Stay Alive Loki escrita por HomeFiction


Capítulo 10
A humilhação de Odin


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Claro que primeiro eu preciso agradecer a todo o carinho e incentivo que você estão me dando com essa fic. Ela é muito triste de escrever, fico bem deprimida a cada cena mais pesada... Obrigada a todos pelos doces comentários, conheci pessoa como a Drica, que tem uma história de vida incrível de vitória.

Bem, bem, bem, esse capítulo a revisão foi meio corrida, então relevem, por favor! :)

Odin finalmente vai começar a sentir a perda do Loki...
Beijos!!!!!!





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Loki Odinson era um jovem de seus 26 anos que gastou muito tempo a estudar e trabalhar, crescendo profissionalmente e fazendo crescer todos ao seu redor com seus conhecimentos, principalmente a empresa de seu pai, na qual ele deu uma repaginada e tornou mais atual e ofensiva. Mas de repente, quando Loki apenas tocava sua vida tudo começou a ruir. A presidência da empresa fora dada de mãos beijadas para seu irmão completamente sem noção dos negócios, e ele descobriu que nem Thor, nem Odin, tão pouco Frigga eram sua família de verdade, que eles lhe mentiram a vida toda, Odin despejara uma série de fatos duros sobre ele, inclusive que seu pai era um ladrão e sua mãe uma meretriz drogada sem alma que teve a coragem de vender seu próprio filho a troco de mixaria, e paralela a todas as perdas e decepções estava a Leucemia.

Era impressionante o que essa doença poderia fazer com uma pessoa. Ela tinha uma força destrutiva que varria com tudo, deixando muito pouco. Loki, que sempre fora tão bonito e elegante, um homem a se admirar, estava frágil e debilitado.

Loki estava exausto, seu corpo doía muito e a sensação horrível de enjoo não lhe deixava. Aquela segunda-feira havia sido desgastante. Ele havia retornado do hospital, tomado um banho, comido uma sopa leve e automaticamente se deitado. Esgotado, adormeceu em seguida, mas um sono agitado, comum a ele ultimamente. Sonhava coisas sem nexo, sonhava com pessoas que não via há tempos, e até pessoas que já haviam partido.

Dessa vez o sonho era com Laufey, que se apresentava como uma sombra bizarra, tortuosa, um humanoide sem rosto, na verdade, era um reflexo do subconsciente de Loki, afinal ele não conhecia o homem e temia aquele encontro, por não saber o que esperar dele.

Loki acordou assustado em meio a uma crise de tosse. Reparou que o travesseiro estava encharcado de suor. O relógio luminoso dizia que ainda era cedo, início de noite, mas o quarto estava escuro e quente. Ele fungou o ar, mas sentiu um líquido quente escorrer por seu rosto. Assustado acendeu a luminária, deixando manchas vermelhas nela, na claridade pode olhar para as mãos e para o travesseiro, não era suor, era sangue.

Dessa vez a hemorragia tinha sido mais forte e ele demorou cerca de meia hora no banheiro para fazer o fluxo estancar. Fraco, ele se deixou escorrer pela parede do banheiro. Estava trêmulo e enjoado. Pensou em até quando aquele sofrimento ia durar, ou até quando ele ia suportar aquilo. De qualquer forma ele sabia que estava apenas começando. Em breve ele ainda passaria muitas e muitas noites naquele chão daquele banheiro

 

(*******)

Enquanto isso em N.Y.

O clima na presidência da Borson Financial Enterprises estava tenso. Odin se viu perdido pela primeira vez em muitos anos. E justo ele que sempre foi o homem à frente daquela empresa, o empresário de sucesso, capa de revistas, notícias de artigos de jornais, e tudo mais.

Se tivesse graça ele poderia ter sorrido quando pensou que levou mais de 20 anos e muitos golpes para se tornar Odin Borson, o homem a ser batido no mercado financeiro, mas Loki o havia desbancado desse posto em muito pouco tempo. Seu filho era um gênio, e tinha emprestado um pouquinho dessa genialidade para dar a cara nova e arrojada que a Borson tinha hoje. Mas e agora? O que fariam sem o rapaz por ali? Odin pôs a mão na cabeça em desespero. O que ele faria sem Loki?

—Vamos, Andrezza! Tente de novo! – o velho empresário pedia angustiado de quando em quando.

Mas a moça nada conseguia. –Ele não atende! – respondia ela.

Andrezza estava tentando no celular de Loki. Após muitas tentativas de contato entrava em caixa postal, já o residencial parecia ter sido desligado. Odin deixou os ombros caírem em derrota, parecendo carregar o peso do mundo sobre eles. “O que fui fazer?” – perguntou-se. Ele sabia que havia perdido Loki. Não só o profissional, mas principalmente o filho. E a culpa o ia consumindo por dentro.

—Pai o que vamos fazer? – Thor perguntou expectante por uma atitude de seu pai, mas o velho estava tão perdido quanto ele. A verdade era que sem Loki ninguém estava habilitado ao projeto Stark. E agora tanto Thor quanto Odin estavam sentindo na pele a falta que o moreno fazia. Eventualmente a equipe Borson teria que encarar o temido cliente, sem a presença de Loki.

E Andrezza os observou em silêncio, mas lembrou de um provérbio muito adequado para aquela situação: As pessoas só valorizam quando perdem. E eles haviam perdido Loki.

Anthony Edward Stark não era um homem paciente. Seu dinheiro lhe abria toda e qualquer porta para que não tivesse que esperar. No entanto, lá estava e ele e sua equipe de advogados e assessores sentados na sala de reunião da Borson. Seus dedos tamborilavam contra o tampo elegantemente polido da mesa, Loki Odinson, o mago da economia, valia sua paciência. Afinal o homem podia fazer seu dinheiro se multiplicar como mágica.

Mas qual não foi sua surpresa quando viu a comitiva da Borson, encabeçada pelo desagradável Odin, seguido de perto daquele filho loiro e grande, e de uma morena de busto volumoso, Sif, a advogada. Mas Stark se remexeu na cadeira aguardando o momento que Loki, o homem imponente, de cabelos negros cuidadosamente penteados, e seu terno de alta costura, passaria pela porta como se fosse um daqueles magros e elegantes modelos de passarela e começaria a falar de forma hipnotizando sobre um assunto tão chato quanto número e juros, mas tão importante quanto lucros e vantagens financeiras.

—E Loki? – Tony perguntou sério. Ele era um homem astuto a ponto de conseguir ler na postura defensiva do velho Odin e do loiro que algo estava muito errado.

—Loki não vem hoje. Ele não está se sentindo bem. – remediou Odin.

—Vamos repassar todas as cláusulas judiciais e depois Thor fará uma rápida explanação sobre o plano financeiro. – Sif acudiu já abrindo o contrato. Os três haviam decidido que levariam adiante a apresentação, e após, Odin recorreria a Frigga para irem falar com Loki e o convencerem de voltar, ninguém perceberia nada. Tudo ficaria como antes.

Mas Tony se encostou à cadeira, guinando para trás displicentemente. Que ele não ia assinar qualquer contrato sem Loki ali presente ele já sabia, mas perderia mais algum de seu precioso tempo para ver até onde o cara de pau de Odin e o bobo da corte loiro iam levar aquela farsa. Sif seguiu com as explanações, ela havia feito um trabalho de esmero naquele contrato.

Odin não retirava os olhos do bilionário sentado na outra extremidade da mesa. Stark não estava prestando atenção enquanto Sif e senhorita Potts repassavam cláusula a cláusula, discutiam, divergiam e se entendiam em cada ponto. Alheio a elas, o gênio bilionário circulava a cadeira observando a paisagem que tinha da cidade.

Finalmente Sif terminou sua parte e senhorita Potts assentiu para Stark positivamente.

No entanto, faltava a parte principal. Era o que ia fazê-los fechar ou não aquele acordo. E Odin rezou aos céus que Loki aparecesse milagrosamente cruzando aquela porta. Nunca em toda a vida desejou tanto ver o filho como agora.

Infelizmente nenhum milagre aconteceu. E sem milagres Thor assumiu a dianteira, mas dessa vez, diferente da reunião em que Loki lhe deu o caminho das pedras, ele não fazia ideia do que falaria.

O clima ficou desconfortável. Potts mexia nos cabelos ruivos, Sif apenas olhava para Thor, Stark cruzou os braços sobre o peito sorrindo presunçosamente, e Odin temperou a garganta. E todos olhavam para Thor aguardando que ele dissesse alguma coisa útil, mas o homem loiro lá na frente estava como uma estátua os encarando de volta. E ele achou que poderia chorar no momento que abria a boca e fechava sem palavras, como um peixinho fora d'água. Se perguntassem se ele se lembrava de ter se metido em situação tão constrangedora antes ele diria que não, ao menos não sóbrio.

E ali parado à frente do projetor ele sentia a garganta ressecada e os olhos úmidos de vergonha e arrependimento. Lamentou profundamente não ter se inteirado do projeto de Loki, e mais ainda lamentou ter ignorado Andrezza quando ela tentou lhe avisar na sexta-feira sobre o envelope que o moreno havia deixado para ele.

Thor não fazia ideia do que o cérebro magnífico do irmão havia pensado para as Indústrias Stark e ele sentiu-se o mais ridículo dos seres quando os primeiros gráficos indicando as finanças da empresa surgiram na tela. Ele arregalou os olhos azuis, aquilo eram quantias impressionantes, aquele homem de cavanhaque sentado à sua frente era tão rico quanto um país bem-sucedido. E Thor entendeu de vez que não tinha qualquer capacidade de lidar com algo desse nível. Então era esse tipo de cliente que mantinha a Borson no topo?

—Er... eu... hum...– o loiro balbuciou pateticamente. Sif o olhou, estava penalizada. Odin abaixou a cabeça em vergonha.

Nesse ponto o foco de Tony havia se voltado totalmente para o loiro na frente do projetor. Quanto tempo Thor poderia ficar ali na frente sem dizer nada, feito um completo estúpido?

Odin passou as mãos pelos cabelos grisalhos em nervosismo. Não lhe surpreendia os muitos zeros da fortuna Stark, disso ele já sabia. O que lhe sobressaltou foi quando os gráficos do projetor começaram a evoluir, ele próprio, Odin Borson, pouco conseguia entender. O resultado era sempre um lucro maciço para os cofres do bilionário, mas Odin não conseguia acompanhar o raciocínio de Loki para chegar àqueles lucros. Ele só sabia que aquilo era a manifestação pura do trabalho de um gênio.

Vendo o projeto passar diante de seus olhos no projetor Odin se arrependeu. Se tivesse feito as coisas diferentes teria o filho ali ainda. Era Loki quem deveria estar à frente da empresa. O velho desejou poder dominar o tempo para voltar atrás.

Thor há algum tempo desistira completamente travado e desconfortável. Então, cansado do teatro vergonhoso, Anthony se levantou caminhando até a projeção, estudando-a impressionado. Ele retirou o controle das mãos grandes do loiro pressionando o botão que desligava o aparelho. As luzes retornaram ao normal e um silêncio desconfortável pairou na sala novamente.

—Impressionante! – começou Tony. –Eu criei um avançado sistema de IA a quem chamo de Javis, mas acho que nem ele poderia ler com clareza esses gráficos, levaria um tempo de estudo até mesmo para Javis, e isso contando que Loki quisesse nos ensinar esse conhecimento. – falou ele com os olhos brilhando de excitação. –A imprevisibilidade é um traço da personalidade humana incrível e impossível de ser mapeado.

—O Loki é mesmo fantástico... – resmungou Thor anestesiado.

—É sério, cara. Não se sinta tão merda por não entender uma linha dessas projeções, seu irmão é um gênio. – sorriu irônico dando um tampinha no braço grande do loiro. –Ao menos você é corajoso de vir até aqui na frente bancar o bobo. – completou o moreno ainda sorrindo.

—Stark... – Odin temperou a garganta.

—Acho que terminamos aqui. – mas o moreno falou ajeitando o paletó.

—Como terminamos? E o contrato? – Odin se empertigou se mexendo na cadeira.

—Contrato? Então me diga por que seu filho não está aqui? – e Stark se voltou para ele falando baixo. –Onde está o Loki?

"Eu também gostaria de saber." – pensou Odin desolado. –Ele não está aqui. – repetiu o velho sem ter o que explicar ao cliente. –Podemos assinar o contrato, Loki estará aqui na próxima semana para tocar o projeto. Ora Stark, você viu que a coisa é impressionante. – o velho ainda tentou.

—Eu não vou assinar. A cláusula que exige Loki como gerente de conta é para mim imprescindível, não vou deixar minha fortuna nas mãos de amadores. – disse Stark. –Nada pessoal grandão. – se desculpou olhando para Thor.

—Mas estou dizendo que ele vai estar aqui na semana que vem! – Odin quase implorou.

Ver Odin Borson naquela situação era no mínimo estranho. Stark assentiu. –Darei como voto de confiança a Loki, mais uma semana. Deve ser tempo suficiente para você esfregar a lâmpada mágica. – o bilionário sabia que Odin estava mentindo. –Quem sabe seu gênio não aparece?

—Senhor Stark, a Borson é capaz de lidar com sua conta, só precisamos de uma chance. – Sif pediu falando sinceramente. Não pedia por Odin, mas pelos demais funcionários que se esforçavam ali, por ela, e pelo próprio Thor.

—Senhorita Sif eu tenho filas de empresas como a sua na minha cola, a única razão para eu prorrogar o prazo é porque eu quero Loki e sua genialidade a meu favor. Eu digo Loki, não a Borson. – disse Tony olhando de volta diretamente para Odin. –Para o bem da sua empresa, meu velho, essa cadeira devia pertencer ao seu outro filho. – terminou ele com um ar de empáfia. –Passem muito bem. – disse por fim o bilionário se retirando da sala.

Para trás ficou um silêncio pesado. O mais velho se deixou cair na cadeira pesadamente. Ele tinha sido humilhado por aquele maldito fedelho? A verdade é que todos naquela sala sentiam-se humilhados. Existia um dia para ganhar e outro para perder e esse era o dia de derrota da Borson.

—Loki não podia ter feito isso! – Thor socou a mesa com raiva fazendo algumas garrafas de água mineral virar. –Eu não acredito! Ele fez isso por vingancinha por eu ser nomeado o presidente? O que ele quer? Destruir a Borson? – o loiro destilava sua raiva. Thor realmente não sabia lidar com rejeição e ele definitivamente nunca tinha sido humilhado dessa forma. –E esse imbecil desse Stark...

—Já chega Thor! – Odin vociferou. –Será que você é tão idiota assim? – o homem tinha os olhos banhados de lágrimas e seus ombros tremiam levemente.

—Pai? Eu não entendo... Eu...

—Silêncio! – o empresário chamou Andrezza pelo interfone. –Chame Frigga! – disse ele urgente. Ainda tinha uma carta na manga. Se Loki podia ser convencido por alguém era pela mãe. –Diga que venha à empresa.

A apresentação para Stark foi o que se podia chamar de o maior fiasco do século. Mas nem tudo estava perdido, pensou Odin se recompondo, se apegando com unhas e dentes a um fiapo de esperança.

(******)

Então a tarde se adiantou tensa e Loki não respondeu às ligações nem às mensagens deixadas em sua caixa. Nem mesmo a Frigga ele atendeu. E Odin preocupava-se silenciosamente, divido entre o fracasso como gestor e o fracasso como um pai. Ele havia mantido em segredo a conversa que teve com o filho mais novo, desde então ninguém mais vira o rapaz. E se Loki tivesse cometido alguma tolice? Se tivesse acontecido algo ao filho Odin jamais se perdoaria.

Frigga saiu apressada do elevador. Estava pálida e parecia ter chorado. Andrezza não pode deixar de sentir pena dela quando a mulher loira entrou pela recepção, estava tão distante da mulher polida e elegante que costumava ser, mas a secretária podia entender que ali não era a rica socialite e sim uma mãe em busca de notícias de sua criança. A mulher correu até a sala da presidência onde se encontravam Thor e o marido.

Odin não estava pronto para encarar a esposa. Ele sentiu-se tão envergonhado de estar na presença da mulher com quem se casara. A mulher que aceitara de bom grado a incumbência de se tornar a mãe de Loki. Frigga vestira esse papel desde que tomara aquele bebê de olhos verdes e assustados nos braços pela primeira vez. E que direito ele tinha de dizer para uma mãe tudo que ele tinha feito o filho dela sofrer? Ele definitivamente, pela segunda vez naquele dia, desejou ter o poder de voltar o tempo, teria feito tudo diferente se pudesse. Infelizmente não podia.

Frigga buscou o marido com os olhos e toda a preocupação se tornou raiva. Ela estava casada com aquele homem há 30 anos, havia dividido com ele uma vida, teve e criou o filho dele e juntos tinham uma história, que de longe era a mais bonita, mas era a sua história, no entanto, olhando para Odin agora, ela sinceramente não conseguiu mais sentir o sentimento que a uniu a ele 30 anos atrás. Sobrava muito pouco.

—Eu te implorei para que não o machucasse. – ela o acusou. –Você não tinha o direito... Eu te pedi para explicar suas razoes para ele, mas você simplesmente passou por cima dos sentimentos de Loki como um rolo compressor. – a mulher ergueu voz apontando o dedo acusador.

—Frigga, sei que tenho minha parcela de culpa nisso tudo. – disse ele vencido. –Eu errei, mas não briguemos entre nós. Mandei chamá-la aqui para irmos até o apartamento dele. Eu vou explicar tudo e ele vai entender. Ele vai voltar para a empresa e nós vamos voltar a ser uma família feliz. – desabafou Odin.

—Não é tão simples assim, Odin. – disse ela. –Nunca seremos uma família feliz enquanto nossa base por feita de mentiras.

Thor observou a troca entre seus pais sem entender muito do que era dito. –Do que estão falando? – ele perguntou.

—Que seu pai só decidiu te dar a presidência da empresa porque ele queria que você assumisse alguma responsabilidade na vida, Thor, em detrimento dos sentimentos de Loki. Eu nunca fui contra você ser o presidente, o que eu alegava o tempo todo era que a presidência fosse compartilhada entre vocês dois. – ela explicou sem remediar palavras. –E se não fosse possível devido à falta de compatibilidade de ideias entre você e seu irmão, ainda assim eu sempre defendi que Odin deixasse tudo claro para Loki. Mas seu pai foi egoísta demais... – ela falou.

—Tudo bem, mãe! Eu entendo que o Loki tenha se sentido traído, mas a atitude dele não é justificável. Deixar a empresa dessa forma não é profissional. – disse Thor.

—Meu Deus! Odin? – Frigga se virou para encarar o marido. Seus olhos arregalados como pratos. –A não ser que ele tenha tido outro motivo?

—Por favor! Vamos até o apartamento de Loki! Depois vemos como faremos! Eu preciso conversar com ele! – o homem mais velho sentenciou em um quase desespero de urgência. Tendo chance de encontrar Loki não precisaria lidar com Frigga sobre a besteira que fizera na última vez que esteve com o filho, resolveria tudo.

Os três: Odin, Thor e Frigga correram ao apartamento de Loki. Com uma surpresa dolorosa eles abriram a porta (Frigga possuía a chave) e se depararam com o apartamento vazio e silencioso. Os olhos de Frigga se encheram de lágrimas.

Ela sentiu-se zonza quando viu as estantes nuas, sem os livros que ele tanto amava. Era como se um vento forte tivesse passado por ali e levado para longe quaisquer vestígios de Loki, seu lindo e doce menino. E também ela se sentiu consumida por um sentimento de vazio e fracasso. Sua omissão ao longo dos anos a fez perder o filho.

Thor sentiu-se confuso e envergonhado. Que irmão mais velho era ele que não notou que Loki estava com problemas? Ele simplesmente esteve ocupado demais com seus amigos para se preocupar com Loki que agora havia ido embora.

Odin se apoiou na parede, muito pálido, sentindo o peito palpitar. A culpa era um dos piores sentimentos que um homem podia sentir e Odin sentia agora com todo o peso que lhe era devido. Sua arrogância e covardia levaram Loki não só a abdicar da empresa, mas também a desistir da família. Odin jamais ia se perdoar, não enquanto se lembrasse daquele olhar perdido no rosto triste de Loki quando ele foi o procurar na terça-feira.

Um barulho de chave na fechadura do lado de fora fez o coração dos três bater acelerado e todos aguardaram com expectativa que Loki entrasse por aquela porta e lhes desse uma boa explicação para aquilo tudo. No entanto, suas esperanças se esvaíram quando a correta da imobiliária foi quem passou pela porta. A moça os olhou sem entender. –Porque estão aqui? – perguntou.

—É o apartamento do meu filho! – Frigga falou urgente. –Sabe alguma coisa sobre meu filho?

—Sou da imobiliária. – a moça os estudou por um momento. –O rapaz que morava aqui rescindiu o contrato, pagou as taxas e saiu na sexta-feira. – disse ela.

—Ele se mudou? – Thor perguntou o óbvio, tão confuso e perturbado que estava.

—É tudo culpa minha. – disse o velho à sua esposa.

—Odin? O que você sabe sobre isso? – Frigga gemeu desesperada. –Loki foi embora, Odin? O que você fez? Pelo amor de Deus, onde está meu filho!? – ela chorou nervosa.

—Pai, o senhor sabe para onde ele foi? – Thor se precipitou também angustiado.

Odin olhou para o apartamento que costumava ser de seu filho com olhos penosos. Era doloroso ver aquilo vazio sem os pertences que davam os traços de Loki ao lugar. –Vamos para casa. Lá eu lhes contarei tudo. – disse ele, e cabisbaixo saiu com sua família.

Odin tinha muito que lhes explicar. Uma vida inteira de mentiras a revelar.


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Notas finais do capítulo

Obs.: No próximo Loki vai finalmente conhecer o pai, aleluia!

Temos que considerar que existe uma diferença de fuso horário grande entre Dinamarca e Eua, os fatos estão em NY estão mais atrasados. :)

A crise de tosse do Loki foi inspirada no depoimento da Drica. Bjs

Beijos!