Conspiração escrita por Lura


Capítulo 31
Casal Perfeito


Notas iniciais do capítulo

Não me espanquem!

Gente, eu fico sempre admirada da minha cara de pau em aparecer após tanto tempo. Mas eu faço isso sempre contando que algumas pessoas ficarão felizes com o retorno da fanfic.

Bem, vamos lá. Os motivos do meu sumiço são mais do que conhecidos por vocês, então não vou me delongar no assunto. Se bem que, tivemos um acrescentado a lista, que realmente me pegou de surpresa: O fim do mangá, acrescido da TOTAL ausência de desenvolvimento amoroso do casal central, esvaiu com a minha criatividade. Querendo ou não, os capítulos semanais davam um gás na minha criatividade, que já não é mais alimentada com frequência. Vou ter que adotar outras estratégias, talvez reassistir o anime.

E aí, a pessoa aqui fica desanimada para continuar a fic que - só agora - chegou na metade (ao menos, é o que acho) e, também, começa a sentir abstinência por ficar sem escrever. Aí, o que elas faz? Se aventura em outro shipp. Desculpa gente, me apaixonei por outra obra, e encontrei nela um jeito de me manter ativa na escrita e nesse contato com os leitores, ao escrever e publicar histórias curtinhas (que não demandam tanto esforço).

Eu já postei as histórias em outro site e, em breve, estarei trazendo-as para o Nyah também. Por isso, estou explicando de antemão, para que vocês não pensem que estou dedicando todo o tempo a outras fanfics. Conspiração, aos trancos e barrancos, vai seguindo. Embora eu esteja deprimida por ter postado dois míseros capítulos esse ano.

Bom, é isso. O capítulo que segue, não tem muitas emoções. É daqueles explicativos, sabe, necessários para o desenvolvimento da história. Entretanto, espero que gostem mesmo assim.

Mais uma vez, mil perdões pelo abandono da fic. Eu ainda amo escrevê-la. E ainda amo os leitores fieis daqui, que volta e meia me procuram para saber o que está acontecendo.

Ah, não posso seguir sem fazer os devidos agradecimentos a leitora - a qual também é uma autora maravilhosa, diga-se de passagem - Khaleesi, por ter recomendado a fanfic. Meu Deus, estou atrasada até nisso.

Khaleesi, eu agradeço, imensamente, por você ter tirado um tempo para recomendar a fanfic. De verdade, receber uma recomendação sua significa muito para mim pois, como eu disse anteriormente, você é uma autora fantástica, que definitivamente manja dos paranauê. Sei que estou em débito com a sua história, o que é muito feio, pois você me ajudou muito em determinadas partes desta fic, me ajudando a tomar um rumo mais adequado.

Te dedicar este capítulo é uma retribuição singela, mas também é o mínimo que posso fazer por toda a atenção que você deu a essa fic até agora. Prometo que um dia eu too jeito e respondo a altura, viu? Muito obrigada por tudo!

O próximo capítulo, claro, será dedicado a Maicozauski, que também recomendou a fic.

Por fim, um agradecimento especial aos leitores que comentaram o último capítulo: LuminaNox, Maicozauski, GabbySaku, Gutor, Trash, Ba, Blue, Happy Reader, Leitora dinamica e Pilinhah. Vocês são Top. Peço perdão pelos erros que eventualmente encontrarem nas respostas dos comentários (e também nas notas iniciais), pois estou digitando no modo "The Flash" e sem corrigir, para ver se consigo postar ainda hoje.

É isso. Espero que gostem.



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Capítulo XXX - Casal Perfeito

 

Magnólia - 11 de abril de x792

— LUCY!!! - Erza gritava, sem se preocupar se poderia estar incomodando alguém. Até porque, o amontoado de pessoas que se encontravam ao seu redor, estavam tão ou mais eufóricas que ela. - É TÃO BOM VER VOCÊ!!! - Declarou, envolvendo a colega de time em um abraço de urso.

— Erza… - A loira choramingou. - Você está me esmagando. - Avisou, sentindo o incômodo de ter os seios espremidos contra a armadura metálica.

— Oh Céus! - Sobressaltou-se a ruiva! - O bebê! - Lembrou-se preocupada. - Eu sou uma irresponsável! Machuquei você justo quando se encontra em um estado tão frágil! - Desesperou-se. - Por favor me dê um soco Lucy, é o mínimo que pode fazer para compensar.

— Erza, eu estou bem! - Garantiu a maga estelar, abrindo um sorriso amarelo. - É sério.

— Ótimo! - Comemorou Titânia. - Assim posso tirar a limpo de uma vez essa história toda. - Explicou, mudando sua postura radicalmente. - Que história é essa de esconder da gente algo tão importante??? - Indagou, desviando sua atenção para o dragon slayer do fogo, que encontrava-se ao lado da loira.

— Pensando bem, acho que não estou tão bem assim… - Choramingou Heartfilia, preocupada com a reação da amiga.

— Agora não Erza! - Levy interviu, de forma ofegante, em razão de ter se espremido entre muitas pessoas para conseguir chegar até ali. - Lu-chan, que saudade!!! - Jogou-se contra a amiga, disposta a aproveitar o pouco tempo que sabia que tinham juntas para compensar o que perderam.

Mas, assim como previra, não havia conseguido desfrutar muito da companhia da amiga. Isso porque cada viva alma dentro da sede da Fairy Tail queria a chance de, ao menos de aproximar da maga estelar, o que era plenamente justificável. Todos estavam aflitos para saber se a companheira estava realmente bem - afinal, ser presa injustamente e sofrer um atentado, no espaço de duas semanas não eram experiências fáceis de se superar quando isoladas, que dirá em conjunto.

Quando se certificavam que a amiga estava realmente bem, a preocupação cedia espaço para a curiosidade e as perguntas quanto ao bebê e ao seu relacionamento com Natsu começavam a surgir, fazendo com que Lucy se sentisse desconfortável. Responder sobre o bebê não era tão difícil, apesar de constrangedor. Mas entregar detalhes de seu relacionamento com o dragon slayer… Bom, ainda não estava preparada para isso.

Entretanto, mesmo com toda a vergonha, já não se dava ao trabalho de negar. De qualquer forma, Natsu não saíra de seu lado até então, o que provocava comentários de todos os tipos: Desde os maliciosos até os mais açucarados.

É possível que tivessem se passado horas até que a situação da Guilda finalmente se acalmasse, o que só ocorreu quando noventa e cinco por cento das pessoas presentes tivessem assediado a loira. Agora, finalmente, ela tivera a oportunidade de se sentar, o que havia feito em uma mesa mais ao fundo, acompanhada de parte de suas amigas. Natsu, por sua vez, pela primeira vez no dia, afastou-se dela, assentando em uma das banquetas do balcão, envolvendo-se em uma conversa com Gray e Gajeel. Entretanto, praticamente de minuto em minuto, passava os olhos pela companheira, para certificar-se que estava tudo bem, fato que não havia passado despercebido por ela.

— Ele parece tão preocupado com você. - Levy comentou, sonradora. - É estranho ver o Natsu tão atencioso. - Completou, admirada.

— Por mais que seja realmente esquisito contemplar essa atitude vinda dele. - Erza tomou a palavra. - Eu até consigo aceitar com facilidade, levando em consideração tudo que vocês passaram nas últimas semanas. - Comentou.

— Apesar de tudo, ainda estou me acostumando. - Lucy contou, sem graça.

— Juvia queria tanto que Gray-sama fosse atencioso com ela! - Fantasiou a maga da chuva.

— Acho que chegamos ao ponto em que todos queríamos que isso acontecesse. - Evergreen comentou, com uma dose de pena, balançando levemente o pequeno Egeo, que dormia em seus braços.

— Como está lidando com a questão da sua magia Lu-chan? - Levy indagou, preocupada. A maga estelar abaixou a cabeça, chateada. - Não precisamos falar sobre isso, se não quiser! - Tratou de dizer, mais que depressa, vendo a reação da amiga.

— Tudo bem, Levy-chan. - Garantiu. - Por mais que seja difícil, vou ter que me acostumar com a ideia. - Respondeu. - Eu só espero que eles não fiquem chateados comigo. Eu sequer pude invocá-los para explicar a situação. - Desabafou, encarando as grossas pulseiras em seus braços.

— Não fique assim! - Kana tentou animar a maga. - Tenho certeza que eles já devem estar sabendo de tudo. - Falou. - Aquele desgraçado do Loki sempre foi muito atento às coisas que acontecem aqui na guilda.

— Assim espero. - Heartfilia sorriu.

— Por outro lado, é um alívio que o Mestre tenha conseguido manter os guardas fora da guilda. - Erza comentou.

— Não é? - Lucy concordou. - Quase não acreditei que eles concordaram em me seguir apenas por ambientes externos.

— Se não fosse assim, como poderia nos contar suas intimidades com Natsu, com dois paus-mandados do Conselho ouvindo? - Kana insinuou, tomando um longo gole da garrafa que segurava em seguida.

— Kana! - Censurou a maga estelar, assumindo uma coloração avermelhada.

— Ah, qual o problema Lu-chan! - Insistiu Levy. - Todas estamos morrendo de curiosidade para saber como começou esse relacionamento. - Revelou. - Foi tudo repentino demais! Antes que pudéssemos ter ideia que estavam juntos, fomos bombardeados com a notícia de sua gravidez.

— Eu estou realmente curiosa Lucy. - Disse Erza, de forma displicente, revelando implicitamente que a loira não sairia dali enquanto não satisfizesse sua curiosidade.

— Eu… - Começou, um tanto desesperada, por não sentir-se preparada para compartilhar aquelas informações. Tanto que suspirou de alívio quando alguém alheio ao pequeno grupo chamou seu nome.

— Lucy! - A voz da albina mais nova cortou a conversa. A loira observou, quase agradecida, Lisanna aproximar-se graciosamente da mesa onde estavam. - O mestre pediu que você fosse até a sala dele.

— Certo!

Sem esperar um segundo que fosse, a loira levantou-se, direcionando-se a escada de madeira lateral ao salão. Ainda constrangida, sentiu a albina lhe acompanhar, lado a lado. Contudo, não sentiu vontade de dizer palavra alguma.

— Parabéns! - Lisanna falou, a voz branda e gentil. A loira estacou para encará-la. - Pelo bebê, eu digo. Bem, pelo seu relacionamento com o Natsu-kun também. - Completou.

— Obrigada. - A maga estelar respondeu, um tanto sem-graça pela estranheza da situação. Era irônico perceber que, se não fosse pelas verdades que Lisanna havia dito na sua cara, talvez não tivesse se reconciliado com Natsu.

As duas moças trocaram sorrisos amistosos entre si, antes que cada uma seguisse seu caminho. E Lucy já havia começado a transpor os degraus de madeira, quando sentiu outra pessoa se aproximar.

— O mestre também pediu para falar com você? - Natsu indagou, apertando o passo para que ficassem lado a lado.

— Com você também? - A loira devolveu a pergunta. - O que será que ele quer? - Conjecturou.

— Não sei ao certo. - Respondeu, evasivamente. Contudo, imaginava que se tratava de uma daquelas reuniões organizadas para discutir estratégias para a defesa de Lucy.

Honestamente, Natsu preferia adiar esse momento, uma vez que os transtornos a que a loira havia sido submetida ainda eram recentes. Entretanto, sabia que tempo era algo que não tinham a seu favor.

 

• •

 

Lyon virou de uma vez o restante da bebida que havia em seu copo e sentiu o líquido queimar sua garganta. Era a quinta dose que tomava, mas ainda estava perfeitamente sóbrio, sabia.

Enquanto aguardava que lhe servissem mais uma, girou na banqueta, sem constrangimento algum, para encarar a maga da chuva, que estava envolvida em uma conversa animada com suas amigas. Era incrível como, quando o assunto não era o Gray, a jovem ficava mais alegre e desenvolta.

O albino só tornou a endireitar-se no balcão, quando percebeu - novamente - o olhar daquela novata de cabelos rosas sobre si. Entediado, suspirou. Talvez fosse a décima vez aquela noite que surpreendia a nova companheira de time de Juvia o olhando, o que o deixava um tanto preocupado. Tinha certeza que o interesse repentino que demonstrava estava muito longe de ser algo carnal ou amoroso, o que significava que provavelmente ele se envolveria em problemas.

Mesmo voltando-se para frente, e encarando o copo que tornava a ser preenchido por Mirajane, o fato de que a moça se levantara da mesa onde estava sentada e caminhou em sua direção não passou despercebido. Logo, parou ao seu lado, e ele apenas aguardou imaginando que não precisaria se manifestar para saber do que se tratava.

Surpreendendo-o, a garota, em vez de saudá-lo ou cumprimentá-lo, simplesmente pegou seu copo recém preenchido e o esvaziou em apenas uma golada. Arqueando as sobrancelhas ante ao cinismo da outra, observou enquanto ela secava a boca com as costas da mão e abria um sorriso esperto. Mau sinal.

— Não acha que bebeu demais essa noite? - Perguntou ela, fazendo com que ele meneasse a cabeça. De todos os começos de conversa clichês, não imaginou que ela usaria justamente aquele.

— Eu sou maior de idade. - Respondeu de forma arrogante. - E você, é? - Indagou.

— 17 anos. - Meldy respondeu, simplesmente. - Mas você sabe, eu fui membro de uma guilda das trevas. Magos das trevas fazem coisas erradas. - Abanou a mão, com descaso.

— Como ingerir bebidas alcoólicas sem ter a idade permitida. - Falou. - Você merece o inferno por isso, senhorita maga das trevas. - Ironizou.

— Talvez eu mereça mais que isso. - Devolveu, com uma piscadela. - Então essa é a sua verdadeira face? - Questionou, incisiva.

Novamente, Lyon arqueou as sobrancelhas.

— O que quer dizer? - Externou sua dúvida.

— Lyon Vastia, sempre tão cortês com as damas a sua volta. Contudo tem sido um tanto rude comigo desde que a conversa começou. - Fingindo um tom magoado, levou a mão até o peito.

— Você tomou minha bebida sem permissão. - Justificou ele. - Esperava que eu aplaudisse?

— Não, tudo bem. Eu posso lidar com isso. - A rosada fez tom de descaso. - Na verdade eu prefiro assim: Sem rodeios, direto ao ponto. E também preciso de você sóbrio para a conversa que vamos ter. - Revelou.

— Ah, vamos? - Perguntou o mago do gelo.

— Uhum. - Confirmou ela, girando duas vezes na banqueta, como uma criança. Em seguida, certifcando-se de que não havia ninguém próximo para ouvir a conversa, prosseguiu: - Tenho uma proposta a fazer. - Declarou, cruzando as pernas.

O Albino estreitou os olhos. Sabia que o que quer que a garota tivesse a dizer, não conteria qualquer malícia. Todavia, fosse outro marmanjo em seu lugar, teria interpretado tudo errado, ante os gestos provocativos da garota, os quais pôde facilmente interpretar como parte de sua personalidade atrevida e infantil.

— E que tipo de proposta uma garota tão bonita poderia me fazer? - Inquiriu, assumindo o costumeiro tom cortês que ela mencionara.

— Guarde seus galanteios para a Juvia-chan Lyon. Você vai precisar.

— O que quer dizer?

— Quero que você ajude Juvia-chan a conquistar o panaca do seu meio-irmão. - Despejou, com casualidade, como se estivesse comentando o clima daquele dia.

Na falta da bebida, que a garota havia lhe tomado, o mago do gelo engasgou-se com a saliva mesmo. Após tossir algumas vezes, voltou-se para ela, incrédulo.

— Você só pode estar brincando comigo. - Declarou.

— Pareço estar brincando? - Questionou ela, novamente girando com a banqueta.

— Sim. - Respondeu incisivo.

— Que cruel. - Ela parou, armando um bico. - Mas não, não estou. - Garantiu, voltando-se para o balcão e encarando a superfície de madeira com um olhar sério.

— Por que diabos eu faria isso? - Perguntou.

— Porque você gosta da Juvia-chan. - Respondeu.

A estupefação contorceu o semblante do mago da Lamia Scale, enquanto ele se questionava se a rosada percebia o quão absurdas e contraditórias eram suas palavras.

— Isso não é motivo mais que suficiente para que eu, além de não ajudar, atrapalhe?

— Você não desistiu da Juvia-chan lá em Crocus, durante os Grandes Jogos Mágicos? - Indagou. - Foi o que ouvi falar.

— Isso não significa que eu tenha que contribuir para que ela fique com outra pessoa. - Falou, emburrado.

— Você não quer a felicidade dela? - Encarou-o diretamente nos olhos.

— Não sou altruísta a esse ponto. - Afirmou Lyon. - Você não vai me convencer com essa conversa mole de que quem ama faz tudo ao seu alcance pela felicidade do outro. - garantiu.

— E se você tiver algo a ganhar? - Inquiriu ela.

— E o que seria? - Devolveu ele. - Aliás, qual o seu interesse nisso tudo? - Perguntou, beirando a indignação.

Novamente, a garota voltou-se para o balcão, assumindo uma feição séria.

— Estou cansada de vê-la rastejando por uma gota de afeto, que seja. - Explicou, brincando com o copo vazio. - Sabe, eu me recrimino por isso, mas acho que estou voltando a odiar o Gray. Odeio a forma que ele trata a Juvia-chan. - Explicou.

— E por isso você quer empurrá-lo para sua melhor amiga? - Questionou. - Sua lógica não tem sentido algum.

A menina suspirou antes de prosseguir.

— Eu quero que Juvia esgote suas tentativas. - Contou. - Eu vejo como Gray se irrita quando vocês estão próximos e talvez, apenas talvez, isso indique a sombra de algum sentimento que ele tenha por ela. - Divagou. - Também pode ser apenas o sentimento de rivalidade que ele nutre por você. Enfim: o fato é que eu acho que a melhor aposta e a única chance que a Juvia tem de conquistar a atenção do Gray é usando você.

— Pelo menos você é bem honesta ao admitir que pretende me usar  nessa trama idiota. - Debochou. - O que eu tenho a ganhar mesmo? - Lembrou.

— Bem, pense nisso com uma faca de dois gumes. Enquanto suas atitudes provocam Gray, você automaticamente está investindo em sua proximidade com a Juvia-chan. - Explanou sorridente.

— O que só me deixará ferido se seu plano com Gray der certo. Grande prêmio.

— Uma faca de dois gumes pode ferir por qualquer de seus lados. - Agitou o indicador, como se estivesse educando uma criança.

— E se eu disser que é pouco? - Perguntou ele, repentinamente segurando o queixo da maga e erguendo seu rosto levemente. Mesmo surpresa com o ato, Meldy não deixou que tal sentimento se refletisse em sua expressão.

— Eu acho - Começou ela, revirando os olhos - que é o bastante. - Completou, afastando a mão dele de forma delicada. - Ah, só para você saber - Continuou, levantando-se. -, eu não sou a favor do Gray. Sou única e exclusivamente favorável a felicidade da Juvia. Porém, no momento, não consigo imaginar que ela possa ser feliz com outra pessoa.

A garota ajeitou a barra de seu vestido, que havia se erguido, enquanto esteve sentada. Ao terminar, tornou a encarar o mago do gelo, que acompanhava suas ações.

— No entanto, se nessa história toda, você for competente o bastante para me provar que a felicidade da Juvia pode ser você, não o Gray, pode ser que ganhei meu apoio. - Declarou, piscando os cílios de forma inocente. - Garanto que ele vale mais do que imagina. - Finalizou, ante de se afastar.

De forma descarada, Lyon não se absteve de observar como os quadris da moça balançavam graciosamente quando ela andava. Soltando uma risada pelo nariz, notou, aliviado, que novamente Mirajane enchia seu copo.

— Você tem razão, Meldy. - Falou sozinho, brincando com o copo. - É provável que mereça mais que o inferno por brincar deliberadamente com os sentimentos alheios. - Concluiu, antes de sorver todo o líquido em um só gole, tal como a garota fizera minutos antes.

 

• •

 

Lucy piscou, aturdida, buscando acreditar que não estava em um sonho e que, de fato, todos os espíritos com os quais possuía contrato estavam ali, na sala do mestre, parados em sua frente.

Minna… - Chamou, os olhos marejando. - Pensei que não os veria tão cedo! - Exclamou, correndo em direção aos amigos espirituais.

— Desculpa Lucy-dono, não temos muito tempo! - Caprico explicou, vendo a contratante, de forma afobada, abraçar cada um de seus amigos.

— Afinal, nem todos aqui possuem a habilidade de passar tanto tempo nesse mundo por conta própria, moshi-moshi! - Sagitário completou.

— Tudo bem. - Assentiu a loira. - Fico feliz em poder falar com vocês e explicar porque não posso mais chamá-los. - Começou.

— Nós sabemos, idiota. - Aquarius, com sua gentileza costumeira, interrompeu-a. - Portanto, poupe nosso tempo. - Exigiu.

— Como sabem? - Indagou a loira, secando os olhos com as costas das mãos, embora desconfiasse da resposta.

— Leo nos contou! - Áries respondeu. - Gomenasai!!! - Completou, desculpando-se.

— É incrível como ele sabe de tudo que acontece com a princesa. - Acrescentou Virgo. - Vai nos punir por isso? - Indagou, com expectativa.

— Nada de punições. - Cortou a maga estelar.

— Lucy! - Loki chamou, fazendo com que a loira desviasse a atenção para si. - Eles realmente não tem muito tempo, então gostaria de te entregar isso enquanto todos estão aqui. - Completou, estendendo a mão direita para frente, surpreendendo-a ao abrir os dedos e revelar um cordão peculiar.

A maga estelar pegou a joia, com cuidado, e estudou-a, fascinada. Tratava-se de uma corrente, de prata, cuja possuía duas argolas, que serviam de pingente: uma dourada e outra prateada.

No pingente dourado, podia-se ver o símbolo de todas as constelações zodiacais com que tinha contrato, dispostas de forma circular. Da mesma forma, ocorria com o pingente prateado, onde estavam gravados os símbolos das constelações referentes as chaves de prata.

— É lindo! - Admirou-se.

— Isso é mais que apenas beleza. - Aquarius comentou, ríspida.

— Esse colar é um objeto mágico. Contudo, está desvinculado da magia humana, e ligado apenas a nossa, Ebi - Câncer explicou, agitando suas tesouras.

— Com ele, continuaremos sentindo se você precisa da nossa ajuda, piri-piri! - Gemini completou.

— Obrigada! - A loira agradeceu, imediatamente abotoando a corrente em torno do pescoço. - Obrigada mesmo. Eu estou tão feliz! - Começou, os olhos tornando a marejar. - Pensei até que não conseguiria vê-los novamente. - Desabafou.

— Não diga isso. - Loki retomou a palavra, segurando ambas as mãos da contratante. - Nós não podemos fazer muito de onde estamos, mas sei que o Mestre jamais permitiria que algo de ruim acontecesse com você. - Afirmou. - Natsu também, pelo visto está determinado a manter-lhe segura. De qualquer tipo de ameaça, pelo visto. Consigo sentir a aura assassina emanando dele em direção a mim. - Comentou, provocando um riso, coletivo.

Lucy não conseguiu evitar de corar violentamente, desviando os olhos para o dragon slayer, que permanecia de braços cruzados, ostentando uma expressão nada gentil.

— Não sei do que está falando. - Resmungou o dragon slayer, desviando o olhar.

— De qualquer forma, também garantimos que nada de mal irá lhe acontecer Lucy. É uma promessa. - Declarou o espírito de Leão, afastando-se lentamente.

— Obrigada pessoal. Mais uma vez. - Agradeceu a maga estelar.

E então, um a um, os espíritos foram desaparecendo, envoltos em um brilho mágico, enquanto acenavam animadamente para a contratante. E Lucy não pôde deixar de se sentir abençoada, apesar de todas as adversidades que vinha enfrentando. Afinal, tinha os melhores amigos do mundo.

 

• •

 

Não muito tempo depois, a maga estelar viu-se sentada em um dos estofados que mobiliava a ampla sala do mestre da Guilda, um tanto surpresa por descobrir que a oportunidade de rever seus espíritos não era a verdadeira razão para ter sido chamada ali.

Tanto que, ali estava ela, olhando de maneira inquisitiva para Mirajane, a qual chegara há pouco e, sem nada dizer, sentou-se no sofá colocado exatamente a sua frente. E tão calada quanto entrou, permaneceu.

Poucos minutos depois, uma Wendy esbaforida, acompanhada da exceed branca, juntou-se ao grupo, ocupando uma das poltronas.

A loira seguia encarando, individualmente, cada membro do estranho grupo, em busca de maiores explicações. Ao pousar o olhar em Natsu, o qual fitava-lhe de volta, viu que esse apenas deu de ombros, sinalizando que não sabia muito mais que ela.

A única certeza que a maga estelar tinha era que, tal reunião, estava diretamente relacionada com a sua situação, a qual, atualmente compunha-se por duas condições especiais: sua gestação e – a pior delas – o status de ré em um processo cuja sentença, sabia, podia custar a sua vida.

— Vamos começar Mira-chan. - O mestre orientou, assim que Wendy ajeitou-se contra o estofado. - Mystogan não participará hoje. Ele já partiu em uma nova missão.

— Mystogan? - Lucy não conseguiu eviar a pergunta. Afinal, o grupo ficava cada vez mais improvável.

— Mystogan tem sido o responsável por nos orientar juridicamente quanto a sua situação, Lucy. - Explicou o mestre. - A sua condição de ex-Membro do Conselho Mágico tem sido um verdadeiro trunfo para traçar estratégias de defesa. No entanto, as explicações pertinentes para o momento, já foram passadas para o grupo em uma reunião anterior, e para você, no dia em que fui visitá-la no Centro de Detenção. Também, as medidas possíveis na atual situação, já foram tomadas, de modo que sua ausência não nos trará grandes prejuízos.

— Então, por que estamos nos reunindo hoje? - Natsu externou a dúvida geral.

— Para discutirmos estratégias mais simples de defesa. - Mirajane tomou a palavra. Não podemos nos dar ao luxo de ignorar qualquer atitude, por menor que seja, que possa beneficiar a Lucy.

— Eu não estou estendendo muito bem. - A maga estelar estava genuinamente confusa.

— Veja bem, Lucy. Como o Mestre já deve ter lhe explicado, de todos os interesses que o Conselho Mágico possa ter na sua condenação, um, é certo e evidente: Estão lhe usando como bode expiatório, para abafar o caos instalado em decorrência do escândalo provocado pelo Projeto Heaven e a Nihil Occultum.

— Sim, eu sei. - A loira respondeu, dando a deixa para a albina prosseguir.

— Isso é até compreensível, visto que, repetidamente, o Conselho vêm perdendo o controle quanto a ocorrência de incidentes mágicos de dimensões consideráveis: Etherion, Ilha Tenrou, Portão Eclipse e Projeto Heaven. É natural que, em determinado ponto, eles comecem a perder a força e a credibilidade. É aí que entra a vantagem de, não apenas achar o responsável e fazer com que ele pague discretamente pelos crimes. - Pausou, para retomar o fôlego. - Mas sim, achar um culpado conveniente, a ponto de chamar a atenção da mídia e do povo, fazendo facilmente com que se voltem contra você e comprem a idéia de sua culpa. Você sabe, massas são facilmente manipuláveis.

— E muitas vezes os supostos bandidos são condenados, principalmente, por pressão popular. - Pontuou Heartfilia, começando a acompanhar o pensamento da outra.

— Você acabou de, supostamente, voltar dos mortos Lucy. - Começou o mestre. - A sua falsa morte, seguida do reaparecimento, causou muita comoção e desconfiança, por ser um feito praticamente impossível. Por isso, é evidente que eles escolheram o alvo com cuidado: Alguém que ainda estivesse no foco da mídia, com uma história tão duvidosa, chamaria facilmente a atenção do povo, gerando insegurança.

— Mesmo a data da sua prisão – Continuou Mirajane -  foi pensada com cuidado: A festa do Hanami, quando a cidade estaria cheia e, a guilda, despretensiosamente, lotada de repórteres. Ou seja, as notícias alcançaram todo o reino em velocidade recorde.

— Ok. Eles precisavam de alguém para assumir a responsabilidade quanto aos incidentes, e eu fui o pato perfeito, levando a culpa por crimes de traição e homicídio e tranquilizando o cenário político. - Resumiu a loira.

— Lembrando que, é certo que possuem outras intenções. - Declarou  Makarov. - Após a façanha de conseguir voltar a vida, não podemos ignorar o interesse que o poder de suas chaves podem ter despertado em altas figuras políticas. Nós sabemos que você nunca esteve morta, mas é difícil convencer um reino inteiro desse fato quando, por três meses, você teve a sua própria lápide no cemitério local. - Emendou, e Lucy não pôde deixar de sentir um arrepio desagradável com o comentário. - A dissolução da Guilda também é um objetivo provável. Ter um membro acusado de traição é muito sério.

— Eu meio que já tinha uma ideia da razão da minha acusação. - Informou Lucy. - Duas semanas presas naquele lugar horrível foram o bastante para organizar minhas ideias. Mas ainda não entendo como toda a manipulação da mídia e da opinião popular podem me favorecer, de qualquer forma. - Desabafou. - Até o momento, só consegui visualizar que todo o plano foi arquitetado para me prejudicar por todas os lados.

— Acontece, que você já começou a ser favorecida, Lucy. - A albina afirmou, fazendo com que até mesmo Natsu e Wendy arqueassem as sobrancelhas, curiosos. - E o anúncio da sua gravidez em pleno tribunal, foi o primeiro tiro saído pela culatra. Isso porque eles contavam com a mídia para ajudar a reforçar a sua imagem de culpada, mas acabaram com uma notícia em mãos que gerou a empatia popular.

— As notícias da sua gestação, foram publicadas na mesma velocidade que a notícia da sua prisão. - Comentou Makarov. - E, a cereja do bolo, acreditem, foi o fato da criança ser filha de Natsu: o tão famoso e baderneiro Salamander. Era natural que os fãs antigos da Fairy Tail fossem a loucura, dividindo opiniões.

— Afinal, quem acreditaria que uma jovem com um rosto tão angelical, que carrega uma pobre e inocente criança, seria capaz de envolver-se em um asqueroso esquema de traição? - Dissimulou Mirajane, levando uma das mãos até a bochecha.

Lucy não pôde evitar de soltar uma risada nervosa. Tudo fazia sentido agora.

— Então é por isso que vocês armaram aquele teatro no Tribunal Mágico, em vez de comunicarem minha gravidez no período em que fiquei detida. - Concluiu.

— Também para evitar que eles abafassem a notícia ou fizessem algum mal a criança. - Confirmou o mestre.

— E mesmo assim, não conseguimos protegê-la completamente. E sentimos muito por isso, Lucy. - Lamentou-se a albina, fazendo com que o casal de magos se remexesse, incomodado. O assunto do atentado sofrido pela loira ainda era delicado para eles.

— Bom. - Tentando dissipar a atmosfera incômoda, Lucy começou. Se bem entendi, a sua estratégia de defesa é ganhar o apoio popular com a minha gravidez. - Resumiu. - É isso? - Inquiriu.

— Não apenas com a sua gravidez. - Corrigiu Mirajane. - mas também, com o seu relacionamento com Natsu. - Acrescentou.

Aquilo sim havia pegado a loira de surpresa. Tanto que sentiu-se engasgar com o própria saliva, tendo que tossir algumas vezes, para afastar a sensação incômoda de sua garganta.

— Como é que é? - Questionou.

— Isso mesmo que você ouviu. - Confimou a albina, de forma animada. - Nós vamos usar todo o interesse midiático criado pelo Conselho Mágico contra ele, desenvolvendo a empatia popular com a sua triste situação: Uma jovem maga que está sendo separada do amor de sua vida, por causa das armações inescrupulosas de pessoas poderosas. E no meio disso tudo, um ser que, certamente, não tem culpa de nada que está acontecendo: Um pobre e inocente bebê. - Concluiu, exultante.

Heartfilia sentiu que, novamente naquele dia, corara até a raiz dos cabelos. Francamente, já perdera as contas do número de vezes que ficara constrangida desde que acordara. Ao seu lado, o dragon slayer mantinha-se sério, mas não parecia menos incomodado.

Entretanto, tinha que admitir. O plano da Albina era bom. Não sabia o quanto aquilo poderia ajudar em sua situação mas, de fato, a desmoralização do Conselho Mágico perante o povo era um trunfo que deveria ser cuidadosamente explorado.

— Se esse era seu plano desde o início - Natsu manifestou-se, finalmente - Por que só está me dizendo agora? Não entendo o motivo de eu não poder saber desde o princípio.

— Bem, quanto a isso… - Começou Strauss, pensando na melhor maneira de explicar. - Mantivemos esse plano em sigilo até agora, para que as reações de vocês perante o tribunal fossem naturais. O Conselho Mágico, certamente, desconfiou que tudo não passou de uma armação, de modo que, um desempenho forçado de nossa parte confirmaria essa teoria e faria com que perdêssemos credibilidade perante a população. - Explanou. - Por essa mesma razão que, agora, apenas nós estamos aqui: porque esse plano, por mais que seja simples, não pode ser revelado a ninguém, ou vai comprometer o desempenho e a naturalidade dos nossos companheiros frente ao relacionamento de vocês. - Concluiu.

— Ah sim. Só agora entendi por que fomos chamadas aqui. - Externou Wendy.

— Não estaríamos metidas nisso se a Mira não tivesse te obrigado a contar sobre a gravidez da Lucy, para começo de conversa. - Resmungou Charle, chamando a atenção da loira. De fato, desde o episódio do tribunal, estivera curiosa para saber como a albina descobrira sua gestação.

Isso meio que explicava aquele grupo estranho.

— Ara, ara. Não vamos nos apegar a fatos passados. - Mirajane desviou o foco da conversa, cinicamente. - O fato é que de certa, forma, Lucy teve sorte por vocês terem me contado. Caso contrário, Mystogan não teria ficado sabendo, o que diminuiria as chances dela estar em liberdade agora.

Todos anuíram, mesmo que contrariados.

— Concluindo - A Albina chamou a atenção, mais uma vez. - A partir de agora, vocês dois agirão como o casal perfeito, pelo bem da Lucy e da criança. - Determinou. - Vocês tem a obrigação de se esforçarem ao máximo para conquistar o opinião popular e, para isso, devem atentar-se o tempo inteiro para as suas ações. Afinal, nunca se sabe quando haverá um repórter ou fotógrafo por perto. - Avisou.

Natsu e Lucy não puderam evitar se soltar um muxoxo, desanimado. Afinal, mesmo que, de fato, fossem um casal atualmente - embora sem status definido -, estavam muito, muito longe da perfeição almejada pela colega de guilda. Tampouco, gostavam da ideia de ter suas vidas amorosas como alvo de especulação.

— E eu - Recomeçou Mirajane, levantando-se e caminhando em direção aos dois, parando apenas quando estava a poucos centímetros deles. O casal de magos, tensionou ainda mais, quando a albina colocou as mãos na cintura e inclinou o tronco, para poder encará-los mais de perto, antes de finalmente falar: - Vou ser a agente de vocês.

Definitivamente, estavam perdidos.




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Notas finais do capítulo

Bem, é isso.

Peço perdão por eventuais erros, uma vez que corrigi o capítulo às pressas. Ou era isso, ou demoraria mais para sair. Prometo que revisarei assim que possível.

Espero que tenham gostado.

Beijos e até o próximo!



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