Thor Odinson, o filho problemático de Odin Borson, dono e CEO da Borson Financial Enterprises, uma gigante do mercado financeiro, e seus amigos foram expulsos de boate em Vegas após provocarem uma briga nessa última quarta-feira. O rapaz foi visto todas as noites em cassinos e boates da região torrando o dinheiro do pai com bebidas, jogatinas e mulheres. Segundo testemunhas, o grandalhão agrediu seguranças e hostilizou funcionários após lançar uma cantada infrutífera a uma dama acompanhada.”

Ao ler a notícia ela não pode deixar de se sentir frustrada. Enquanto Odin e Loki se matavam na Borson Thor estava gastando energia e dinheiro em Las Vegas. Ela sabia que a vida pessoal de Thor era assustadoramente agitada. Desde que ele fora morar sozinho num luxuoso Loft, Frigga sabia que ele vivia às farras regadas a bebidas, e que vivia cercado de mulheres interesseiras e falsos amigos. A vida que o filho mais velho levava a preocupava muito, pois ele demonstrava total desinteresse com as responsabilidades que seriam esperadas para um homem em sua idade e em sua posição. Ele tinha 28, afinal e era o herdeiro da empresa do pai.

(****)

 

O sábado amanheceu frio e silencioso em Nova Iorque. O vento trazia alguns flocos de neve indicando que o fim de semana seria preguiçosamente branco.

Naquela manhã o empresário Odin Borson estava à mesa para o café. A casa agora parecia ter ficado grande demais sem os filhos. Há três anos Loki havia resolvido que era o momento certo de sair de casa, alugando o apartamento no qual vivia hoje, mas foi só após Thor ter saído que a casa ficou vazia e silenciosa. Era ele quem enchia a mansão com seus muitos amigos, com seus sorrisos calorosos e a voz estrondosa.

No rico bairro de Manhasset, a mansão de tijolos de Odin destoava majestosa na rua tranquila. Ele aguardava pela esposa para tomarem o café da manhã juntos enquanto lia o jornal de investimentos, ficando bem satisfeito com uma nota a respeito da transição das Indústrias Stark para a Borson.

Frigga desceu as escadas elegantemente, ela era uma mulher de meia idade, mas para quem o tempo parecia não ter passado. Era a mulher por trás do poderoso homem de negócios, era a única mulher da família Odinson Borson. E era considerada admirável no que tangia aos quesitos beleza e elegância. As capas das revistas a retratavam como uma dama da sociedade nova-iorquina, sempre afável e preocupada com as causas sociais, no entanto, Frigga carregava consigo algum quinhão de frustrações pessoais.

Se ela era uma mulher feliz? Talvez já tivesse sido bem feliz no passado, estranhamente, uma mulher que tinha tudo não se sentia completa. Amava Odin, mas ele se tornara quase inatingível transtornado com o sonho de poder e crescimento vivido na Borson.

E havia Thor, que ainda não tinha encontrado seu próprio caminho, e que era uma fonte constante de preocupação para uma mãe. O filho não se interessava por nada senão levar uma vida sem controle. A mãe sabia que seu mais velho não estava ainda amadurecido e suas ações desmedidas e impensadas podiam trazer conseqüências ruins.

Frigga temia o momento que o marido ia passar a empresa para o comando de Thor, o que na cabeça dela causaria uma Hecatombe na Borson. Thor não tinha qualquer condição de gerir algo tão grande e Loki se sentiria magoado e traído. Ela acreditava que o maior ato falho de Odin, depois de mimar Thor e rejeitar Loki, seria dar a empresa nas mãos do mais velho de forma tão precoce. Mas Odin insistia que a única maneira de fazer o filho acordar para vida era lhe jogar no colo toda a responsabilidade. “O choque vai fazer Thor criar juízo!”. – respondia ele quando ela o questionava.

Por fim, coroando suas preocupações estava Loki, seu doce Loki. Um menino retraído que cresceu às margens da família catando as migalhas de atenção de Odin, que só tinha olhos e carinhos para o mais velho. Ela não entendia, mas o marido tinha por Loki verdadeira aversão, ele não admitia sua má vontade por seu filho mais novo, mas suas ações eram regidas a fazer Loki sofrer e ela via o jovem filho crescer angustiado com a indiferença do homem que ele chamava de pai e nada podia fazer contra isso. E sua impotência em amenizar o sofrimento do jovem filho a matava por dentro.

Ela pensou em Loki enquanto tomava seu café em silencio nessa manhã. Fazia um mês que não se viam. Apenas se falavam por telefone, e de forma corrida. Odin lhe dizia que ele estava trabalhando muito, inclusive aos fins de semana, e por isso sempre recusava os convites para os almoços em família no domingo, Frigga fingia acreditar, mas ela sabia que Loki preferia ficar distante, uma vez que Odin sempre usava esses eventos para soltar alguma frase pejorativa e desdenhosa contra o rapaz.

Estavam sentados à mesa quando Frigga quebrou o silencio sem mais poder conter-se. –Você vai o machucar dessa forma. – ela falou finalmente.

—O que foi que eu fiz? – Odin ergueu os olhos de seu jornal confuso.

Geralmente Frigga não costumava se meter nos assuntos da empresa, mas Odin havia lhe contado sobre a discussão que teve com Loki no início da semana sobre Thor e seu cargo de Diretor Financeiro. Para Odin o apoio e aprovação dela era importante.

—Loki. Você sempre o magoa. – ela explicou.

—E ele sempre me desafia. – defendeu-se Odin.

—Ele se esforça tanto na empresa. Dou voz às queixas dele. – Frigga foi a favor do seu mais novo. – Odin, eu sei que está decidido a dar a Thor a presidência, mas seria prudente que repensasse. Veja se não pode pôr os dois meninos. Loki pode ser o vice. – insistiu ela.

—Minha querida esposa. Não está conseguindo perceber o meu tino para os negócios. – disse o homem. –Vejo grande potencial em Thor, mas você conhece Loki e seu brilhantismo. Se o coloco como vice de Thor, quem você imagina que vai liderar a empresa? – perguntou ele perspicaz. Ela concordou com a cabeça. Odin tinha um ponto nessa questão. –Percebe porque preciso mantê-lo, ao menos por enquanto, afastado? Minha ideia é que ele e Thor possam gerir a Borson juntos no futuro, eu não seria o homem de negócio que sou se ignorasse a importância de Loki para os negócios, ele é a alma daquela empresa. – falou ele.

—Seu pensamento enquanto empresário e pai de Thor é bem coerente, mas está se esquecendo, mais uma vez, de ser pai de Loki. – ela o criticou. –A sua decisão, da forma como será informada, vai o magoar, eu só queria te pedir para conversar com ele antes. – disse a mulher angustiada.

—Frigga, eu não gosto que minhas decisões sejam questionadas. – respondeu Odin cansado.

—Soa como um ditador. Onde está o homem apaixonante com o qual me casei? – Frigga o encarou com pesar.

—Está vendo? Essa criança sempre foi causadora de conflitos entre nós. Não briguemos por causa dele, minha querida. – Odin pegou a delicada mão da esposa entre as suas num carinho. – confie em mim, vou cuidar de tudo. – falou doce.

Eu confio em você e sei que tudo que você faz tem um propósito, – dizia ela. – o problema é que às vezes acho que Loki não sabe disso. Eu acho que você devia conversar com ele e o tranquilizar sobre a Borson, sobre seus planos. Ele merece sua satisfação, senão como filho, mas como seu melhor funcionário. – ela o aconselhou.

—Ele vai ficar bem, deixe como estar. – Odin pediu. Sempre que eles se enveredavam no assunto Loki acabavam brigando.

Frigga queria o melhor para ambos os filhos. Não queria que Loki se sentisse mais excluído ainda, principalmente dentro da empresa que era sua paixão. Mas Odin tinha um plano para obrigar Thor a assumir maior responsabilidade na vida e ela deu o assunto por encerrado por hora.

—Esqueçamos um pouco o Loki e vamos falar de Thor? – ela precisava dizer ao marido a descoberta sobre Thor estar em Vegas quando devia estar em casa se recuperando de uma virose.

—Que tem Thor? – Odin ergueu uma das grossas e grisalhas sobrancelhas.

Frigga respirou fundo e pegando o tablet lhe mostrou a reportagem com as fotos de Thor e seus amigos em Las Vegas.

Odin ficou lívido por uns momentos, em seguida sua expressão murchou para decepção. Aquele era seu filho amado e ele estava fazendo de tudo para colocá-lo de vez nos negócios, fazê-lo entender como a Borson era importante não só para eles, mas para todas as pessoas que direta ou indiretamente dependiam seus empregos, mas Thor se mostrava cada vez mais displicente em relação à empresa. E agora isso. Era um absurdo um diretor fingir doença para ir às festas. E ainda se meter em confusão. Thor era irresponsável e se portava como um adolescente inconsequente, mas Odin o amava e lutaria com todas as forças por Thor.

—Thor não tem o direito de fazer isso conosco. Expor o nosso nome, o nome da Borson, percebe porque eu preciso agir rápido com o meu plano? – ele suspirou cansado e continuou. –Frigga, não comente isso com ninguém, principalmente com Loki. – disse pensativo. –Não quero que ele tenha mais munição contra Thor dentro da empresa. A situação já é ruim o suficiente do jeito que está. Eu logo irei agir e pressionar Thor a se envolver definitivamente com a Borson.

—Devíamos respeitar a vontade de nosso filho. Thor não se interessa pela empresa, já Loki, talvez fosse melhor ele assumir, é o mais capaz... – ela insistiu.

—Já conversamos sobre isso. Loki é ótimo, mas Thor é meu primogênito. Aqueceria meu velho coração vê-lo assumindo meu lugar. – disse ele com os olhos sonhadores. –Nosso menino. Lembra quando você o colocou nos meus braços pela primeira vez? Ah, o dia mais feliz da minha vida. – disse Odin sorrindo.

—Claro, não poderia esquecer, pois também foi o meu dia mais feliz. – disse ela. –Eu só penso que podemos estar cometendo uma injustiça com Loki e eu não quero o magoar. Não quero que Loki sinta como se o tivéssemos o deixando de fora. – disse olhando para o marido. –Prometa-me que vai conversar com ele antes de tomar qualquer decisão. – implorou ela.

—Loki é um homem feito. E ele não vai ficar de fora de nada. Ele vai estar sempre ali ajudando o irmão a tocar a empresa. É assim que tem que ser. – disse o homem esperançoso.

—Eu sei que não devo me meter na Borson, mas olhe para isso. – ela disse apontando as notícias no tablet. –Odin, a Borson é o sonho de uma vida inteira, seu sonho. Você melhor que ninguém sabe quanto já sacrificamos por essa empresa. – disse ela sugestiva. –Você nunca mediu esforços por esse sonho e agora vai colocar tudo isso nas mãos de alguém como Thor?

—Frigga? Que tom é esse? – Odin se enervou.

—Não estou lhe acusando de nada, meu marido, porque o que passou já passou. Eu só estou pedindo que reconsidere suas decisões, pois não acredito que Thor esteja pronto para assumir tamanha responsabilidade. – terminou a mulher.

—Frigga, minha querida, Thor é meu herdeiro. Tudo que fiz foi pensando nele. Ele deve seguir meus passos e assumir minha empresa. – respondeu ele. –Eu sei que se preocupa com Loki, mas ele terá sempre o lugar dele na Borson, nada irá prejudicá-lo. E Thor precisa desse choque de realidade. É a única forma que vejo de ele se acertar na vida e se tornar um homem de verdade. – ditou Odin.

(****)

 

 

Loki acordou nessa manhã de sábado sentindo-se mal. Durante toda semana ele havia lutado contra o prelúdio de uma gripe fajutamente combatida com aspirinas de vitamina C. Mas ao fim da semana ele já achava que nem todas as aspirinas do mundo iam poder lhe ajudar. Sentia-se vencido pela doença. As dores no corpo eram intensas, havia uma dor de cabeça constante que lhe deixava nauseado e seu corpo estava cansado e febril.

Hoje ele tinha consulta com o médico que sua família costumava consultar.

A consulta transcorreu rotineira e nada de grave parecia o prejudicar. Era só uma gripe, pouco preocupante, bastava tomar os remédios e vitaminas, ingerir bastante líquido, se alimentar bem e fazer repouso e logo seu corpo ia se recuperar.

Caíra completamente no esquecimento as manchas roxas, que acabaram ficando como um evento isolado. Porém nesse mesmo sábado ao chegar da consulta, logo após um banho, ele reparou que mais um mancha havia aparecido, dessa vez na parte de trás da coxa direita, pouco abaixo da nádega. O estranho era que não se lembrava de ela estar ali ontem, mas sua pele era muito sensível, devia ter batido em algum lugar, imaginou ele, colocando esse fato novamente no esquecimento.

Dr. Johnson, seu médico, lhe prescrevera um antitérmico para a febre e um analgésico para as dores, também lhe indicara uma dose extra de vitamina C. Como precaução pediu um hemograma completo, aconselhando Loki a beber bastante líquido e fazer repouso.

Mas a mente de Loki funcionava a mil por hora. Sua obsessão pelo trabalho e determinação para fazer Odin se orgulhar dele era maior que a preocupação com a própria saúde. Sua cabeça estava em seus relatórios e também na Borson, onde nesse exato momento estava ocorrendo uma transformação da Sala Precisa para recebê-lo como Gerente. Ele decidiu que ia para a empresa.

A mudança sucedeu de forma rápida. Os rapazes da equipe fizeram um bom trabalho e antes do almoço a sala estava completamente limpa e modificada para receber o filho do patrão.

Apesar dos conselhos do médico, Loki apareceu por lá para adiantar a organização de seus documentos. E até ficou satisfeito com o resultado final. A sala era pequena, mas tinha uma janela de onde se podia ver a neve caindo. Evidente que não podia ser comparada com a luxuosa sala de diretor de Thor, mas de qualquer forma era sua sala e era o que tinha para hoje.

Loki pensou que não faria mal adiantar um pouco as coisas, assim na segunda-feira não perderia tempo organizando sua documentação. Ele já estava no meio das idas e vindas carregando caixas e arquivos da mesa no corredor para sua sala quando se sentiu completamente tonto e nauseado. Repentinamente a vista escureceu e ele precisou sentar antes que caísse. A cor lhe fugiu dos lábios o deixando com um aspecto cadavérico, trêmulo e suado.

Foi assim que Andrezza o encontrou: no chão encostado à parede, pálido como uma folha de papel sulfito, suando frio e respirando pesadamente.

—Loki? – ela se aproximou abaixando-se junto a ele, muito preocupada. Os olhos verdes úmidos e brilhantes a encararam. –Você está passando mal? – e fez a pergunta mais tola. Evidentemente ele estava mal. Tocou a testa úmida do rapaz por cima dos cabelos negros notando quão quente ele estava. –Você está com febre. – constatou ela.

Loki sentiu os dedos dela tocando sua testa com cuidado, o mesmo cuidado com o qual Frigga lhe tocava. –É só uma gripe... – disse rouco e débil.

Ela assentiu com a cabeça o ajudando a se erguer. –Aposto que não almoçou de novo.

—Eu ia comer alguma coisa assim que terminasse aqui. – disse ele ainda zonzo.

Andrezza o fitou demoradamente. Ela nunca tinha visto Loki vulnerável antes, talvez pela falta das roupas executivas e dos cabelos impecáveis. Hoje ele vestia uma calça escura e uma camisa verde musgo, ele assim, vestido casualmente parecia mais jovem.

A moça o ajudou a finalizar a arrumação e eles tiveram uma tarde agradável. Andrezza era divertida de uma forma que Loki não conhecia. Não era uma mulher encantadoramente bela fisicamente, mas o senso de humor dela era impagável. Ela era doce e carinhosa, por vezes lembrava Frigga, mas tinha alguns atributos a mais, um grande e farto par de seios, que Loki não sabia dizer se eram naturais, os cabelos eram lisos com uma tintura de tom ruivo acastanhado, olhos castanhos claros e sorriso fácil, usava um perfume adocicado e tinha um timbre de voz forte, que poderia soar como uma versão feminina da voz de Thor.

Loki gostou de conhecer esse lado dela, foi algo próximo de um amigo, que ele não tinha.

Aos poucos e conforme os remédios iam fazendo efeito ele foi se sentido melhor e mais disposto. Naquela tarde fria, com a neve fina pintando as ruas de branco, Loki percebeu que era bom contar com alguém de vez em quando que não lhe cobrasse tanto como os pais. Lembrou-se de Kátia e de como foi bom os poucos dias que passaram trabalhando juntos.

Com tudo arrumado eles caminharam para o hall dos elevadores. –Andrezza? – já estavam no elevador quando ele falou. –Porque veio aqui hoje?

—Seu pai me pediu para acompanhar a mudança. – ela explicou. –Não se preocupe, estou sendo paga para isso. – sorriu.

—Oh, Claro. – Loki respondeu pensando no “algo mais próximo de um amigo”. Amigos não ganham hora extra. E ele sentiu frustrado por algum motivo. Despediram-se com um “tchau” e ambos seguiram para lados opostos.

Loki seguiu caminhando lentamente, apertando os braços contra o corpo magro seriamente agasalhado. No caminho de volta para casa ele pensou em Andrezza. Ela era uma mulher interessante, mas inacessível a ele como todas as outras. Ela era inteligente, madura e bem resolvida. E Loki, bem, ele crescera às sombras de Thor, a rejeição marcara sua personalidade e se tornara inapto a qualquer relação interpessoal num simples mecanismo de defesa. Para não ser rejeitado ele não se aproximava das pessoas, mas ultimamente estava sentindo-se sozinho.

De repente Loki desejou ter com alguém algum sentimento de cumplicidade e carinho que o fizesse ao menos uma vez se sentir diferente e especial. Quando a secretária lhe ajudara ela pareceu tão preocupada, foi quase como verdadeiro, seu toque era quase pessoal dividindo Loki no dilema paradoxal: não tinha amigos, pois esses poderiam o rejeitar, mas o fato de não ter amigos o fazia sentir-se rejeitado.

Ele suspirou pesadamente. Talvez só estivesse muito carente e cansado de tudo. Talvez fosse a pressão no trabalho, a competição pelo orgulho de Odin, ou somente estivesse vulnerável por causa da gripe, mas ele hoje sentiu vontade de ter alguém em sua vida, alguém que entendesse e que lhe desse algum conforto ao menos.

Loki nunca havia namorado. Entre uma faculdade e outra, um artigo escrito para algum semanário de economia, um livro ou relatório, não havia sobrado tempo. Sempre estivera envolvido com alguma coisa mais importante. Havia perdido tempo demais se preocupando como ser um filho melhor e acabou esquecendo que bastava ter vivido e aproveitado mais.

Era virgem aos 26 anos. Talvez devesse seguir o conselho de Thor e pegar uma prostituta, não, Thor era um idiota com ideias idiotas e Loki queria que fosse com alguém especial.

Ele seguiu sozinho para casa como sempre. Naquela tarde o silêncio que sempre prezou estava estranhamente melancólico em seu apartamento vazio.

Fato era que Loki havia pulado partes importantes da vida. Quando se tratava de sentimentos ele nunca tinha saltado naquele abismo do desconhecido. Sempre fora muito inábil nesse assunto, mas era jovem, quem sabe ainda tinha muito tempo pela frente?

Mas o tempo era um senhor impiedoso e Loki corria contra ele sem saber. Talvez se soubesse teria dado aquele passo que cruzaria a linha invisível da segurança emocional e o amor a mais tempo.


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Notas finais do capítulo

Opa! Acho que no próximo as coisas começarão a se deteriorar para o Loki.

Beijos a todos!