Stay Alive Loki escrita por HomeFiction


Capítulo 16
Os Odinson estão chegando


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus queridos e queridas!
Bem, bem bem, mais um capítulo... Estamos finalmente recortando as arestas para fechar a caixinha, mais uns dois capítulos e chegamos a nosso destino, a reta final da nossa história.
Desculpem pelos erros na revisão, espero que aproveitem e tenham uma ótima semana!
Beijos!



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Alguns dias se passaram e Heimdall finalmente dera notícias sobre a investigação. A ansiedade e expectativa eram grandes pela parte da família Odinson. Estavam Thor, Frigga e Odin sentados na sala de estar da mansão quando o detetive chegou com um envelope.

Frigga o olhou esperançosa. Seu coração martelava no peito. Ela não via a hora de finalmente ter Loki em seus braços, porem o relato de Heimdall indicava que ainda ia levar um tempo. O detetive confirmou que Loki realmente havia aberto mão da vida em Nova Iorque para viver em um local chamado Valby na Dinamarca, havia cópias de canhotos do cartão de crédito de Loki em compras no comércio local, sobretudo farmácias. Ele também havia descoberto que o filho mais novo dos Odinson estava fazendo tratamento no centro de Hematologia e Oncologia do Hospital de Herlev.

Conforme o detetive ia exibindo as provas Odin fazia a conexão entre Loki e Laufey, e isso lhe incomodou. Não sabia dizer se era algum tipo de brio por perder algo para Laufey, ou ciúme por Loki procurar o pai biológico, mas Odin era o maior culpado por isso, ele jogara Loki nos braços de Laufey quando o tratou com arrogância e indiferença na última vez que se viram.

Terminada a sessão com Heimdall nenhum dos três sabia como proceder. Loki estava mesmo na Dinamarca fazendo o tratamento contra o câncer e aos cuidados de Laufey, que por essas alturas já deveria ter feito de tudo para voltar à cabeça do filho contra eles. Um silêncio pesado tomou conta da sala após Odin levar o detetive na porta. Mas foi Thor o primeiro a falar.

—Temos que ir até lá. – ele disse. –Eu sei que ele de nós. Não atende nossas ligações, e possivelmente não vai querer nos receber. – observou ele angustiado.

—E se ele está mesmo com Laufey, – Odin ponderou. – esse homem me odeia. Ele nunca vai permitir que nos aproximemos de Loki.

—Meu pai, Laufey tem os motivos dele para ressentir-se do senhor. – Thor alfinetou. Ele mesmo estava farto da petulância do pai, nada daquilo estaria acontecendo se Odin não tivesse sido mais ameno em toda essa questão com Loki. –Quem sabe não é hora do senhor se retratar de todos os problemas que causou? – o loiro falou corajosamente.

—Sugere que eu atravesse meio mundo para bater na porta desse homem lhe pedindo desculpas? – Odin cuspiu se enervando. –Só pode ter enlouquecido se acredita que eu me passaria a esse papel...

—Loki não vale esse sacrifício, não é mesmo? – e Thor ergueu a voz em completo desafio. –Odin o olhou com perigo nos olhos azuis, mas o filho prosseguiu. –Sua sucessão de erros afastou Loki de nós. Fui um cego durante muitos anos em não perceber o sofrimento de meu irmão, mas já chega disso. Eu não vou me sentar aqui enquanto Loki sofre sozinho do outro lado do mundo. Eu não sei quanto a vocês, mas eu vou invadir a casa desse Laufey e implorar que Loki me perdoe. – esbravejou Thor.

—Você me acusa? – Odin suspirou magoado. –Mas eu não me lembro de você reclamar quando lhe escolhi para a presidência em detrimento a seu irmão. Também não me lembro de ouvir queixas suas todas as vezes que era favorecido sobre Loki. O que vi, Thor, foi você vaidoso demais por estar sempre acima de Loki. O que vi foi você empurrando seu irmão no escuro para que os holofotes focassem somente em você! Não diga que não é verdade! – terminou o velho esbaforido.

Thor ia responder na altura do pai, mas Frigga foi quem falou. –Todos nós, inclusive Loki, erramos. – ela sentenciou com sua voz baixa. –Não podemos mais nos debruçar sobre os erros do passado. Não tem valia alguma ficarmos nos apontando os dedos nesse momento. Sinto que Loki precisa de nós, eu só não sei como me aproximar dele sem o machucar mais ainda. – disse ela.

—Eu... Desculpe mãe. – disse Thor envergonhado. –Mas é que... Eu quero ver meu irmão. É só isso! Quero apertá-lo contra o peito, é só... – disse o jovem com os olhos marejados. –Deus! Estou desesperado... – confessou ele perdendo qualquer postura dura que ostentara antes.

Frigga o abraçou suavemente. –Oh Thor! Também é o que mais desejo... – gemeu ela fazendo carinhos leves nas costas largas e musculosas de seu filho mais velho.

Odin respirou cansado olhando para sua família, o que restou dela. –É só que... – ele tornou a falar. –Loki pode aceitar ver vocês, mas a mim... Ele me odeia e com razão. Eu sou o monstro que destruiu a vida dele. Eu menti para ele todas as vezes que tive chance.

—Odin, Loki não te odeia. Ele sempre te admirou. Ele queria ser como você... Loki sempre teve verdadeira paixão por você. – Frigga rebateu o olhando com pena.

—Eu sei Frigga! – o homem ergue a voz trêmula de emoção. –Eu só estou com medo. – ele confessou. –Morrendo de medo de que esse amor todo, essa admiração tenha se transformado em mágoa, em decepção... Eu tenho medo de ter perdido o Loki para sempre. – Odin falou baixinho passando as mãos pelos cabelos grisalhos.

Frigga ia falar algo para apaziguar o seu marido quando seu celular tocou. Aquele toque que ela carinhosamente colocara para Loki. Seu coração gelou na hora. Ela encarou Thor e Odin sem saber o que fazer. Por um tempo a música tocou até que ela com as mãos trêmulas apertou o botão verde do aparelho.

—Loki!?— ela murmurou.

—Senhora Frigga? – a voz do outro lado era grave.

—Laufey!? Onde está meu filho? Por favor, eu preciso falar com ele... – ela sabia que aquele homem era Laufey. Havia visto o homem poucas vezes, mas ela sabia que se tratava dele.

—O Loki não pode falar agora. – disse o homem no telefone. –Eu... Não sei realmente se vocês se importam, mas eu sei que a senhora ligou várias vezes para ele... E eu não vou julgá-los por seus atos do passado. Apesar de eu ter sofrido muito com eles, mas acho que pelo bem de Loki eu posso passar por cima de quaisquer desses sofrimentos. – ele falou.

—Então... Você se importa com ele? – ela perguntou surpresa.

—Mais que tudo no mundo. Eu daria a minha vida por ele se for preciso. – Laufey falou de coração. O pouco tempo que esteve com Loki foi o suficiente para se apaixonar pelo rapaz.

—Eu também, Laufey. – disse ela emocionada. Ao menos seu filho não estava sozinho e sem carinho. O pai biológico o amava, ela sentia na voz do homem todo o carinho para com o filho. –Loki é a coisa mais preciosa que tenho na minha vida, mesmo que ele não saiba disso...

—Não, senhora Frigga. Ele sabe. – disse Laufey após suspirar. Custava-lhe muito essa conversa. –Eu não sei se Loki vai me perdoar por ligar para a senhora, mas eu tinha que fazer. Ele está precisando de vocês. – disse ele por fim.

Laufey explicou cuidadosamente à Frigga sobre o que Loki estava enfrentando, bem como explicou sobre a infecção e o risco que o rapaz corria. Eles conversaram por um breve tempo. O homem estava disposto a recebê-los em sua casa, se eles quisessem ir, para tentar reatar os laços com Loki. Frigga não pestanejou em aceitar o convite de bom grado. De repente todo o medo que tinha de fazer Loki sofrer mais ainda se esvaiu perto da esperança de ser perdoada pelo filho.

Assim que desligou o telefone, ela relatou a conversa ao filho e marido. E os três se abraçaram emocionados. Nenhum dos três tinha quaisquer reservas nesse momento, era apenas uma família quebrada tentando se apoiar um no outro para superar as dores.

 

(*******)

 

As primeiras 12 horas Laufey ficou sentado na recepção do setor de Hematologia e Oncologia do Hospital Herlev apenas aguardando. Nas próximas 24 horas o quadro de Loki não se alterou, porém Laufey temia deixar o filho, alguma coisa na mente cansada alertava que no momento que deixasse aquela recepção Loki poderia piorar.

Apesar da resistência em deixar o hospital eventualmente ele teve que ir para casa. Laufey estava arrasado. Precisava urgentemente de um banho e tanto o corpo quanto a mente implorava por descanso. Assim ele apagou logo que caiu na cama. Não havia dormido muito, somente um par de horas, mas serviu para recarregar as baterias.

Laufey Nál se olhou no espelho por um tempo demorado perdido em seu reflexo. Durante anos ele havia se olhado sem realmente enxergar-se, mas agora ele via um homem. Um homem que precisava colocar todos os medos e decepções num canto e seguir adiante porque precisava estar forte para apoiar o seu filho. Laufey entendia que precisava ser um homem melhor por causa de Loki.

Ele sorriu pensando no rapaz. Pensando em tudo que havia acontecido desde que ele apareceu à porta da sua casa numa terça-feira e lhe dissera que era seu filho. Daquele momento em diante nada mais foi como antes. A vida havia lhe dado uma segunda chance naquele dia. Loki tinha uma presença tão impactante que era impossível ficar imune, Laufey foi aos poucos se apaixonando e hoje estava envolvido até a raiz dos cabelos com aquele garoto encantador.

Era o momento de Laufey Nál ressurgir. Por Loki ele ia parar de ter pena se si mesmo e tentar aproveitar o tempo que ainda restava. Resignando-se ele foi até o bar juntando numa braçada as garrafas de bebidas, derramando-as na pia a seguir, vendo escorrer pelo ralo o líquido de cheiro forte que muitas vezes era sua única solução para escapar da dor e solidão, mas agora ele sabia que não precisava haver uma dor constante e que o passado por pior que tivesse sido, havia ficado para trás e não mais podia lhe machucar.

Mais tarde de volta ao hospital Dra. Lucent o recepcionou pessoalmente. Ela estava cansada, seus cabelos castanhos pareciam fora do lugar, mas havia alguma coisa em seus olhos cor de mel. –Ele conseguiu! – ela falou abrindo um grande sorriso. –A infecção foi controlada.

 

(********)

 

Loki acordou sentindo-se muito perdido. Sua cabeça parecia ter uma névoa que o impedia de pensar com clareza e lembrar onde estava e principalmente porque estava. Sentia o corpo muito cansado, a cabeça pesada, a boca muito seca, a garganta estava ferida e era dolorido engolir, na verdade ele não podia engolir. Tomou-se de desespero quando sentiu o tubo aranhando dolorosamente a garganta, o tubo que soprava ar para seus pulmões, ele reparou. A ficha caiu quando ele varreu os olhos assustados pela pequena sala, havia muitos aparelhos com luzes e bips, muitos fios e tubos, muitos dos quais ligados às máquinas e sumiam em suas veias. O cheiro de éter era forte e enjoativo, Loki piscou, ele estava na UTI e era assustadoramente opressor estar ali no meio daquelas máquinas e tubos. Lembrou-se da febre alta e de ligar para a linha de ajuda, lembrou que eles disseram que iam mandar uma ambulância. Ele tentou ligar para Laufey e avisar, mas sua vista escureceu e ele foi sendo engolfado por um frio glacial até que ficou tudo escuro.

Vencido pelo cansaço ele acabou esquecendo os bips e o incômodo tubo na garganta. Antes de voltar a dormir, porém, seus pensamentos foram para Frigga. Quando ele desmaiou em seu apartamento sozinho podia jurar que era o fim, e foi assustador. E por Deus, Loki não queria passar por isso de novo antes de dizer à sua mãe o quanto a amava.

Estava muito cansada agora, mas teria que encontrar uma forma de falar com ela, de explicar toda aquela confusão. Ele tinha que encontrar uma maneira de lhe pedir perdão por tudo.

Loki acordou novamente depois de algumas horas. Após um momento confuso ele reparou com ânimo que não estava mais na UTI e sim num quarto que era menos escuro e menos assustador, não havia tantos equipamentos nem bips e o tubo na sua garganta havia ido embora. Então ele havia conseguido ficar vivo.

— Ei... – Laufey se aproximou sorrindo.

—Ei... – Loki gemeu rouco, a garganta ferida incomodava bastante.

—Aqui, Dra. Lucent falou que você ia gostar de água quando acordasse. – o pai se apressou com um copo descartável o ajudando a dar pequenos goles.

O líquido fresco lhe desceu amavelmente pela garganta. Parecia que há anos não tomava um copo cheio de água fresca. –Você fez a barba. – disse ele olhando Laufey assim que o copo se esvaziou. –Será que fiquei fora tanto tempo assim? Você parece outra pessoa. – completou brincalhão. No fundo estava muito feliz com todas as pequenas mudanças de Laufey.

—Alguns dias. Você teve uma infecção pulmonar... Uma bactéria simples, mas como sua imunidade está zerada ela quase lhe matou. – o homem mais velho explicou. –Sente-se melhor?

—Sinto como se o susto tivesse passado, mas ainda pareço ter sido atropelado por um caminhão. –Loki foi sincero.

Não foi antes de cinco dias que Loki pudesse retornar para casa de seu pai. Laufey foi irredutível quanto a não deixar o filho morar sozinho no apartamento alugado. Loki quis protestar, algo que ainda não trabalhava bem era que as pessoas tivessem pena de si, ele tinha sempre se virado sozinho, porque seria diferente?

—Porque você é meu filho, Loki. – o pai lhe disse assim que o ajudou a deitar na cama. –E ajudaria se eu implorasse para você ficar? – sorriu.

—Ok... Não implore. – Loki sorriu também

—Ótimo. Você sabe que o seu velho pai precisa de você, mais que você dele. – Laufey o ajudou a retirar os sapatos. –Agora descanse.

Deixado sozinho Loki suspirou. Sim podia ficar ali com o homem que era seu pai. Laufey era diferente, ele não o tratava como um cristal que podia quebrar a qualquer momento, embora se mostrasse extremamente preocupado. Ele acabou por adormecer.

Mais tarde naquela noite quando Loki acordou estava se sentindo melhor. Apesar de estar ainda mais magro que antes de ser internado, e seus braços estavam marcados com manchas roxas e feias das picadas das agulhas e ele ainda sentia-se cansado, mas não havia quaisquer sinais de mal estar, náusea, dores de cabeça. Após um banho ele desceu para a sala de estar, Laufey estava lendo um livro em frente a lareira quando ele se aproximou.

—Está melhor? – o homem mais velho perguntou estudando o rosto magro do filho quando esse sentou na outra poltrona em frente a sua. Ele ainda estava muito pálido e fraco, mas Laufey não podia mais adiar, Loki havia sido enganado a vida toda e tudo indicava que ele não suportaria mais mentiras, por mais duras que fossem as verdades.

—Estou bem melhor. Eu acho que apaguei. – disse Loki olhando o fogo crepitar.

—É bom você descansar. Eu vou ficar em casa uns dias para cuidar de tudo. – disse Laufey.

—Não precisa fazer isso por minha causa. –Loki ficou preocupado. –Você não tinha aula hoje?

—Pedi umas semanas, eu tenho um bom banco de horas no colégio. – explicou Laufey ainda olhando para o rapaz com cuidado.

—Se você diz. – Loki ressonou. –Que foi então? – perguntou ele vendo que Laufey ainda o olhava, já o conhecia para saber que ele queria falar alguma coisa, mas não sabia como.

—Seu amigo Tony Stark ligou mais cedo. – o mais velho disse. –Esse Tony Stark, é o das Indústrias Stark? – perguntou Laufey.

—Ele mesmo. Ele me visitou antes de ter esse troço. – Loki explicou. –Ele disse alguma coisa?

—Vai ligar mais tarde. – falou Laufey com certo desconforto. –Ele parece bem interessado no seu bem estar. Não sabia que eram amigos. – e ai ele soou um pouco enciumado. –Ser filho de Odin Borson teve seu valor, fazer amigos como Stark, mas vocês devem circular nas mesmas elites de Novo Iorque. – falou por fim demonstrando amargura.

Loki o olhou sem entender. Por fim um enorme sorriso se abriu em seus lábios até ele estar gargalhando segurando o estômago já dolorido. Fazia tempo que ele não sorria dessa forma.

—Oh! Que grata piada. – ele gemeu segurando a barriga e secando as lágrimas. –Eu não conheci o Tony dessa forma, se bem que Odin foi o pivô. Stark o odeia e eu acabei me envolvendo para tentar trazer as empresas dele para a Borson, foi assim que nos conhecemos. – explicou Loki ainda sorridente.

Laufey acabou rindo também se achando muito infantil por ter ciúmes, quando ele sabia que Odin tinha sido o pai de Loki por 26 anos, enquanto ele era a menos de 6 meses. Se fosse recorrer a essa estratégia perderia e feio no quesito paternidade. Loki podia estar magoado com a família, mas ele ainda era parte dos Odinson e tinha uma história com eles. E por falar disso era hora de dizer ao rapaz sobre sua intromissão.

—Loki. – disse o mais velho ficando sério. –Queria saber se você sente saudades deles?

O filho que sorria, instantaneamente engoliu em seco. Porque Laufey tinha que falar sobre isso justo agora? Loki sentiu um bolo crescer em sua garganta, a simples menção deles lhe deixava abalado, sentia muita falta, sobretudo de Frigga. Sentia tanto que chegava a sentir o cheiro do perfume dela ou o cheiro da torta de maçã com canela que ela preparava.

Ele suspirou tentando encontrar as palavras certas. É claro que havia mágoas, mas Loki ainda queria estar nos braços da mãe. Até do idiota desmiolado do irmão ele sentia falta, da sua voz estridente e sorriso de mil volts. Sobre Odin, bem, ele não sabia o que pensar. Havia um misto de sentimentos que envolvia o pai adotivo, Loki sempre se machucava muito quando eles estavam juntos, ele definitivamente não queria mais sofrer dessa forma. Por isso não sabia dizer se queria ver Odin tão cedo. Olhando para o homem a sua frente eu lembrou que este ainda esperava uma resposta.

—Sim. – foi a resposta simples de Loki.

—Sua mãe... – disse Laufey com medo da reação do filho. –Está sofrendo muito com a separação.

—Como? Ah, não! – Loki se enervou. –Você não fez isso? Você não tinha esse direito!

—Eu sei! Mas coloque-se no meu lugar. Eu achei que você ia...

—Que eu ia morrer!? – Loki gritou. –Ao menos você estaria livre, não é mesmo? – ele gritou com o pai.

—PARE! – Laufey gritou ainda mais alto. O sangue lhe fervia, se Loki não estivesse tão doente e igualmente magoado com tudo que vinha passando seria o momento certo de lhe esbofetear com toda força que tinha. –Não ouse dizer tal coisa. Eu amo você! – disse Laufey. –Foi só por isso que eu liguei para sua mãe... Eu não queria que algo acontecesse e você estivesse longe dela. Mas entenda, eu não quero te perder, eu não posso mais te perder para eles, é só que eu não tenho qualquer direito de ficar no caminho entre você e sua família.

—Eles não são minha família, Laufey! – Loki quebrou em lágrimas.

—São sim. – o homem rebateu. –Eu sei o que está tentando fazer. – disse com força.

—Sabe? Você acha mesmo que me conhece? – cuspiu Loki venenoso.

—Um pouco para saber que você está apavorado. Que tem medo da reação deles porque acha que vão ficar magoados por você ter abandonado a empresa, ter vindo me procurar e não ter dito nada a eles sobre a leucemia... Tem medo do olhar de reprovação deles, mas não é fugindo que vai superar isso. – era doloroso falar assim com Loki, mas ele precisava chamar o rapaz à razão.

—Eu... – Loki não teve o que falar e por isso um longo silêncio reinou no cômodo.

—Eles vão vir. – disse Laufey finalmente. –Ao menos sua mãe e seu irmão... Estarão chegando ao fim dessa semana.

—Já? – Loki o olhou assustado. –Eu não...

—Vai dar tudo certo, filho. – Laufey se apiedou do medo que viu nos olhos verdes e chorosos do filho. –Eu vou estar com você todo momento, não vou te deixar sozinho com eles se você não quiser, e qualquer sinal errado eu os mando embora... – disse apertando o ombro magro do rapaz assustado.

—E... Odin? – Loki perguntou inseguro.

—Ele vai ficar cuidando da empresa, sua mãe me disse.

—Claro... – Loki gemeu um pouco decepcionado. –É mais importante...

—Não! Você é a nossa prioridade no momento, Loki. Entenda que nada pode ser mais importante para os pais que seus filhos... – disse Laufey com muita verdade. –Odin tem os motivos dele. De repente, nem ele, ou você e até eu, não estamos preparados para nos depararmos. Odin mentiu sobre tudo e essas mentiras nos fizeram sofrer muito. Não sabemos se ele está pronto para reconhecer os erros e pedir perdão... Sequer sabemos se estamos preparados para lhe dar esse perdão.

—E quanto a você? – Loki encarou o pai com esperança. –Se acaso ele lhe pedisse perdão você estaria disposto a perdoá-lo?

—Loki. – o homem tocou o rosto pálido do filho. –Eu... Eu não sei quanto a isso, mas se Odin estiver disposto a vir, eu não vou me negar a recebê-lo na minha casa e se ele tiver algo a me dizer eu não vou me negar a ouvir, eu só realmente não posso dizer se sou capaz de perdoá-lo algum dia.

—Mas você o receberia na sua casa? – disse Loki surpreso. –Depois de tudo, faria isso por mim?

—Eu já te disse que me importo com você. – o pai segurou o rosto do rapaz. –Eu farei qualquer coisa para te ver feliz. – disse ele.

Loki sentiu novas lágrimas querendo cair de seus olhos. Se Odin não viesse, se Odin nunca mais viesse não faria diferença, ele já tinha um pai que o amava.

—Obrigado, pai. – disse ele baixinho abraçando o homem. Laufey sorriu. Era a primeira vez que Loki o chamava de pai.


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Notas finais do capítulo

Beijos tenha uma boa semana!