Stay Alive Loki escrita por HomeFiction


Capítulo 17
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Pois é... :)
Pessoal, eu gostaria de agradecer a todos que acompanharam essa história e dizer que foi muito especial poder contá-la a todos vocês. Nesses meses recebei muito carinho, tantas palavras doces e incentivo. Sou muito grata!
E estamos no último capítulo! Olha, num é que chegamos! rs
Obrigada a todos!
Grande Beijo e até a próxima fic!
Obs.: tem um epílogo para arrumar a casa... beijos!



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Odin Borson sentia-se cansado e derrotado. Os tabloides financeiros apontavam a queda da sua empresa e ele não se via com a mesma motivação de antes para lutar de novo aquele combate sujo que marcou sua trajetória profissional e levou o nome de sua empresa ao topo. A idade lhe pesava sobre os ombros tanto quanto o entendimento que sua empresa ruía como um castelo de areia porque tudo foi base de mentiras e sofrimento.

Ele precisava de um tempo sozinho para repensar seus atos. Estar naquela casa circulado da excitação de Frigga com os preparativos para sua viagem à Dinamarca o estava fazendo louco. Mesmo que fosse domingo Odin pegou um dos carros de sua garagem e saiu para uma volta. Seu destino não foi outro senão a Borson.

Mas não entrou em sua sala, foi direto para a pequena sala de Loki, a "Sala Precisa". O velho sorriu se lembrando de Loki o olhando afetado quando lhe foi dada a sala, Loki sempre foi exagerado, talvez essa fora só a maneira que ele encontrou desde muito cedo para tentar chamar atenção de sua família e não ser sufocado por Thor.

Odin abaixou a cabeça recriminando-se por quantas vezes ele fez Loki se sentir transparente, a sombra de seu irmão, mas Loki era seu filho também, e tão poucas vezes o pai disse ao filho o quanto se orgulhava dele.

O tempo acabou por revelar a Odin o quão errado ele estava. E hoje ele se perguntava por que foi tão cego e não viu o quão privilegiado era por Loki ter entrado na sua vida? O garoto tão doce e recatado, estudioso e carinhoso, o melhor filho que um homem podia ter pedido aos céus. Ali sentado o velho pensou que Loki merecia ter tido um pai melhor.

Ele fechou os olhos umedecidos e passaram-se como flashes as antigas memórias. Como a noite que pegou Loki no colo pela primeira, era um bebê lindo, e sempre sorria ao ouvir a voz de Odin. "Meu filho, eu sinto tanto", pensou ele sentindo a dor do remorso. Ergueu a vista no entorno da pequena sala, que se tornava tão importante com Loki ali sentado. A empresa, a Borson, tinha a cara de Loki, e não porque ele era um gênio, mas porque ele havia trabalhado dia-após-dia ali, porque ele era seguro e competente e porque ele queria e amava aquela empresa.

Odin errou muito e sabia que não tinha qualquer direito ao perdão. Como ia simplesmente pegar um avião até a Dinamarca, encarar Loki e lhe pedir desculpa por quase 3 décadas de descaso? E Laufey? Com olhar nos olhos daquele homem tantos anos depois, após ter lhe roubado a liberdade e o filho? Será que Odin estava preparado para aquele confronto?

De qualquer forma ele errara muito e precisava tentar reparar ao menos um pouco desses erros. Era improvável que o filho o amasse novamente, mas ele tinha que tentar.

(*******)

Dizer que Loki estava nervoso era pouco. Sua família estava chegando à Dinamarca. Há quase cinco meses não se viam e uma ponte havia se estabelecido entre eles. Não seria fácil para nenhum deles atravessá-la.

–Eles vão estar aqui amanhã por volta das 10 horas, vá se deitar. – Laufey aconselhou enquanto ia lavar a louça do jantar.

–Eu acho que não vou conseguir dormir. – respondeu ele.

–Loki. – Laufey voltou se sentando perto dele. –Vai dar tudo certo, não acredito que seja uma conversa fácil, mas tenho certeza que vamos todos nos entender, afinal... – sorriu o pai. –Temos algo muito precioso em comum. – sorriu dando um aperto no ombro magro do filho.

–Eu não conhecia essa versão “pai-galinha”. – disse Loki girando os olhos.

–Deixe um velho homem lamber sua cria, rapaz. – Laufey sorriu indo cuidar de sua louça

Loki ficou o olhando com certo pesar. O homem que antes era completamente solitário estava mais aberto e feliz. A relação deles por mais improvável que fosse havia se tornado tão progressiva que Loki não achava justo interrompê-la agora. Ele tinha saudades de sua família adotiva, mas também não queria perder o pai que encontrara recentemente, mas sabia que era pedir muito para Laufey Nál aceitar manter uma relação de pai e filho, sequer de amigos, se ele optasse por retomar sua antiga vida como um Odinson.

(******)

Após horas no voo cansativo tudo que Frigga mais queria era ver Loki. Ela entrou pelo jardim da casa de Laufey. À sua esquerda havia uma horta recém-plantada, do outro lado a grama estava bem aparada, o jardim não era ornamentado como o da mansão Odinson, mas ainda assim estava bem cuidado. A casa, apesar de grande, era simples e antiga. Tudo indicava que a pessoa que ali morava não se preocupava em viver cercada de luxo. Ela apertou o braço de Thor e o filho lhe sorriu nervoso quando tocaram a campainha.

Laufey abriu a porta e os encarou por um breve momento. Ele reparou na elegância da senhora Frigga, a mulher era bonita e tinha um ar majestoso e superior, o jovem ao seu lado era alto e musculoso, Thor. Laufey não sabia muito o que pensar do rapaz. Por fim seus olhos caíram em Odin Borson. De repente os anos retrocederam e ele fechou os punhos com força, sua primeira vontade foi bater a porta na cara daquela família ou lhes cuspir meia dúzia de desaforos, mas não podia fazer isso, não enquanto havia um jovem tão ansioso lá dentro os esperando. E ele não podia de forma alguma decepcionar Loki.

O dono da casa evitou olhar nos olhos de seu rival, sabendo que teria seu momento com Odin bem longe da vista de seu filho. Ele engoliu a mágoa que sentiu e fez um gesto para que os três entrassem.

–Higienizem suas mãos, por favor. – o homem indicou um frasco de álcool em gel no corredor. –Ele precisa se proteger. – resmungou ele apontando para a sala.

Eles entraram lentamente sem saber o que esperar. Frigga e Odin, depois Thor. A mulher sentiu que o coração ia explodir quando viu Loki sentado no sofá perto da lareira. Dessa vez ela apertou o braço de Odin e ele lhe respondeu com um afago nos ombros, ato que serviu para mantê-la discretamente junto a si e não correr para Loki, afinal nenhum deles sabiam como agir na presença do rapaz.

–Sentem-se! – disse Laufey apontando o sofá amplo de três lugares. Loki estava sentado no outro sofá completamente encolhido e pálido, pela expressão do filho ele estava preste a quebrar. –Bem, eu vou preparar um café para todos nós. – disse o dono da casa.

O clima ficou muito pesado e o silêncio foi constrangedor. Os Odinson avaliavam chocados a figura tão frágil a sua frente tentando associar aquele homem ao Loki que estavam acostumados. Era impossível.

Thor sentiu que ia ficar doente. Era triste e arrebatador demais ver Loki daquele jeito, ele sabia que o irmão estava muito doente, mas ver a aparência magra, esquelética, o rosto antes altivo agora macilento e abatido, e os olhos verdes opacos e fundos nas olheiras escuras, os lábios ressequidos e feridos. Loki estava massacrado pela doença, e vê-lo assim era algo perturbador.

Frigga sentia os olhos cheios de lágrimas, igual a Thor ela se chocara com o estado de Loki. Seu filho parecia definhar. Ele vestia um largo conjunto de moletom preto que deixava claro sua magreza excessiva, tinha um chapéu verde musgo que escondia sua cabeça lisa. Ela o olhou demoradamente, sentindo o coração doer. Onde estavam os cabelos? Seus tão lindos fios negros, estavam faltando.

Odin também estava assustado. Também ele não podia acreditar em seus olhos. Aquele era Loki, ou que restara de Loki? Uma figura ossuda, trêmula e translúcida. Que parecia que podia desmontar a qualquer sopro mais forte. Ele sentiu o peito apertar imaginando o inferno que o filho estava atravessando.

–Como você está? – a voz de Odin se dirigiu a Loki. Já se passavam minutos e ninguém tinha coragem de falar.

–O que você acha? – Loki respondeu o olhando finalmente. Odin recuou com a resposta, como se acertado por um soco. Havia mágoa na voz de Loki, mas ele merecia isso e ainda coisa pior.

Foi o melhor momento para Laufey retornar à sala com a grande bandeja de café. Ele sentou-se ao lado de Loki e passou o braço protetoramente sobre os ombros magros e trêmulos do filho fazendo um discreto carinho. Loki pareceu se acalmar, se deixando ser abraçado pelo pai.

Odin sentiu o peito apertar quando viu a cena a sua frente. Laufey tocando Loki com tanta propriedade fazia o pai adotivo sentir que estava sobrando. Loki não estava sozinho, ele tinha encontrado seu verdadeiro pai. E Odin não conseguiu retirar os olhos invejosos dos dois. Mas, Laufey não o encarou em momento algum, ele não estava ali para mostrar nada a Odin, somente para apoiar o filho.

–Loki! – foi Frigga quem quebrou o novo silêncio com sua voz suave. –O que ele quer saber é como você está enfrentando tudo isso? – perguntou a mãe. –Nós, estamos tão preocupados... – disse ela chorosa com tanta verdade e necessidade.

Loki ergueu os olhos verdes para ela. Como sonhou em ouvir essa voz novamente, depois tornou a fechá-los contendo as lágrimas, ficando somente a saborear o prazer que era ouvir a voz daquela mulher que tanto amava. Como sentiu falta dela.

–Ele está bem agora... – disse Laufey apaziguador.

–Ele pode falar por si próprio. – Odin soou rude vendo que o homem ainda tinha Loki sobre aquele abraço.

–Sim, ele pode. – Laufey o encarou pela primeira vez. –Mas ele não precisa falar se não quiser! – o homem devolveu com desafio.

–E ele não tem que falar nada, apenas ouvir. – Frigga não estava ali para brigas ou acusações. Ela não tinha vindo de tão longe para ver seu menino ser amparado por outros braços que não os seus. Também ela havia notado com certo ciúme e insegurança o domínio que Laufey tinha sobre Loki, mas ela não julgava nenhum deles. Era evidente que o filho estava carente quando chegou ali, se Laufey era um homem sensato como ela via que era, o acolheu imediatamente, motivo pela qual era grata. Aquele homem havia estado lá por Loki quando ninguém esteve.

–Nessa história todos nós acabamos envolvidos e afogados em nossas próprias mentiras. – ela tornou a falar. –Acredito que Odin lhe contou alguns fatos tristes antes de você vir para a Dinamarca. Mas eles não eram definitivamente a verdade. – ela falou.

–Frigga... – Odin a olhou, depois encarou cada um naquela sala e por fim abaixou a cabeça vencido e envergonhado. Suspirando ele falou. –Sua mãe tem razão, Loki. Eu fui cruel quando você me procurou, menti ainda mais para manter a farsa da minha vida sem me preocupar com ninguém mais. – confessou ele sem olhar nos olhos de ninguém especificamente.

–Você agiu como sempre. – Loki acusou. –Porque será que não me surpreendo?

–Um homem pode mudar Loki. Eu mudei. – Laufey falou se afastando um pouco do filho. –Escute com o coração o que ele tem a dizer. – pediu.

–Meus erros provocaram muita dor. – continuou Odin. –Sei que não funciona assim. Pedir desculpas e apagar os males do passado, eu sei minha culpa no sofrimento de todos vocês. Vim para reconheceu meus erros, com você, Loki. – falou o empresário. –E com você, Laufey. – disse por fim engolindo o orgulho. –Laufey era inocente. Meu pai, Bor, o então dono da Argard era o verdadeiro culpado. Era um grande e fraudulento esquema de desvio de dinheiro, era muito para ser escondido, e tudo começou a ruir. – esclareceu Odin.

–Na época não tivemos coragem de acusá-lo. – falou Laufey. –Foi um erro. – concluiu.

–Sim. Foi um erro. Meu pai orquestrou um plano para se livrar das acusações. Ele acabou jogando a culpa para você, que era o diretor financeiro. Mas como disse, era um esquema muito grande e era certo que ele ia ser acusado também. – Odin explicou. –Quando as investigações começaram a chegar muito perto, desesperado, meu pai acabou por se suicidar. – completou o empresário. –Laufey foi acusado e eu usei o que sobrou do dinheiro para fundar a Borson. – ele ergueu os olhos para Loki que o encarava com uma expressão em branco.

–Quando Laufey foi preso Fárbauti veio até nós. – Frigga tomou a palavra. –Ela ficou desapontada ao saber dos supostos crimes de Laufey. Eu havia tido um aborto e não podia mais ter filhos. E ela nos entregou você, disse-nos para chama-lo de Loki e sumiu no mundo.

–E nunca mais tiveram notícias dela? – Laufey perguntou.

–Ainda trocamos correspondência por uns meses, mas depois era parou. – disse Frigga. –Depois de algum tempo recebi uma carta sem remetente dizendo que Fárbauti havia falecido... Nunca mais tivemos qualquer notícia e preferimos seguir nossas vidas. – finalizou ela.

–Você deixou que um inocente pagasse? – Loki olhou para Odin com desilusão.

–Loki, a verdade era que ninguém naquela empresa era de fato inocente. – Laufey falou. –Eu sempre soube de tudo e embora não tenha me beneficiado também não denunciei e acabei sendo cúmplice. – disse o homem por fim.

–Eu não sei se consigo lhe perdoar, Odin... – disse Loki por fim.

–Eu não achei que você fosse, mas ainda assim eu vou esperar por isso a vida toda. – Odin falou baixinho.

–Mãe? Porque vocês ficaram comigo? Diga-me por quê? – Loki mudou o foco. Ansiava por aquela resposta.

Frigga achou que ia explodir em lágrimas. Loki a chamara de mãe e ele estava ali com aqueles olhos grandes e verdes lhe implorando pela verdade.

–Loki, me machuca saber que te fiz sofrer. Se eu pudesse voltar atrás. – disse ela. –Eu te amo. Você é meu filho, foi assim desde que te vi pela primeira vez. Sempre foi por amor, eu juro! Tem que acreditar.

–Mas Odin disse que... Não foi pena? – o rapaz gemeu magoado.

–Eu fui um tolo, Loki. – disse o empresário. –Tirei a liberdade de Laufey, porque queria poder. Manipulei Fárbauti para que nos entregasse seu filho, porque imaginei que se algum dia Laufey viesse a me acusar de alguma coisa eu podia usar você contra ele. Mas eu estava enganado... – falava encarando os olhos feridos do rapaz a sua frente. –Você me conquistou. – disse ele sem conter as lágrimas. –Eu me encantei aos poucos por você ainda bebê. Depois por aquele menino que aprendeu a andar e falar muito cedo. Lembro-me de ficar esperando a hora de voltar para casa e ver meu filho, não Thor, mas você. Sei que não sou merecedor, meu filho, mas ainda assim suplico que me perdoe. – falou Odin emocionado.

–Você me amava? – perguntou Loki também chorando. –Porque nunca demonstrou isso? Era sempre Thor, era ele que você sempre exaltava...

–Seu pai errou muito, todos nós erramos. – Frigga acudiu.

–Eu também errei quando fui egoísta... Eu me arrependo tanto, Loki. – disse Thor emocionado, falando pela primeira vez.

–Eu me arrependo de tudo que fiz, menos de ter criado você. É meu filho! Eu sempre te amei. Infelizmente eu não posso voltar atrás, mas deixe-me tentar arrumar meus erros? – terminou Odin.

Loki não sabia o que dizer. Ele ouvia Odin falar e o via chorar e tudo parecia tão sincero e ele necessitava muito daquele carinho, ele precisava daquela família em torno dele, principalmente agora. Eles estavam ali pedindo perdão e dizendo que as coisas iam ser diferentes. Não era isso com o que sempre sonhou? Ter a atenção e o carinho de todos? Agora que todas as mentiras haviam caído por terra ele podia tentar ser feliz.

–Loki? – Frigga se adiantou se ajoelhando no chão na frente do filho. –Perdão, meu amor! Perdão por tudo... Perdão... – ela chorou abrindo os braços numa súplica. Era um apelo muito forte e Loki não pensou duas vezes. Ele se atirou nos braços da mãe e ambos se apertaram com uma força que ninguém podia separar.

Thor não se conteve. Ele envolveu os grandes braços sobre o formato frágil de Loki e Frigga, muito feliz e emocionado resmungando que os amava. Odin também chorava. Finalmente sua família estava reunida novamente, não importava como, onde ou por quanto tempo. Ele envolveu seus braços em torno deles e todos ficaram ali entregues ao choro quase compulsivo.

Laufey suspirou saindo discretamente de cena. Por mais que lhe doesse ele tinha que dar privacidade a eles. Era estranho ver a família Odinson reunida em sua sala entregue a tantas emoções. Mas ao menos eles tinham se entendido, e Loki merecia isso.

Todos ainda tinham um grande caminho a percorrer, mas o primeiro passo havia sido dado.

(*****)

Odin ficou em silêncio mais afastado apenas observando Loki aninhando nos braços de Frigga e Thor. Ele estava satisfeito de ver o rapaz nos braços da mãe e devolvido ao seio da família Odinson, aquele era o lugar de Loki. O chefe da família sorriu quando Thor disse alguma bobagem sobre os cabelos negros de Loki e fez todos eles rirem, o loiro estava só tentando melhorar o clima. E Odin, nesse momento soube que eles iam conseguir, eram uma família afinal.

–É muito bom vê-lo feliz desse jeito. – Laufey se aproximou de Odin.

–Ele está realmente bem? – Odin perguntou preocupado.

–Venha aqui fora. Eu quero lhe mostrar a horta. – o dono da casa saiu passando pela sala indo para a varanda. Odin o seguiu. –Eu fiz essa horta para ele. – disse Laufey estando lá fora. –Quando Loki chegou aqui a história dele era simplesmente muito louca para eu acreditar. E os meus anos de prisão havia me tornado um homem solitário e amargo. – contou ele.

–Você sofreu por minha causa. – disse Odin com vergonha. Laufey tinha o direito de odiá-lo. De querer se vingar, e podia ter feito o que quisesse com Loki quando soube que ele era o filho adotivo de Odin, mas Laufey simplesmente o acolheu com carinho.

–Quando sai da cadeia tudo que queria era me vingar. Eu passava os dias pensando uma forma, mas com o tempo eu fui retomando minha vida escura e decadente até perder a coragem ou o ódio para continuar pensando sobre isso. – explicou Laufey. –Então quando Loki chegou aqui contando essa história eu não acreditava que você estava entrando na minha vida de novo.

–Loki estava frágil, magoado, doente e sozinho. Você poderia tê-lo usado para me atingir... – pensou alto Odin.

–Convenhamos, Odin. Você não precisava de ajuda para ferrar sua relação com seu filho. Do jeito que ele chegou aqui eu não precisava falar nada contra você. – disse Laufey irônico. –Está vendo a horta? – ele apontou os brotos verdes crescendo. –Antes de ele vir esse quintal estava repleto de capim e sujeira. Mas a leucemia requer um ambiente limpo porque a imunidade abaixa a níveis nulos com a quimioterapia e eu queria poder fazer algo pelo meu filho, mesmo que fosse algo simples como recebê-lo na minha casa. – Laufey encarou Odin de frente. –Eu nunca tive a chance de oferecer nada a ele, porque você me tirou isso! Eu me pergunto porquê? Se tudo o que fez ao longo de 26 anos foi machucá-lo? – questionou o homem magoado.

–Laufey? – Odin sentiu-se desconfortável, mas ele tinha toda razão. –Eu errei com Loki. Tive o privilégio de conviver com ele durante esses anos. – o mais velho olhou para a horta, os tão delicados brotos verdes. –Posso ver que você em poucos meses fez mais por ele do que eu fiz em anos. – era doloroso confessar isso, mas era verdade. –Me pergunto se ele não teria sido mais feliz se as coisas fossem diferentes.

–Não vamos por esse lado, Odin! – Laufey o cortou. –Olhe lá dentro e diga-me se não vê uma mãe e seus dois filhos, e os três são imensamente felizes quando estão juntos! – ele falou com pesar. –Por mais que me doa dizer, mas vocês são a família dele, nada vai mudar isso. – tinha custado a Laufey dizer essas palavras.

–Mesmo assim eu não deixo de pensar que as coisas poderiam ser diferentes...

–Eu não vou pensar nos anos ou em tudo que eu e Loki deixamos de viver como pai e filho, esse tempo não volta mais. No entanto, eu quero e vou ser o melhor pai que eu puder nesses poucos momentos que ele precisar de mim. – terminou ele olhando para sua horta.

Odin estudou seu rival e sorriu por fim. –Ele vai precisar de você durante muitos anos ainda.

–Não sabemos... Essa maldita doença pode encurtar tudo. – Laufey rosnou.

–Ele é forte. Ele vai sair dessa... E agora vamos voltar. Nem eu nem você devemos perder mais um minuto longe do nosso filho. – sorriu Odin.

Laufey o olhou demoradamente e também sorriu. –Que ironia... Eu nunca pensei que ia dividir algo com você. Principalmente um filho.


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Notas finais do capítulo

Fiquem na paz! E vamos brigar menos com nossa família. Os Odinson tiveram uma segunda chance, mas nem todos tem XD
Beijos!